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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

A arte popular brasileira ganha um livro

November 27, 2017 14:45, by segundo clichê


"Eu me ensinei: narrativas da criatividade popular brasileira" é ao mesmo tempo um livro de arte e um compêndio raro sobre a obra de 78 artistas autodidatas de todo o país. “Eu me ensinei sozinha”, frase cunhada por Izabel Mendes da Cunha, conhecida como Dona Izabel, representa, com clareza, a síntese da categoria que aglutina os artistas do livro. A obra será lançada no dia 7 de dezembro de 2017, às 18h30, na Livraria Martins Fontes – Avenida Paulista, 509, em São Paulo. 
 
Autoria e projeto editorial de Edna Matosinho de Pontes, a publicação bilíngue (português e inglês), 464 páginas, editada pela Via Impressa Edições de Arte, além de registrar a vida e obra dos artistas relacionados, traz um ensaio aprofundado sobre a questão da arte popular, de Ricardo Gomes de Lima, e texto de apresentação assinado por Fabio Magalhães. 

Com seu arsenal de conhecimento sobre essa expressão artística nacional, acumulado ao longo de 30 anos como estudiosa, colecionadora e galerista, Edna Pontes ilumina cada uma das linguagens que emergem de várias regiões do Brasil. Para reunir os depoimentos iniciados em 2014, a autora percorreu 12 Estados, do Norte ao Sudeste. Por meio de entrevistas in loco e de pesquisas sistemáticas, construiu a biografia dos principais nomes da produção popular brasileira do século XX e princípio do XXI, entre os quais Dona Izabel, Manuel Eudócio, Véio, J. Borges, Antônio de Dedé e Nilson Pimenta.

Segundo Edna Pontes, nenhuma peça de arte popular pode ser apreciada desvinculada do artista, de sua história e de seu meio. Por isso, destaca, o livro privilegia a narrativa dos artistas retratados, no lugar onde vivem e produzem, tomando-os como sujeitos de sua vida e de sua obra. “As narrativas dos artistas reunidas procuram tecer a trama e seguir os percursos da arte popular brasileira: as festas, o cotidiano, a religiosidade, as crenças, o erotismo, os temores – enfim, a vida celebrada, recriada e restaurada em múltiplos ângulos, com a riqueza da imaginação e com a limitação dos materiais disponíveis, a serviço de seu apurado saber fazer”, completa.



Festival quer reunir feras do rock/blues nacional

November 27, 2017 10:17, by segundo clichê


"O cenário musical brasileiro empobreceu, encolheu, sucateou. Grandes artistas, grandes músicos, nossa cultura, nosso patrimônio. Nenhum espaço. Nenhum respeito. Nenhum reconhecimento. Eu não consegui ficar sentado no sofá assistindo isso acontecer sem tentar fazer alguma coisa. Não sou do show business. Assim como você, eu curto muito a música de alta qualidade e os artistas que as executam. Sou um apaixonado por rock, blues, guitarras. Estou apaixonado por contrabaixo agora. Eu sou entusiasta da boa música e sei que aqui no Brasil temos músicos e artistas que estão entre os melhores do mundo!"

Quem diz isso é Anderson Cobra, o idealizador do Gray Music, evento que reúne algumas feras do rock/blues instrumental do Brasil, que vai para a sua segunda edição, e é alvo de uma campanha de crowdfunding, a nossa popular "vaquinha".  

O Gray Music 2 deverá ser realizado no dia 3 de março do ano que vem, ainda em local a ser definido, mas provavelmente, como informa Anderson, "em uma casa de shows de altíssima qualidade nos bairros de Itaim ou Pinheiros (São Paulo)".

Se na primeira edição o Gray Music reuniu, no Manifesto Rock Bar, nomes como Rafael Bittencourt, Edu Ardanuy, Joe Moghrabi, Marcelo Barbosa, Fábio Zaganin e Cristiano Rocha, a segunda edição promete manter o pique, segundo explica Anderson Cobra:

"O time está fantástico. Na bateria, Bruno Valverde, do Angra, um monstro quando entra atrás da batera. No baixo, nada menos que Felipe Andreoli, também do Angra, que também dispensa apresentações e comentários. Mozart Mello, nosso maior mestre, fará seu show com essas feras e eu não vejo a hora de ver essa mistura. Teremos ainda o Faiska, com toda sua técnica apurada e sua pegada fantástica, para pôr fogo em tudo.E ainda o Roger Franco. É uma mistura interessantíssima, já que o Roger é um músico brilhante e de uma safra mais nova. Agora, imagine tudo isso numa jam final com Bruno Sutter no vocal... Mais inusitado e exclusivo que isso?

A ideia de fazer um crowdfundig para financiar o festival surgiu porque, segundo Anderson, "nosso governo vem enfrentando problemas financeiros e institucionais muito graves para nos dar alguma atenção à música, os empresários do setor musical sofrem com a deterioração cultural do país há muitos anos e mal conseguem se manter em pé, que dirá nos apoiar e para empresários de outros setores ainda não somos relevantes e por isso não temos o seu apoio".

O que restou, diz, foi lançar a campanha de crouwdfunding, "pois assim teremos um resultado direto, sem intermediários, sem burocracia". 

O objetivo da campanha é arrecadar cerca de R$ 46 mil. As contribuições começam em R$ 28 e as recompensas incluem desde músicas para download a ingressos, descontos em cursos de instrumentos musicais, acesso a ensaios e camarins, entre outros benefícios. 



Clássicos do cinema ao alcance de um clique

November 27, 2017 9:43, by segundo clichê


O Cinema Livre, portal que tem disponível um catálogo de cerca de 250 filmes clássicos, adicionou mais um lote de pérolas cinematográficas das décadas de 30 e 40 do século passado ao seu acervo: "À Noite Sonhamos" (1945, direção de Charles Vidor), "Asilo Sinistro" (1946, direção de Mark Robson), "Capitão Blood" (1935, direção de Michael Curtiz), "Se Eu Fora Rei" (1938, direção de Frank Lloyd), "Imitação da Vida" (1934, direção de Douglas Sirk), "Intermezzo: Uma História de Amor" (1939, direção de Gregory Ratoff) e "A Ilha dos Mortos" (1945, direção de Mark Robson).

O idealizador do portal, Lucas Bombonatti, é quem faz a coleta dos filmes, que já estão em domínio público. Segundo ele, dependendo da expansão de sua base de clientes, o próximo passo será investir em um app para smartTV.

Para ter acesso aos tesouros do Cinema Livre é preciso fazer uma assinatura, que custa a bagatela de R$ 9 mensais. 

"A recepção das pessoas ao nosso serviço tem sido boa, alguns reclamam de ter que pagar, mas infelizmente somente com propagandas o site não se mantém", diz Lucas.



"Ruas são espaços democráticos e um ambiente para a arte"

November 27, 2017 9:13, by segundo clichê


O dançarino de balé popular do Recife, Roger de Renor, é o entrevistado do programa Conversa com Rosean Kennedy que vai ao ar hoje, segunda-feira (27), às 21h30, na TV Brasil. Ele tem importante trajetória na cena cultural brasileira e várias décadas dedicadas às artes.

O pernambucano já trabalhou em gravadora, foi dançarino do balé popular do Recife e teve seu nome imortalizado na música Macô, de Chico Science. Roger também foi dono do bar Soparia, onde se encontravam grandes nomes do movimento manguebeat, como Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e Mestre Ambrósio. O movimento tornou-se referência na descentralização da produção cultural do país.

Idealizador do programa Som na Rural, Roger transforma um modelo Ford antigo em veículo sonoro itinerante, para levar música de todas as vertentes ao público nas ruas. O programa, que já teve temporadas na TV Brasil, está em nova fase. “A gente tá preparando uma nova temporada pra continuar essa ponte e essa missão da TV pública: mostrar a diversidade da música do Brasil. Acho que a maior vontade do brasileiro é se descobrir como país, como identidade dentro das suas diferenças.”

Roger é um defensor da ocupação dos espaços públicos e acredita que as ruas devem ser um espaço comum, democrático, local de encontros e e também um ambiente para as manifestações artísticas. Ele comenta a insegurança que existe em relação ao espaço urbano. “As ruas são seguras, a gente observa isso. A gente faz parte desse movimento, que mostra isso para as pessoas na prática. As ruas são inseguras quando estão desertas. Se a gente está nas ruas, a gente é a nossa segurança. Não é a polícia que vai fazer a segurança, são as pessoas sendo a maioria nas ruas.”

O produtor cultural também faz duras críticas ao se referir aos espaços “artificiais” como sinônimos de segurança. “Às vezes, o sistema quer mostrar que o barato é o shopping center porque é seguro. Então, a gente ouve absurdos... edifícios que vendem apartamentos que tem playground, churrasqueira, academia e tem passagem exclusiva para o shopping. Então, o Som na Rural trabalha isso. Outros lugares também trabalham, independentemente de ser um carro ou não, trabalham movimentos que chamam as pessoas para fazer uso dos lugares.”

Roger defende ainda que a cidade seja um local para encontros e trocas entre grupos sociais. Um espaço de convívio e compartilhamento artístico. “As pessoas querem os espaços públicos para as suas manifestações culturais, com todas as influências, todas as suas invenções e reinvenções. E isso é muito bonito."



Adoniran, a voz dos invisíveis

November 24, 2017 15:04, by segundo clichê




Carlos Motta

E lá se vão 35 anos da morte de um dos mais originais artistas populares do Brasil, o inconfundível Adoniran Barbosa, nascido João Rubinato na cidade paulista de Valinhos em 6 de agosto de 1910 e falecido em 23 de novembro de 1982 na capital paulista.

Muitos, mas muito mesmo, falaram e dissecaram a obra de Adoniran, ressaltando a revolução linguística de suas letras, que incorporaram, como nenhum outro, a maneira de se expressar do povo, essas pessoas comuns, batalhadoras do dia a dia, heróis anônimos da sobrevivência.

Adoniran, porém, fez mais: ao pôr em evidência em suas músicas o sujeito ordinário, esse ser quase invisível que, na verdade, é o grande protagonista histórico desta sofrida nação, ele acabou revelando todas as mazelas, toda a injustiça e desigualdade que amarram o país no atraso, ignorância e subdesenvolvimento.

Quantos Jocas, Charutinhos, Mato Grossos, Arnestos, Manés, Iracemas, Nicolas, Geraldas, quantas Malvinas, quantas tristes margaridas, existem ainda neste Brasil, à espera de uma vida menos sofrida, de uma oportunidade para melhorar o salário ou para conseguir um emprego?

E quantas vezes ainda os jornais noticiarão o que Adoniran colocou em seu "Despejo na Favela", um retrato cru de uma situação que, de certa forma, sintetiza este país?

Canta, Adoniran!

Despejo na Favela

Quando o oficial de justiça chegou
Lá na favela
E, contra seu desejo
Entregou pra seu narciso
Um aviso, uma ordem de despejo

— Assinada, seu doutor
Assim dizia a 'pedição'
"Dentro de dez dias
Quero a favela vazia
E os barracos todos no chão"

— É uma ordem superior
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
É uma ordem superior
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
É uma ordem superior

— Não tem nada não, seu doutor
Não tem nada não
Amanhã mesmo vou deixar meu barracão
Não tem nada não, seu doutor
Vou sair daqui
Pra não ouvir o ronco do trator

— Pra mim não tem 'probrema'
Em qualquer canto eu me arrumo
De qualquer jeito eu me ajeito
Depois, o que eu tenho é tão pouco
Minha mudança é tão pequena
Que cabe no bolso de trás

...Mas essa gente aí, hein?
Como é que faz?
Mas essa gente aí, hein?
Com'é que faz?
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
Essa gente aí
Como é que faz?
Ô, ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
Essa gente aí, hein?!
Como é que faz?



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