Exposição explora objetos banais do cotidiano
November 8, 2017 9:34Até o dia 18 de novembro (sábado), o Instituto Ling, em Porto Alegre, apresenta a exposição Explosão Fixa, do artista pernambucano José Patricio. Desde sua abertura em agosto, a exposição recebeu mais de 12.500 visitantes. Foram realizadas também cinco ações pedagógicas, contemplando 113 alunos de escolas públicas e universidades. A mostra tem entrada franca.
Explosão Fixa traz 19 obras que perpassam os 40 anos de carreira artística de José Patrício. Na mostra, que tem a curadoria de Eder Chiodetto, estão telas e instalações representativas de seu universo criativo: empregando materiais diversos e banais – como tachas, botões, fios elétricos, dados e quebra-cabeças de plástico –, o artista remove o uso tradicional desses materiais e os reorganiza para criar intrincados mosaicos que exploram a dimensão lúdica do cotidiano. A exposição apresenta também um conjunto de fotografias inéditas do artista.
Conhecido principalmente por suas instalações de chão da série Ars combinatoria (1999) – composta por milhares de peças de jogo de dominó –, José Patrício é influenciado pelos movimentos artísticos geométrico e concreto brasileiros. O artista fundamenta seus trabalhos em combinações numéricas lógicas, sugerindo que mesmo a mais rígida das fórmulas matemáticas tem o potencial de conter sua própria expressividade. Dessa forma, sua obra enfatiza a relação frágil entre ordem e sua possível dissolução. Para Chiodetto, Patrício “cria um lugar original no campo da arte, na fronteira entre a pintura, o desenho e a assemblage” e realiza “um exercício libertário, uma nova e inspiradora forma de ser e estar no mundo”.
Quanto ao conjunto de fotografias inéditas, o curador sinaliza uma nova postura do artista: “Ao sair do ateliê, onde trabalha incessantemente na construção de suas obras, para percorrer o mundo como um andarilho errante que porta uma máquina fotográfica, seu olhar se volta para a cultura popular, as vitrines e momentos de tensão entre forma, luz e arroubos cromáticos”.
A exposição Explosão Fixa tem entrada franca e fica em cartaz na Galeria do Instituto Ling (Rua João Caetano, 440, Três Figueiras, Porto Alegre) até o dia 18 de novembro, de segunda a sexta, das 10h30min às 22 horas e sábados, das 10h30min às 20 horas.
Mostra retrata história do Nirvana
November 8, 2017 9:22Ainda dá tempo de visitar a exposição "Nirvana: Taking Punk to the Masses", que levou milhares de pessoas a conhecer o legado da banda de Seattle. O evento, aberto ao público até o dia 12 de dezembro, é realizado em parceria com o Ministério da Cultura e realização do Instituto Dançar, com concepção de Pedro Bianco. Pela primeira vez no Brasil, a mostra jamais havia saído dos Estados Unidos, onde foi vista por mais de 3 milhões de visitantes nos seis anos em que ficou em cartaz em Seattle. A exposição está montada no Pavilhão Ciccillo Matarazzo (subsolo do Pavilhão da Bienal), no Parque Ibirapuera, Portão 3 (Av. Pedro Álvares Cabral s/n, São Paulo).
"Nirvana: Taking Punk to the Masses" revela a história da maior banda de grunge e mapeia toda a cena musical independente da costa oeste americana. Com curadoria de Jacob McMurray, a exposição retrata parte da história da revolucionária banda, eternizada no Hall da Fama do Rock e também da cidade de Seattle, onde ganhou o mundo e virou o epicentro cultural e musical da geração da década de 1990.
São mais de 200 peças entre instrumentos icônicos, fotos, vídeos, depoimentos, álbuns, objetos pessoais, cartazes, desde a origem do grupo, em Aberdeen, às grandes turnês internacionais. A exposição retrata uma das bandas de rock mais importantes formadas até hoje, duas décadas depois de sua dissolução, incluindo a cidade de Seattle, de onde ganhou o mundo. Símbolo da geração grunge, o grupo tem uma história que se confunde com o próprio movimento.
Entre os objetos expostos, que vieram das coleções do MoPOP, de David Grohl, de Kirst Novoselic, estão uma carta escrita e ilustrada por Kurt Cobain, no verão de 1990 referente à saída do primeiro baterista Chad Channing em maio de 1990, o conceito artístico da capa do álbum Nevermind, enviado pelo diretor Robert Fisher, fragmentos da primeira guitarra que Kurt destruiu no palco, em 1988, entre outros.
A ascensão do Nirvana se deu em 1989, com seu característico som agressivo do punk rock, energizado pelo metal e hard rock, quando lançou o primeiro disco intitulado “Bleach”. Durante a turnê de lançamento, Chad Channing foi substituído por Dale Crover e, posteriormente, por Dan Peters. O Nirvana encontrou então seu baterista definitivo, Dave Grohl, e a partir desse momento a banda cresceu meteoricamente. O segundo álbum, intitulado “Nevermind”, saiu pelo selo DGC em 1991, recheado de riffs marcantes e com o grande clássico "Smells Like Teen Spirit", se tornando um dos discos mais vendidos até os dias de hoje.
A banda teve uma extensa rotina de shows em sequência, muitas vezes em estádios lotados, inclusive no extinto Hollywood Rock Festival, no Rio de Janeiro, em 1993, tocando para mais de 35 mil pessoas. Naquele ano, Nirvana voltou ao estúdio para gravar “In Utero”, outro álbum com excelentes composições como “Serve the Servants”.
Em 8 de abril de 1994, com a morte de Kurt Cobain, Nirvana encerrou suas atividades, mas sua música permaneceu viva. No fim do mesmo ano, Dave e Krist lançaram o disco “Unplugged in New York”, com a histórica apresentação para a MTV e, dois anos depois, lançaram um especial ao vivo do grupo, "The Muddy Banks of the Wishkah", com sucessos executados em shows pelo mundo.
Serviço
Funcionamento da bilheteria: de terças a sextas-feiras das 9h30 às 18 horas. Sábados, domingos e feriados das 9h30 às 19 horas.
Visitação: de terças a sextas-feiras sessões às: 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 horas. Sábados, domingos e feriados sessões às: 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18 e 19 horas.
Duração da visita: 1 hora por sessão, respeitando o início das sessões citadas acima.
Importante: Confira o horário no seu ingresso e chegue com antecedência à sua sessão. Espaço sujeito à lotação.
Classificação: 16 anos (permitida a entrada de menores acompanhados por responsáveis de autorização assinada)
Gratuidade: crianças até 10 anos acompanhadas de responsável não pagam.
Meia-entrada: adultos com 60 anos ou mais, estudantes, portadores de deficiência física, professores e profissionais da rede pública municipal de ensino e jovens pertencentes à família de baixa renda.
Ingressos: http://www.ingressorapido.com.br
(11) 4003-1212
R$ 25,00, de terça a sexta;
R$ 35,00, sábados, domingos e feriados.
Evento sem taxa de conveniência
Aceita: Dinheiro, cartões de crédito (Cartões: Visa, Mastercard, American Express, Diners, Elo, Hipercard, Paypal, Aura)
Musical sobre Cássia Eller volta a São Paulo
November 7, 2017 17:41Depois de uma bem-sucedida longa temporada no palco do novíssimo Teatro Opus, em São Paulo, o espetáculo que já foi visto por mais de 200 mil espectadores ao percorrer as 27 capitais brasileiras está de volta à capital paulista, destacando a carreira de uma das vozes mais marcantes da MPB. "Cássia Eller - O Musical" será apresentado nos dias 24, 25 e 26 de novembro, no Teatro Bradesco. Os ingressos já estão à venda.
“Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher”. Os versos de Renato Russo que Cássia Eller cantou por tantos anos falam muito sobre a personalidade da artista, uma verdadeira fera nos palcos, mas que podia ser um bicho arredio fora dele. Mulher de poucas palavras, cantora de infinitos sons e uma voz tamanha, doce e amiga na vida, foi forte e surpreendente na arte. Com menos de 40 anos de vida e 20 de carreira, Cássia Eller partiu no auge e deixou uma obra eterna.
O musical tem direção de João Fonseca e Vinícius Arneiro, idealização de Gustavo Nunes e produção da Turbilhão de Ideias Entretenimento. O texto é de Patrícia Andrade, que flagra Cássia ainda antes do início da carreira e acompanha a sua trajetória musical – dos primeiros passos como cantora em Brasília a sua explosão nacional – sem deixar de lado seus amores, em especial Maria Eugênia, sua companheira com quem criou o filho Chicão. A autora fez um amplo mergulho na obra de Cássia e entrevistou familiares e amigos que a ajudaram a construir um mosaico fiel sobre a história da cantora.
A direção musical é de Lan Lanh, que tocou anos com Cássia e tem total propriedade na obra da cantora. O roteiro passeia desde uma criação autoral quase obscura, como "Flor do Sol", até algumas canções que ficaram imortalizadas por ela, como "Malandragem" (Cazuza/Frejat), "Socorro" (Arnaldo Antunes/Alice Ruiz) e "Por Enquanto" (Renato Russo). O amigo Nando Reis, que é também personagem do espetáculo, comparece com várias composições no repertório, como "All Star", "O Segundo Sol", "Relicário", "Luz dos Olhos" e "E.C.T.", entre outras.
O papel-título é interpretado por Tacy de Campos, atriz e cantora de Curitiba que foi escolhida entre mais de mil candidatas que se inscreveram para as audições, quando foi definido também todo o elenco, que conta ainda com Emerson Espíndola, Evelyn Castro, Jana Figarella e Thainá Gallo. Os diretores João Fonseca e Vinícius Arneiro não poupam elogios à protagonista: “Tacy é sensacional, muito inteligente e intuitiva, além de ter uma voz incrível”, diz João.
“Ela surpreendeu a todos e, antes mesmo dela cantar, já estávamos magnetizados pela figura tímida e doce que ela é. Ao fim da primeira música, ficamos um pouco em silêncio, admirados com o que estava diante de nós. Existem algumas semelhanças entre ela e a Cássia e foi essa pureza de estado que nos arrebatou”, complementa Vinícius.
Para João Fonseca, esse é um espetáculo diferente dos musicais biográficos que ele dirigiu anteriormente (sobre Tim Maia e Cazuza). “É focado no essencial, simples e teatral como a própria Cássia. Apenas cadeiras, os atores e os músicos. A Márcia Rubin elaborou uma coreografia diferente, não é uma dança convencional, mas uma movimentação coreográfica”, acrescenta.
A banda é formada por Roberto Kauffman (pianista), Pedro Coelho (baixista), Diogo Viola (guitarrista), Mauricio Braga (baterista) e Fernando Caneca (violonista). A ficha técnica do espetáculo completa-se com os figurinos de Marília Carneiro e Lydia Quintaes, iluminação de Maneco Quinderé, cenários de Nello Marrese e Natália Lana e direção de movimento de Márcia Rubin.
Serviço
Dia 24 de novembro, às 21 horas (sexta-feira)
Dia 25 de novembro, às 17 e às 21 horas (sábado)
Dia 26 de novembro, às 19 horas (domingo)
Duração: 135 minutos
Faixa etária: 16 anos
Teatro Bradesco (Rua Palestra Itália, 500 / 3º piso – Bourbon Shopping São Paulo)
www.teatrobradesco.com.br
Mostra de cinema espanhol chega a BH
November 7, 2017 14:41A Mostra de Cinema Espanhol, que já passou por Porto Alegre, Belém, São Paulo, Recife, Manaus, Salvador, Curitiba, Brasília e Vitória, chega a Belo Horizonte no dia 15 de novembro, se estendendo até o dia 25. Em dezembro, ela segue para Goiânia e Rio de Janeiro. Os filmes serão exibidos, gratuitamente, no MIS (Museu da Imagem e do Som) Cine Santa Tereza, à rua Estrela do Sul, 89, bairro Santa Tereza. A mostra é uma realização do Escritório Cultural da Embaixada da Espanha no Brasil, da Sociedade Cultural Brasil-Espanha e Instituto Cervantes. A curadoria é de responsabilidade do Escritório Cultural da Embaixada da Espanha.
Foram selecionados cinco filmes para apresentar a diversidade e a riqueza da produção cinematográfica espanhola. As películas destacam os inúmeros pontos em comum com o Brasil, assim como o estreito vínculo entre nossas duas culturas. São eles a comédia/drama "Felizes 140"; a comédia "A Minha Grande Noite"; o romance "Noite de Verão em Barcelona"; a comédia/drama "Truman" (foto); e o documentário "Nem Tudo é Vigília".
Confira a programação:
15/11 Quarta-feira
17 horas - Felizes 140
19 horas - A Minha Grande Noite
16/11 Quinta-feira
17 horas - Nem Tudo é Vigília
19h30 - Noite de Verão em Barcelona
17/11- Sexta-feira
17 horas - Truman
19h30 - Felizes 140
18/11- Sábado
19 horas - A Minha Grande Noite
22/11- Quarta-feira
17 horas - Nem Tudo é Vigília
19h30- Felizes 140
23/11- Quinta-feira
17h30 - Truman
19h30 - Noite de Verão em Barcelona
24/11- Sexta-feira
17 horas - A Minha Grande Noite
19h30- Nem Tudo é Vigília
25/11- Sábado
19 horas - Truman
Sinopses
A Minha Grande Noite
José está desempregado e é enviado para trabalhar pela ETT como figurante em uma gravação de um programa especial de ano novo em pleno agosto. Centenas de pessoas, assim como ele, passam enclausuradas uma semana e meia, dia e noite, enquanto fingem rir, festejando estupidamente a falsa chegada do novo ano. Alphonso, a estrela da música, é capaz de tudo para certificar que a atuação terá o máximo alcance. Adanne, sua antagonista, jovem cantor latino, é assediado pelos fãs que têm o objetivo de chantageá-lo. O que ninguém espera é que a vida de Alphonso esteja em perigo. Existe espaço para o amor no meio de tanto caos?
Felizes 140
Elia faz 40 anos e, para celebrar, reúne amigos e familiares em uma casa luxuosa de uma zona rural. Tem que dizer algo muito importante: que é ganhadora do lote de 140 milhões que o Euromillón sorteava esta semana. A partir deste momento, o ambiente começa a ficar estranho e o que a princípio parecia alegria compartilhada começa a se transformar em uma série de falácias para tentar fica com o dinheiro da sortuda
Noite de Verão em Barcelona
Seis histórias de amor entrecruzadas que acontecem durante a noite do dia 18 de agosto de 2013 quando o cometa Rose cruzou a cidade de Barcelona oferecendo um espetáculo único que não acontecerá em séculos. Por um lado, Joan organizou um jantar em sua casa com a desculpa de ver o cometa e convidou seus amigos, entre eles Judit, por quem sempre esteve apaixonado. Por outro lado, Guillem se apaixonou pela primeira vez por Sara, que está certa de que esta noite será o fim do mundo. Do outro lado da cidade, Roser está saindo com Ricard há um ano, mas hoje se encontrará com o seu ex, Albert. Paralelamente, Laura e Carles estão próximos de saber que serão pais. Oriol e Adrián colocarão a sua amizade à prova depois de conhecer a mulher de seus sonhos, Catherine. Finalmente, Marc e Jordi, amigos da quipe de futebol terão que pensar em sua relação secreta.
Nem Tudo é Vigília
Antonio e Felisa vivem juntos em um pequeno povoado há mais de 60 anos. Suas forças começam a fraquejar e o seu estado de saúde, cada vez mais frágil, os impede de cuidarem um do outro. Como uma ameaça aparece, no horizonte, a possibilidade de ter que abandonar a sua casa e ir pra um lar para anciãos. O filme retrata o carinho na velhice, as noites em claro por medo da solidão, a morte e a separação do ser amado, o medo de ambos em deixar a sua vida em mãos alheias e perder a sua independência.
Truman
Julián, um ator cinquentão, fez o que queria durante toda a sua vida. Agora, doente, pensa fazer o mesmo em relação à sua morte. No mesmo momento que Julián organiza o seu próprio final, Tomás, o seu melhor amigo chega do Canadá de surpresa. Durante quatro dias os dois amigos vivem situações peculiares, inesperadas e cômicas entre idas e vindas pela cidade. Julián não se apresentará no teatro no qual atua. Frente a perplexidade de um vendedor escolherá o caixão mais audaz. Organizarão uma festa de despedida e improvisarão uma viagem de um dia para Amsterdã para ver, por última vez, o seu filho Nico. Tudo isso enquanto solucionam a principal preocupação de Julián: encontrar um novo lar para Truman, seu cachorro.
Um café lá em casa, um banquete para a MPB
November 7, 2017 12:46Carlos Motta
O guitarrista e violonista Nelson Faria não é apenas um dos mais importantes músicos brasileiros, com 12 CDs gravados, oito livros publicados, dois deles com edições nos Estados Unidos, Japão e Itália, uma videoaula e um DVD, com o grupo Nosso Trio, editados - calmamente, aos poucos, ele vem promovendo uma revolução no mercado cultural do país, com o seu programa "Um Café Lá em Casa", que tem edições semanais no YouTube, e também vai ao ar nos canais de TV por assinatura Futura e Arte1.
Nelson já levou ao seu programa, onde entrevista, toca e ouve histórias, mais de 150 músicos e cantores dos mais diversos gêneros, uma façanha que transforma o "Café" um extraordinário arquivo artístico, ajudando, dessa forma, a preencher uma lacuna deixada pelo poder público na desoladora área cultural do Brasil.
O sucesso do programa, que desde que foi lançado, em março de 2015, já teve, na web, mais de 6 milhões de acessos - no mês passado foram cerca de 500 mil visualizações -, se deve, em grande parte, ao tom intimista criado por Nelson ao receber seus convidados, muitos deles amigos de longa data.
Nelson, sabiamente, se aproveita do fato de ter participado, como músico, arranjador e produtor em mais de 200 CDs de diversos artistas nacionais e internacionais e ter dividido palco e estúdios com craques do nível de João Bosco, Gonzalo Rubalcaba, Milton Nascimento, Toninho Horta, Tim Maia, Nico Assumpção, Gilson Peranzzetta, Paulo Moura, Wagner Tiso, Edu Lobo, Pascoal Meirelles, Antonio Adolfo, Nivaldo Ornelas, Mauro Senise e Maurício Einhorn, entre vários outros, para registrar encontros memoráveis entre ele, no pleno domínio do violão ou guitarra, e seus convidados.
A excelência desses encontros é ainda mais surpreendente quando se fica sabendo que eles são organizados por uma equipe pequena, de apenas nove pessoas, como informa Juliana Faria, produtora do programa e filha de Nelson: "A nossa estrutura é muito simples, se comparada a grandes produções. O programa é gravado literalmente 'lá em casa' e a equipe principal é a família", diz.
Juliana também conta que atualmente a produção do programa é muito procurada por novos artistas e que os elogios ao "Café" partem tanto da comunidade de artistas quanto do público em geral, o que, segundo ela, estimula a equipe a continuar divulgando música de qualidade, "para que cada vez mais gente tenha acesso a esse tipo de informação", e como diz na entrevista que deu ao "Segundo Clichê", possibilite começar a trabalhar "com novos formatos e fazer o programa crescer".
A seguir, Juliana Faria fala sobre o já essencial, para a música popular brasileira, "Um Café Lá Em Casa":
Segundo Clichê - Como surgiu a ideia de se fazer um programa sobre música brasileira na internet?
Juliana Faria - A ideia do programa surgiu em família. Eu e meu irmão Nelsinho Faria, que é o diretor do programa, já trabalhávamos com audiovisual e tivemos a ideia, junto com o nosso pai, de criar o programa "Um Café Lá Em Casa". Meu pai sempre recebeu muitos amigos em casa. Um deles é o João Bosco, com quem trabalhou durante 12 anos como arranjador e diretor musical. De vez em quando o João ligava e perguntava "Tá em casa? Posso passar aí para tomar um café?" Acontece que o "café" era apenas um pretexto para que os dois batessem um papo, tocassem um pouco e estudassem alguma nova ideia musical: uma nova composição, um novo arranjo e por aí vai. Durante um desses encontros, eles resolveram gravar um arranjo da música "Dindi", de Tom Jobim, que estavam tocando. Filmaram com a câmera do computador mesmo, de forma superdespretenciosa, e colocaram no YouTube. Foi o maior sucesso! Foi aí que pensamos em tornar essas "visitas" regulares, com os mesmos ingredientes: café, conversa e boa música. Assim nasceu "Um Café Lá Em Casa".
Segundo Clichê - Quantas pessoas estão envolvidas em sua produção?
Juliana - Hoje temos uma produtora, FUGA Films, que trabalha principalmente com música (filmagem, edição, produção). Somos 9 no total, nos dividindo entre o "Um Café Lá Em Casa", o "Fica a Dica Premium" (nosso projeto de escola de música virtual) e outros projetos da produtora.
Segundo Clichê - Quantos programas já foram gravados e levados ao ar e qual a periodicidade das gravações?
Juliana - Já são mais de 150 programas no ar. Não temos um cronograma fixo de gravação, às vezes gravamos três programas por semana, às vezes nenhum. Depende principalmente da agenda do Nelson. Mas lançamos um programa novo por semana, toda quinta-feira.
Segundo Clichê - Como é feito o contato com os convidados?
Juliana - Muitos convidados são amigos do Nelson, temos uma lista enorme de artistas para convidar! Mas muitos entram em contato por e-mail ou pelas nossas redes sociais. É muito bacana conhecer novos artistas também.
Segundo Clichê - Qual o custo dos programas?
Juliana - A nossa estrutura é muito simples, se comparada a grandes produções. O programa é gravado literalmente "lá em casa" e, como eu disse, a equipe principal é a família, ou seja, até hoje investimos muito nesse projeto. Mas temos uma campanha recorrente de crowdfunding na Benfeitoria que nos ajuda a arcar com parte dos custos de produção! O link é esse aqui: benfeitoria.com/umcafelaemcasa.
Segundo Clichê - Como se dá a captação de patrocínios e apoios?
Juliana - Ainda não contamos com patrocínio, infelizmente. Os apoios que conseguimos foram através de contato direto com as empresas, sem intermediários.
Segundo Clichê - Já era intenção levar o programa para a TV?
Juliana - Antes mesmo de lançar no YouTube, já pensávamos em levar o programa para a televisão em algum momento. Hoje, o programa está passando no canal Futura e reprisando no Arte1.
Segundo Clichê - Quais os programas que tiveram maior audiência? Qual a audiência média dos programas na internet?
Juliana - João Bosco, Yamandu Costa, Hermeto Pascoal, João Alexandre, Pipoquinha... Esses são os que tiveram uma maior audiência por enquanto. É um pouco difícil calcular uma média, porque temos muitos vídeos e cada um entra em um momento diferente. Nos último mês tivemos 500 mil visualizações em todos os vídeos do canal. Desde que criamos, já são mais de 6 milhões de views.
Segundo Clichê - Como está sendo a repercussão do programa entre a classe artística e a indústria musical?
Juliana - Temos recebido muitas críticas positivas, tanto de músicos quanto de espectadores de uma forma geral.
Segundo Clichê - Quais os planos para o programa? Quem serão os próximos participantes?
Juliana - Entre os nossos próximos convidados estão Leo Russo, Leo Gandelman, Sandra Duailibe, Marcinho Eiras... Vem coisa boa por aí! Nossa missão é continuar trazendo música de qualidade para o programa, para que cada vez mais gente tenha acesso a esse tipo de informação, além de começar a trabalhar com novos formatos e fazer o programa crescer.