Você acha que usa a internet, mas é usado por ela
27 de Setembro de 2013, 8:01 - sem comentários aindaUm longo processo de percepção de Bernardo Carvalho, 53, virou urgência em seu novo romance, “Reprodução” (Companhia das Letras).
Aos 20 anos de carreira, o autor que se firmou entre os grandes ficcionistas do país com obras como “Nove Noites” (2002) e “O Filho da Mãe” (2009) escreveu aquele que considera seu título mais político, a partir do cenário “libertário” e ao mesmo tempo “cheio de ódio” da internet.
O protagonista, identificado como “o estudante de chinês”, é o que Carvalho define como um típico comentarista de sites, que reproduz informações desconexas entendidas superficialmente.
O personagem não terá chance de comentar sites ao longo do livro, já que, na maior parte dele, estará num depoimento à polícia, após se envolver num imbróglio que não entende bem. Sua personalidade virá à tona num diálogo do qual só se ouve sua voz, transformando-se em monólogo com toques de humor, mas incômodo.
“A literatura passou a ser pautada pelo gosto da média. Mas literatura é reflexão, não só contar uma história. Sempre tive interesse em fazer uma literatura disfuncional”, diz Carvalho. Leia trechos da entrevista com o autor.
Não é de hoje que você questiona uma “banalização” promovida pela internet. Como essa ideia virou livro?
Bernardo Carvalho – Tive um processo longo de percepção de uma fascistização do mundo, de um jeito ambíguo, porque as pessoas criam o fascismo achando que estão encontrando a liberdade. A internet é libertária, democrática, mas também faz você entregar sua privacidade e se relacionar com corporações como se fossem Deus ou a natureza. Elas dizem: “Você não precisa pagar nada”. E você se entrega acriticamente, porque a ideia de não fazer esforço é sedutora. E há o narcisismo, a exposição no Facebook, que pega um ponto central. É perverso, a conquista vai em pontos frágeis da psique, você se sente uma celebridade. Do ponto de vista político, você acha que está usando, mas está sendo usado. O livro expressa esse desconforto.
Na sua opinião, a internet apenas reflete um comportamento humano ou o reforça?
B.C. – Talvez tenha acirrado algo que sempre existiu em potencial. Você não tem privacidade, mas pode ter anonimato, o que permite uma manifestação de imbecilidade sob a proteção do anonimato.
Estava incomodado com isso e pensei nesse narrador que representa o ódio absoluto, o anonimato da internet.
No livro há uma frase do [filósofo espanhol] Ortega y Gasset: “Todo povo cala uma coisa para poder dizer outra. Porque tudo seria indizível”. O personagem tem a informação absoluta, mas nada do que ele diz quer dizer muito.
Não adianta você saber um monte de coisas, ser informado na superficialidade midiática sem uma compreensão do mundo. Você só reproduz, não consegue mais produzir.
Comentaristas de sites em geral focam a política nacional, algo que não aparece abertamente no livro, com apenas uma menção às manifestações. Você evitou tratar disso?
B.C. – O livro não é jornalístico, não está atado ao presente. Poderia falar de Dirceu, Mensalão, mas o central para mim hoje são os evangélicos, a religião interferindo no poder, e isso é o cerne do livro. Sobre manifestações, fui a três. A primeira, da [avenida] Brigadeiro Faria Lima [em 17/6], era classe média, bonitinha, o Brasil não estava representado ali. Dias depois teve a da [avenida] Paulista e tinha de tudo, sobretudo uma plataforma contra a corrupção, o que é estranho, porque todos são contra a corrupção.
Notei um ódio no qual reconheci esse anônimo da internet. Pensei: “Não quero ser identificado como um deles nem ser governado por quem eles queiram como representante”. O ícone dessa gente é Marina Silva, e não quero ser representado por ela.A terceira manifestação, contra o Feliciano, não tinha nem mil pessoas. Era um tema urgente, gravíssimo, e aí a sociedade não participou.
O protagonista cita os “colunistas” da mídia, que, nota-se, alimentam o ódio dele. Pensou em alguém específico?
B.C. – Isso resume várias pessoas. É uma grosseria de pensamento, gente que fala como se falasse com crianças. O problema não é ser colunista de direita, é o tipo de argumento primário e fácil de ser derrubado. O negócio é no grito porque é insustentável.
E isso produz best-sellers no Brasil. Há uma espécie de inconsequência política que está no discurso desse personagem. A burrice era privada, mas agora é pública.
O modo como diz isso ao leitor é incômodo, nesses diálogos que surgem como monólogos. Por que optou por essa forma?
B.C. – A literatura passou a ser pautada pelo gosto da média. Mas literatura é reflexão, não só produto de consumo, não só contar uma história. Tem um elemento de rebeldia, de criação. Não sei se incomoda, mas esse livro me deu prazer de fazer e me dá prazer de ler. Há uma coisa engraçada no discurso do ódio.
Não tenho clareza do que o livro representa, mas é algo político como nunca fiz, tem um humor que nunca tive. Sempre fui contra a literatura política, atrelada, mas desta vez tinha uma urgência. O livro não busca uma solução. É uma visão trágica das camadas de possibilidades.
Faz 20 anos que você lançou seu primeiro livro, Aberração. Como compara o escritor que é hoje àquele de 1993?
B.C. – Quando comecei, queria tentar uma literatura que não reconhecia à minha volta. Minha literatura sempre teve uma coisa de briga, de ser do contra, mas também sempre tive a ambição natural de querer ser lido.
Hoje vejo uma estruturação da recepção da literatura, baseada numa hegemonia do gosto e das vendas. Isso reduz no mercado a brecha de uma experimentação, a chance de erro, uma herança anglo-saxã, na qual experimental é um livro malfeito. A infantilização do público tem a ver com a internet e também com uma literatura que entrega o que você quer. Sempre quis criar algo disfuncional, isso continua comigo.
Por Raquel Cozer.
Com informações do Observatório da Imprensa.
Comemoração tem 30 anos de GNU no Garoa Hacker Clube
27 de Setembro de 2013, 7:46 - sem comentários aindaDia 28 de setembro celebraremos o trigésimo aniversário do Sistema GNU, mais conhecido por sua versão utilizando o núcleo Linux, o GNU/Linux.
Esse encontro ocorrerá junto ao hackaton comemorativo no MIT, e teremos um projetor para assistirmos à transmissão ao vivo de lá, onde Richard Stallman falará ao público.
Clique aqui para ver como chegar.
Programação
13:00 às 15:00 – Almoço com GNU
15:00 às 18:00 – Installfest, palestras relâmpago, debates e hacking
18:00 às 19:30 – Palestra do Stallman no MIT (ao vivo)
19:30 às 20:00 – Festa de encerramento, cerveja boa
Com informações de Garoa Hacker Clube.
Evento: abertas as inscrições para o V Fórum de Tecnologia em Software Livre
26 de Setembro de 2013, 22:11 - sem comentários aindaAs inscrições para o V Fórum de Tecnologia em Software Livre estão abertas.
Em sua quinta edição, o Fórum será realizado de 24 a 25 de outubro na cidade de Curitiba, PR. O evento será composto por minicursos, oficinas, workshops, painéis e palestras proferidas por convidados de grande renome na área tecnológica.
Objetivo do evento:
- Demonstrar a qualidade e o crescimento regional na área tecnológica;
- Incluir a cidade de Curitiba no calendário nacional de eventos de Software Livre;
- Promover e estimular o compartilhamento de experiências entre comunidades de Software Livre e empresariado visando maior integração entre as partes;
- Promover o uso e o desenvolvimento de software livre e de código aberto como alternativa econômica a pequenos, médias e grandes empresas, sobre as tradicionais soluções proprietárias de custos de licença elevados;
- Estimular o desenvolvimento de tecnologia local com o uso do software livre, seja no campo empresarial, junto à administração pública ou ainda no âmbito acadêmico e comunitário;
- Oferecer aos participantes um momento de socialização envolvendo a temática do evento.
Detalhes em http://www.ftsl.org.br/.
Projeto GNU: aniversário de 30 anos
26 de Setembro de 2013, 22:02 - sem comentários aindaHoje, dia 27 se setembro, é aniversário de lançamento do Projeto GNU.
O anúncio pode ser visto aqui: http://www.gnu.org/gnu/initial-announcement.pt-br.html
Richard Stallman enviou o email numa terça-feira às 12:35:59, hora local (no Brasil 13:35:59).
Com informações do Projeto GNU.
Vem aí o GNUGRAF 2013
26 de Setembro de 2013, 7:13 - sem comentários aindaO maior evento de Computação Gráfica Livre já tem data marcada e local de realização. Em sua sexta edição, o GNUGRAF será realizado nos dias 27 e 28 de setembro de 2013, na Fundação Pública Municipal Educação Niterói (http://www.educacaoniteroi.com.br/).
Para quem ainda não conhece o GNUGRAF, ele é o primeiro evento de computação gráfica com software livre do Brasil. O evento é totalmente direcionado para profissionais da área de Áudio, Animação, Vídeo, Produção Gráfica e Design de Jogos.Uma das filosofias do GNUGRAF é dar a oportunidade aos profissionais dessas áreas, demostrarem seus trabalhos, interagir com o público e trocar experiências com outros profissionais.
A estrutura do evento conta com mais inúmeras palestras e minicursos ministrados em 2 dias, tudo de graça para o público.
Serviço:
Data: 27/09/2013 e 28/09/2013
Local: R. Visc. do Uruguai, 414 - Centro - Niterói – RJ – 24030-079
Saiba mais em http://www.gnugraf.org.