NSA desenvolve computador capaz de decifrar qualquer código
2 de Janeiro de 2014, 20:13 - sem comentários aindaA Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos está a ponto de criar um computador quântico capaz de decifrar qualquer tipo de código, revela o jornal “Washington Post” nesta quinta-feira (2), com base em documentos divulgados pelo ex-analista de Inteligência Edward Snowden.
Segundo o jornal, o novo computador permitirá à NSA decifrar códigos informáticos que protegem segredos bancários, médicos e informações de governos e de empresas de todo o planeta.
Grandes empresas de informática, como a IBM, tentam há algum tempo desenvolver computadores quânticos, incrementando de maneira considerável a rapidez e a segurança dos computadores.
Mas segundo especialistas, é pouco provável que a NSA esteja a ponto de obter um computador deste tipo sem que a comunidade científica tenha conhecimento.
“É pouco provável que a NSA esteja tão avançada em relação às empresas civis sem que ninguém saiba”, disse ao Washington Post Scott Aaronson, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
A NSA não respondeu ao pedido de comentário da AFP sobre o tema.
Com informações da G1.
Empresa de telefonia da França irá investigar interceptação da NSA
2 de Janeiro de 2014, 20:12 - sem comentários aindaA empresa de telecomunicação francesa Orange (antes conhecida como France Telecom) divulgou um comunicado informando que pretende investigar a alegação de que o cabo submarino SeaMeWe-4 (SMW-4) teria sido grampeado pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) em fevereiro de 2013.
A revelação foi publicada pelo site alemão “Spiegel Online” em uma reportagem que descreve ações da unidade de hackers da NSA, chamada de Tailored Access Operations (TAO).
Segundo as revelações, a agência norte-americana obteve acesso à infraestrutura de controle do cabo SMW-4, pelo qual passa o tráfego da Orange e 13 outras empresas de telecomunicação. O cabo interliga países como França, Paquistão, Índia, Malásia, Cingapura e Tailândia, bem como regiões do norte da África.
O acesso teria sido obtido por meio de um programa de acesso remoto, instalado pela NSA em uma operação que usa o codinome de “QUANTUMINSERT”.
A Orange informou que pretende entrar com uma ação judicial para iniciar investigações sobre o que ocorreu. A empresa disse que é mera usuária do cabo e não realiza o gerenciamento do mesmo. “Se a interceptação realmente ocorreu, isso não pode ter acontecido na rede da Orange, que não foi alvo desse ataque”, afirmou a empresa à agência de notícias Reuters.
“Vamos iniciar uma ação judicial nos próximos dias porque queremos saber mais na eventualidade de que dados da Orange podem ter sido interceptados”, explicou a companhia.
Com informações do G1.
Exército Eletrônico Sírio afirma ter invadido contas do Skype
2 de Janeiro de 2014, 20:05 - sem comentários aindaO Exército Eletrônico Sírio (EES), um coletivo de hackers que apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, assumiu na quarta-feira (1º) a responsabilidade por invadir contas do Skype, serviço para fazer ligações pela Internet.
O grupo também publicou em sua conta no Twitter as informações de contato de Steve Ballmer, o presidente-executivo aposentado da Microsoft, junto com a mensagem “Você pode agradecer à Microsoft por monitorar suas contas/emails usando esses detalhes. #SEA”.
A mensagem fez uma aparente referência às revelações feitas no ano passado pelo ex-prestador de serviço da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden de que o Skype, pertencente à Microsoft, integrou um programa da NSA para monitorar as comunicações por meio das principais empresas de Internet dos EUA.
Em uma mensagem publicada quarta-feira na página oficial do Skype no Twitter, aparentemente pela ação do grupo de hackers, lê-se: “Não use emails da Microsoft (Hotmail, Outlook), Eles estão monitorando suas contas e vendendo os dados aos governos. Mais detalhes em breve. #SEA.”
Mensagens similares foram postadas na página oficial do Skype no Facebook e em um blog na própria página do serviço na Internet, sendo retiradas na própria quarta-feira. O EES depois tuitou cópias da mensagem “para aqueles que não viram”.
Representantes da Microsoft não estavam disponíveis para comentar.
As práticas da NSA em última instância tornaram a Microsoft e outras empresas de tecnologia em parceiras nos esforços de vigilância do governo contra cidadãos comuns nos EUA e em outros países.
No mês passado, a Microsoft se juntou a outras sete entre as principais empresas de tecnologia norte-americanas para pressionar o presidente dos EUA, Barack Obama, em uma reunião na Casa Branca, a conter a espionagem eletrônica do governo.
Empresas de mídia, incluindo o “New York Times” e a BBC, têm sido alvo repetidas vezes do EES e de outros grupos ativistas de hackers que invadem suas páginas na Internet e controlam suas contas no Twitter.
Fonte: G1
Apple nega ter ajudado NSA a interceptar dados de iPhones
2 de Janeiro de 2014, 19:58 - sem comentários aindaA empresa Apple se defendeu da denúncia de que a Agência de Segurança Nacional (NSA) teria trabalhado em 2008 para acessar dados sobre o telefone iPhone, ano de lançamento da primeira versão do celular. A Apple nega ter colaborado em permitir qualquer tipo de acesso espião aos seus dispositivos.
“A Apple nunca cooperou com a NSA para abrir uma porta de acesso a alguns de nossos produtos, inclusive o iPhone”, assegurou a empresa em nota emitida da cidade de Cupertino, Califórnia. O comunicado foi publicado nesta terça-feira, dia 31 de dezembro. Segundo a empresa, até o momento, ela não tiveram conhecimento de que algum programa da NSA tenha como alvo os seus produtos.
Recentemente, a revista alemã “Spiegel” e o ativista Jacob Appelbaum divulgaram um documento de 2008 – obtido por Edward Snowden, no qual o serviço secreto norte-americano descreve um módulo de montagem do iPhone. Por meio de um implante chamado “Dropoutjeep”, seria possível interceptar a comunicação dos usuários da marca.
De acordo com o documento, a NSA trabalhava somente com o acesso à parte física do aparelho, mas queria desenvolver métodos de acesso à distância, segundo informou a agência alemã DPA.
No começo de 2008, a Apple lançou a primeira versão do iPhone ao mercado de celulares, contudo os seus dispositivos e softwares são atualizadas anualmente. No comunicado da Apple, a empresa reforça que continuará utilizando recursos para impedir o avanço de “hackers mal intencionados” e que protegerá os seus usuários de intromissões de qualquer espécie.
Com informações da EBC.
Snowden, o mensageiro do ano
2 de Janeiro de 2014, 19:30 - sem comentários aindaEste ano o tema principal da tradicional mensagem de Natal da rainha, transmitida do Palácio de Buckingham às 3 da tarde do dia 25, foi a importância da reflexão. Elizabeth II introduziu o assunto narrando o caso de um gentleman cuja visão do mundo se alargara depois de ele ter ficado imobilizado por um ano devido a uma cirurgia na coluna. “Com tantas distrações é fácil esquecer de fazer uma pausa”, disse a monarca. “Todos necessitamos acertar o equilíbrio entre ação e reflexão.”
Menos de duas horas depois outro canal de televisão da Inglaterra, o Channel 4, colocava no ar a aguardada versão pop da tradição: a Mensagem de Natal Alternativa. Introduzida há apenas duas décadas, ela imita o programa original iniciado pelo rei George V em 1932. Mas o mensageiro é sempre um plebeu-celebridade surpresa, que muda de ano a ano.
Para o Channel 4, Edward Snowden foi o mensageiro natalino ideal, apesar de arriscado – por politicamente tóxico. Como o calendário de interesses das duas partes coincidisse, Snowden concordou em se deixar filmar em seu asilo temporário moscovita pela amiga jornalista Laura Poitras.
Sua fala durou menos de dois minutos. No tom, ele foi quase tão sereno e monocórdico quanto a rainha. No conteúdo, chegou a se debruçar sobre temas ironicamente semelhantes, como o do equilíbrio. “O debate [em curso] vai definir o grau de confiança que podemos depositar na tecnologia que nos cerca e no governo que a regula”, disse o pivô dos vazamentos que abalaram o mundo em 2013. “Juntos, podemos encontrar um melhor equilíbrio, acabar com a vigilância em massa e lembrar o governo de que, se ele realmente quer saber o que sentimos, deve nos perguntar – é sempre mais barato do que espionar.”
Queixa criminal
“Bebês” foram outra coincidência na oratória de ambos. Ao repassar os acontecimentos estelares do ano, Elizabeth II saudou o nascimento do príncipe George, seu bisneto e futuro rei, e discorreu sobre a chance de contemplar o futuro com esperança proporcionada pelo nascimento de toda criança. Já Snowden descreveu um futuro bem mais orwelliano para quem vier a se juntar à humanidade.
“Uma criança nascida no mundo de hoje irá crescer sem qualquer noção de privacidade. Ela nunca vai saber o que significa ter um momento privado, só dela, ou um pensamento não gravado, não analisado”, advertiu ele. “E isso é um problema, pois privacidade tem importância.” Importância máxima, na acepção do ex-analista da National Security Agency (NSA): “Privacidade é o que nos permite determinar quem somos e o que queremos ser.”
A julgar pelo pouco que mostrou de si até agora, Edward Snowden parece não ter despenteado um só fio de cabelo, apesar de ter tido a vida revolta de cabeça para baixo desde maio último. Nada em sua aparência, gestual, tom ou estilo mudou desde a novelesca fuga do posto da NSA no Havaí, do espetaculoso aparecimento em Hong Kong seguido do delirante acampamento forçado no aeroporto de Cheremetyevo até o atual asilo em terras russas.
Ao repórter Barton Gellman, do Washington Post, autor da primorosa entrevista de 14 horas publicada na íntegra esta semana [passada] pelo Globo, Snowden explicou que se alimenta basicamente de miojo e batatas fritas, não por estar refugiado em Moscou, mas por ser mesmo pessoa de necessidades mínimas. Evitou falar de si. Mas a cor branco translúcido de sua pele atesta que também no Havaí pouco saía de ambientes fechados. Trabalho à parte, é possível que por índole e aptidão ele tenha passado boa parte de seus 30 anos vivendo a internet.
Nesse caso, seu assombro ao detectar o descontrole, profundidade e extensão do aparato dos serviços de vigilância dos Estados Unidos foi duplo: como analista da NSA ele era parte da engrenagem; como cidadão, era sua própria vítima.
Tomou a decisão que marcou o ano de 2013, “sem arrependimento nem apreensão quanto ao futuro”, disse ele ao refletir sobre a repercussão de suas escolhas. Entre elas, a queixa criminal por espionagem e roubo de propriedade do governo americano, emitida pelo Departamento de Justiça. “Se eu desertei, desertei do governo para o povo. Nunca pretendi mudar a sociedade. Quis dar a ela a chance de determinar se ela quer mudar, dar voz ao público para dizer como quer ser governado. Sinto que o que tentei fazer foi validado”, concluiu.
Programas invasivos
O ano de 2013 forneceu ao mundo duas opções extraordinárias para quem gosta de escolher um homem ou mulher de maior destaque: Francisco, o refrescante novo líder espiritual de 1,2 bilhão de católicos, ou o estranho delator fugitivo da Justiça dos Estados Unidos. Como escreveu o colunista americano Eugene Robinson, como candidato Snowden não podia ser mais imperfeito. Só que a sua mensagem foi perfeita.
O Papa reorientou o foco da Igreja para a desigualdade e a injustiça social, começou a sacudir a burocracia conservadora entrincheirada no Vaticano e introduziu uma linguagem compreensível por todos, da qual não estão excluídos temas tabus. Com tudo isso em andamento, ele poderá ser o artífice de grandes mudanças sociais do futuro.
Edward Snowden, ao decidir revelar ao mundo a teia de programas invasivos com que convivemos, já concluiu seu trabalho. Quem quiser proteger as migalhas de privacidade de que ainda dispomos, mexa-se.
Por Dorrit Harazim.
Com informações do Observatório da Imprensa.