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#PT45Anos: Ainda Estamos Aqui! (Por Selvino Heck)

10 de Fevereiro de 2025, 18:33 , por Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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10 de fevereiro de 1980, fundação do Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. 10 de fevereiro de 2025, 45 anos depois, o PT está vivo.

1980: eram anos de ditadura militar. Democracia estava sob ameaça total, com mortes, perseguição, tortura, prisões, exílio. Só havia dois partidos legalizados e permitidos: ARENA, o partido da ditadura, MDB, o partido da resistência democrática consentida.

Ao mesmo tempo, aconteceram as greves dos metalúrgicos do ABC, dos bancários e da construção civil em Porto Alegre, surgiram as Oposições Sindicais, o sindicalismo combativo, que resultaram na fundação da CUT em 1983. Havia as CEBs, Comunidades Eclesiais de Base, a partir de 1966, e Pastorais como a CPT, Comissão Pastoral da Terra, de 1975, a PJ, Pastoral da Juventude, em 1970, o CIMI, Conselho Indigenista Missionário, em 1972, a PO, Pastoral Operária, em 1970. Durante o 1º Encontro de CEBs do Rio Grande do Sul, acontecido em 1979 em São Gabriel, em 7 de setembro, o saudoso Irmão Antônio Cecchin anunciou aos participantes: “Acabou de acontecer a ocupação das fazendas Macali e Brilhante em Ronda Alta”. Foi o início de uma grande jornada de lutas, Acampamentos e Ocupações, que resultaram no MST e outros movimentos do campo.

As CEBs e a PJ, especialmente através do CETA, Centro de Treinamento para a Ação, e do seu Movimento dos Peregrinos, com seus processos de formação através dos Cursos de Base por todo Rio Grande do Sul, o COM, Centro de Orientação Missionária, e o CECA, Centro Ecumênico de Capacitação, em Caxias do Sul eram os principais espaços de mobilização, articulação e formação da militância em geral. Formaram-se comunidades de religiosas os e jovens nas periferias e vilas populares, em Caxias do Sul, nas vilas da Lomba do Pinheiro, da Grande Cruzeiro e bairro Glória, em Porto Alegre, no Bairro Mathias Velho em Canoas, no Bairro Fátima em Cachoeirinha, no bairro Coronel Brito em Venâncio Aires, em Gravataí, São Leopoldo, em Ronda Alta e muitos outros lugares de todo Rio Grande do Sul. 

Quando surgiu o debate e a possibilidade da criação de novos partidos, as lideranças da Lomba do Pinheiro reuniram-se na minha casa, Vila Santa Helena, parada 12, e depois na casa do seu Cantílio, liderança comunitária e da Oposição da construção civil, na Vila São Pedro, parada 13. E decidiram entrar no Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores, com a criação do Núcleo do PT da Lomba do Pinheiro, para o necessário debate político, a formação e articulação das ações e mobilizações, comunitárias e sindicais, em especial. E assim aconteceu em muitos lugares nas vilas populares, nas periferias, em diferentes categorias profissionais, como metalúrgicos, bancários, sapateiros, professores, agricultores familiares e assim por diante.

Era um partido movimento, até porque não tinha parlamentares, nem estava em governos. Nas eleições de 1982, o PT elegeu um único vereador em todo Rio Grande do Sul. Mesmo assim, nos anos 1980, organizou a mobilização das Diretas-Já e da Constituinte, a construção da CUT, do MST, a luta da redemocratização, até eleger os primeiros deputados federais e estaduais gaúchos em 1986.

Os desafios nos 45 anos do PT são muitos, num país que não tem registro de partidos consolidados com décadas de história: (re)construção dos Núcleos de Base, hoje chamados de Núcleos de Vivência, Estudos e Lutas, processos amplos de formação como os construídos nos últimos anos através do Projeto Nova Primavera. É a Formação na Ação, como se fala na Lomba do Pinheiro em 2025: formar e agir, agir e formar ao mesmo tempo. O PT precisa ser mais Movimento e não só Instituição. É fundamental, num mundo convulsionado e em profunda crise, discutir um Projeto estratégico de sociedade, com ampla unidade do campo democrático-popular.

2025 é ano-chave, na celebração dos gloriosos 45 anos do PT: luta e defesa das trabalhadoras e dos trabalhadores, construção de uma sociedade com democracia, paz, direitos, democracia, uma sociedade socialista. O debate sobre 2026 fica para 2026. É tempo de construir políticas públicas com participação popular. 

 O PT está vivo e vai continuar na boa luta, com fé, coragem e ESPERANÇAR.

Selvino Heck

Deputado estadual constituinte do Rio Grande do Sul (1987-1990)

Presidente do PT do Rio Grande do Sul (1990-1993)

Em sete de fevereiro de dois mil e vinte cinco


Fonte: https://luizmuller.com/2025/02/10/pt45anos-ainda-estamos-aqui-por-selvino-heck/

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