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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

O artista, o golpe e a esperança

February 7, 2018 9:25, by segundo clichê




Carlos Motta

O violonista, compositor, arranjador e cantor Cláudio Jorge está na estrada há bastante tempo. No início de sua carreira acompanhou bambas como Ismael Silva e Cartola, e de lá para cá não parou: instrumentista muito requisitado, participou de vários shows no Brasil e exterior, além de atuar em inúmeras sessões de gravações nos discos de artistas como Sivuca, Martinho da Vila, Ney Matogrosso, Leny Andrade, Roberto Ribeiro, Clementina de Jesus, Alcione, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, João Donato, Lecy Brandão, Carlos Lyra, Beth Carvalho, Ivan Lins, grupo Fundo de Quintal e João Nogueira - entre outros do mesmo quilate. 

Compositor afiado e inspirado, suas músicas foram gravadas por intérpretes do primeiro time. Emílio Santiago, Ângela Maria, Joana, Alaíde Costa, Zeca Pagodinho, Elza Soares, Roberto Ribeiro, Zezé Mota, Jorge Aragão, Martinho da Vila, Joel Nascimento, Sivuca e Luiz Carlos da Vila são alguns deles.

Entre seus parceiros estão, nada mais, nada menos, que Cartola, João Nogueira, Aldir Blanc, Nei Lopes, Hermínio Bello de Carvalho, Ivor Lancellotti, Délcio Carvalho, Luiz Carlos da Vila, Mauro Diniz, Wilson das Neves, Arlindo Cruz e Martinho da Vila. 

É um currículo e tanto, ao qual se somam quatro discos autorais da pesada, como se dizia antigamente - o quinto deve sair este ano. 


Toda essa experiência faz de Cláudio Jorge um dos nomes mais respeitados da MPB - e do samba, principalmente.

Esse respeito vai além da sua qualidade como artista. Estende-se ao Cláudio Jorge cidadão - um cidadão de opiniões políticas fortes, em defesa da democracia, da cultura popular, das tradições de sua cidade, o Rio de Janeiro, e de um Brasil melhor para todos.

"O golpe [que destituiu a presidenta Dilma Rousseff] dividiu de vez o Brasil e com a classe artística nāo poderia ser diferente", diz na entrevista que deu ao blog.

"Minha geração aprendeu como se constrói um golpe e a constatação de como nossa democracia é frágil. Entāo, por conta do que eu já assisti nestes 68 anos, eu digo que há saídas para o Brasil, sim, mas a longo prazo. O buraco é muito embaixo. O nível de destruição deste golpe de 2016, por exemplo, é muito alto", afirma em outro momento da entrevista, cuja íntegra vai na sequência:

O golpe que afastou a presidenta Dilma Rousseff teve consequências para a criação artística, principalmente para os músicos?
Cláudio Jorge - Na criação só posso falar por mim e no meu caso perturbou, sim, na medida em que o golpe não foi só na Dilma, foi em seus eleitores, uns mais, outros menos apaixonados. Eu tenho uma apaixonada por Dilma em casa, minha esposa. Todo o processo do impeachment colaborou muito para o infarto que ela teve, e consequentemente tivemos que lidar com tudo isso. Minha inspiração para criar canções ficou ocupadíssima em produzir crônicas e posts para o Face em defesa da presidenta, de Lula e etc. Então no meu caso a consequência principal foi deslocar a minha inspiração para outros meios, mas deixar de criar, jamais.

Os artistas, pelo menos aqueles com quem você mantém contato, estão preocupados com o que está ocorrendo no Brasil - essa instabilidade política, a crescente escalada de retirada de direitos sociais, a insistente crise econômica...?
Cláudio Jorge - Acho a classe artística politizada, de um modo geral. Estāo nāo só preocupados com o que está acontecendo no Brasil como muitos até participam ativamente nas redes sociais. Uns à esquerda, outros à direita e outros ao centro. A partir de uma questão sobre direito autoral, interferência no Ecad e tudo mais, a classe já vinha há algum tempo apresentando fragmentação. O golpe dividiu de vez o Brasil e com a classe artística nāo poderia ser diferente.

No seu caso específico, como você vê essa situação? Há alguma saída a curto ou médio prazos?
Cláudio Jorge - Quando eu tinha meus 30 anos de idade fiz um visita ao meu pai, o jornalista Everaldo de Barros, de esquerda. Ele foi um dos jornalistas que trabalharam na extinta Rádio Mayrink Veiga na época do golpe de 64, e sofreu as consequências disso. Ele já nāo estava bem de saúde e batendo um papo fiz para ele naquela época exatamente a pergunta que você me faz. Resposta: "Meu filho, o Brasil nunca vai ter jeito." Na época, atribui a desilusão do meu pai à idade, à doença, ao cansaço da velhice de quem lutou, lutou e não viu seus sonhos para o país realizados. Hoje te respondo que há saídas para o Brasil, porque minha geração viveu os governos da ditadura e os governos progressistas de Lula e Dilma. Minha geração aprendeu como se constrói um golpe e a constatação de como nossa democracia é frágil. Entāo, por conta do que eu já assisti nestes 68 anos, eu te respondo que há saídas, sim, mas a longo prazo. O buraco é muito embaixo. O nível de destruição deste golpe de 2016, por exemplo, é muito alto.

Como está o Rio de Janeiro sob o "comando" do evangélico Crivella? Há algum vislumbre de luz no fim do túnel?
Cláudio Jorge -
Sou otimista em relação à prefeitura do Crivella porque ela vai passar... rsrs. Os danos estão acontecendo, mas nāo têm o poder de destruição do governo federal. Ele está fazendo um governo contra a história e a vocação da cidade do Rio de Janeiro, está mexendo com coisas sérias ligadas à ancestralidade da cidade, ligadas a um modo de ver e viver a vida que nunca foi criado por decretos. O carnaval, que é a nossa maior expressão cultural, vai na contramão dos ideais evangélicos do prefeito, mas vai ser exatamente pelo carnaval que ele vai receber as maiores críticas à sua falta de respeito para com as nossas tradições.


Quais os artistas mais "politizados" que você conhece, ou conheceu?

Cláudio Jorge - Foram e sāo muitos. Chico Buarque, Gonzaguinha, Sérgio Ricardo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Taiguara, Aldir Blanc, os politizados da minha banda de esquerda... rsrs. No meu meio dos instrumentistas destaco o arranjador e pianista Leandro Braga, o pianista e arranjador Itamar Assiére, o violonista Zé Paulo Becker, o baixista Ivan Machado... sāo muitos. Mas temos outros artistas de outras correntes políticas que sāo politizados também. Nos tempos modernos o pessoal do hip hop tá mandando muito bem, têm sido os porta vozes da nossa juventude, principalmente a da periferia, comunidades e favelas.

Como está o mercado para o samba - em baixa, estacionado, em alta? O que tem surgido de novo?
Cláudio Jorge - O mercado de música para o samba no momento está em baixa. O mercado está em alta para a música do “agronegócio”. Agora, o movimento de música, fora do mercado, continua em grande ebulição, em todos os estilos. Novos artistas surgem a cada momento arrumando um jeito de produzirem seus discos, shows e etc. As rodas de samba  se espalham pelo Brasil de norte a sul. O problema é que, estando fora do “mercado”, a remuneração profissional dos que trabalham com o samba está em crise. Com a “crise” toda a cultura de um modo geral está enfrentando problemas.

A internet veio para ajudar ou prejudicar os artistas?
Cláudio Jorge - Acho que veio para ajudar. Quando eu comecei minha carreira de cantor me lembro da dificuldade que era você conseguir um “tijolinho” para divulgar um show teu num jornal de grande circulação. Matéria sobre disco, show, então, era para poucos. Hoje você consegue alcançar muito gente nas redes sociais, aqui e fora do país. Agora, como sempre, a internet funciona melhor para quem tem mais recursos. É um processo difícil você colocar seu novo álbum em algum serviço de stream e você alcançar a mesma audiência da Anitta, por exemplo. Vender as faixas do teu disco ao ponto de dar lucro o suficiente para cobrir o que você investiu na produção, impossível.

A arte é revolucionária?
Cláudio Jorge -
Nem toda arte é revolucionária, levando-se em conta que revolucionária” esteja se referindo a transformação, progresso, evolução humana. Vivemos um tempo em que a nossa trilha sonora de massas nāo é nada revolucionária. Hoje vivemos o momento do quanto pior, melhor. Se isso acontecesse dentro de uma igualdade de opções para o ouvinte, tudo bem, nāo sofreríamos danos maiores por isso. A questão é a massificação de uma ou duas opções de consumo de música que valorizam os piores comportamentos. O efeito disso a longo prazo é uma loucura. A população brasileira dos últimos anos tem o seu gosto musical muito comprometido e isso vai de geração para geração. Se você for numa festa de criança de dois anos num desses salões de festa, tem uma hora que “Vai, Malandra" vai tocar e todo mundo vai cair dentro. Com certeza vai ter alguém pra dizer que esse meu pensamento é coisa de velho... rsrs.

O que você tem feito, quais os próximos projetos?

Cláudio Jorge - Ano passado produzi três discos muito legais. Um do meu filho, Gabriel Versiani, um disco autoral. Outro do meu parceiro Paulinho da Aba, que infelizmente faleceu recentemente, e um terceiro, em que dividi a produção e fiz os arranjos do disco, da cantora brasileira radicada em Paris, Ana Guanabara. Ainda estou surfando na onda do disco que lancei ano passado com meu amigo Augusto Martins, “Ismael Silva, uma Escola de Samba”. Fiz uma participação especial cantando no novo disco do Martinho da Vila, homenagem à Vila Isabel, além de alguns arranjos e tocar os violões, e continuo participando como violonista de seus shows. Este ano lanço mais um disco autoral “Samba Jazz, de Raiz”, no qual eu pude contar com as participações especiais de Mauro Diniz, Frejat, Fátima Guedes, Ivan Lins, Wilson das Neves e outros amigos.

Cite alguns de seus ídolos, musicais ou não, as suas maiores influências, as pessoas que ajudaram você a se tornar o que é hoje.
Cláudio Jorge - Isso é fácil... rsrs. Nas canções, meus principais ídolos sāo Ismael Silva, Chico Buarque e Gilberto Gil. No violão e guitarra, os principais sāo Jorge Santos (meu vizinho no Cachambi, violonista do regional do Waldir Azevedo), George Benson e Hélio Delmiro.



Livro conta a história de Canhoto, referência do violão brasileiro

February 6, 2018 16:46, by segundo clichê


Em "Abismo de Rosas", as Edições Sesc São Paulo resgatam a trajetória de Américo Jacomino, o “Canhoto” (1889-1928), uma das principais referências do violão instrumental brasileiro. Fruto de extensa pesquisa do historiador Sérgio Estephan, o livro faz em seu título uma referência à composição de maior sucesso de Canhoto, “Abismo de Rosas” que, segundo o musicólogo e jornalista Zuza Homem de Mello, é considerada o “hino nacional do violão brasileiro”.

Paulistano, filho de imigrantes italianos, pintor de painéis, compositor, instrumentista, professor de violão e funcionário público, o autodidata Canhoto se destacou por seu virtuosismo e pela particularidade que lhe valeu o apelido: embora canhoto, não invertia as cordas de seu instrumento. Para reconstruir a trajetória desse artista que viveu na virada do século XIX para o XX e integrou uma geração de músicos considerada pioneira do violão instrumental brasileiro, Estephan reuniu fonogramas, partituras, jornais de época, fotografias, correspondências e depoimentos.


Para além da vida e obra de Canhoto, o autor analisa as relações do violonista com o contexto histórico em que estava inserido. Assim, o primeiro capítulo traz uma reflexão sobre a música instrumental brasileira da virada do século XIX para o XX, em especial o choro, gênero que foi a base da produção musical de Canhoto. Já o segundo capítulo aborda a trajetória de Canhoto a partir de sua atividade em São Paulo, cidade que se tornava um grande centro urbano e na qual ocorria uma efervescência artística, especialmente nos chamados “espetáculos de variedades”, quando a música se mesclou com outras atividades artísticas, como o teatro, o circo, a literatura e, posteriormente, a nascente indústria cinematográfica.


As partituras e registros fonográficos são o foco do capítulo seguinte, que examina o universo de composições de Canhoto e sua técnica como instrumentista, desde a pioneira fase mecânica até o surgimento do sistema elétrico de gravações. O livro é encerrado com um capítulo dedicado à proximidade entre Canhoto e Carlos Gardel, abordando a música para violão no Brasil, na Argentina e no Paraguai, e oferecendo um breve panorama sobre o violão instrumental na América do Sul em um momento em que o instrumento reassumiu sua condição de solista e de concerto.


Aparadas as arestas que poderiam levar este livro a ser usufruído apenas por iniciados nos meandros acadêmicos, Sérgio concebeu uma obra que irá interessar desde o leitor comum, curioso por conhecer melhor a história de nossa cultura, até aquele mais especializado, ávido por se abastecer de informações reunidas pelo viés da sensibilidade e da inteligência.


O livro custa R$ 48 e pode ser comprado na loja virtual do Sesc.

 



Casa própria, maloca, favela

February 5, 2018 9:58, by segundo clichê


Carlos Motta

O brasileiro somente agora está se informando sobre o indecente auxílio-moradia que os nossos juízes recebem - um dos vários penduricalhos que inventaram para furar o teto salarial da categoria. 

Por mais que tentem justificar essa aberração ética, o fato é que nenhum juiz não tem onde morar, ao contrário de milhões de concidadãos.

A falta de moradia é um tema constante na música brasileira, e já produziu algumas peças que se tornaram clássicas.

Adoniran Barbosa, por exemplo, aborda o problema em três músicas. A primeira delas, "Saudosa Maloca", de 1951, é uma das suas composições mais famosas e tocadas, seja por profissionais, seja por amadores, em todos os cantos do país. Mato Grosso e Joca, personagens do drama narrado por Adoniran, se tornaram figuras folclóricas.

"Abrigo de Vagabundos", de 1959, é a continuação de "Saudosa Maloca". Nela, o narrador conta que conseguiu, a muito custo, com ajuda de um fiscal da prefeitura, arranjar uma casinha na periferia. E lamenta não ter mais notícias dos amigos Joca e Mato Grosso, "aqueles dois amigos/que não quis me acompanhar/andarão jogados na avenida São João/ou vendo o sol quadrado na detenção.

Dez anos depois Adoniran lançou "Despejo na Favela", uma doída denúncia da violência que se comete contra os miseráveis que se amontoam em barracos, sub-habitações degradantes:

www.youtube.com/watch?v=4jAPmGJB5Qk

Quando o oficial de justiça chegou
Lá na favela
E, contra seu desejo
Entregou pra seu Narciso
Um aviso, uma ordem de despejo
Assinada, seu doutor
Assim dizia a 'pedição'
"Dentro de dez dias
Quero a favela vazia
E os barracos todos no chão"
— É uma ordem superior
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
É uma ordem superior
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
É uma ordem superior
Não tem nada não, seu doutor
Não tem nada não
Amanhã mesmo vou deixar meu barracão
Não tem nada não, seu doutor
Vou sair daqui
Pra não ouvir o ronco do trator
— Pra mim não tem 'probrema'
Em qualquer canto eu me arrumo
De qualquer jeito eu me ajeito
Depois, o que eu tenho é tão pouco
Minha mudança é tão pequena
Que cabe no bolso de trás
Mas essa gente aí, hein?
Como é que faz?
Mas essa gente aí, hein?
Com'é que faz?
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
Essa gente aí
Como é que faz?
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
Essa gente aí, hein?!
Como é que faz?


Outros dois compositores da linha de frente da música brasileira, Dorival Caymmi e Noel Rosa, também trataram do tema.

É de Caymmi a singela "Eu não tenho onde morar":

www.youtube.com/watch?v=4FQ_0JnL-DE

Eu não tenho onde morar
É por isso que eu moro na areia
Eu nasci pequenininho
Como todo mundo nasceu
Todo mundo mora direito
Quem mora torto sou eu
Eu não tenho onde morar
É por isso que eu moro na areia
Vivo na beira da praia
Com a sorte que Deus me deu
Maria mora com as outras
Quem paga o quarto sou eu
Eu não tenho onde morar
É por isso que eu moro na areia


E de Noel, a bem humorada "O Orvalho vem Caindo":

www.youtube.com/watch?v=Z4RWCJx_bFg

O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
Meu cortinado é um vasto céu de anil
E o meu despertador é o guarda civil
(Que o dinheiro ainda não viu!)
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
A minha terra dá banana e aipim
Meu trabalho é achar quem descasque por mim
(Vivo triste mesmo assim!)
O orvalho vem caindo, vai molhar o meu chapéu
e também vão sumindo, as estrelas lá do céu
Tenho passado tão mal
A minha cama é uma folha de jornal
A minha sopa não tem osso e nem tem sal
Se um dia passo bem, dois e três passo mal
(Isso é muito natural!)


Essas cinco composições são apenas exemplos de como a verdadeira arte faz da realidade a sua mais preciosa fonte de inspiração. 

E de como os verdadeiros artistas são muito mais sensíveis às mazelas do povo que as autoridades que são muito bem pagos para tratar delas.



Show reinterpreta trilha sonora de "Quando o Carnaval Chegar"

February 2, 2018 9:48, by segundo clichê


Para reinterpretar a trilha sonora original do filme "Quando o Carnaval Chegar", Anelis Assumpção, Pélico e Rubi se revezam à frente de canções célebres como "Mambembe", "Partido Alto" e "Baioque", num espetáculo gratuito no Sesc Itaquera, dia 11 de fevereiro, às 16 horas. Quarto longa-metragem de Carlos Diegues, "Quando o Carnaval Chegar", de 1972, foi lançado durante os anos de chumbo do governo Médici, pós-AI 5 e debaixo de muita repressão. É o primeiro musical do diretor e marca o encontro de grandes astros da música brasileira da época, com Nara Leão, Chico Buarque (que compôs várias canções da trilha sonora) e Maria Bethânia, interpretando Mimi, Paulo e Rosa, o trio de artistas de uma trupe de cantores de rádio que se apresentam Brasil afora em um ônibus hippie multicolorido.

Anelis Assumpção iniciou a carreira aos 18 anos, fazendo backing vocals na banda do seu pai, o também cantor e compositor Itamar Assumpção. Integrou o grupo DonaZica, ao lado de Iara Rennó e Andréia Dias. Seu primeiro álbum solo "Sou Suspeita, Estou Sujeita, não Sou Santa" (2011) contou com participações de artistas como Céu, Karina Buhr e Curumin. "Taurina" (2017), acaba de ser lançado, depois do sucesso de "Amigos Imaginários" (2014), que contou com a participação de Russo Passapusso, Kiko Dinucci e Rodrigo Campos, entre outros.

Nascido em Goiânia e criado em Taguatinga, o músico e ator Wilton Alves de França, conhecido como Rubi, participou até recentemente da turnê do elogiadíssimo show "A Mulher do Fim do Mundo", de Elza Soares. Dono de uma voz distinta e atuação marcante, Rubi tem mais de 30 anos de atuação tanto na música como no teatro, atuando ao lado de grandes nomes da música nacional, como Vânia Bastos, Zélia Duncan e Chico César, entre outros.

Com referências que vão de Roberto Carlos a Beatles, passando por Cartola, o cantor e compositor paulistano Pélico conta com três álbuns lançados, "O Último Dia de Um Homem Sem Juízo" (2008), "Que Isso Fique Entre Nós" (2011), e "Euforia" (2015). Além do trabalho autoral, Pélico tem participações e parcerias em diversas coletâneas e álbuns. Às próprias composições, somou ainda homenagens a nomes que influenciaram sua carreira, como Cartola, Lulu Santos e Caetano Veloso, e tributos a Raul Seixas, Cássia Eller, Luiz Gonzaga e Ângela Rô Rô.


Xuxa Levy é maestro, compositor e produtor musical. Na estrada já há mais de 20 anos, produziu trabalhos importantes como “Cidadania nas Ruas” com Caetano Veloso, Baby do Brasil, Tom Zé e outros para 40 mil pessoas no Parque do Ibirapuera em 2013, além do projeto “Raul Seixas-Gita 40” Com dois dias de lotação esgotada no Sesc Pompéia em 2014. Xuxa também é compositor e produtor musical do disco do rapper Emicida “Sobre Crianças, Quadris,Pesadelos e Lições de Casa” gravado na África, e que é considerado pela crítica especializada como um dos melhores discos brasileiros de 2015.



Oficina Oswald de Andrade oferece cursos gratuitos

February 2, 2018 9:36, by segundo clichê


Quem se interessa por cultura e artes não pode perder a extensa programação de cursos e workshops gratuitos que a Oficina Cultural Oswald de Andrade (Rua Três Rios, 363, Bom Retiro, São Paulo) oferecerá nos meses de fevereiro e março. A instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis, organizou oficinas de desenho, gravura, xilogravura japonesa, fotolivro, dança e elaboração de projetos culturais para todas as faixas etárias. As inscrições para as atividades devem ser feitas presencialmente na unidade.

Um dos destaques da programação é a Oficina de Fotolivro, de 16 de fevereiro a 23 de março, às sextas-feiras, das 15 às 18 horas, sob coordenação de Inês Bonduki. O curso é destinado a artistas visuais, fotógrafos, arquitetos, designers, e estudantes e profissionais de áreas relacionadas à fotografia, que sejam maiores de 18 anos. A proposta das aulas é investigar possíveis caminhos para o desenvolvimento de um projeto fotográfico de caráter autoral, pensado para o suporte do livro. Serão articuladas saídas fotográficas, exercícios de edição de imagens e aulas teóricas. No fim do curso, o aluno terá produzido alguns livros experimentais e um boneco de livro de seu próprio projeto. São oferecidas 25 vagas e as inscrições devem ser feitas até 9 de fevereiro.

O público adulto interessado na área de produção cultural tem uma ótima oportunidade: participar da Oficina Elaboração de Projetos Culturais, de 20 de fevereiro a 27 de março, às terças-feiras, das 18h30 às 21h30. Durante o curso, serão apresentadas as formas de planejamento e elaboração de um projeto cultural, além de suas diferentes redações para os diversos focos do mercado. A coordenadora Isaira Maria Garcia de Oliveira abordará título, justificativa, objetivos, metas, cronogramas, orçamentos e seus resultados, como também as possíveis fontes de captação de recursos e os patrocínios. As inscrições devem ser feitas até dia 13 de fevereiro, por meio de carta de interesse. São oferecidas 25 vagas.

Já bailarinos, atores e artistas do corpo, e pessoas interessadas nas práticas corporais podem se inscrever na Oficina de dança: Histórias de um Corpo – Processos de Dramaturgia Corporal. A proposta das aulas, que vão de 23 de fevereiro a 27 de março, as terças e sextas-feiras, das 10 às 12 horas, é provocar as seguintes reflexões: “Que história seu corpo guarda?”, “Como podemos transformar uma história pessoal em movimento?”, “Como, através do corpo e do relato, podemos criar novas possibilidades de transmutar traumas ou experiências guardadas no corpo?”. A partir de histórias pessoais, cada participante desenvolverá uma sequência de movimentos que parte da palavra e resulta em discurso corporal – tudo isso por meio da improvisação e da construção de uma narrativa do corpo. A ideia do curso, coordenado por Gabriela Caraffa, é experimentar o encontro destes discursos cruzados, criando um momento ritualístico, para que corpo e narrativa criem novas possibilidades de transformar experiências vividas. As inscrições devem ser feitas até 9 de fevereiro, por meio de carta de interesse que responda à seguinte pergunta: “Que história seu corpo guarda?”. São oferecidas 20 vagas.

A Oficina de Introdução à Mokuhanga, prática da xilogravura japonesa, é indicada para jovens maiores de 16 anos interessados em artes e cultura do Japão. De 28 de fevereiro a 28 de março, às quartas-feiras, das 18h30 às 21h30, a coordenadora Simonia Fukue ensinará a base teórica e prática da Mokuhanga, técnica utilizada por artistas consagrados do Ukiyo-e (estampa japonesa), como Katsushika Hokusai (gravurista dos séculos 18 e 19). Os participantes terão a oportunidade de gravar uma pequena xilogravura e realizar uma impressão colorida com essa técnica. As inscrições vão até 16 de fevereiro, por meio de carta de interesse, e são disponibilizadas 12 vagas.

Crianças e adolescentes são convidados para a Oficina Desenho Intuitivo com Ivan Cáceres, de 5 a 9 de março, das 9h30 às 11h30, onde o artista incentivará o público infanto-juvenil a explorar internamente sonhos e medos, por meio de exercícios cotidianos. Já jovens e adultos interessados em gravura podem participar do Workshop com Cláudio Mubarac, no dia 22 de fevereiro, quinta-feira, das 18h às 21h30 – a única exigência é que os participantes detenham o mínimo de conhecimento técnico.



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