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Fr3d vázquez

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Desalento

15 de Agosto de 2014, 9:14 , por Fr3d vázquez - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Licenciado sob CC (by-nc-sa)

Às vezes oiço rir, é ’ma agonia
Queima-me a alma como estranha brasa
Tenho ódio à luz e tenho raiva ao dia
Que me põe n’alma o fogo que m’abrasa!

Tenho sede d’amar a humanidade…
Eu ando embriagada… entontecida…
O roxo de maus lábios é saudade
Duns beijos que me deram n’outra vida!

Ei não gosto do Sol, eu tenho medo
Que me vejam nos olhos o segredo
Que só saber chorar, de ser assim…

Gosto da noite, imensa, triste, preta,
Como esta estranha e doida borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!

 

Florbela Espanca


Tags deste artigo: poesia luta negritude mulher

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