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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , von Blogoosfero - | 1 person following this article.

A Justiça feita de ternos importados

August 7, 2017 10:44, von segundo clichê


A antecipação, por parte do presidente do TRF-4, de que o recurso do ex-presidente Lula contra a sua condenação, a ser apreciado por aquele tribunal, vai para a lata do lixo e a sua pena de prisão perpétua será mantida, foi recebida com surpresa por muita gente.

É incrível a ingenuidade dos brasileiros, mesmo da parcela da sociedade que se julga - e muitas vezes é - bem informada.

Parece, para essas pessoas, que o Brasil vive um momento de esplendor democrático, que as suas instituições estão, como se diz, "funcionando normalmente", com uma imprensa e meios de comunicação a serviço da sociedade, e onde o poder público faz o impossível para diminuir a desigualdade entre os cidadãos e tornar a sua vida cada vez melhor.

Ao contrário, o país vive uma das mais sérias crises - econômica, política e moral - de sua história, foi vítima de um golpe que trocou uma presidenta honesta por uma quadrilha de picaretas e corruptos, está vendo a suas riquezas serem assaltadas a cada dia e os direitos sociais assegurados pela Constituição de 88 virarem pó.


O momento, tudo indica, representa o "tudo ou nada" para os endinheirados que sempre - com exceções de alguns poucos anos - fizeram do Brasil a fonte de seus imensos privilégios.

A volúpia com que as "mudanças" vêm sendo empurradas na gargante da população lembra a blitzkrieg, a guerra-relâmpago com a qual os exércitos nazistas surpreenderam, no início de sua campanha, as forças inimigas, na Segunda Guerra Mundial.

No caso brasileiro, os "inimigos", ou seja, todos os que apoiavam os trabalhistas, mais de um ano depois de perderem a batalha pelo poder, ainda não se refizeram dos ataques, não juntaram as tropas, não foram capazes sequer de unir o comando, e, pior, ainda não estimaram o poder de fogo do inimigo.

O ex-presidente Lula, vítima da mais implacável perseguição jamais vista por estas terras, não é somente a maior liderança do campo progressista, apesar de todas as críticas que possam se feitas a ele. 

É também o alvo prioritário dos endinheirados, o símbolo de esperança para os miseráveis - que tem de ser destruído a qualquer custo.

A sentença que o condenou é esdrúxula, bizarra, kafkiana, absurda.

Mas é mais absurdo ainda supor que será revogada por um tribunal superior.

A Justiça brasileira não passa daquilo que o senso comum há muito lhe atribui - ela só vale para pretos, pobres, putas, e mais recentemente, para petistas.

Integrada pela fina flor do reacionarismo, ela sempre teve lado, e nunca foi aquele que pretende fazer deste um país menos desigual e mais democrático.

Ninguém mostrou com mais crueza o que é a Justiça brasileira que o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo e atual secretário de Educação do Estado de São Paulo, José Renato Nalini, que, ao ser perguntado sobre a necessidade de os integrantes do Judiciário receberem um polpudo auxílio-moradia - além de vários outros - disse o seguinte, numa entrevista em 2014 para um jornal televisivo:

“Esse auxílio-moradia na verdade disfarça um aumento do subsídio que está defasado há muito tempo. Hoje, aparentemente o juiz brasileiro ganha bem, mas ele tem 27% de desconto de Imposto de Renda, ele tem que pagar plano de saúde, ele tem que comprar terno, não dá para ir toda hora a Miami comprar terno, que cada dia da semana ele tem que usar um terno diferente, ele tem que usar uma camisa razoável, um sapato decente, ele tem que ter um carro."

Pois é.

Ternos brasileiros não servem para vestir os nossos juízes. (Carlos Motta)



Os latidos hipócritas do vira-lata

August 5, 2017 10:42, von segundo clichê


Talvez porque o Brasil não passe por nenhuma crise, esteja vivendo uma democracia plena, com suas instituições funcionando perfeitamente e a economia "bombando", o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, por meio de sua conta no Twitter, avisa: o país vai pedir a suspensão da Venezuela do Mercosul. 

O ex-guerrilheiro, motorista de Carlos Marighella, hoje fanático praticante da religião neoliberal, escreveu o seguinte: "É intolerável que nós tenhamos no continente sul-americano uma ditadura. Houve uma ruptura da ordem democrática na Venezuela. E, por consequência, o Brasil vai propor que ela seja suspensa do Mercosul até que a democracia volte."


Os chanceleres do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, se reunuem neste sábado para tomar uma decisão definitiva sobre a situação da Venezuela com base no Protocolo de Ushuaia, que inclui uma cláusula democrática que pode levar à suspensão política do país no bloco. Atualmente, o Brasil é presidente pró-tempore do bloco.

Em comunicado à imprensa, o Itamaraty informou que os chanceleres deverão avaliar a ausência de medidas concretas para a retomada da normalidade democrática por parte do governo venezuelano, sua recusa a participar da reunião de consultas e o agravamento da situação na Venezuela.

Haja hipocrisia: um país governado por um bando de corruptos, que chegaram ao poder por meio de um golpe, quer dar lições ao seu vizinho, que acaba de promover um eleição para formar uma assembleia constituinte.

Haja vira-latismo: um país que até outro dia era protagonista dos mais importantes fóruns internacionais hoje se curva aos interesses americanos, tal qual no tempo em que o seu embaixador tinha de tirar o sapato no aeroporto e permitia, docilmente, ser revistado para poder entrar na "Terra da Liberdade". (Carlos Motta)



FMI apoia políticas dos golpistas

August 4, 2017 17:54, von segundo clichê


Kjeld Jakobsen

O relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), conhecido como “Consulta do Artigo IV”, é produzido anualmente sobre cada país após a visita de uma missão de economistas do FMI para verificar a situação da estabilidade econômica e financeira, o crescimento econômico, a estabilidade de preços e se a política cambial está livre de distorções. O relatório de 2017 sobre o Brasil foi emitido em 13 de julho.

Sem surpresas, o relatório tece loas sobre o desempenho do governo golpista na economia, prevendo, inclusive, que a recessão estaria próxima do fim graças às reformas promovidas até agora, em particular a aprovação da PEC 55 e a política de austeridade fiscal. Elogia a queda da inflação, no entanto, sem admitir que ela é resultado de uma das mais profundas recessões que o Brasil já viveu e, apesar da torcida do FMI, não há perspectiva de retomada do crescimento econômico no curto prazo.


O único comentário negativo em relação às reformas é uma nota de pé de página que reconhece que a Lei de Terceirização eventualmente pode gerar falsos trabalhadores por conta própria para sonegar o pagamento de encargos sociais, prejudicando ainda mais o financiamento da Previdência Social. Porém, não faz nenhuma recomendação sobre como solucionar este problema.

Ao contrário das demais recomendações, onde milita abertamente pela adoção da agenda neoliberal, tais como manter a política de austeridade; deixar de indexar aumentos salariais, referindo-se particularmente ao salário mínimo; promover a reforma da Previdência Social; reduzir tarifas externas para mostra-se amigável aos investidores; promover a flexibilização das normas trabalhistas – quando o relatório foi produzido, a reforma trabalhista ainda não havia sido aprovada no Senado.

Ou seja, os golpistas estão realmente engajados na agenda internacional neoliberal, pois, além de seguirem os preceitos defendidos pelo FMI, pretendem também filiar o Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o que, se for aceito, exigirá ajustes estruturais e abertura econômica ainda maiores do que as promovidas até agora. (Fundação Perseu Abramo)



E lá se foi o poeta Melodia

August 4, 2017 10:19, von segundo clichê



Tempos sombrios, estes, que não perdoam nem os poetas.

A última vítima das trevas que cobrem o Brasil é um dos cantores/compositores mais criativos da música popular brasileira, Luiz Melodia, que morreu nesta madrugada, aos 66 anos, deixando uma obra sólida, eterna.

Melodia (Luiz Carlos do Santos), nascido e criado no morro de São Carlos, no Rio, poderia ter sido um sambista dos bons, mas quis mais, e soube transformar todas as influências culturais que recebeu em composições de difícil classificação: como todo grande artista, sua música vai além de rótulos, é única.

Suas obras mais conhecidas são "Pérola Negra", "Juventude Transviada", "Fadas", "Estácio Holly Estácio" e "Ébano".

"Pérola Negra", na voz de Gal Costa, gravada em 1972, foi o primeiro sucesso.

É linda:

Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou te amando
Baby, te amo, nem sei se te amo

Tente usar a roupa que eu estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue, escreva num pano
Pérola Negra, te amo, te amo

Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Como prova de amor mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola Negra, te amo, te amo

Tente entender tudo mais sobre o sexo
Peça meu livro querendo eu te empresto
Se inteire da coisa sem haver engano

Baby, te amo, nem sei se te amo
Baby, te amo, nem sei se te amo
Baby, te amo, nem sei se te amo



Brasil, vanguarda do retrocesso trabalhista

August 4, 2017 9:57, von segundo clichê


Ana Luíza Matos de Oliveira

O Brasil caminha na vanguarda do retrocesso na região: ao discutir e adotar reformas que reduzem direitos, o país torna-se exemplo e instrumento de pressão para que medidas semelhantes sejam aplicadas em outras nações.

Na Argentina, o ministro do Trabalho, Jorge Triaca, anunciou que o governo deve propor uma reforma trabalhista que adeque a sociedade aos processos de mudanças. Segundo ele, seria preciso deixar de lado privilégios dos trabalhadores, que seriam às custas de desempregados e trabalhadores informais. Por outro lado, Mauricio Macri, presidente da Argentina, também está propondo uma discussão sobre uma reforma da Previdência.


Uma nota da Confederação Sindical de Trabalhadores/as das Américas (CSA), assinada no mês passado, apontava para os riscos de que o projeto que vem sendo adotado no Brasil por meio das reformas representa para toda a classe trabalhadora na América e no mundo.

Segundo a nota, “as mudanças legais no mundo do trabalho no Brasil serão um sinal para atacar as normas fundamentais do trabalho”. Ou seja, a perda de direitos no Brasil pode desencadear uma onda de perda de direitos em toda a América e no mundo, pois “os patrões dirão que não competir com a queda dos custos de trabalho que vive o Brasil e vão impor essas e outras reformas reacionárias em cada uma das nações”. (Fundação Perseu Abramo)



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