Gehe zum Inhalt

Motta

Full screen

Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , von Blogoosfero - | 1 person following this article.

Performances em exposição celebram Dia da Consciência Negra

November 9, 2017 17:17, von segundo clichê


Nos dias 18 e 19, a exposição Negros Indícios, em cartaz na Caixa Cultural São Paulo  (Praça da Sé, 111, Centro, São Paulo), recebe um ciclo de performances com alguns dos artistas que integram a exposição. A entrada é gratuita.

No sábado, dia 18, a programação começa às 14 horas com o lançamento do catálogo da exposição, que será distribuído gratuitamente. Em seguida, a partir das 15 horas, acontecem três performances consecutivas: o artista Rommulo Vieira Conceição traz “O espaço se torna lugar na medida em que eu me familiarizo com ele-2015-2017”, com a participação dos músicos Cláudia Nascimento (flauta) e Marialbi Trisolio (violoncelo). Em seguida é a vez de Moisés Patrício apresentar “Pregando a palavra”. Já Ayrson Heráclito (foto) fecha a programação do dia com “Fazendo e Falando Comida de Santo”, performance na qual o consagrado artista baiano prepara, ao vivo, algumas receitas de comidas oferecidas aos deuses afrobaianos. Segundo Heráclito, “O povo de santo, como são conhecidas as pessoas adeptas aos cultos dos Orixás, Voduns e Inquices, acredita que não só́ o corpo físico deve ser alimentado, mas também o corpo espiritual. Daí a máxima da expressão “Santo também come!”.”, explica o artista.


No domingo, dia 19, a partir das 14 horas, Tiago Sant’Ana apresenta “Nas coxas #2 (da série Manufatura e Colonialidade) ”, seguido por Priscila Rezende, que fecha a programação com a performance “Laços”. 

As apresentações acontecem próximas ao dia 20 de novembro, data que no Brasil é celebrado o Dia Nacional da Consciência Negra.

Negros Indícios, em cartaz até 17 de dezembro na Caixa Cultural São Paulo, reúne a produção contemporânea de 12 artistas afrodescendentes de diferentes regiões do país, que têm a performance artística como uma das principais ferramentas de atuação. Com curadoria do professor de história e teoria da arte Roberto Conduru, a mostra busca lançar luz sobre artistas, temas e práticas que vêm ganhando mais ressonância no sistema de arte.

Para contrapor o esquecimento histórico, o racismo e a segregação, os artistas Antônio Obá, Ayrson Heráclito, Caetano Dias, Dalton Paula, João Manoel Feliciano, Moisés Patrício, Musa Michelle Mattiuzzi, Priscila Rezende, Renata Felinto, Rommulo Vieira Conceição, Rubiane Maia e Tiago Sant'Ana, apresentam obras que refletem a capacidade de usar as adversidades como força de criação, resistência e luta. Os trabalhos também evidenciam o amadurecimento da discussão sobre as identidades e negritudes no Brasil – marcada, nos últimos anos, pela pluralidade e pelo crescente protagonismo dos artistas afrodescendentes. A exposição propõe pensar a negritude e outras questões, no país e além dele, a partir da fruição das obras. Segundo o curador, os artistas “nos convidam a participar de uma luta que não pode ser apenas deles e delas, mas de quem almeja viver em um mundo justo, igualitário e fraternal”.

A essa tendência de crescente e intensa presença de artistas negros e negras no sistema, soma-se a ideia de que os territórios da arte estão cada vez mais fluidos, tornando as artes plásticas um espaço de convergência de expressividades das mais variadas, onde a performance assume cada vez mais protagonismo. Negros Indícios caminha nesse sentido e foi concebida a partir da apresentação de vídeos e registros de performances realizadas pelos artistas convidados. Muito além da utilização do corpo como forma de arte, o conceito de performance tem um significado muito mais amplo, podendo se desdobrar em diversas outras manifestações artísticas.

A mostra apresenta seleções de vídeos articulados por afinidades poéticas. A curadoria buscou explorar todas as modalidades de conjugação de performance, vídeo e fotografia.



Juiz de direito, guitarrista. E criador de um festival internacional de música

November 9, 2017 14:15, von segundo clichê

Foto: Antonio Trivelin
Carlos Motta

A vida de músico não é fácil no Brasil. Da mesma forma, não é para os fracos a tarefa de promover a música num ambiente dominado por uma indústria que odeia a qualidade. Mesmo assim há pessoas que se dedicam simultaneamente à vida artística e à extenuante missão de levar cultura ao público. 

Haja fôlego, haja coragem, haja vontade.

A situação se complica ainda mais quando essa pessoa exerce uma profissão que exige uma atenção constante, quase como um sacerdócio. 

Esse é o caso o doutor José Fernando Seifarth de Freitas, juiz da Vara da Família em Piracicaba, importante cidade do interior paulista, que também é Fernando Seifarth, violonista dos mais respeitados entre o pessoal que toca o jazz manouche, ou cigano, gênero que nasceu da genialidade do belga Django Reinhardt, lá nos anos 30 do século passado e rapidamente se espalhou pelo mundo todo. 

O juiz de direito e o músico, provando que muitas vezes querer é poder, se fundiram há alguns anos para criar um dos mais interessantes eventos artísticos do país, o Festival de Jazz Manouche de Piracicaba, que em sua última edição, no mês de outubro, mostrou, a um público entusiasmado, o trabalho de aclamados músicos brasileiros e estrangeiros.

Não à toa, Piracicaba é hoje considerada a "capital" do jazz manouche no Brasil.

Fernando Seifarth, na entrevista que deu a este blog, conta que não cabe somente a ele organizar o festival. Essa tarefa hercúlea, afirma, é realizada por uma equipe de abnegados. Diz ainda que esse trabalho é praticamente ininterrupto - nem bem o festival termina, começam os preparativos para o próximo.

"Concluímos este ciclo de cinco anos com o jazz cigano brasileiro definitivamente inserido no cenário mundial", opina. Mas apesar do sucesso do festival, ele não sabe se "e quando" haverá uma próxima edição.

"Começamos uma integração entre os países da América Latina, Chile, Argentina, Colômbia, México e Peru, com participação recíproca em festivais", informa. "Gostaria de apoiar essa integração e tentar a aprovação de algum projeto cultural para viabilizar a vinda de artistas desses países, bem como de músicos tradicionais e emblemáticos do jazz manouche europeu, como os Rosenbergs, e para tanto, o festival necessita de maior estrutura e suporte financeiro", completa.

O público que vibrou com as apresentações dos artistas neste ano certamente ficaria extasiado em ver e ouvir lendas do jazz manouche como o Rosenberg Trio.

Isso pode parecer um sonho, mas não impossível, a julgar pelo que já esse músico/juiz realizou em prol da difusão da música de qualidade no Brasil.

A seguir, a entrevista que Fernando Seifarth deu a este blog:


Segundo Clichê - Como surgiu a ideia de organizar um festival de jazz manouche em Piracicaba?
Fernando Seifarth - Em 2008, fundei o grupo Hot Club de Piracicaba para tocar, dentre outros estilos musicais, o jazz do violonista belga Django Reinhardt. Na época, lançamos um CD e passei a ter contatos com alguns músicos brasileiros que tocavam o jazz cigano (jazz manouche ou gypsy jazz) pela rede social “myspace”, dentre eles Benoit Decharneux e Ernani Teixeira. Em 2010, por todo o mundo celebrava-se o centenário do nascimento do Django. Resolvi fazer o mesmo em Piracicaba e convidei a banda de Benoit, o Hot Club do Brasil, o  Ernani Teixeira, que é o violinista do Hot Jazz Club de Campinas, e o grupo Traditional Jazz Band Brasil, que, apesar de não tocar o jazz manouche, é o padrinho do Hot Club de Piracicaba, para participar de um show chamado “100 anos de Django”, que ocorreu no Teatro Municipal Dr. Losso Netto. Muito animado com o sucesso daquele evento e após uma conversa com Benoit e Ernani, surgiu a ideia de fazer um encontro anual e permanente em Piracicaba, com a proposta inicial de reunir artistas brasileiros dedicados ao jazz cigano. E assim ocorreu, em 2013, com a primeira edição do Festival de Jazz Manouche de Piracicaba, realizada no Teatro Municipal Erotides de Campos, com a presença do Mauro Albert Quarteto, Hot Club do Brasil, Hot Club de Piracicaba e Hot Jazz Club. Em 2014, o festival transformou-se em um evento internacional.

Segundo Clichê - Conte um pouco de sua trajetória artística e como você a concilia com a sua atividade profissional.
Fernando - Comecei a estudar música e violão aos sete anos de idade, no conservatório musical Frutuoso Viana, em São Paulo. Estudei violão clássico por quatro anos, passando depois para o violão popular, guitarra elétrica e contrabaixo. Integrei o conjunto Bombom em 1983 e 1984, que fez grande sucesso com o hit “Vamos a La Playa”.  Ainda participei, em 1985 e 1986, do grupo Página 1, em São Paulo, que fazia um rock pop autoral. Deixei a música profissional em 1987, quando ingressei na Universidade de São Paulo. Após me graduar na Faculdade de Direito, em 1991, fui aprovado em concurso público para a magistratura paulista em 1993. Paralelamente à minha profissão, assumi a atividade musical como hobby. Fui convidado, em 2007, pelo querido amigo Newman Simões a integrar o conjunto musical piracicabano Falando da Vida, formado por profissionais de várias áreas, com propósito beneficente, e voltei a me apresentar publicamente. Em 2008, juntamente com os músicos Cidão Lima e Marcos Monaco, ambos da Traditional Jazz Band Brasil, fundei o Hot Club de Piracicaba. Com esse grupo, gravei dois CDs - o terceiro será lançado em 2018 - e fiz várias apresentações em teatros e festivais. Participei do CD de 45 anos da Traditional Jazz Band e de dois CDs do grupo campineiro Hot Jazz Club, “Caravane” e “Chama”. Em 2015, lancei o CD solo “The Nashville Sessions”, que foi gravado nos EUA com o Hot Club de Nashville - toda a renda dele é doada à Nupron, uma entidade que atende pessoas com tuberculose e seus familiares. Em 2017, passei a tocar  eventualmente com  o grande músico Bina Coquet, com quem participei de shows no Sesi e Sesc e importantes festivais, como “Django Amsterdam” e “Django Festival Colômbia”. Tive ainda  o privilégio de acompanhar o violonista inglês Robin Nolan em recente turnê no Brasil, incluindo a apresentação no Sesc Consolação, ocasião em que foi gravado um documentário. Dedico-me à música nos fins de semana, no período de férias, e por vezes à noite, após o expediente no fórum. Apesar de ser um hobby, trato a música com seriedade e respeito. Essa atividade artística não atrapalha o exercício de minha profissão. Ao contrário, ela me auxilia a manter o equilíbrio e serenidade como juiz da vara de família. Costumo brincar que a música é a minha terapia.

Segundo Clichê - Como é organizar o festival? Quanto tempo demanda a organização? Como são conseguidos os patrocínios e os apoios? Qual o custo do festival? Quantas pessoas se envolvem nesse trabalho?
Fernando - Demora praticamente um ano para organizar cada edição do Festival. Tão logo se encerra um, já começo a pensar no próximo. O processo é trabalhoso: programação, publicidade, logística... Mas há sempre um produtor e a colaboração de minha esposa Kika e de vários amigos, dentre eles Silvana Benetton, Luis Castel, Bia Antonini e Antônio Trivelin. Ernani Teixeira ajudou bastante nas três primeiras edições na definição dos "set lists” das bandas e dos releases. Também a diretora do Teatro Municipal, Heloísa Guerrini, prestou grande auxílio nestes cinco anos. Já foram produtores, com muita eficiência, Daniela Justi, Newman Simões e Márcio Sartório.
O festival tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Piracicaba, de alguns amigos empresários e estabelecimentos da cidade, que fazem parceria para a alimentação, acomodação e transporte dos músicos. Todavia, eu e minha esposa ainda somos os principais patrocinadores. Em 2017, vendi alguns instrumentos musicais de minha coleção e um amplificador para ajudar... O Sesc de Piracicaba, pela coordenadora Vanessa Piazza, também tornou-se parceiro essencial para o festival  e, em 2017, sediou parte do evento. A imprensa piracicabana, por seu turno, dá ampla cobertura aos eventos. O concerto no Engenho Central tem sido beneficente, com destinação da bilheteria ou alimentos arrecadados a entidades de caridade. Nas duas últimas edições, organizamos os concertos no palco externo, o que visivelmente contou com maior simpatia do público. O festival apenas acontece porque há uma união de esforços de várias pessoas, notadamente dos músicos brasileiros participantes, que se dedicam sobremaneira ao evento. São verdadeiros parceiros do festival. Gilberto de Syllos e Bina Coquet, por exemplo, acompanharam artistas estrangeiros em todas as edições e Mauro Albertt sempre colaborou com a programação.

Segundo Clichê - Sobre a parte artística: como os participantes, nacionais e estrangeiros, são escolhidos  e convidados?
Fernando - Nestas cinco edições do festival procurei convidar artistas brasileiros com longa dedicação ao jazz cigano. Já passaram pelo festival os grupos Hot Jazz Club (Campinas), Jazz Cigano Quinteto (Curitiba), Seo Manouche (São Paulo), Hot Club do Brasil (São José dos Campos), Roda Romani Trio (Rio de Janeiro), Tigres Tristes (São Paulo), Hot Club de Piracicaba, Mauro Albertt Quarteto (Florianópolis), Epoti (São Paulo), e os músicos Bina Coquet, Felipe Coelho, Daniel Grajew, Marcelo Cigano, Thadeu Romano, Flavio Nunes, Eduardo Brasil, Otiniel Aleixo, Felipe Salvego, Vinicius Araújo, Benoit Decharneux, Israel Fogaça, Sandro Haick e Edu Gallian, dentre outros. Em relação a artistas estrangeiros, escolhi grandes violonistas em que me inspiro, como ocorreu com Richard Smith, Robin Nolan e Paul Mehling, e outros que conheci em festivais no exterior, e que passei a admirar como pessoas e músicos talentosos, como o grupo Tcha Badjo, a cantora Eva Scholten, a compositora e violonista Irene Ypenburg, e o violinista Rudy Bado. Mauro Albertt também ajudou nos contatos, dando sugestões, como os violinistas Jon Larsen, Dario Napoli e Walter Coronda.

Segundo Clichê - Por que você resolveu se engajar artisticamente com o jazz cigano? Como você vê a evolução, em termos de ampliação do número de artistas e de público, do gênero, no Brasil?
Fernando - Quando meu amigo Cidão Lima me introduziu na música de Django, fiquei completamente envolvido e apaixonado pelo jazz manouche. Comecei a ler livros e artigos a respeito deste assunto, comprar discos e assistir shows e festivais no exterior. Ouço muito os CDs do Django e de vários artistas contemporâneos. Não tenho muito tempo para estudar o violão cigano de forma sistematizada, mas tenho me dedicado especialmente ao aprendizado da parte rítmica. O contato com Bina Coquet mudou completamente a minha forma de tocar violão e Robin Nolan me deu valiosos conselhos neste último ano. Simplesmente adoro fazer a “la pompe” para que violonistas virtuosos façam solos maravilhosos. É de fato impressionante como o jazz cigano evoluiu no Brasil nos últimos dez anos e conquistou o seu espaço. Os grupos e artistas solo se multiplicaram por todo o país, vários CDs foram produzidos (alguns até mesmo incluídos em selos internacionais, como o norueguês Hot Club Records, de Jon Larsen) e há programação permanente em bares e clubes de jazz, como em Curitiba, Florianópolis, São Paulo e Piracicaba. Nesta última edição, o Festival de Jazz Manouche de Piracicaba recebeu público de várias cidades brasileiras e fico muito feliz em saber que ele contribuiu para o desenvolvimento e consolidação desse gênero musical em nosso país. Tive conhecimento que o jornalista Henrique Inglês de Souza está escrevendo um livro sobre toda esta história, o que é fantástico.

Segundo Clichê - Quais os planos para o  próximo festival?

Fernando - Concluímos este ciclo de cinco anos com o jazz cigano brasileiro definitivamente inserido no cenário mundial. Não sei se e quando teremos uma próxima edição. Por iniciativa do amigo colombiano Ludovic Dierks, começamos em 2017 uma integração entre os países da América Latina, Chile, Argentina, Colômbia, México e Peru, com participação recíproca em festivais. Gostaria de apoiar essa integração e tentar a aprovação de algum projeto cultural para viabilizar a vinda de artistas daqueles países, bem como de músicos tradicionais e emblemáticos do jazz manouche europeu, como os Rosenbergs. Para tanto, o festival necessita de maior estrutura e suporte financeiro. Há ainda a possibilidade de fazer o festival em 2018 ou 2019 somente no Sesc de Piracicaba. 



Editora procura novos autores

November 9, 2017 11:10, von segundo clichê


A Illuminare – editora física e online para todo o Brasil – comemora seus três anos com 85 livros lançados e mais de 350 autores publicados. A editora nasceu em janeiro de 2014, fruto do desejo de unir livros e leitores, democratizando a leitura e descobrindo novos talentos na literatura nacional e internacional.

Em 2015, a Illuminare fundou a livraria Illuminare, e em 2016, criou a Revista Literária Contos & Letras, formando o Grupo Editorial Illuminare. Com atuação em vários Estados, mais de 30 blogueiros em seu grupo de marketing e filial internacional em Buenos Aires, a Illuminare se dedica a novos talentos da literatura brasileira, objetivando valorizá-los e destacá-los indo além de livros em prateleiras.


A Illuminare se dedica também ao lado social da literatura. Por isso uniu-se ao Instituto PEGAÍ Leituras Grátis (www.pegai.info),parceria por meio da qual prepara, organiza e edita livros para distribuição e leitura gratuita, como no caso da 4ª edição do livro "Contos e Crônicas do Absurdo", de Rô Mierling; e da 2ª edição do livro "O Sapo Tonico e Sua Descoberta", de Ale Dossena. Em dezembro a Illuminare editará uma versão e edição especial de "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry, com um número que ultrapassa 15 mil exemplares destinados a leituras gratuitas.

A Illuminare também promove eventos multiculturais gratuitos para autores e leitores, como é o caso da Feira de Livro Livre, no Centro Cultural da Embaixada Brasileira em Buenos Aires. E no dia 25 de deste mês a Illuminare promoverá a 7ª Tarde Literária, na Biblioteca Viriato Corrêa, na Vila Mariana, em São Paulo.

Como uma das únicas novas editoras brasileiras com eventos e portas abertas em nível internacional, a Illuminare tem em catálogo livros de autores dos mais diversos estilos, como no caso de Tito Prates ("Agatha Christie From My Heart – Uma Biografia de Verdades"), um dos maiores estudiosos do mundo da vida e obra de Agatha Christie, e Márcio Muniz ("Microamores"), poeta carioca que promove saraus de poesia no Rio de Janeiro, entre outros talentos.

Sabendo das dificuldades que os novos autores têm para adentrar no mercado literário, a Illuminare promove antologias nos mais diversos temas, por meio de seletivas, com foco em publicar contos diversos de autores já em desenvolvimento e/ou iniciantes, antologias essas que se tornam uma estratégia para criar uma estrada para novos escritores. (https://www.editorailluminare.com.br/antologias)

Disposta a receber originais de quaisquer assuntos, a Illuminare publica os mais diversos temas de ficção – romance, terror, poesia, crônicas, suspense –, inclusive tendo um selo especial para a publicação de livros de autoajuda e científicos.

Envie seu original para: editorailluminare@gmail.com



Uma exposição de obras que saltam das telas

November 9, 2017 11:01, von segundo clichê


Obras que buscam ultrapassar os limites entre a pintura e a escultura podem ser vistas na exposição Memória e Transformação, do artista visual Mário Camargo, no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro.

Dez trabalhos em grandes dimensões, entre pinturas, objetos e instalações, integram a mostra, realizada menos de um mês depois de Camargo ter sido um dos 19 artistas brasileiros que participaram da Bienal de Arte Contemporânea de Florença, na Itália, encerrada em dia 15 de outubro.

Na exposição, com curadoria de Ruy Sampaio, as pinturas parecem saltar da tela, na busca da transformação em um objeto, escultura, instalação ou simplesmente saindo do retângulo.

“Meu trabalho transita entre a arte gestual e abstração lúdica. Eu pego obras antigas e rasgo as telas e repinto. Isto aí é uma transformação. Nesse reaproveitamento, procuro sair do retângulo da tela e transformar meu trabalho em quase uma escultura, buscando a terceira dimensão”, explicou Mário Camargo, em entrevista ao programa Arte Clube, da Rádio MEC AM.

O trabalho de Camargo remete à Arte Povera italiana, que significa “arte pobre”, mas não no sentido da pobreza, e sim do reaproveitamento de matérias antes descartadas. “Uma obra pode ser usada como base para outra. Essa desconstrução proporciona um novo olhar para o trabalho e uma nova forma de liberdade, evidencia a intenção de promover algo instigante, intrigante e poético”, disse o artista, que citou o argentino-italiano Lucio Fontana (1899-1968) como uma de suas referências.

Na Bienal de Florença, Mário Camargo apresentou o trabalho intitulado Arte Não Vista, uma instalação de 17 registros fotográficos feitos nos jardins da Villa Borghese, em Roma. O artista, que mora e trabalha no Rio de Janeiro, já recebeu prêmios internacionais, em Paris (1999) e no Chile (2001), e realizou exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior.

Um dos principais espaços expositivos do Rio, o Centro Cultural Correios inaugurou mais três mostra. Uma delas é a terceira edição do Festival de Esculturas do Rio, com trabalhos de diferentes estilos, técnicas e materiais de 40 artistas nacionais e estrangeiros. As outras duas são as individuais A Obra Como Espelho, que celebra 20 anos de carreira da artista visual Marilou Winograd, e Natureza: Geometria Secreta, do pintor Paulo Symões.

As quatro exposições ficam em cartaz até 7 de janeiro de 2018 e podem ser visitadas, com entrada franca, de terça-feira a domingo, das 12 às 19 horas. O Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, s/n, no centro do Rio. (Agência Brasil)



Quase um século depois, o cultuado "Húmus", de Raul Brandão, é relançado no Brasil

November 9, 2017 10:54, von segundo clichê

O próximo lançamento da Editora Carambaia, especializada em edições bem cuidadas de livros inéditos ou quase no mercado brasileiro, é um dos marcos fundamentais da literatura portuguesa do século XX: "Húmus", de Raul Brandão (1867-1930). Considerado por muitos críticos como um dos alicerces inaugurais do modernismo português, ao lado de nomes como os dos poetas Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, "Húmus" é publicado no ano em que completa seu centenário de lançamento e em que se celebram os 150 anos do nascimento de seu autor.

Obra inclassificável, que se equilibra em algum ponto entre romance, ensaio e prosa poética, é tão reverenciada quanto pouco lida – a edição brasileira anterior saiu em 1921. Esta versão segue o texto de 1926, retrabalhado pelo autor português, e traz posfácio assinado por Leonardo Gandolfi, poeta e professor de Literatura Portuguesa na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em "Húmus", referência à matéria orgânica feita de decomposição, que Brandão evoca como fim e recomeço de toda a vida sobre o planeta, o formato é de diário e o cenário é uma vila modorrenta habitada por figuras ancestrais e quase estáticas, absorvidas por rotinas banais. “Seres e coisas criam o mesmo bolor, como uma vegetação criptogâmica, nascida ao acaso num sítio úmido”, constata um narrador atormentado pelo absurdo à sua volta. Seu interlocutor é uma figura enigmática e provocadora, o Gabiru, que às vezes se sobrepõe ao próprio “eu” do autor. Outros personagens fantasmagóricos surgem e desaparecem até que uma ideia, a rigor inconcebível, começa a tomar vulto: a supressão da morte.

Raul Germano Brandão nasceu na Foz do Douro, localidade da cidade do Porto, filho e neto de pescadores. Seguiu carreira militar, embora tenha se mantido restrito às atividades burocráticas do Exército, o que permitiu que se dedicasse paralelamente ao jornalismo, nas funções de repórter e cronista. Quando se aposentou, aos 45 anos, tornando-se exclusivamente escritor, morava em uma quinta nos arredores da cidade de Guimarães. Até os 63 anos, quando morreu em Lisboa, produziu intensamente como memorialista, romancista, autor de ficção histórica, ensaísta e dramaturgo.

Por sua instigante permanência, Brandão mereceu reconhecimento de boa parte dos grandes autores portugueses que vieram depois. José Saramago, Almeida Faria, José Cardoso Pires e Herberto Helder, assim como a angolana Djaimila Pereira de Almeida, reverenciam sua influência. Helder, no centenário de Brandão (1967), preparou um livro inteiro que é um poema também chamado "Húmus". A atualidade do autor foi atestada ainda pelo último longa-metragem de Manoel de Oliveira (2012), adaptação da peça teatral "O gebo e a Sombra".

Com projeto gráfico de Mayumi Okuyama, inspirado nas manchas e porosidades das casas da vila, o lançamento da Editora Carambaia reproduz desenhos da artista Maria Laet, nas capas e guardas do volume, que acentuam as referências geológicas e orgânicas do texto de Raul Brandão.



Motta

0 Communities

keine