O dia em que o Jô errou e eu percebi
29 de Julho de 2014, 10:12 - sem comentários aindaFalar só uma coisa do Jô, que eu tava pra falar desde o final de semana.
Semana passada ele entrevistou Jaqueline Bisset e deu tanta bola fora que até eu fiquei com vergonha por ele.
A atriz (que é uma antipática!) disse que já tinha estado antes no Brasil para filmar Orquídea Selvagem (com o Mickey Rourke, no tempo em que ele era gostosão!) e, então o Jô falou: "ah, sim, Orquídea Selvagem, que é o mesmo filme Nove e 1/2 Semanas de amor, né?"
Ela olhou pra ele com aquela cara de não sei o que vc. tá falando e ele concluiu, afirmando com a mais absoluta certeza: "é sim! Orquídea Selvagem aqui no Brasil ganhou o nome de Nove e 1/2 Semanas de Amor!"
Nããããão, Jô! Os dois filmes são eróticos e igualmente interessantes, mas Orquídea Selvagem é do diretor Zalman King e Nove Semanas foi dirigido por Adrian Lyne.
São dois filmes distintos, ainda que o Mickey Rourke (no auge de sua forma e beleza!), tenha atuado nos dois, Orquídea teve Jaqueline Bisset e Nove semanas foi com a Kim Basinger.
Ao final, ele ainda jurou que a Bisset era francesa, mas para sua decepção ela disse que o Bisset, de seu pai, vem da Suécia.
O palestino "Omar" (2013)
27 de Julho de 2014, 12:13 - sem comentários aindaDirigido por Hany Abu-Assad, Omar foi o segundo longa metragem palestino a ter uma indicação para o Oscar (Melhor Filme Estrangeiro, em 2014 – perdeu para o italiano A Grande Beleza, do Sorrentino).
O primeiro fora Paradise Now-2006, do mesmo diretor Hany Abu-Assad, que perdeu para o sul-africano Tsotsi.
Omar foi gravado em Nazaré, norte de Israel, e em vários lugares dos territórios palestinos ocupados, na Cisjordânia e venceu o prêmio do júri no Festival de Cinema de Cannes, em 2013, ocasião em que foi ovacionado, em pé, por cerca de cinco minutos.
De fato, o desejo que se tem, ao final do filme, é de aplaudi-lo em pé, por pelo menos cinco minutos (e a gente sabe das dificuldades que os filmes palestinos têm para ser indicados a premiações internacionais devido ao não reconhecimento da Palestina como um Estado soberano).
O filme nos oferece uma trama inteligente, misturando uma história amorosa e as relações políticas do cenário palestino, ambas dramáticas.
Omar (Adam Bakri) é um jovem padeiro que ama Nádia (Leem Lubany), irmã de seu amigo de infância e procurado líder da resistência, Tarek (Eyad Hourani).
Em meio às juras de amor trocadas em segredo por Nadia e Omar, o conflito é travado entre a perseguição implacável do serviço secreto israelense e o ativismo junto aos guerrilheiros palestinos.
Difícil saber qual dos três é mais cruel: o serviço secreto israelense, os guerrilheiros palestinos ou as armadilhas do amor.
Através do triângulo amoroso formado entre Omar, Nádia e Amjad (Samer Bisharat) - outro jovem, também amigo de infância de Omar e Tarek -, somos conduzidos ao cenário da implacável impiedade na qual se constitui a Ocupação Palestina.
Além da direção, Hany Abu-Assad também assina o roteiro dotado de inteligência e profundidade e que gira em tono do eixo central constituído pela filigrana da alma humana, fruto e origem da extrema vilania na qual se constitui a questão palestina.
Omar teve o custo equivalente a menos de um quinto do preço de uma produção hollywoodiana: dois milhões de dólares.
A exemplo do saudita O Sonho de Wadjda, custeado com ajuda de empresários e solidários à questão feminina no mundo Árabe, Omar foi completamente financiado por cidadãos e empresários palestinos.
Segundo o diretor Hany Abu-Assad, é a primeira vez que os empresários palestinos se convenceram a investir na indústria cinematográfica do país. “Isso é incrível!", declarou o diretor.