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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Rendimento cai em quatro das cinco grandes regiões do país

August 29, 2017 15:34, by segundo clichê


Ronnie Aldrin Silva

Os dados do segundo trimestre de 2017 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral (PNADC Trimestral/IBGE) apontam que a renda do trabalhador recuou em quatro das cinco grandes regiões do país em 2017. Esta redução também pode ser observada em 15 dos 27 Estados da federação. Ao comparar tais resultados com a variação do trimestre anterior (primeiro de 2017 em relação ao quarto de 2016) percebe-se que a situação piorou, pois os trabalhadores de apenas sete Estados, e nenhuma grande região, haviam passado por tal situação.


Os trabalhadores das regiões Sudeste e Sul foram os mais afetados. A remuneração média reduziu-se em R$ 39,00 e R$ 22,00 respectivamente no 2º trimestre de 2017. A Região Norte foi a única que apresentou resultado positivo, com um aumento do rendimento real de R$ 14,00.

A queda no rendimento do trabalhador ocorre num momento crítico, exatamente quando o governo reduz e dificulta o acesso da população a direitos sociais e trabalhistas. Alguns Estados se destacaram negativamente nessa redução de renda e em um curto período, são eles: Roraima (R$ 89,00), Rio Grande do Norte (R$ 75,00), Sergipe (R$ 73,00), Espírito Santo e Rio de Janeiro (R$ 66,00), Mato Grosso (R$ 56,00) e São Paulo (R$ 49,00). 

O aumento da renda real ocorreu de forma mais significativa apenas nos Estados do centro-norte do país. Em Rondônia, Maranhão e Distrito Federal foi de R$ 59,00, no Amazonas R$ 63,00 e no Amapá, que teve o maior crescimento, de R$ 154,00 para a média dos 296 mil trabalhadores locais.

Os Estados onde os trabalhadores possuem as maiores médias de rendimentos são Distrito Federal, com R$ 3.726,00 e São Paulo, com R$ 2.743,00. No outro extremo, os ocupados de seis Estados apresentam remuneração média inferior a R$ 1.500, são eles: Maranhão (R$ 1.258,00), Alagoas (R$ 1.321,00), Ceará (R$ 1.361,00), Piauí (R$ 1.384,00), Pará 
(R$ 1.391,00) e Bahia (R$ 1.439,00). (Fundação Perseu Abramo; ilustração: Freepik)



Caravana de Lula promove encontro com Brasil real

August 29, 2017 15:20, by segundo clichê


Fernanda Estima

Lula do Brasil, Lula pelo Brasil, entre várias outras maneiras de nominar a caminhada do ex-presidente Lula pelo nordeste brasileiro, independente do nome ou das avaliações que façam deste enorme evento que percorre estradas e lugarejos, concretamente significa o reencontro de Lula e do PT com o país como ele de fato é.

A viagem pelo Brasil nordestino é uma constante aula de geografia: a paisagem muda, o modo como vivem nas várias cidadezinhas idem, a constatação das características regionais, a vegetação que muda, cabras e bodes no caminho que mostram o tempo todo que a vida é bem diversa daquela que se vive no Sul/Sudeste. Ainda bem!


Juntei-me à Caravana a partir de João Pessoa (PB), já percorri mais de 600 quilômetros e presenciei dúzias de atos espontâneos no percusso dos ônibus que acompanham Lula nesta jornada. O dia a dia do ônibus repleto de companheiras e companheiros da comunicação não é dos mais leves: horas de estrada, correria a cada parada, calor, sol e muita solidariedade.

Lula comprova a cada momento que sua popularidade não é uma simples tabela com números, como as que produzem os institutos de pesquisa. A comoção e correria com passagem e presença de Lula pelos lugarejos mais distantes dos grandes centros provam isso. A cada ato espontâneo no caminho da Caravana (e não são poucos), como os vários relatados pelas equipes de comunicação presentes, pode-se quase pegar com as mãos o carinho e amor expressados pela população mais humilde destes lugares.

Nesta terça-feira, 29 de agosto, a Caravana sai do Rio Grande do Norte com o sabor ainda fresco do gigante ato da noite anterior, em Mossoró, uma das cidades mais progressistas do povo potiguar, e parte em direção ao Ceará. O calor é intenso assim como a vontade das pessoas de chegar perto de Lula, falar com ele ou fazer uma selfie. No caminho, lágrimas, acenos e bandeiras, desejos de boa sorte e muita torcida por um futuro melhor para o país.

No Brasil real percorrido pela Caravana as pessoas são reais. Não são números ou estatísticas. E suas necessidades são mais reais ainda: ainda falta água apesar de vários avanços só possíveis durante os governos de Lula e Dilma, como os resultados da transposição do Rio São Francisco; ainda falta opção de emprego e renda; ainda falta muito para a qualidade de vida digna chegar a esses rincões.

Mesmo faltando, apesar das dificuldades variadas para a sobrevivência e criação dos filhos e filhas deste Brasilzão, o que essa gente sabe é que teve uma vida melhor durante as gestões federais protagonizadas pelo PT e seus governos. Sabem que as possibilidades de melhorar a vida eram reais e ocorriam: a escola e universidade chegaram, a água apareceu finalmente, os médicos foram até as comunidades, as comunidades formaram também seus médicos e as palavras de Lula nos palanques e palcos do caminho falam disso: “Antes vocês tinham que andar de jegue e hoje tá todo mundo de moto, antes o filho do pedreiro não podia ser engenheiro e agora pode sim." (Fundação Perseu Abramo; foto: Ricardo Stuckert)



Os bons tempos da caderneta

August 29, 2017 10:02, by segundo clichê

 

Carlos Motta


Todas as semanas o Banco Central divulga o Boletim Focus, que traz projeções do mercado financeiro para uma série de indicadores econômicos. O último profetiza que a taxa básica de juros, a Selic, vai fechar o ano em 7,25%, uma queda de 0,25% em relação ao prognóstico anterior.

Já na economia real, o juro médio anual do cartão de crédito chegou a 399,1% em julho, marcando a segunda alta seguida.

E a taxa média de juros das operações de crédito, pessoas físicas e jurídicas, subiu em julho para 46,6% ao ano.

Vale lembrar que a atividade econômica está fraquinha, fraquinha, no Brasil, o que justifica o esforço do Banco Central em reduzir a Selic, mas contraria a lógica no caso das instituições financeiras, que vêm aumentando os juros.

Seja como for, o fato é que as taxas cobradas em nosso país são, para não dizer muito mais, indecorosas.

A ganância dos banqueiros é algo para se pensar. 

E como uma coisa puxa a outra, acabei me lembrando justamente do oposto, de comerciantes que conheci que sabiam tratar seus fregueses de modo especial - e nem por isso deixaram de lucrar com eles.


Na Jundiaí da minha juventude, lá no início dos anos 70, existiam várias pessoas assim. Me recordo particularmente de duas delas, o Cassiano, dono do Urso Branco, um bar ao qual íamos todas as noites depois do fechamento da edição do "Jornal de Jundiaí" - eu, o saudoso Afrânio Bardari, secretário de redação, Celso de Paula, batalhador incansável das artes e da cultura da cidade, repórter dos bons, e vários amigos que deixo de nominar justamente porque foram muitos.

O Cassiano, além de fazer sanduíches de primeira e não se importar de ficar aberto até a madrugada, ainda marcava na caderneta a nossa conta quando, por motivos alheios à nossa vontade, estávamos duros. 

Sei que nunca demos calote. Podíamos atrasar um pouco, mas ele, educadamente, nos cobrava quando sentia que havia perigo à vista.

Caso ainda mais grave de negociante que me levava às alturas com o tratamento dispensado era o Paulinho Copelli, da Casa Carlos Gomes, notável estabelecimento situado à Rua Barão de Jundiaí, que se encarregou, durante décadas, de levar o melhor da música aos jundiaienses.

O Paulinho era incrível. 

Além de oferecer o fino da MPB, do rock e do jazz, ainda tinha um sistema de crédito inacreditável.

Eu levava a pilha de LPs que escolhia até a sua mesa, tirava a ficha da loja do bolso e ele me perguntava, invariavelmente, depois de somar a compra:

- Quanto é que você quer pagar este mês?

Isso mesmo! 

Era eu que decidia de quanto seria a prestação. Comprei discos assim durante vários anos. Quando parei - e acertei o débito com o Paulinho - tinha uma coleção de mais de 1.500 LPs, boa parte deles da Casa Carlos Gomes.

Claro que ressuscitar o sistema da caderneta é algo impensável nos dias de hoje. Mas convenhamos: soltar rojões por uma taxa de 7,25% de juros ao ano, só mesmo sendo idiota.

Cassiano, Paulinho Copelli... 

Existiu mesmo esse país onde nós fizemos tantos bons negócios? 



Classe média tem dinheiro só para passar o mês

August 28, 2017 16:32, by segundo clichê


Com a crise econômica, poucos brasileiros estão conseguindo formar uma poupança para imprevistos ou realizar um sonho de consumo. Segundo dados apurados pelo Indicador de Reserva Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apenas dois em cada dez (21%) consumidores puderam guardar parte de seus rendimentos no mês de junho. Em maio, o índice de poupadores estava em 17%. A maioria (72%) dos consumidores não conseguiu guardar qualquer quantia, enquanto 7% não souberam ou não quiserem responder.

A abertura do indicador por faixa de renda revela que, nas classes C, D e E, há uma proporção ainda maior de consumidores que deixaram de poupar em junho. Oito em cada dez (77%) pessoas que se enquadram nessa faixa de rendimento não conseguiram poupar ao menos parte de seus rendimentos mensais. Já nas classes A e B, o percentual de não-poupadores cai para 53% da amostra, mas ainda assim é considerado elevado pelos especialistas do SPC Brasil.


Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 46% justificam uma renda muito baixa, o que inviabiliza ter sobras no fim do mês. Outros 18% disseram não ter renda e 13% foram surpreendidos por algum imprevisto financeiro. Há ainda 12% de consumidores que admitiram ter perdido o controle e a disciplina sobre os próprios gasto.

Outro dado é que 45% dos brasileiros que possuem reserva financeira tiveram de sacar ao menos parte desses recursos, sendo que para 11% a necessidade foi ter de pagar alguma dívida, 10% para despesas extras e outros 10% para despesas básicas da casa.



Direita, esquerda... O brasileiro quer mesmo é sossego

August 28, 2017 10:58, by segundo clichê

Carlos Motta

As pesquisas eleitorais mostram que uma parcela da sociedade brasileira gostaria que o deputado fascista fosse o presidente da República.

Se ele vai ganhar são outros quinhentos.

Mas o fato é que existe um monte de concidadãos que adoram o sujeito e tudo o que ele representa, e muitos dizem abertamente que, ou têm saudade dos tempos da ditadura, ou que os militares é que vão dar jeito no país.

Eu tenho um palpite sobre o por quê dessa gente pensar assim.

Acho que o brasileiro é desligado dessas coisas de política.

É muito complicado para ele esse negócio de governar a cidade, o Estado, o país, de se fazer leis, decretos, medidas provisórias e que tais. 


O brasileiro quer mesmo é ter um emprego, ou alguma coisa qualquer, para poder viver a sua vidinha, que inclui "luxos" como comprar um carro ou produtos da moda, viajar nas férias, ir ao shopping center, assistir à Globo, frequentar o culto ou rezar na missa, pedindo a deus para tudo melhorar e para aliviar a consciência dos "pecados" que cometeu na semana. 

Se puder ter uma casa própria, melhor; se não, que more de aluguel.

Em resumo: acredito que o brasileiro médio está pouco se lixando se o prefeito, o governador ou o presidente seja de esquerda, de direita, seja corintiano ou palmeirense, gordo ou magro, desde que haja dinheiro suficiente no fim do mês.

Vivi toda a juventude, na então provinciana Jundiaí, a 60 km da capital paulista, durante a ditadura militar. 

E não conheci, com exceção de alguns poucos, gente que se opunha àquele regime.

Nas festas de aniversário de algum familiar, todos pareciam felizes e que aquele era o melhor dos mundos. 

Teve até um contraparente que discutia política com meu pai, o saudoso capitão Accioly, e se dizia contra a "revolução", mas que depois se filiou à Arena, o partido que apoiava a ditadura, e chegou mesmo a ser eleito prefeito da cidade.

No Jornal de Jundiaí, o JJ, quando chegava o fim de março, vinha a ordem do patrão para escrevermos mensagens publicitárias e matérias saudando o 31 de março - o departamento comercial faturava um bocado com o suplemento especial dedicado à grande data. 

Lembro que certa tarde, ao entrar na redação, vi um dos nossos mais prolíficos redatores/repórteres dormindo em sua mesa, cabeça derrubada sobre a máquina de escrever. Acordou quando a sala também acordava, sob o impacto da chegada do pessoal. Olhou-nos, deu um bocejo, passou a mão no rosto e disse, simplesmente:

- Nossa, trabalhei tanto essa madrugada que senti a barba crescer.

Não dá também para esquecer os disputados cursos promovidos pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, a notória Adesg, pelos quais os civis proeminentes da comunidade se engajavam, de corpo e alma, à filosofia das Forças Armadas, contra o comunismo ateu e a favor da propriedade, da família e da pátria.

Lula foi "o cara" enquanto a economia estava bombando.

Até a Dilma foi reeleita.

Mas quando os tempos de prosperidade foram ficando no passado, eles viraram as "Genis" e as mesmas pessoas que rasgavam elogios aos dois passaram a xingá-los por todos os problemas do mundo.

Os endinheirados e aqueles que se julgam como tal, ou seja, a classe média burra e ignorante, apenas toleraram os trabalhistas no poder enquanto eles lhes foram úteis e ampliaram seus privilégios. 

Foi só a caldo começar a entornar que o ódio de classes explodiu com toda a sua violência e o país chegou a essa situação de hoje, com uma quadrilha na Presidência da República, detonando todas as conquistas sociais, vendendo tudo para o capital internacional, e promovendo uma caçada a qualquer um que tenha inclinações progressistas.

Por essas e outras não tenho dúvida de que, se um direitoso qualquer for eleito em 2018, tudo ficará em paz se ele conseguir dar umas migalhas para o povão. 

Aí a Globo vai dizer que no Brasil está tudo uma maravilha - e todos vão acreditar e a felicidade se espalhará pelos ares. (Carlos Motta)



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