Privacidade na internet
6 de Dezembro de 2013, 14:42 - sem comentários aindaOs brasileiros formam um dos maiores mercados mundiais de internet. Estimativas recentes avaliam o total de internautas brasileiros em mais de 100 milhões. Não surpreende, portanto, que uma coalizão de grupos empresariais de internet, hardware, software e telecomunicações, entre as quais Facebook, Google, Microsoft e eBay, esteja fazendo lobby contra as propostas da presidente Dilma Rousseff quanto à segurança na internet.
Os oponentes alegam que o Brasil corre o risco de se excluir da internet. A proposta de Dilma envolve usar um cabo submarino que não passa pelos EUA, criar um serviço criptografado de e-mail, exigir que Google e Facebook armazenem dados sobre brasileiros em servidores instalados no Brasil e que haja pontos de intercâmbio de tráfego de internet instalados no Brasil. As medidas propostas são consequência das revelações de Edward Snowden, que denunciou práticas irregulares da Agência Nacional de Segurança dos EUA, a qual espionou e-mails e telefonemas da presidente do Brasil.
Na realidade, Dilma não é a única vítima de espionagem americana. As revelações de Snowden mostram que ela foi apenas um dos 35 líderes internacionais, entre os quais Angela Merkel, cujos celulares foram alvo de escuta dos espiões norte-americanos. Na ONU, esta semana, uma proposta de Brasil e Alemanha quanto à privacidade na internet e em outros meios de comunicação foi adotada pelo Terceiro Comitê da Assembleia Geral, que trata de questões sociais, humanitárias e culturais. A proposta será votada em dezembro pela Assembleia Geral e insta os países a tornar internacional o direito à privacidade, o que abarcaria a “vigilância extraterritorial de comunicações”. Os EUA vêm fazendo lobby contra a proposta.
Solução não será para breve
A Comissão Europeia também está agindo para reforçar as normas de privacidade e oferecer resposta à bisbilhotice americana por meio do estabelecimento de “portos seguros” para dados, que evitariam a jurisdição dos tribunais secretos dos EUA, que forçaram companhias de internet sediadas em seu país a entregar dados sobre pessoas que não são cidadãs norte-americanas.
Thomas Traumann, porta-voz de Dilma, declarou que “não estamos regulamentando o fluxo de informações, mas apenas requerendo que dados sobre brasileiros sejam armazenados no Brasil, para que fiquem sob a jurisdição de tribunais brasileiros. Isso nada tem a ver com as comunicações mundiais”.
Em abril de 2014, o Rio de Janeiro receberá uma reunião da Icann, a organização neutra que administra o sistema de nomes de domínio da internet. Está claro que essa questão não será solucionada em breve.
Por Kenneth Maxwell.
Fonte: Observatório da Imprensa
UE alerta os EUA sobre uso indevido de dados online
6 de Dezembro de 2013, 14:30 - sem comentários aindaA Comissão Europeia alertou ontem o governo dos EUA que empresas como Google, Facebook e Microsoft poderão perder a isenção, que já dura uma década, às regras europeias de privacidade se os Washington não mudarem o modo como trata os dados online dos cidadãos da União Europeia (UE). Uma análise feita pela CE do pacto “porto seguro”, que permite a empresas de tecnologia americanas operarem na Europa sem a supervisão da UE, concluiu que o governo dos EUA vem forçando de maneira inapropriada essas empresas a transferir dados sobre clientes europeus.
A análise – que será divulgada amanhã – não pede que o acordo “porto seguro” seja descartado, mas sinaliza de forma veemente que a UE vai se movimentar nessa direção se os EUA não mudarem a maneira como utilizam as informações de clientes europeus. “Os dados pessoais de cidadãos da UE enviados para os EUA sob o acordo ‘porto seguro’ podem ser acessados e posteriormente processados pelas autoridades americanas de uma maneira incompatível com os fundamentos sobre os quais os dados foram originalmente recolhidos”, afirma uma versão preliminar da análise à qual o Financial Times teve acesso. “A Comissão tem autoridade… para suspender ou revogar a decisão ‘porto seguro’ se ela não proporcionar mais um nível adequado de proteção”, acrescenta a análise da CE.
O fim do porto seguro e a sujeição das companhias de tecnologia americanas às leis de privacidade da UE provocariam muitos estragos a companhias como o Google e o Facebook, colocando-as em um imbróglio jurídico com a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) e suas requisições de dados de cidadãos da zona do euro. Sob as leis americanas, elas seriam forçadas a repassar os dados, mas ao fazerem isso, estariam burlando as regras da UE. As empresas de internet dizem que seriam forçadas a delimitar suas operações europeias e arquivar os dados sobre cidadãos europeus em novas entidades jurídicas.
Por James Fontanella-Khan.
Fonte: Observatório da Imprensa
Espionagem pode fazer empresas de TI perderem bilhões
6 de Dezembro de 2013, 14:28 - sem comentários aindaO ultraje internacional com os atos de espionagem da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) na internet está afetando as vendas globais das companhias de tecnologia americanas e prejudicando os esforços do país para promover a liberdade na internet.
As revelações de espionagem em várias partes do mundo poderão custar às empresas americanas até US$ 35 bilhões em receitas perdidas até 2016, em razão das dúvidas quanto à segurança das informações que circulam por seus sistemas, afirma a Information Technology & Innovation Foundation, um centro de estudos políticos de Washington, de cujo conselho de administração participam representantes de companhias como a IBM e a Intel. “As possíveis consequências são enormes, uma vez que nossa economia depende muito da economia da informação para seu crescimento”, diz Rebecca MacKinnon, membro emérito da News America Foundation, um grupo de estudos políticos de Washington. “É onde está cada vez mais a vantagem dos EUA.”
Qualquer contratempo no esforço americano de manter a internet aberta também poderá provocar danos diretos a companhias como a Apple e o Google, que se beneficiam das redes globais com poucas restrições nacionais.
Antiamericanismo aumentou na Alemanha
A Cisco Systems, maior fabricante de equipamentos para redes de computadores do mundo, disse este mês que as revelações envolvendo a NSA estão provocando uma certa hesitação entre os clientes de mercados emergentes. Na China, os pedidos caíram 18% nos três meses até 26 de outubro. Robert Lloyd, um diretor de desenvolvimento e vendas, disse em uma conferência telefônica em 13 de novembro que “não está havendo um impacto material, mas certamente está fazendo as pessoas pararem para repensar suas decisões”.
As revelações sobre atos de espionagem cometidos pelos EUA, vazadas por Edward Snowden, ex-colaborador terceirizado da NSA, “têm o potencial de provocar grandes danos à competitividade” de empresas americanas como a Apple, o Facebook e a Microsoft, disse Richard Salgado, diretor de aplicação da lei e segurança da informação do Google, ao Senado dos EUA em 13 de novembro. “A confiança, que está ameaçada, é essencial para essas empresas.” As revelações de espionagem estão levando governos de todas as partes do mundo a considerar “propostas que limitariam o livre fluxo de informações”, disse Salgado. “Isso poderá ter consequências indesejadas, como uma redução na segurança dos dados, aumento dos custos, menos competitividade e prejuízos para os consumidores.”
O alvoroço provocado na Alemanha deverá afetar os negócios da Akamai Technologies no país, segundo Tom Leighton, diretor-presidente desta companhia de Cambridge, Massachusetts, que ajuda clientes corporativos a fornecer conteúdo online mais rapidamente. “A situação está claramente ruim para as empresas americanas”, diz Leighton. “E está particularmente ruim na Alemanha agora, onde o sentimento antiamericano aumentou. Provavelmente vamos perder alguns negócios lá.”
Fronteiras nacionais
As companhias de tecnologia não são as únicas que enfrentam potenciais danos com o escândalo da espionagem envolvendo a NSA, afirma Myron Brilliant, vice-presidente executivo da Câmara do Comércio dos Estados Unidos em Washington. Estudos mostram que os produtos e serviços que dependem de fluxos de dados internacionais deverão acrescentar um valor estimado de US$ 1 trilhão ao ano à economia dos EUA nos próximos dez anos, observa ele. “Esta é uma questão prioritária, não só para as companhias de tecnologias e as baseadas na internet, mas também para as pequenas e médias empresas”, continua Brilliant, listando as empresas dos setores de finanças, manufatura, cuidados com a saúde, ensino, navegação “e outras áreas comumente não lembradas como companhias da internet”.
Enfrentando uma reação que já está prejudicando suas vendas na China, a Cisco Systems poderá perder negócios se o governo chinês alegar preocupações com a segurança e favorecer as companhias domésticas em um projetado aumento dos gastos com Tecnologia da Informação (TI) para US$ 520 bilhões em 2015, para aumentar as velocidades de banda nas áreas urbanas e ampliar o acesso á internet nas áreas rurais.
Uma pesquisa feita pela Cloud Security Alliance, uma organização setorial, constatou que 10% de seus associados não americanos cancelaram contratos com provedores de serviços de computação em nuvem baseados nos EUA desde maio. 56% deles disseram que a probabilidade de eles usarem um desses provedores é agora menor. “As pessoas não vão mais confiar tanto nos EUA e nas companhias americanas”, diz Jason Healey, diretor da Cyber Statecraft Initiative do Atlantic Council, um centro de estudos políticos de Washington. “Começaremos a ver o surgimento de fronteiras nacionais no espaço cibernético.”
O Brasil, por exemplo, está cogitando implementar uma legislação que passaria a exigir de empresas como o Google, o uso de centros de dados locais ou equipamentos desenvolvidos pelo governo. Uma preferência por provedores não americanos poderia afetar empresas como a Juniper Networks, que respondeu por 10% da receita com roteamento do Brasil no primeiro semestre, ou a Cisco, que detém 56% desse mercado. Na Alemanha, a Deustche Telekom é parte de uma aliança de empresas que promove um sistema que iria manter as buscas na internet e o tráfego de e-mails locais dentro do país.
Por Nicole Gaouette.
Fonte: Observatório da Imprensa
Valve, a criadora do Steam, entra para a The Linux Foundation
5 de Dezembro de 2013, 22:35 - sem comentários aindaA Valve anunciou que é uma das novas investidoras da The Linux Foundation, organização criada para impulsionar o desenvolvimento do sistema operacional.
“Através dessas iniciativas, esperamos contribuir com ferramentas para que os desenvolvedores possam construir novas experiências em Linux, incentivar os fabricantes de hardware a priorizar o suporte ao Linux e, enfim, disponibilizar uma plataforma aberta e elegante para os usuários de Linux”, disse Mike Sartain, da produtora de Half-Life, segundo o site Eurogamer.
A Valve tem mostrado um interesse crescente no Linux, uma plataforma tradicionalmente deixada de lados pelas produtoras de jogos por trabalhar com tecnologias diferentes do Windows, o que dificulta o desenvolvimento.
Em 2012 ela lançou uma versão compatível do Steam, seu serviço de venda e distribuição de jogos, e disponibilizou parte de sua biblioteca adaptada para funcionar com o sistema. Já neste ano a Valve anunciou uma linha de “videogames” próprios, as Steam Machines – caixas dedicadas à rodar e fazer stream de jogos que funcionam em cima de uma versão própria do Linux, o SteamOS.
Fonte: INFO
Snowden: Suécia espionou líderes russos a pedido dos EUA
5 de Dezembro de 2013, 22:30 - sem comentários aindaA FRA (Agência de Inteligência da Suécia) espionou líderes russos e compartilhou as informações obtidas com os EUA, trabalhando em um sistema de colaboração mútua. De acordo com novos documentos secretos vazados por Edward Snowden nesta quinta-feira, autoridades suecas também exerceram o papel de “olhos norte-americanos” na Europa.
“Além de dados da política interna, a FRA forneceu à NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) material exclusivo de espionagem da Alta Cúpula do governo russo”, comprova o documento datado de abril de 2013, citado pelo portal RT.
De acordo com a SVT (emissora sueca de televisão), os documentos secretos também relatam encontros entre diretores da FRA e NSA. Em uma das reuniões, diz o relato, os norte-americanos “agradecem o trabalho desenvolvido contra a Rússia”. “Obrigado Suécia por continuar a trabalhar nos alvos russos. Destacamos o desempenho da FRA como um dos principais parceiros de Inteligência”, aponta o documento.
A ponta do iceberg
Ao depor terça-feira (3/12) na Câmara dos Comuns do Reino Unido sobre a publicação de notícias relativas à espionagem em massa da NSA, o editor-chefe do jornal The Guardian, Alan Rusbridger, confirmou que apenas 1% das revelações contidas nos documentos do ex-analista da CIA Edward Snowden foi publicado até agora.
O editor lembrou que os documentos secretos de Snowden foram levados para quatro partes diferentes do mundo: uma ao Reino Unido, em posse do The Guardian, uma aos Estados Unidos, para o Washington Post, uma à Alemanha, para a revista Der Spiegel e uma última ao Rio de Janeiro, no Brasil, para o jornalista Glenn Greenwald, anteriormente colunista do The Guardian. Segundo ele, o jornal britânico tem um arquivo partilhado com o New York Times.
Rusbridger defendeu o posicionamento do The Guardian e afirmou aos deputados que a revelação dos documentos vazados pelo ex-analista da CIA Edward Snowden havia gerado um debate global sobre o poder das agências estatais e as fraquezas das leis e da supervisão dentro das quais elas trabalham.
Com informações de ARede.