Detenção de Julian Assange, editor do WikiLeaks, na embaixada equatoriana em Londres completa dois anos
20 de Junho de 2014, 13:40 - sem comentários aindaCompletam hoje dois anos desde que Julian Assange atravessou a porta branca da embaixada equatoriana em Londres, disfarçado, temendo ser interceptado pela polícia britânica que lhe monitorava cada passo através de uma pulseira eletrônica presa ao seu tornozelo. Já fazia então um ano e meio que Julian estava sob prisão domiciliar em uma casa no interior da Inglaterra, após começar o vazamento dos despachos das embaixadas norteamericanas que renderam tantas revelações, tantas reportagens e tanta inspiração para tanta gente. Hoje já são 1289 dias de prisão. Sem qualquer julgamento, sem qualquer condenação.
Dentro da embaixada, que fica no andar térreo de um prédio vitoriano, em frente ao templo do consumo de Londres, a loja Harrod’s, Julian ocupa duas salas: uma delas, um escritório transformado em quarto onde se amontoam suas poucas mudas de roupa, os presentes que continuam a chegar de todo lado do mundo, cartões de incentivo, livros, papeis. No outro, apenas uma tela que a equipe usa para projetar fundos diversos quando o jornalista participa por Skype de algum evento (como aconteceu no debate de encerramento do Arena Net Mundial) , uma mesa com uma enorme tela de computador e outros, pequenos, espalhados por todo lado. Não há um quintal onde Julian possa tomar sol quando ele dá o ar da graça na cinzenta Londres, e diante do escritório, cujas cortinas ficam permanentemente fechadas, um carro policial vigia, escuta, espia ostensivamente qualquer movimentação lá dentro.
A enxuta equipe do WikiLeaks continua trabalhando com ele todos os dias, mas os horários são limitados, assim como as visitas que ele pode receber: com o tempo, os rituais para visitar Julian se tornaram mais cansativos, burocráticos, mais lentos. Assim, é um tanto triste o que eu tenho a contar. Estive na embaixada algumas vezes, visitando um amigo que eu admiro pela argúcia e a coragem, que nunca vi igual. A última visita foi em novembro do ano passado. Passamos algumas horas, madrugada adentro, tomando uma vodka que lhe fora presenteada por uma das visitas que recebe quase todos os dias.
Julian estava um pouco irritado. Sua assistente Sarah Harrison estava ainda em Moscou, dando apoio a Edward Snowden, a quem conseguiu tirar de Hong Kong e levar para a Russia mesmo sem passaporte – um feito inacreditável. Estava claro que Sarah não poderia voltar a pisar no Reino Unido; poucos meses antes David Miranda, companheiro do jornalista Glenn Greenwald, fora detido por 9 horas no aeroporto sob a Lei de Terrorismo, por portar documentos de Snowden. A posição legal em que Sarah está é bastante complicada: segundo a lei, ela pode ser detida por até 9 horas, e é obrigada a responder quaisquer perguntas e fornecer quaisquer documentos e senha que tenha consigo. Não lhe é dado, sob essa lei, o direito ao silêncio. Viajar até a sua terra natal significaria, portanto, colocar em risco não só a si mesma, mas a todos do WikiLeaks e a Edward Snowden (leia o que ela escreveu sobre isso). Hoje em dia, Sarah está vivendo em Berlim, assim como Jacob Applebaum, outro hacker que colabora com o WikiLeaks e Snowden, e Laura Poitras, a documentarista que recebeu os documentos o ex-funcionário da NSA junto com Glenn Greenwald.
Isso significa que muitos dos que sempre apoiaram Julian estão afastados do seu claustro em Londres. Os dias tornam-se cansativos, e o jornalista às vezes se sente “em solitária de fato por 9,10 horas por dia”, como me disse uma vez. O prolongamento da detenção prévia, como sempre, o tem empurrado ao trabalho frenético – hoje o WikiLeaks publicou documentos sobre um acordo multilateral secreto que propõe a liberalização dos serviços (TISA) em 50 países e em breve Julian vai lançar um livro sobre o Google – mas também a uma solidão difícil de suportar. Pela primeira vez, eu temo pelo meu amigo.
No ano passado o Reino Unido decidiu encerrar o grupo de trabalho que tinha como objetivo negociar com o governo equatoriano o impasse que o mantém trancado naquelas duas salas: o Equador deu asilo a Julian, mas a Inglaterra se nega a dar o salvo-conduto para ele viajar para a América do Sul. A esperança, se era pequena, ruiu. Em resposta, na última semana o presidente equatoriano Rafael Correa disse a jornalistas: “Estão atentando contra os direitos humanos de uma pessoa”.
Outra voz reiterou essa semana a enorme violação de direitos humanos que a situação apresenta. Uma coalizão de organizações de advogados Associação de Juristas Americanos, a Associação Europeia de Advogados pela Democracia e Associação dos Advogados da Índia entregou um relatório analisando as condições da detenção prévia de Assange à Comissão de Direitos Humanos da ONU. O relatório critica o excesso de poder do ministério público na Suécia: “Primeiro, os procuradores rotineiramente colocam os suspeitos em prisões preventivas longas, isoladas, ou sem explicação. (…) Estatísticas recentes mostram que a Suécia está entre os piores países europeus em prisões preventivas”. O documento também aponta que “nos casos em indivíduos sob investigação estão fora da Suécia, os procuradores aceitam tomar seu depoimento remotamente em alguns casos, mas não em outros. As decisões sobre fazer ou não um interrogatório remoto são feitas sem qualquer explicação ou base coerente”. No caso de Assange, a acusação negou a oferta de realizar o interrogatório na embaixada, ou por Skype. Leia aqui o documento completo.
O relatório, que recomenda mudanças no código penal sueco, será usado como base para os advogados de Assange entrarem com um pedido na Justiça sueca demandando a extinção do pedido de extradição e da detenção prévia, que já dura 3 anos e meio. O caso de Julian é o mais extenso caso de detenção sem julgamento na Justiça sueca.
Enquanto isso, o governo brasileiro jamais tomou uma postura proativa diante do impasse do Assange, cada dia mais claramente uma questão de violação grave de direitos humanos. O primeiro governo a defender o jornalista – ainda sob o comando de Lula, em 2010 – jamais se ofereceu para mediar o impasse diplomático que envolve o país vizinho. Algo que o Itamaraty mais que provou que tem competência e condições de fazer. Só não tem vontade.
Por Natalia Viana.
Fonte: Agência Pública
Vírus para Android usa nome do Google Play para roubar dados
19 de Junho de 2014, 16:32 - sem comentários aindaNão são poucos os vírus para Android, mas alguns se destacam pelas táticas usadas para enganar os usuários. Um deles chamou a atenção da empresa de segurança FireEye, que descobriu um malware que se disfarçava como um ícone da Google Play Store logo na tela inicial do dispositivo.
Ao se instalar no aparelho, o aplicativo, que solicitava permissões de administrador, apresenta dois pop-ups: “Erro do Programa” e depois “Este foi deletado”. No entanto, a partir deste momento, o vírus se espalha pelo sistema com códigos criados para roubar mensagens SMS, certificados e senhas bancárias.
Embora a tática seja inteligente, é importante observar que o cibercriminoso não foi exatamente cuidadoso na hora de fazer isso. O aplicativo tem o nome de “Googl App Stoy”, o que deveria levantar desconfianças imediatamente. Por isso, vale ressaltar a necessidade de atenção sobre o que é instalado no seu celular, principalmente se a origem do app não é o Google Play.
A empresa diz que a partir do momento da instalação, o usuário não conseguiria mais removê-lo do celular, já que o malware continua operando como serviços de fundo. É até possível interromper suas funções, mas após a reinicialização do celular, tudo voltava ao estado inicial.
Fonte: Olhar Digital
Na Copa de velocidade da internet, Brasil é 4º pior
19 de Junho de 2014, 16:27 - sem comentários aindaA Copa do Mundo já está rolando e, como não poderia deixar de ser, a seleção brasileira é favorita ao título de campeã mundial de futebol por jogar em casa e ter um bom time. Também não é novidade que o país carece de muitas outras coisas que não são o futebol. Uma delas é a internet.
Com base nos relatórios mais recentes da empresa americana de internet Akamai, referentes ao último trimestre de 2013, o Olhar Digital criou a Copa do Mundo de Velocidade da Internet, que leva em consideração os relatórios periódicos da empresa.
As regras são simples: observamos a velocidade média de internet dos países participantes do torneio e organizamos uma tabela, com a conexão mais rápida em primeiro lugar, e a mais lenta em último. Os resultados podem ser conferidos abaixo:
Os resultados não têm muito a ver com o que se espera nos gramados. A Coreia do Sul lidera com muita folga, seguida de Japão, também sem muita tradição no futebol. O terceiro lugar fica com a Holanda, primeiro país com grande história no esporte a aparecer no ranking.
Na ponta de baixo, temos um vergonhoso 24º lugar para o Brasil, que fica como quarta pior internet entre os participantes da Copa. O país só não fica atrás de Costa Rica, Irã e Argélia. Este último fica com o posto pouco honroso de pior internet entre os país no Mundial de futebol.
Vale observar que a Akamai não disponibiliza informações de Camarões, Costa do Marfim, Honduras, Nigéria e Gana, que, portanto, não figuram no ranking.
Fonte: Olhar Digital.
Facebook cria hardware open source que pode desbancar Cisco
19 de Junho de 2014, 16:15 - sem comentários aindaO Facebook já deixou de ser uma empresa exclusivamente de software; após lançar, com a HTC, um “Facebook Phone”, e a compra da Oculus VR, dá para perceber que empresa está entrando no mercado de hardware, que é altamente competitivo. A empresa não tem, entrentanto, o intuito de ganhar dinheiro com vendas, mas de economizar em infra-estrutura e, de quebra, ainda pode desbancar a Cisco, fabricante de produtos de rede profissionais.
A rede anunciou o lançamento do Wedge, desenvolvido dentro do OCP (Open Compute Project), um tipo de switch ethernet que deixa funções como segurança para serem gerenciados por software fora do dispositivo, o que diminui o custo dos switches e os torna mais fáceis de utilizar. Segundo Mark Zuckerberg, apenas com a criação do Wedge, a empresa já economizou US$ 1 bilhão.
Atualmente, a Cisco domina o mercado de switches, vendendo hardware proprietário para servidores. No entanto, estima-se que as margens de lucro da empresa sobre seus produtos seja de mais de 60%, o que suscita em outras empresas a vontade de se desvencilhar da marca para projetos de grandes servidores e sistemas de rede.
O verdadeiro risco à Cisco vem do fato de que os produtos do OCP são open source, ou seja: qualquer outra empresa pode copiar o projeto, modificar o que for necessário, e contratar alguém para fabricar os novos produtos feitos sob medida. Isso pode ser um grande golpe contra a dominância da Cisco no mercado.
Fonte: Business Insider e Olhar Digital.
Anatel aprova norma que tornará ligação entre operadoras de celular 90% mais barata no Brasil
19 de Junho de 2014, 16:06 - sem comentários aindaO Conselho Diretor da Anatel aprovou hoje, 18, em sua reunião, norma que resultará na redução dos valores máximos das tarifas de uso de rede da telefonia fixa (TU-RL), dos valores de referência de uso de rede móvel da telefonia móvel (VU-M) e de Exploração Industrial de Linha Dedicada (EILD), com reflexos nos preços pagos pelos usuários dos serviços.
A partir da vigência dessa norma, essas tarifas e valores estarão referenciados a custos, e serão reduzidas gradativamente até o nível de custo eficiente de longo prazo.
Quanto às reduções esperadas, até 2019 a VU-M deverá reduzir-se em mais de 90%, quando atingirá um valor médio em torno de R$ 0,02 (dois centavos de real). Hoje o valor médio de VU-M está em torno de R$ 0,23 (vinte e três centavos de real). Esta redução de preços de interconexão deverá se refletir nos preços dos serviços de telefonia ofertados pelas empresas ao consumidor, pois haverá aumento da competição no setor. Também são esperadas reduções significativas nas tarifas fixas (TUs) e valores de EILD.
As reduções nos valores de interconexão deverão impactar, também, os preços das chamadas fixo-móvel, que deverão reduzir-se substancialmente.
A orientação a custos dos valores e tarifas de interconexão é importante, ainda, para diminuir o chamado “efeito clube”. Com valores de interconexão altos, as chamadas para outras operadoras acabam se tornando caras. Assim, parentes ou amigos precisam ter o chip de uma mesma operadora para aproveitar os preços reduzidos de chamadas on-net.
Com a medida deliberada hoje, espera-se que os preços off-net (para telefones fora da operadora de origem) se tornem mais próximos dos preços on-net. Assim, o consumidor não precisará de vários aparelhos celulares ou vários chips em um mesmo celular para realizar chamadas para outras operadoras a preços mais próximos às chamadas on-net.
A orientação a custos das tarifas e valores de referência também é de fundamental importância para a Agência no cumprimento das políticas públicas e no estímulo à competição e à eficiência na prestação dos serviços, contribuindo para o aperfeiçoamento da regulação setorial.
Para tomar tal decisão, o Conselho Diretor baseou-se nos estudos desenvolvidos no âmbito do contrato firmado em 2011 entre a Anatel e o consórcio das empresas consultoras Advisia, Analysis Mason e Grant Thornton. Esse trabalho foi contratado por meio de licitação internacional realizada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
Após analisar as reduções dos valores de interconexão praticadas em outros países, sobretudo da Europa, América Latina e África, que experimentaram impactos muito positivos para os consumidores em termos de redução de preços e aumento de investimentos no setor, o Conselho Diretor determinou que as tarifas de uso de rede da telefonia fixa (TU-RL) e os valores de referência de rede móvel (VU-M) sejam orientados a custos em 2016 e alcancem patamares de custos de uma empresa eficiente em 2019. Para EILD, o prazo de convergência para custos eficientes será em 2020.
O Conselho Diretor analisou, ainda, os impactos das reduções de VU-M já implementadas em 2012 e 2013, não constando impactos negativos para o setor, bem como redução de investimentos ou lucros das empresas.
As reduções nas tarifas de interconexão móvel seguem a política estabelecida pela Agência no PGMC – Plano Geral de Metas de Competição, que determinou reduções graduais até 2015. As reduções decididas hoje abrangem o período de 2016 a 2019.
Fonte: Anatel