Em um ano, Brasil Novo desempregou mais de 1 milhão de trabalhadores
April 20, 2017 17:28Como diz a música dos Novos Baianos, lá vai o Brasil [Novo] descendo a ladeira...
A cada mês aumenta o número de desempregados.
Em março, mais 63.624 empregos formais (com carteira assinada) foram fechados, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em fevereiro, o governo ilegítimo havia comemorado a criação de 35.612 vagas formais.
Março apresentou variação negativa de 0,17% em relação ao estoque de fevereiro. Foram registradas 1.261.332 admissões contra 1.324.956 desligamentos. No acumulado do ano, a queda foi de 64.378 postos de trabalho, equivalente a -0,17%, em relação ao estoque de dezembro de 2016, e, nos últimos 12 meses, houve a redução de 1.090.429 postos de trabalho, correspondendo a uma retração de -2,77% no total de empregados com carteira assinada do país.
O comércio foi o setor que mais apresentou retração, com o fechamento de 33.909 postos, seguido do setor de serviços (-17.086 postos), construção civil (-9.059 postos), indústria de transformação (-3.499 postos) e agricultura (-3.471 postos). Administração Pública apresentou desempenho positivo (+4.574 postos).
Explode número de ações por falta de pagamento de aluguel
April 20, 2017 10:38A vida não está fácil no Brasil Novo, esse que prometia um paraíso de leite e mel para seus habitantes: em março foram registradas 1.836 ações judiciais por falta de pagamento de aluguel, 50% a mais quando comparado ao mesmo período do ano passado, que registrou 1.228 ações.
A comparação de março deste ano com fevereiro também mostra um aumento de 33% no número de processos: em fevereiro foram movidas 1.377 ações.
Os números são do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), monitorados pela AABIC- Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo.
A soma de todos os tipos de ações locatícias atingiu 2.056 em março, que em comparação ao mesmo período de 2016 (de 1.362 ações), representou aumento de 51%.
Na comparação com fevereiro, o aumento foi de 31%.
Das 2.056 ações movidas em março, 89% foram por falta de pagamento de aluguel. As ações ordinárias somaram 3,89%. E as ações renovatórias e consignatórias, somaram 5,98% e 0,83% das ações.
Já as ações de cobrança de condomínios por falta de pagamento atingiram o número de 1.177 em março, aumento de 121% se comparado ao mesmo período do ano anterior (533 ações).
Em comparação com fevereiro a variação foi de 117%.
Cartilha desnuda reforma da Previdência
April 20, 2017 10:24O Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional - Sinprofaz lançou a cartilha “A PEC 287/16 – Trabalhar mais, ganhar menos”.O documento trata das mudanças na aposentadoria do trabalhador privado e do servidor público que devem ocorrer a partir da reforma da Previdência proposta pelo governo federal.
A cartilha revela as principais alterações que a PEC 287/16 promove na Previdência e na Assistência Social, faz um paralelo entre o sistema contributivo no Brasil e em outros países e explica como se dá a fabricação do “déficit”.
A cartilha publicada é um dos poucos documentos – senão o único – que aborda todos os aspectos da reforma: legais e constitucionais, administrativos, financeiros e atuariais, em perspectiva nacional e internacional.
Serve, assim, não somente como instrumento de informação e esclarecimento, mas como meio de conscientização e mobilização dos que serão afetados pela reforma, hoje e no futuro.
Acesse aqui a cartilha “A PEC 287/16 – Trabalhar mais, ganhar menos”.
Nove mentiras e uma verdade sobre o Brasil
April 20, 2017 10:15A brincadeira das 9 verdades e 1 mentira virou febre no Facebook.
No espírito do jogo, proponho ao leitor que descubra 9 mentiras e 1 verdade sobre o Brasil:
1) As instituições funcionam perfeitamente;
2) O Executivo central é composto por pessoas sérias, competentes, honestas e de grande visão sobre os problemas do país;
3) A crise econômica está no fim;
4) O Judiciário e o Ministério Público têm feito enormes progressos no combate à corrupção;
5) O Congresso Nacional é composto por verdadeiros patriotas;
6) A Rede Globo de Televisão, em primeiro lugar, e as outras emissoras, têm prestado relevantes serviços para a democracia, com uma programação de alto nível técnico e de elevado conteúdo educativo;
7) O empresariado entende perfeitamente o que significa o seu papel social para o desenvolvimento da nação;
8) As reformas que estão sendo efetivadas pelo atual governo central são necessárias para o país avançar econômica e socialmente;
9) O povo é ingênuo, conservador, individualista, ignorante, e não tem noções mínimas de cidadania.
Brincadeiras à parte, o Brasil de hoje é um caso sério. (Carlos Motta)
Por que a educação é dever do Estado?
April 19, 2017 16:20Daniel Medeiros
Na última semana, um pai foi multado em mais de 10 mil libras por levar a filha para a Disneylândia durante o período letivo. Certo, isso aconteceu na Inglaterra e foi manchete nos principais jornais do país. O Estado por lá não perdoa: criou um sistema público de educação às custas dos impostos dos cidadãos, debateu exaustivamente um currículo cujo objetivo principal é formar pessoas capazes de manter o que é importante e mudar o que não atender mais ao conjunto da população, e um pai acha que pode tirar a menina da escola para que ela tenha alguns dias de lazer e diversão? E a comunidade, como fica?
Aí reside a questão fulcral do Ensino Público: o Estado não usa os recursos dos tributos para que um rapaz ou uma moça possam ter um futuro melhor, mas para que a comunidade tenha um futuro melhor! Por isso existem vagas para médicos, engenheiros, professores. Porque essas funções são fundamentais para o bem comum, aquela ideia grega de polis, ou como diziam os romanos, civitas, palavras que não se referem ao lugar ou às pessoas, mas se refere ao lugar transformado pelas pessoas.
No Brasil, o governo federal apresentou a Base Curricular do Ensino Fundamental. Ali está o que alguns especialistas consideram o mínimo necessário para que crianças dos 6 aos 15 anos aprendam. Mas aprender para se tornarem o quê? Por aqui, como é sabido, o dinheiro dos impostos gera estruturas precárias, professores mal remunerados, insegurança e violência, péssima formação técnica, científica e política. Com essa realidade, o que mesmo o currículo comum veio para mudar?
Penso, depois de mais de trinta anos de sala de aula, acompanhando, ora esperançoso, ora cético, sempre preocupado e nunca indiferente, que o primeiro passo para refundar a escola pública em nosso país é o Estado olhar para ela como a mãe olha para o filho há muito esperado: com olhar de urgência e paixão, de cuidado e alegria, de diligência e entusiasmo. O Estado é a expressão de seus cidadãos e os cidadãos são os que a escola forma e a família não distorce ou rivaliza. Mas, para que isso ocorra, é fundamental uma família que exija um Estado que invista em uma escola que funcione. E é disso que precisamos. Para que por aqui também leiamos notícias como a que saiu no Metro londrino e que, sem espanto, digamos apenas: “Imagina! Fazer a menina faltar aula só pra leva-la pra Disney? Absurdo!”. (Daniel Medeiros é doutor em Educação Histórica pela UFPR e professor no curso Positivo)