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Tecnologia

25 de Fevereiro de 2014, 16:05 , por Blogoosfero - | No one following this article yet.
Licenciado sob CC (by)

Nova versão da plataforma livre para o mapeamento de iniciativas em agroecologia

4 de Abril de 2018, 21:52, por Marcelo Soares Souza

Mapa da agroecologia
A plataforma Mapa da Agroecologia, uma ferramenta livre que permite o mapeamento de iniciativas em Agroecologia, disponibilizou uma nova versão. Esta traz correções e melhorias diversas, incluindo aprimoramentos na interface, adição de novos campos e a opção de tradução da interface (Português, Espanhol e Inglês).

A plataforma esta em constante evolução e é livre, estamos sempre buscando parceiros para aprimorar o sistema, não somente fornecendo informações sobre os locais que já realizam experiências em agroecologia mas com sugestões e dicas de como melhorar a plataforma em si. Por ser um Software Livre você pode contribuir com código, documentação e tradução da interface.

Esta plataforma esta disponível como Software Livre, sobre a licença GPLv3, e foi oficialmente apresentada durante o VI Congresso Latino-americano de Agroecologia (#Agroecologia2017) que ocorreu em Brasília, DF em 2017.

Conheça a Plataforma em funcionamento em https://mapadaagroecologia.org/ e adicione o Local e a Experiência que esta realizando para que possamos fomentar novas redes de colaboração.

Através do código-fonte é possível customizar a plataforma e implantá-la em qualquer iniciativa que deseje mapear experiências de agroecologia no Brasil.

O Código-fonte esta disponível em https://gitlab.com/ITBio3/agroecologia e foi desenvolvido utilizando Ruby on Rails.



Sob controle da Boeing, destino da Embraer é o da FNM

25 de Dezembro de 2017, 11:02, por Blogoosfero

Pobre do povo que prefere debater a celulite de uma cantora pop a defender a soberania do país e sua maior empresa aeronáutica, resultante de mais de 70 anos de investimentos públicos em tecnologia!

Azul brasil2

Ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, a Embraer não foi a primeira incursão de grande envergadura no campo aeronáutico, feita pelo Brasil.

Por Luiz Carlos Lima*

Em 1942 o governo do presidente Getúlio Vargas, sob a inspiração do então coronel Guedes Muniz, criou a Fabrica Nacional de Motores – FNM (FeNeMê) em Xerém, distrito de Duque de Caxias no Rio de Janeiro. A idéia era produzir motores de aviação para viabilizar a nascente indústria aeronáutica que era obrigada a importar os motores e com a guerra prolongada tornara-se artigo raro e caro.

A aliança entre Vargas e Roosevelt permitiu a viabilização da fábrica, juntamente com a Companhia Siderúrgica Nacional em troca da instalação de uma base em Natal, no Rio Grande do Norte.

Os primeiros motores produzidos pela FNM foram uma versão dos motores radiais Curtiss-Wright R-975 e equiparam um avião Vultee em 1946. É importante lembrar que o Brasil contava à época com a fábrica de aviões em Lagoa Santa, Minas Gerais onde foram montados os T 6, a Fábrica do Galeão, no Rio de Janeiro, que produziu os bombardeios bimotores Fock-Wulf B 52 e uma industria privada, a Companhia Aeronáutica Paulista, que produziu os famosos Paulistinhas. Portanto, produzir motores era essencial para a capacidade do país se defender e garantir sua soberania, especialmente num cenário internacional como da segunda guerra mundial.

Findo o conflito, nosso aliado tem grande sobra de material de guerra inclusive motores de aviação. Por outro lado, Getúlio Vargas já havia caído e com ele sua política nacionalista. O novo governo do presidente Eurico Gaspar Dutra, de inspiração liberal eleito em 1946, optou por abandonar o esforço em dominar a produção de motores de aviação e comprar a preços módicos o estoque norte-americano.

Morreu aí a FNM produtora de motores de aeronaves. Hoje os aviões produzidos no Brasil importam seus motores de fábricas inglesas ou norte-americanas.

Mas as primorosas instalações da FNM em Duque de Caxias não foram fechadas. Guedes Muniz iniciou a produção de bens de consumo, máquinas agrícolas e finalmente caminhões. Primeiro fez uma associação com a Isotta Fraschini e posteriormente com a Alfa Romeo para a produção de caminhões pesados no Brasil.

Aos poucos se tornou uma marca reconhecida em todos os cantos do país com caminhões adaptados às condições brasileiras e dominaram nossas estradas nas décadas de 1950 à 1970.

Além dos caminhões pesados, a fábrica produzia ônibus e em 1960 lançou um automóvel sedã bastante avançado, o FNM 2000 JK em homenagem ao presidente Juscelino Kubitschek. Era uma autêntica marca nacional – apelidada pelo povo de FeNeMê.

Apesar do fracasso inicial com a produção de motores aeronáuticos, por decisão governamental alinhada aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos, a FNM firmou-se como um símbolo da industrialização brasileira concebida no ciclo Vargas – com forte ação do Estado: Petrobras, Companhia Siderúrgica Nacional, FNM e Vale do Rio Doce.

Veio o golpe militar de 1964 e colocou uma pá de cal na marca brasileira de automóveis, caminhões e ônibus. Em 1968, em negociação secreta, o governo de Costa e Silva transferiu o controle da FNM para a italiana Alfa Romeo – até então parceira tecnológica da empresa. A marca desapareceu em uma década.

Nunca mais o Brasil conseguiu consolidar uma marca própria competitiva no ramo automobilístico, apesar do esforço de gente como João Gurgel, Agrale e das fábricas de esportivos e utilitários. Hoje o mercado brasileiro é dividido entre multinacionais de várias origens – norte americanas, suecas, alemãs, japonesas, francesas, coreanas, francesas, chinesas....

O Brasil detém uma das três grandes indústrias de aviões do ocidente, até agora, fruto de uma visão cuja origem é a velha política nacionalista de Getúlio Vargas, implantada com o Brigadeiro Montenegro criado do CTA e ITA que permitiu a constituição do grupo de trabalho que resultou na produção do Bandeirante e da Embraer.

Se vingar esse negócio teremos mais uma FNM.

Luiz Carlos de Lima é Professor, ex-secretário de educação de São José dos Campos



A internet realmente existente pertence ao capital financeiro

8 de Agosto de 2017, 12:40, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Recentemente o site Tecmundo publicou artigo baseado na tradução de uma entrevista concedida por Peter Sande, co-fundador do PirateBay ao site de The Next Web onde ele afirma categoricamente "perdemos a internet para os capitalistas"

Sem internet hoje

Praticamente na mesma época das declarações de Sande, o pesquisador brasileiro Marcos Dantas1, elaborou a Comunicação A internet realmente existente: entre o capital financeiro e a regulação público-estatal apresentada no Painel "Capitalismo financiero y Comunicación", durante o X Congresso Internacional da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura (ULEPICC), Quito (Equador) em 13/07/2017, onde demonstra com dados concretos o tamanho da dominação e concentração capitalista existente na internet atual.

Dantas nos mostra que o valor de mercado "das mais importantes plataformas de internet atingiu USD 3,9 trilhões (COM 2016). Esses números mostram que a internet já se tornou definitivamente um grande negócio. Se, até alguns anos atrás, ainda se visualizava essa emergente tecnologia como um novo espaço aberto para a construção de uma democrática esfera pública cidadã, hoje em dia já não deveria mais haver dúvidas de que a internet tornou-se mesmo, acima de tudo, uma grande praça de mercado (ou "marketplace" como se pode ler em diversos relatórios e estudos político-econômicos internacionais sobre a sua recente evolução), com os problemas ou soluções daí decorrentes.

Esse mercado é basicamente dominado por um punhado de grandes corporações estadunidenses, identificadas pela sigla GAFA: Google, Amazon, Facebook, Apple. No entanto, também tem-se observado a crescente presença nele de corporações chinesas, a exemplo da Alibaba, não esquecendo a liderança japonesa e coreana nas plataformas de videojogos."

Dentre os vários aspectos pesquisados por Dantas, tais como a praça de mercado, os aplicativos para celulares, a remuneração da plataformas, propriedade dos dados, privacidade, liberdade, controle. concentração, etc nos chamou atenção o fato de, praticamente, as mesmas empresas do setor financeiro controlarem parte significativa das empresas e plataformas de internet.

Segundo Dantas, a Verisign, empresa privada gestora do computador-raiz do registro de domínios ponto com, empregando pouco mais de mil pessoas, em 2014, obteve receita total de USD 1 bilhão e seu lucro líquido foi de USD 355,3 milhões. "Pouco mais de 61% do capital dessa empresa estão nas mãos de seis instituições financeiras: T. Rowe Price (16,5%), Capital World Investors (14,2%), o muito conhecido Warren Buffet (11,9%), The Vanguard Group (7,6%), BlackRock (5,9%), New Perspective Fund (5,3%). Ou seja, gerir a internet é um negócio altamente lucrativo para o capital financeiro."

Não bastasse isso, Dantas demonstra que "A VeriSign não é exceção mas regra no mundo da internet. No Facebook, 1.435 instituições financeiras, fundos mútuos de investimento ou outros investidores institucionais ou individuais detém 68% do capital social. Quase 30% estão nas mãos da T. Rowe Price (3,1%); Vanguard (6,4%); FMR, LLC (5,6%); State Street (3,9%); Morgan Stanley (1,2%); Fidelity (2,17%). No Google, somam-se 1.701 instituições e investidores que detém 73,1% do capital social. Mas os nomes dominantes, com cerca de 28% do capital total, quase se repetem: T. Rowe Price (2,94%); Vanguard (5,5%); FMR, LLC (4,1%); State Street (3,5%); Capital Research (1,3%); Fidelity (1,3%) etc."

"O típico dessa época já não são empresas que se entregam a uma "livre" concorrência, no interior de cada país e também entre os diferentes países; são sindicatos de empresários, trustes detentores de monopólios. O "soberano" de hoje já é o capital financeiro, particularmente móvel, e flexível , cujos fios se emaranhamtanto no interior de cada país como no plano internacional , que é anônimo e não tem vínculo direto com a produção, que se concentra com umafacilidade extraordinária - e que já é extremamente concentrado, visto que algumas centenas de multimilionários e de milionários detêm positivamente, em suas mãos, a sorte atual do mundo inteiro" 2

Infelizmente, muita gente de boas intenções e índole, ainda acredita que as chamadas redes socio-digitais norteamericanas sejam praças de democracia e liberdade de expressão, quando há muito tempo se tornaram praças de mercado onde o produto é o usuário e o (des)conhecimento deste a moeda de troca entre as corporações financeiras.

E como conclui Peter Sande "Nós estamos fumando nossas vidas em produtos de Big Data, e agora não conseguimos parar".

Quer saber mais sobre este e outros temas ligados a Liberdade de Expressão, Cibervigilância, Ciberguerra, Trabalho Gratuito na internet? Clique nos links abaixo:

Comunicação-2017_texto-final-1.pdf

Colaboração e Liberdade: estratégias de desenvolvimento tecnológico nacional

A Internet morreu! Viva a Internet!

Ciberguerra potencializa guerra informacional

Você sabe quem invade seu computador???

O caso Snowden e a espionagem que chegou ao Brasil

Geopolítica da espionagem: as Ramificações do Caso Edward Snowden

Las garras del Imperio sobre América Latina y el Caribe I y II

Como entender essas denúncias de vigilantismo global

500 años pra quê? 

Web precisa ser repensada para impedir espionagem, diz criador

Sem #neutralidadedarede não tem nem Internet nem Liberdade de Expressão!!!

La Primera Ciberguerra Mundial

Uma sociedade livre

Blogoosfero: quem somos nós? - Entrevista com Sérgio Luis Bertoni

Redes Informáticas: Mentiras, bromas, engaños y cadenas en Internet

Dilma, el espionaje electrónico y un cambio de paradigma

Teles não querem neutralidade da rede garantida por lei

Europa também põe neutralidade de rede em lei

Marco Civil da Internet: o Brasil na vanguarda mundial

Aprovado no Senado, Marco Civil da Internet segue à sanção da Presidenta Dilma!

Marco Civil: Dilma diz que texto será enviado à ONU

Sem #MarcoCivil da Internet apenas os ricos terão acesso ao conhecimento e à informação

«10 de métodos modernos de control mental de la población»

Las 10 claves que explican el Nuevo Sistema Mundo 

Guerras sin cañones (I, II y III Partes)

Notas sobre a “esquerda ruim de internet”

América Latina já tem alternativa LIVRE às redes digitais privadas e proprietárias

Por qué el futuro de Internet necesita movimientos de justicia social

Las 25 Noticias más censuradas por la prensa corporativa de Estados Unidos

Liberdade de Expressão na Internet: Direito Humano Inalienável

Carta de Princípios do Blogoosfero

La CIA pierde su ciber-arsenal: WikiLeaks filtra la mayor colección de datos sobre su hackeo

Participe do Desenvolvimento Tecnológico do Brasil Livre e Soberano, sem Tiranos Temerários

Olá, presidenta Rousseff… eu avisei!

Software livre é a alternativa contra espionagem eletrônica

12 de março: 28 anos da web e as preocupações de Tim Berners-Lee, seu criador

Internet: a última batalha do neoliberalismo

Mega ataque de ransomware pode ter usado ferramenta de exploit da NSA

Você sabe o que é DMCA - Digital Millennium Copyright Act???

Quem manda no Shopping Center é o dono

As redes sociais chocaram o ovo da serpente

MegaNet, una alternativa a Internet que será

Por que Blogoosfero?

 

1  Professor Titular da Escola de Comunicação da UFRJ. Doutor em Engenharia da Produção pela COPPE-UFRJ, professor e pesquisador dos Programas de Pós Graduação em Comunicação e Cultura (PPGCOM) da ECO-UFRJ e em Ciência da Informação (PPGCI) do IBICT/ECO-UFRJ. É membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

2 Deixe nos comentários abaixo sua resposta a estas duas questões:
a) quem é o autor deste trecho?
b) em que ano foi escrito?
Dica, não é do Marcos Dantas nem do autor do presente artigo.



Está aberta a campanha de doações para o FISL18!

29 de Junho de 2017, 20:21, por Feed RSS do(a) PSL-Brasil

Sobre

18 anos fortalecendo o conhecimento colaborativo e construindo tecnologias livres

A cada ano o Fórum Internacional Software Livre vem se firmando como um local de discussão e exposição do que há de mais novo em tecnologias livres.

Desde a nossa primeira edição temos como principais valores a manutenção da transparência na tecnologia, seja nos códigos, nos padrões abertos e na luta pela internet livre e neutra.

Em 2017 Porto Alegre será novamente o palco do maior encontro de comunidades de Software Livre do mundo. De 1 a 4 de outubro, juntos, iremos compartilhar conhecimentos e inovações, mas também inquietações em busca do nosso objetivo comum: construir uma humanidade mais justa, colaborativa e com conhecimento livre.

Neste ano de crise, o coordenador geral da Associação Software Livre Sady Jacques faz um apelo à comunidade:

Caras e Caros militantes e simpatizantes do software livre e do Fórum Internacional Software Livre! Estamos contando mais do que nunca com o apoio de TODAS e TODOS que desejarem contribuir de alguma forma para a realização do evento. Seja com algum trabalho, alguma palestra ou oficina, alguma doação de recurso financeiro, material ou tempo, auxiliando na captação de doadores, inscritos, ou instituições e empresas patrocinadoras, alguma ideia que ajude a realizar o que projetamos, ou ainda, algum apoio moral à iniciativa. Sejam extremamente bem-vindas e bem-vindos (muitos, mais uma vez) e estejam à vontade para convidar qualquer pessoa que comungue conosco desse desejo e esteja disposta a vencer este desafio. Nossa utopia? Precisamos 3000 inscrições/doações para realizar o evento com o mesmo encantamento que temos a quase 20 anos: que essa lista reúna as 3000 sonhadoras e sonhadores que sabem que "sonho que se sonha junto, é realidade"!!!

As inscrições/doações para o FISL18 já estão abertas! Acesse o site oficial do evento e saiba mais!

 



Dizer que eu sou o pai do código aberto é como dizer que o Lula fundou o PMDB - disse Richard Stallman para auditório lotado na UFPR

11 de Junho de 2017, 20:14, por Bertoni - 0sem comentários ainda

Por Helen Mendes, no site da UFPR

34990611891 1163a9253f z 509x338Foto: Samira Chami Neves Sucom/ UFPR

O idealizador do Movimento Software Livre, Richard Stallman, esteve na UFPR na última sexta-feira (2), para uma palestra sobre “Software livre e a sua liberdade”. O ativista norte-americano falou para um auditório lotado sobre como o software livre defende a liberdade do usuário de controlar a maneira como usa programas de computador.

O evento foi realizado no Auditório do Setor de Ciências Sociais, no campus Jardim Botânico, e organizado pela Comunidade Curitiba Livre, pelo Centro de Estudos de Informática da UFPR (CEI), e pelo Departamento de Informática da UFPR (DInf), com patrocínio do Centro de Computação Científica e Software Livre da UFPR (C3SL).

A palestra, feita em inglês, teve tradução simultânea financiada por uma campanha de financiamento coletivo.

Software livre – questão de liberdade, não de preço

Software livre, explica Stallman, é o programa de computador que respeita a liberdade do usuário. “Ele é ‘livre’, e não ‘gratuito’. Não estamos preocupados com a questão de preço, porque ela não gera um problema ético”, diz. Ou seja, um software livre pode ser tanto gratuito quanto pago.

Na opinião de Stallman, para qualquer programa, existem duas possibilidades: “ou os usuários controlam o programa, ou o programa controla os usuários, não há outra possibilidade. Quando os usuários controlam o programa, o chamamos de software livre”, afirma.

De acordo com a Free Software Foundation, um software é livre se respeitar os seguintes critérios:

Liberdade 0: A liberdade de executar o programa como você desejar, para qualquer propósito

Liberdade 1: A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.

Liberdade 2: A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo

Liberdade 3: A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros. Desta forma, você pode dar a toda comunidade a chance de beneficiar de suas mudanças. Para tanto, acesso ao código-fonte é um pré-requisito.

Os softwares que não têm essas características – e assim não permitem que o usuário acesse o seu código-fonte, faça modificações e distribua cópias do programa original ou modificado – são chamados de software proprietários. “Todo software que não é livre é uma injustiça”, defende Stallman.

Para ele, o software proprietário dá ao seu desenvolvedor muito poder sobre o usuário, o que pode levar a problemas como programas com funcionalidades maliciosas e programas que espiam e coletam dados do usuário.

Richard stallman 2 foto samira chami neves 509x338 Foto: Samira Chami Neves Sucom/ UFPR

GNU/ Linux

Richard Stallman criou o sistema operacional GNU em 1983. “Eu desenvolvi o sistema operacional GNU porque queria que fosse possível usar um computador e ter liberdade”, conta. O sistema é muito usado com o ‘kernel’ (núcleo) Linux, desenvolvido por Linus Torvalds em 1991. Como o sistema ficou popularmente conhecido apenas como “Linux”, Stallman faz questão de ressaltar que a maneira correta de se referir ao sistema é “GNU/ Linux”, para dar crédito ao seu trabalho.

Software livre x código aberto

Outro ponto que o ativista faz questão de esclarecer é a diferença entre software livre e código aberto, termos que muitas pessoas usam como sinônimos. Stallman diz que a ideia de código aberto defende valores dos quais não compartilha. Ele conta que o termo foi cunhado em 1998 por pessoas que discordavam dos valores filosóficos do Movimento Software Livre. “Eles construíram um discurso baseado em valores de conveniência prática, e nunca trazem a questão de certo ou errado, justo ou injusto, liberdade ou sujeição”, afirmou.

“Dizer que eu sou o pai do código aberto é como dizer que o Lula fundou o PMDB”, comparou.

Alta bastidores foto samira chami neves  2 Foto: Samira Chami Neves Sucom/ UFPR

O jornalismo da Sucom UFPR conversou com Richard Stallman sobre software livre:

Qual é a importância do ensino de software livre nas universidades?

Apenas software livre deveria ser permitido nos campi, exceto para se fazer engenharia reversa. A escola deve defender o espírito da educação, de ensinar as pessoas a serem prestativas e cooperativas com outros, e ensinar as pessoas a serem capazes, e não dependentes. E essas são as razões para se rejeitar software proprietário, não deveria haver software proprietário em escolas.

Recentemente vimos um ataque de ramsonware que atingiu computadores por todo o mundo. O sistema GNU/ Linux é vulnerável a ataques como esse?

Aparentemente, não é. Em primeiro lugar, aquele ataque foi só para Windows. Então, nesse caso particular, GNU/ Linux é inteiramente seguro. Eu não vou alegar que o GNU/ Linux não tenha vulnerabilidades, mas ele parece ter menos. O Windows parece ser terrivelmente vulnerável. E claro, se você fizer backups regulares, não vai ser atingido pelo ransomware.

Você falou sobre restrições que existem em produtos como livros digitais. As pessoas acabam comprando mídias digitais em nome da conveniência, mesmo sabendo dessas limitações. Existe uma solução que combine conveniência e que não limite o controle do usuário?

Certamente: tornar ilegal a venda de qualquer arquivo com DRM [Digital Rights Management, sistema usado para restringir o uso, modificação e distribuição de arquivos em formatos digitais de obras com direitos autorais]. O DRM é uma das injustiças de livros digitais. Outra injustiça é o contrato que restringe o que uma pessoa pode fazer com um livro; por exemplo, proibir que o livro seja dado a outra pessoa, ou que seja emprestado a outra pessoa. Assim como os contratos que dizem que você não tem a permissão de compartilhar cópias. Bem, em um livro impresso você não tem um contrato como esse, você não tem contrato algum. Esse contrato, chamado Acordo de licença de usuário final [EULA, na sigla em inglês], é uma injustiça. Eu nunca concordei com um EULA em minha vida, e nunca concordarei. E a terceira injustiça dos livros digitais comerciais típicos de hoje é que você não os pode comprar anonimamente. Eu gostaria que existisse uma loja de livros digitais que distribuísse livros sem DRM, sem um contrato, e que me deixasse comprar de forma anônima. Dessa forma, eu compraria.

E isso é viável?

Certamente que é viável. Exceto pela compra anônima, que exige um sistema anônimo de pagamento. Se o [sistema eletrônico de pagamento] GNU Taler for colocado em prática, essa seria uma maneira. Outra maneira disponível, pelo menos nos Estados Unidos, é o sistema chamado “Money Order”. Outra forma de se fazer isso é com cartões telefônicos pré-pagos.

Existe algum software proprietário que você gostaria que fosse lançado como software livre?

De todos os programas proprietários do mundo, o que seria mais importante… Uma coisa a se saber é que, em muitos casos, o hardware não executa nenhum outro programa. Ele procura por uma assinatura. Isso é uma das coisas maldosas dos mais novos processadores Intel. [O problema] não é só que nós não temos ideia de quais são as especificações do processador, e que o programa é proprietário, mas também, é que o processador, a Tecnologia de Gerenciamento Ativo se recusa a executar qualquer coisa que não tenha a assinatura da Intel. Então, apenas liberar esse código em software livre não traria nenhum benefício para nós. Nós não conseguiríamos dizer se o código-fonte que eles nos mostrassem de fato corresponde com o que está ocorrendo naqueles processos. E se nós o modificássemos, não seríamos capazes de compilá-lo, e se nós o compilássemos, não seríamos capazes de executá-lo.

Existem tantos programas proprietários os quais precisamos que sejam lançados como software livre. Em alguns casos, é um programa que faz algum trabalho complicado, e seria muito bom se tivéssemos um software que fizesse isso. Mas em outros casos, não é que o software realize alguma tarefa profunda e importante, é apenas que ele é requerido por alguma pequena parte da máquina, e não podemos usá-lo. Então, por exemplo, se o software de gráficos do Raspberry Pi [computador criado para promover o ensino de Ciência da Computação nas escolas] fosse lançado como software livre, a máquina seria capaz de funcionar usando apenas software livre. Isso seria um grande avanço.

Eu uso uma máquina sem unidade de processamento gráfico (GPU). Eu prefiro ter uma máquina sem GPU do que ter uma máquina com um GPU que eu não possa usar com software livre. Eu não me importo particularmente se uma máquina processa gráficos rapidamente. Eu não me importa tanto com gráficos, eu me importo com a liberdade.

Qual é o objetivo final do Movimento Software Livre?

O objetivo final do Movimento Software Livre é um mundo mais ou menos sem software proprietário. Claro, nunca se pode atingir a perfeição. Se alguém estiver, ocasionalmente, fazendo algum software proprietário, e alguém usando, mas que não seja algo comum, e que não tenha efeito importante na sociedade, diríamos que nós ganhamos, mais ou menos.

34990613761 f38e2d311c oFoto: Samira Chami Neves Sucom/ UFPR 

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