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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Golpe faz 80% dos brasileiros cortar despesas

July 10, 2017 10:39, by segundo clichê

O golpe que tirou Dilma Rousseff da presidência não deixa dúvida sobre para o quê veio: 80% dos brasileiros tiveram de fazer cortes no orçamento ao longo do primeiro semestre deste ano para lidar com os efeitos da crise, revela pesquisa do  Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e  Confederação Nacional e Dirigentes Lojistas (CNDL).

O principal item cortado por esses consumidores foi a alimentação fora de casa, citado por seis em cada dez (57%) pessoas. Outros produtos e serviços que também deixaram de ser prioridades para o brasileiro foram a compra de roupas, calçados e acessórios (55%), gastos com lazer e cultura, como cinema e teatro (51%), viagens (51%), idas a salões de beleza (50%), e a compra de itens supérfluos nos supermercados (50%).

Para 76% dos brasileiros, a vida financeira está igual ou pior que no ano passado, e a economia do país piorou para 39%


De acordo com o balanço do primeiro semestre, para 76% dos consumidores, a vida financeira pessoal continuou igual ou pior do que no ano passado. Apenas 19% consideram que houve melhora no período avaliado. A percepção predominantemente negativa se mantém elevada em todos os estratos analisados, como gênero, idade e classe social.

A avaliação que os entrevistados fazem do desempenho da economia do país como um todo também vai na mesma direção: para 39% dos entrevistados, as condições da economia brasileira pioraram nos seis primeiros meses deste ano em relação ao ano passado, enquanto para 38%, ela se manteve do mesmo jeito. De modo inverso, apenas 19% acreditam que houve melhora ao longo do período.

Considerando a parcela de brasileiros que avaliam que o estado de suas finanças piorou ao longo do primeiro semestre, as razões relacionadas à crise ganham destaque: 34% atribuem a piora à queda da renda familiar, 32% mencionam o fato de não conseguirem mais poupar como antes, e 30% culpam o desemprego. Já entre a minoria que notou alguma melhora na situação financeira pessoal, a razão mais citada é o controle do próprio orçamento, mencionado por 37% desses entrevistados.

Outro dado que demonstra o alcance da crise é que 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos e trabalhos extras para complementar a renda de casa. O desemprego bateu à porta de 36% dos consumidores ouvidos e pouco mais de um terço (35%) precisou recorrer a empréstimos bancários ou ajuda de familiares para organizar o orçamento. Há ainda, 26% de entrevistados que para conseguir algum dinheiro tiveram de vender algum bem.

Resultado do dinheiro mais curto é que 38% dos entrevistados foram parar nos cadastros de inadimplentes pelo não pagamento das contas. Mais da metade (51%) dos consumidores admitiram ter ficado vários meses ao longo deste ano com as contas no vermelho, e 56% não estão conseguindo pagar todas as contas em dia.

De acordo com a pesquisa, 28% dos consumidores brasileiros se encontram atualmente em atraso no pagamento das contas de água e luz. Os atrasos no cartão de crédito e no cheque especial, duas das modalidades que cobram os juros mais elevados do mercado, alcançam 31% e 16%, respectivamente. Também há falta de pagamento nos cartões de loja (26%), contas de internet (27%), telefone (24%) e TV por assinatura (21%).

Em um cenário de dificuldades, 77% dos brasileiros não conseguiram juntar dinheiro do primeiro semestre e apenas 23% conseguiram concretizar algum sonho de consumo no período. 47% dos brasileiros não acreditam que país superará a recessão ainda em 2017, e 70% acreditam na dificuldade de realizar planos

Os entrevistados também foram questionados sobre o que esperam para o segundo semestre de 2017. A maior parte (47%) mostra-se desacreditada da possibilidade de crescimento da economia brasileira ainda neste ano. Apenas 29% dos brasileiros nutrem alguma esperança de que o país volte a crescer ainda em 2017. Na comparação com o primeiro semestre, 38% acreditam que, nos próximos meses, a economia permanecerá na mesma toada, enquanto 14% acreditam que será pior. Para 30% a situação tende a melhorar até o fim do ano.

Quando a análise se detém à situação financeira do entrevistado, os números não diferem tanto: 13% acreditam que o segundo semestre será pior, 35% pensam que será igual, ao passo que outros 35% têm esperanças de que haja alguma melhora. Entre aqueles que apostam na piora da vida financeira, mais da metade (57%) justifica dizendo que a economia do país não deverá melhorar, impactando por consequência o bolso dos brasileiros. Também aparece com destaque o fato de a situação financeira estar difícil (40%), a falta de expectativa em conseguir alguma fonte de renda (34%) e o medo de ficar desempregado (16%). Dentre os 70% dos entrevistados que vislumbram um cenário de dificuldade para realizar algum plano em 2017, os mais citados são formar uma reserva financeira (47%) e comprar um carro (37%).

Receosos de que a crise se prolongue por mais um tempo, os brasileiros começam a preparar o orçamento para momentos de aperto. Nesse sentido, 25% dos entrevistados pretendem evitar, nos próximos seis meses, o uso do cartão de crédito e 23% planejam fazer mais pesquisas de preços. Há ainda, 21% de brasileiros que vão passar a dar prioridade para pagamentos à vista e 20% que vão tentar aumentar a renda com trabalhos extras.



O presidente desaparecido

July 10, 2017 10:26, by segundo clichê


Outro dia ouvi, numa fila de banco, um sujeito insinuar a outro que o país tem presidente.

Com a maior educação possível, entrei na conversa:

- Desculpe a intromissão, mas acho que o senhor está enganado. Eu me considero uma pessoa bem informada, e pelo que sei, não temos presidente há um bom tempo.


Esse meu vizinho de fila fez uma cara de surpresa:

- Como assim? - perguntou - Eu também vejo as notícias na televisão. O presidente é um tal de Temer, falam dele toda hora...

Tentei esclarecê-lo:

- É, também já ouvi falar desse tipo. Mas faz tempo que ele desapareceu. Não é mais visto nem aqui, nem fora. Me lembro que era casado com uma moça muito bonita, bem mais jovem que ele, mas ela também sumiu, ninguém mais sabe para onde foram ou o que aconteceu com eles.

A fila andou um pouco e demos dois passos à frente. Meu companheiro de espera ainda insistiu:

- Mas vi, semana passada mesmo, na televisão, esse Temer embarcar num avião para uma viagem para um encontro, sei lá, de um tal de "G" qualquer coisa...

 Nem deixei que completasse a frase:

- Eu também vi isso, mas tenho certeza de que aquilo era um truque, ou uma imagem velha, algo feito feito para nos enganar. O senhor teve alguma notícia de que esse hipotético presidente chegou em algum lugar, ou que se reuniu com alguém nesse encontro, que tenha falado alguma coisa, ou mesmo que tenha voltado para cá? 

Minha pergunta ficou sem resposta.

A fila andou mais um pouco.

Continuei com minha peroração:

- A verdade, meu senhor, é essa: o único presidente que temos hoje é o Bira, do Fundo de Quintal. Ouço falar de um tal de Getúlio, que dizem ter feito um monte de coisas erradas e várias outras certas; me lembro vagamente de um de apelido Jango, que saiu corrido por causa dos militares; me recordo mais fortemente de um tipo esnobe e pernóstico, que quebrou o país várias vezes, cujo nome foi abreviado para FHC, e é claro, desse ex-metalúrgico barbudo que querem prender de todo o jeito porque têm medo de que ele volte à presidência e, novamente, faça alguma coisa para os mais pobres. 

Demos mais dois passos à frente. 

Foi aí que meu interlocutor disse algo que realmente me tirou do sério e pôs fim à nossa interessante conversa:

- É, esse nosso Brasil realmente não tem jeito - falou.

Deu tempo para responder, quase aos gritos, antes que o caixa me chamasse:

- Brasil? Que Brasil? O Brasil também desapareceu, sumiu, ninguém sabe onde foi parar! (Carlos Motta) 



Bancos devem R$ 124 bilhões à União

July 7, 2017 17:19, by segundo clichê


Os mais importantes bancos comerciais do Brasil aparecem com destaque na lista das instituições financeiras endividadas com a União. 

É o que revela um levantamento feito pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional - Sinprofaz, preparado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e obtido com base na Lei de Acesso à Informação. 

O relatório aponta que as instituições financeiras devem, juntas, mais de R$ 124 bilhões à União – sendo aproximadamente R$ 7 bilhões referentes à dívida tributária previdenciária, R$ 117 bilhões relativos à dívida tributária não-previdenciária e R$ 107,5 milhões referentes à dívida de FGTS.


Esse montante de R$ 124 bilhões inclui débitos em situação regular e irregular. 

As dívidas em “situação irregular” – aproximadamente R$ 82,6 bilhões – representam valores com cobrança em andamento, em razão da ausência de regularização mediante parcelamento, garantia ou penhora de bens nas execuções fiscais. 

As dívidas em “situação regular” – cerca de R$ 41,8 bilhões – representam valores objeto de parcelamentos ordinários ou especiais (Refis), garantidos por depósito, carta de fiança ou seguro garantia, bem como com suspensão da cobrança por decisão judicial ou com penhora efetivada em execução fiscal.

O campeão das dívidas é o Bradesco, com R$ 6,1 bilhões.

A relação dos devedores pode ser acessada aqui



Três cenários para o governo Temer

July 7, 2017 14:37, by segundo clichê


Antônio Augusto de Queiroz

A perda acelerada de legitimidade e das reais condições de governabilidade do governo Temer sinalizam para uma enorme dificuldade de o presidente concluir seu mandato, seja em razão da crise ético-moral que atinge seu governo, seja pelas dificuldades fiscais e pela incapacidade de aprovar as reformas que prometeu quando de sua efetivação, e cuja promessa de “delivery” (entrega) contava com uma aceitação quase bovina, pelo Congresso e pela sociedade, de seus conteúdos.

São basicamente três os cenários imaginados: a) renúncia, por exaustão do governo; b) a cassação, por decisão do STF, após autorização da Câmara dos Deputados; e c) a Sarneyrização do governo, ou a imagem do “pato manco”, com a equipe econômica e o Congresso fazendo o feijão com arroz, sem qualquer reforma relevante. O primeiro é realista, o segundo pessimista e o terceiro otimista.


O primeiro – de renúncia – poderá vir por exaustão do governo. O agravamento da crise política e ético-moral, com a possível delação de alguns dos aliados presos do presidente – como Eduardo Cunha, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures e Henrique Alves – e o preço das concessões à base para a manutenção do mandato, o custo psicológico e o tempo dedicado à administração da crise poderá levar o presidente a rever sua decisão de não renunciar.

Para tanto, dois tipos de estímulos poderão ser determinantes, positivo ou negativo. O positivo seria um acordo que afastasse o risco de prisão imediata após a renúncia, seja por indulto ou por aprovação de foro privilegiado para ex-presidente, seja por outro tipo de arranjo. O negativo seria por abandono do mercado, da base, da própria equipe econômica ou por pressão popular, mediante grandes manifestações com o mote “Fora Temer”. A queda de popularidade do presidente, medida por diferentes institutos de pesquisa, mostra que essa possibilidade não está muito distante de ocorrer.

O segundo – de cassação – poderá vir pela provável saída do PSDB da base, que levaria consigo alguns outros partidos, deixando o governo sem condições de promover reformas, sem sustentação perante o mercado e sem votos para impedir a autorização de abertura do processo por crime comum perante o Supremo Tribuna Federal.

Para um partido com perspectiva de poder, como o PSDB, é um custo insuportável rejeitar na Câmara três denúncias de natureza ético-moral, e com forte suporte fático, propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente da República. A primeira, já em curso, sobre corrupção passiva. A segunda, a ser proposta, sobre obstrução da Justiça. E a terceira, também a ser proposta, sobre formação de quadrilha.

O eventual desembarque do PSDB certamente seria acompanhado por seus potenciais aliados no pleito de 2018, e isto poderia deixar o presidente Temer sem condições de barrar na Câmara a abertura do processo no STF, senão já na primeira, possivelmente na segunda ou na terceira tentativa.

Outro vetor que poderia contribuir para esse cenário seria o establishment encontrar um nome que reunisse as cinco condições consideradas ideais para substituir Temer e fazer a transição e a posse do novo presidente eleito diretamente: a) ter voto no Congresso (Câmara e Senado) para ser eleito, b) manter a agenda de reformas, c) continuar com a equipe econômica atual, d) não estar sendo investigado por desvio de conduta, e e) ter maturidade e equilíbrio emocional para conduzir o país nesse período delicado de transição.

Esse é o cenário menos provável, até porque o presidente, percebendo esses movimentos, poderia renunciar antes, evitando o vexame de não reunir 172 votos para se manter à frente do governo. Além disso, o presidente sabe que uma vez autorizada a abertura do processo, com seu imediato afastamento por 180 dias, a chance de voltar é praticamente zero.

Por fim, o cenário de Sarneyrização, que seria a continuação, piorada, do que já vem ocorrendo. O governo conseguiria rejeitar os pedidos de cassação na Câmara, mas ficaria sem forças para aprovar reformas e sem condições de impor sua vontade no governo, passando a depender integralmente da equipe econômica e da base fisiológica do Congresso. O natural enfraquecimento do presidente, por já estar em fim de mandato, seria agravado pela sua total incapacidade de garantir sustentação a qualquer medida de relevo que pudesse recuperar a sua credibilidade.

Esse cenário, aliás, tende a prevalecer mesmo na hipótese de substituição de Temer, caso o sucessor seja alguém do Congresso. Seria mantido o padrão atual, com sua agonia a cada dia.

O desafio seria manter os fundamentos macroeconômicos a cargo do Banco Central, como o controle da inflação, a redução das taxas de juros, o equilíbrio do câmbio e da política monetária, além da preservação das reservas cambiais.

Atualmente, o governo tem aliviado a situação das finanças públicas e da população com receitas provisórias, mas que não se sustentam sem reformas, sem aumento de tributos ou sem o descongelamento do gasto público.

No caso do governo Temer, o alívio decorre da venda de ativos, de receitas de concessões e eventuais privatizações, do novo Refis, da repatriação e do contingenciamento do orçamento e agora do resgate de precatórios não retirados pelos titulares. Porém, se até setembro não houver o descontingenciamento, a máquina vai parar. Alguns setores essenciais já estão evidenciando esse colapso, notadamente a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

No caso da população, o alívio decorre da liberação do FGTS e da devolução do imposto de renda, cujos efeitos são passageiros, e da redução da inflação e do valor dos alugueis que, embora sejam importantes, não compensam as perdas decorrentes da estagnação da economia e do desemprego.

Paradoxalmente, voltam ao debate medidas de supressão de direitos, como a extinção do abono salarial, já cogitado em momentos anteriores, e que já foi objeto da redução do valor devido aos trabalhadores, por meio da Medida Provisória 664, em 2015.

A sequência natural disso é que a situação fiscal se deteriora a cada dia, pois o novo regime fiscal não se sustenta sem reformas e sem o aumento de tributos, porque o Orçamento congelado em 2016 não dá conta de manter os atuais serviços públicos e programas sociais. A reação popular será apenas uma questão de tempo, caso se mantenha a meta fiscal sem flexibilização, não haja aumento de receita ou não sejam liberados os recursos orçamentários contingenciados.

(Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de documentação do Diap)



Preços caem, sinal de que a crise se aprofunda

July 7, 2017 9:56, by segundo clichê


A atividade econômica do Brasil Novo está pior do que se pensava: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou o mês de junho com resultado negativo (deflação) de 0,23%, a primeira registrada em 11 anos. 

Os dados foram divulgados pelo IBGE. O resultado é o mais baixo para o mês de junho desde o início do Plano Real e o primeiro resultado mensal negativo desde os -0,21% de 2006. Em agosto de 1998, a taxa atingiu -0,51%.


Com isso, o primeiro semestre do ano fechou em 1,18%, abaixo dos 4,42% registrados no mesmo período do ano passado. Considerando os primeiros semestres do ano, é o resultado mais baixo da série histórica. Em relação aos últimos 12 meses, o índice acumulado foi para 3%, abaixo dos 3,6% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores.

A deflação ocorre quando os preços de produtos e serviços caem em determinado período de tempo. É um movimento contrário ao de inflação, quando os preços sobem. A deflação é diferente da chamada desinflação – neste caso, os preços sobem, mas em ritmo mais lento.

E ela é boa para o país?

Definitivamente, não.

Um dos principais fatores que levam à deflação é a recessão, a retração do Produto Interno Bruto, o PIB, soma das riquezas do país. Numa crise econômica, os consumidores compram menos e forçam as empresas a reduzir preços.

Segundo economistas, a deflação é tão ruim ou até pior que a inflação muito alta quando vira uma tendência. O motivo é simples: quando os preços caem demais, as pessoas deixam de consumir e passam a poupar, acreditando que o dinheiro valerá mais no futuro. Isso alimenta uma nova queda de preços, puxando a economia para baixo.



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