Ir para o conteúdo

Espírito Livre

Tela cheia

Blog

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

Mozilla entra no mercado de streaming com o MatchStick

2 de Outubro de 2014, 7:53, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

69675.103996-MatchStick

O mercado de streaming, tanto de áudio quanto de vídeo — até mesmo de games — está aquecido, principalmente com alternativas de hardware para conexão tão baratas como o Chromecast. E a concorrência deve ficar ainda mais acirrada com a chegada do MatchStick, da Mozilla, que, além de menor preço, promete uma enxurrada de apps para utilizar em conjunto com o produto.

Atualmente, o Chromecast do Google, é um dos dongles mais procurados devido à simplicidade aliada a alta qualidade da transmissão. Tudo isso com precinho de US$ 35 nos Estados Unidos. Aqui sai mais caro, com taxas e impostos, entre R$ 130 e R$ 200.  Ainda assim, mais barato que outras opções.

E o MatchStick HDMI vem pra brigar diretamente com a dispositivo do Google. Atualmente em fase de desenvolvimento, o projeto tem hardware e software em código aberto, usa o sistema operacional móvel Firefox OS e está arrecadando fundos no Kickstarter. Lá, é possível adquiri-lo por preços a partir de US$ 12.

Quem colaborar com o desenvolvimento do dongle agora só poderá recebê-lo em fevereiro de 2015, quando há a expectativa de lançamento comercial. Os interessados também poderão comprar o MatchStick a partir desta data, com o valor de US$ 25 no varejo, US$ 10 mais baratos do que o Chromecast.

A entrada da Mozilla nesse negócio vem de um interesse maior do que apenas concorrer nesse nicho. A fundação, conhecida por ser não lucrativa, quer atuar também fora da “briga dos navegadores” de internet e estar mais presente em outras áreas, como a dos smartphones e, agora, do entretenimento doméstico.

Sua entrada no ramo de streaming não chega a ser à altura da competitividade já estabelecida entre Chromecast, Fire TV (Amazon), Apple TV, Roku ou até Wireless Display Adapter, anunciado recentemente pela Microsoft.

Isso porque a Mozilla não oferece ainda conteúdo de parcerias consideradas essenciais para quem busca o streaming via dongles, como Netflix e o Hulu. Então, por que a fundação sem fins lucrativos estaria mirando esse mercado, ainda mais concorrendo com o Google, que também injeta fundos na própria Mozilla?

Para um uso mais amplo, para fins diferentes e, principalmente, com uma quantidade maior de apps. Essa é a resposta do próprio gerente do MatchStick nos Estados Unidos, Jack Chang. Além de uma disputa mais acirrada, os dongles poderiam buscar novos consumidores em outras áreas.

“Devido à abertura que temos na produção do MatchStick, acreditamos que isso vá nos trazer um número grande de aplicativos legais a baixo custo. Essas são vantagens que o consumidor já irá receber prontamente”, disse Chang ao CNET.

Os aplicativos serão o grande charme do MatchStick. A Mozilla tem buscado desenvolvedores através de um programa de doação e um evento especial que acontecerá em novembro, quando entregará protótipos do dispositivo para os interessados. Os profissionais envolvidos terão acesso ao kit de desenvolvimento e a interfaces de programação e aplicação, além de suporte.

Os apps já disponíveis para Chromecast 1.0, como o YouTube e Photowall, estarão disponíveis para o MatchStick, assim como os da versão 2.0. A ideia também é ter outras opções, não somente para streaming de vídeo e de áudio, mas também para levar uma experiência mais intensa de internet à TV, como comprar coisas, votar e participar de pesquisas. “As possibilidades são infinitas”, diz Chang.

A configuração do dispositivo também ajuda Chang a pensar assim. O MatchStick vem com um processador dual-core Rockchip 3066, com 4 GB de armazenamento, 1 GB de memória DDR3 e suporte a Wi-Fi 802.11 b/g/b.

69681.104008-MatchStick

Ele pode rodar os sistemas operacionais Android, iOS, Firefox e Chrome e ainda ter o hardware melhorado caso o usuário consiga alterá-lo para funcionar com uma configuração ainda mais alta, já que tudo é feito em código aberto.

Ainda é cedo para dizer se o MatchStick realmente será um concorrente à altura do Chromecast ou do Roku, tanto em hardware quanto em conteúdo, ainda mais sem a confirmação de parcerias como a da Netflix. Porém, é bom que os concorrentes fiquem de olho, porque se o uso do dispositivo for amplificado, assim como seu número de aplicativos, pode ser que o aparelho da Mozilla realmente faça alguma diferença no começo do próximo ano.

Atualização: mesmo a 28 dias para o fim da arrecadação do projeto do MatchStick no Kickstarter, a Mozilla já arrecadou bem mais do que precisava para completar o projeto.

Até a tarde desta terça-feira (30), pouco mais de US$ 40 mil dos US$ 100 mil almejados pela fundação haviam sido levantados pelo Kickstarter. Após o anúncio da novidade ter corrido o mundo, o projeto conseguiu a verba, com sobras.

Até o final da tarde desta quarta-feira (1), mais de 6,5 mil apoiadores já haviam arrecadado quantia superior a US$ 161 mil. Se depender de seus seguidores, o MatchStick já é um sucesso.

Com informações do Canaltech.


Comunicação: sociedade cobra ampliação do acesso à internet

2 de Outubro de 2014, 7:44, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

agenciabrasil310112_mca1819

O acesso à internet em alta velocidade deve ser considerado pelo Estado um serviço essencial, na avaliação de entidades da sociedade civil. A campanha “Banda larga é um direito seu” defende que o serviço seja prestado em regime público e, portanto, com metas de universalização. Assim, todos poderiam ter acesso ao serviço básico, independentemente da condição econômica ou do local em que esteja.

De acordo a pesquisa TIC Domicílios 2013, enquanto 48% das residências urbanas têm acesso à internet, na zona rural, esse percentual fica em apenas 15%. A desigualdade é também regional. Percentualmente, 51% dos lares da Região Sul estão conectados, enquanto na Região Norte são apenas 26%. Os dados consideram 62,8 milhões de domicílios pesquisados, entre setembro de 2013 e fevereiro de 2014.

“Nós temos uma dívida com a área rural em relação ao acesso a serviços de telecomunicações. Embora tenha havido o leilão dos 450 mega-hertz (MHz), em 2012, [quando foram estabelecidas metas para atendimento individual da área rural], ele está longe de liquidar essa dívida. Inclusive, ele a reproduz, principalmente nas metas ligadas à banda larga”, afirma a advogada do Instituto de Defesa do Consumir (Idec) Veridiana Alimonti.

Ficou estabelecido que, até dezembro de 2015, as áreas localizadas em um raio de 30 quilômetros (km) dos limites da sede do município deverão ter conexão de 256 Kbps, com 250 megabytes (MB) de franquia de dados.

No documento da campanha, que propõe medidas para a universalização do acesso, a sociedade civil aponta que “garantir o direito ao acesso e uso da banda larga só será possível através de agressivas políticas públicas pró-ativas que tenham em seu cerne a oferta dessa infraestrutura em regime público”.

Além disso, enumera propostas para evitar que o mercado seja concentrado por grandes empresas. Isso porque, além de diminuir a oferta para os consumidores, que podem ter que depender de um mesmo grupo para acessar TV paga, telefonia e internet, “corre-se o risco de se aprofundar a concentração do setor, gerando sérias desvantagens a empresas menores focadas em apenas um ou dois serviços”.

Presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende afirma que a universalização exige políticas integradas, além de mudanças legais que teriam que passar pelo Congresso Nacional, o que dificultaria a implementação da proposta. Na avaliação dele, também poderia afastar investidores, já que seria necessário controlar as tarifas e impor outras metas.

O presidente da agência reguladora acredita que a ampliação do acesso se dará por meio do celular com tecnologia de terceira ou, em menor percentual enquanto a tecnologia não é massificada, de quarta geração. Rezende aponta a necessidade de políticas complementares, como incentivos para que as empresas levem banda larga para lugares sem grande demanda comercial, diminuição de impostos, investimento público e mapeamento das necessidades de cada região.

“Quem é que vai levar internet para a fronteira do Brasil com a Venezuela, para 30 ou 40 famílias? Esse é um desafio enorme do Brasil”, avalia, acrescentando que ações como a garantia de internet em escolas é o exemplo de uma política que objetiva garantir acesso tanto para a zona urbana quanto a rural.

Na visão do governo, a internet ganhou “um patamar de essencialidade”, admite o diretor de Banda Larga do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra. Ele compreende que “uma cidade em que não existe uma capacidade muito grande de acesso à internet, implica dizer que aqueles cidadãos estão alijados do processo de desenvolvimento, do processo de oportunidades econômicas, de oportunidades de aprendizado, enfim, de uma série de acesso a serviços públicos e privados que hoje são prestados por meio da internet”.

Ele aponta o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), criado em 2010, como principal política para massificar a internet, no país, especialmente em áreas que sofriam com o déficit tecnológico.

De acordo com o Ministério das Comunicações, várias ações compõem o PNBL, entre elas, a desoneração de redes e terminais de acesso; a expansão da rede pública de fibra ótica, administrada pela Telebras, empresa que foi reativada no processo de implementação do PNBL e que tem sido responsável por ofertar internet em algumas cidades; a desoneração de equipamentos, como smartphones e tablets, e oferta de banda larga com internet de 1 Mbps ao valor de R$ 35 mensais, com impostos.

Perguntado sobre a existência de políticas para a universalização da banda larga, ele afirma que isso demandaria mais recursos e outras estratégias, mas defende que o PNBL e outras políticas, como a instituição de mecanismos para incentivar financeiramente a expansão da banda larga fixa, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), caminham nesse sentido.

“Hoje, o Programa Nacional de Banda Larga, e desde que foi lançado, atacou um viés muito nítido, que é o viés da redução de preço. Quando a gente compara o preço da banda larga no Brasil de 2010, quando foi lançado o PNBL, até hoje, houve uma redução média de 50% do preço”, afirma Coimbra, que acrescenta que mais de 4,6 mil municípios já são atendidos pelo programa. A meta do governo é chegar a todos os municípios no próximo ano.

Garantia de direitos

As entidades consideram, no entanto, que tanto as metas estabelecidas no leilão dos 450 MHz quanto as oferecidas pelo PNBL não respondem às demandas atuais. Isso porque, na avaliação da sociedade civil, toda a população precisa ter acesso de qualidade à rede para que possa produzir, veicular, baixar informações em texto, áudio, vídeo etc.

“Nós precisamos ter uma infraestrutura compatível com as necessidades econômicas e culturais do país. Uma infraestrutura de conectividade das coisas, das cidades, das escolas, dos pontos de entretenimento”, afirma o integrante do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), Sérgio Amadeu.

Para o próximo ano, a expectativa é que o Marco Civil da Internet seja regulamentado. Aprovado neste ano, a norma, que ficou conhecida como Constituição da Internet, “estabelece princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da internet no Brasil e determina as diretrizes para atuação da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios”.

Elogiada por estabelecer como fundamento para o uso da internet o respeito à liberdade de expressão, o direito de acesso e informação, e garantir a neutralidade de rede, que impede a diferenciação dos conteúdos que trafegam pela rede mundial de computadores, a norma ainda precisa ser detalhada para que as exceções à neutralidade sejam estabelecidas e para que sejam fixados métodos para a guarda e a disponibilização dos registros de acesso às aplicações na internet.

Para Sérgio Amadeu, ainda há dúvidas em relação à forma que a Justiça vai atuar e encarar o marco civil, se a favor do mercado ou da proteção do direito à privacidade, por exemplo. Para ele, “é preciso garantir que a comunicação seja pensada do ponto de vista da cidadania”.

Fonte: Agência Brasil