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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Diálogo, a única solução para impedir a catástrofe

May 19, 2017 10:30, by segundo clichê


A crise política, econômica e social que devasta o Brasil assumiu nestes últimos dias dimensões apocalípticas. 

A direita, patrocinadora do golpe que depôs a presidenta Dilma, e a esquerda, vítima da mais violenta perseguição jurídico-policial da história, acirraram suas posições, levando a situação a um impasse.

Interditar Lula para a disputa de 2018 - se ela houver - não significa derrotar uma candidatura progressista. 

Excluir o PT da vida política apenas retarda a recomposição das forças da esquerda.

Uma vitória da esquerda na eleição presidencial dificilmente se reverterá em mudanças significativas na sociedade - a direita, simplesmente, não deixará o governo trabalhar nesse sentido.


Não há solução para a tragédia brasileira nesse cenário de divisão entre os que odeiam a esquerda, simbolicamente representada pela sua maior liderança, Lula, e os que abominam o governo golpista e tudo o que ele representa.

A grosso modo, os dois lados congregam, cada qual, cerca de 30% da população. 

Os 40% restantes não têm lado, se inclinam para onde o vento lhes é mais favorável e são fortemente influenciados pelos meios de comunicação.

Se houvesse um mínimo de inteligência em qualquer um dos protagonistas deste drama, todos os esforços, neste momento crucial da vida brasileira, seriam no sentido de aliviar as tensões, para, em seguida, se iniciar um amplo debate sobre o que deve ser feito para que o país não mergulhe no poço sem fim da instabilidade social.

Se isso não for feito, se não houver pelo menos a tentativa de uma conversa racional entre os representantes dos dois lados, os seríssimos problemas de hoje vão se agravar a ponto de não ser nem mais possível se pensar em resolvê-los.

Dizem que o Brasil pode se transformar numa Venezuela, numa referência ao estado permanente de conflito entre os bolivarianos e a oposição.

Essa é uma suposição lógica, mas é preciso lembrar que a comparação se dá entre um país de 30 milhões de habitantes e um de 200 milhões, que tem um PIB dez vezes maior e uma dimensão continental.

Ou seja, os problemas sociais no Brasil poderão ser muito maiores que os da nação vizinha, com consequências terríveis não só para a sua população, mas para toda a América do Sul. (Carlos Motta)



Agora só falta a Globo criar o novo Collor

May 18, 2017 20:58, by segundo clichê


Esse pessoal não dá ponto sem nó.

A notícia que implica Temer e Aécio nos "negócios" da JBS, dada com destaque pelas Organizações Globo, tem como consequência a implosão do atual sistema político nacional.

Antes dela, os corruptos eram Lula e o PT.

PMDB, PSDB e siglas menores sofriam apenas danos colaterais.

Estavam, como se diz, blindados.

A partir de agora, a percepção, para o público em geral, é a de que todos os políticos são corruptos - inclusive o presidente da República.

A conclusão mais óbvia que se tira dessa ousadia da Globo de noticiar o grau extremo do cambalacho nas altas esferas do poder é a de que, mais do que nunca, há a necessidade de que, das cinzas, surja o novo.

Pode ser o Partido Novo, financiado pelo Itaú e ungido pela fina flor do neoliberalismo.

Pode ser a presidenta do Supremo Tribunal Federal, numa eleição indireta.

Pode ser até mesmo Bolsonaro e sua legião de fascistas.

Mas o mais provável é que esse novo, esse Collor redivivo, esse grande líder que vai tirar o Brasil do buraco seja o João Trabalhador, o prefeito paulistano que adora o cashmere e se distrai falando mal do PT e de Lula - e se fantasiando como os mais improváveis personagens.

Por ele, a Globo pode até embarcar na campanha das "diretas já".

O João Trabalhador não é político - pelo menos na visão dos analistas globais -, embora seja filho de político e tenha feito política, por meio de suas empresas e programas de televisão a vida toda.

E por falar em televisão...

Se o João Trabalhador não emplacar, há ainda aquele outro "novo", que reforma e doa casas para os pobres coitados, entre outros atos de benemerência, na telinha da ... Globo. 

Como dizia o Príncipe de Falconeri no imortal O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, "tudo deve mudar para que tudo continue igual". (Carlos Motta)



A imprensa e a tragédia

May 18, 2017 15:45, by segundo clichê


Uns poucos parágrafos para entender como funciona a imprensa brasileira, que teve - e tem - um relevante papel nesta tragédia que se abateu sobre a nação:

@ Não existe jornalismo imparcial. Todos os jornalistas, sem exceção, têm lado, têm time, têm preferências, têm preconceitos, porque são humanos, não robôs;

@ Todos os jornalistas que cobrem política sabem, há muito tempo, que esse bando que tirou a presidenta Dilma do Palácio do Planalto é formado por escroques da pior espécie. Se ninguém nunca fez uma mísera reportagem, escreveu uma linha sequer sobre as negociatas desses parlamentares é porque, de certa forma, estiverem aliados a eles, e não porque desconhecessem os crimes;


@ O mercado financeiro pauta o noticiário econômico, "sugerindo" pautas, colocando profissionais 24 horas à disposição dos repórteres, divulgando "análises" e convidando a moçada para cafés da manhã, almoços e jantares nos lugares mais em moda;

@ O mercado empresarial de comunicação é oligopolizado. Poucas empresas, familiares, controlam a informação, ou seja, dezenas de milhões de brasileiros leem, escutam e veem aquilo que algumas dezenas de pessoas permitem e querem;

@ Não existe, nunca existiu, e provavelmente nunca existirá, no Brasil, liberdade de imprensa. Nenhum jornalista apura e publica a notícia que deseja, a reportagem dos seus sonhos, apenas aquela que o seu chefe ordena que saia.

@ Embora os jornalões tenham páginas exclusivas para seus editoriais, a opinião do dono se espalha por quantas notícias forem necessárias, às vezes de maneira sutil, às vezes abertamente;

@ A imprensa brasileira é comercial, ou seja, os grandes - e até mesmo médios e pequenos - anunciantes têm voz forte naquilo que é publicado; 

@ Conheci poucos jornalistas com formação intelectual sólida ou mesmo que dominassem medianamente a língua portuguesa. Em geral tinham pouca leitura, quase nenhum interesse por artes e ciências, e exibiam, quando muito, uma cultura de almanaque. Vários adoravam um "jabá" (presentes de empresas e corporações) e se iludiam com a proximidade exibida por suas fontes - eram ingenuamente usados por elas.  

@ O jornalismo brasileiro é tecnicamente indigente, não por escassez de recursos, mas por ter chefias incompetentes e patronais. 

@ É improvável que exista lugar menos democrático que uma redação. Reuniões de pauta são apenas uma formalidade. Os repórteres são obrigados a cumprir ordens, mesmo que absurdas ou aéticas. Se não obedecerem, serão demitidos sem dó nem piedade. (Carlos Motta)



Triste país de poucas esperanças

May 18, 2017 10:37, by segundo clichê


Da mesma forma que a consumação do golpe que afastou Dilma Rousseff da Presidência da República foi um dos mais vergonhosos episódios da história do Brasil, o fim melancólico do governo golpista, apenas um ano depois de iniciado, é motivo de tristeza para quem acredita nos valores democráticos.

É óbvio que todos os que fazem parte desse governo de canalhas e corruptos, e todos os que o apoiam, não merecem outra sorte a não ser a mais severa responsabilização pelos seus crimes e o repúdio de toda a sociedade.

O motivo da consternação é outro.


É ficar sabendo, da maneira mais dura possível, que a nação foi capaz de gerar tais monstruosidades, vê-las crescer e dominar amplamente todas as instituições, alimentá-las, deixá-las conduzir a vida de milhões de pessoas, e determinar como será o futuro das próximas gerações.

Os Aécio, os Temer, os Cunha, todos esses seres ignóbeis, não surgem do nada.

Todos eles chegaram onde chegaram utilizando as ferramentas do nosso sistema social e econômico, com a ajuda de tantos outros parasitas - e o voto de milhões de analfabetos políticos. 

O Brasil é o que é, esse triste, injusto e desigual país dominado por uma oligarquia predadora, escravocrata e ignorante, por culpa de seu próprio povo, que não só permite que haja um corrupto em cada esquina, mas faz questão de criá-lo, ao adotar, como sua única lei, aquela que diz que o bom é levar vantagem em tudo.

Há muitos cidadãos honestos, há mesmo políticos e juízes e policiais e médicos e jornalistas que honram as suas profissões - há, no Brasil, milhões de pessoas que fazem jus ao título de cidadãos.

Mas elas são insuficientes para se opor à barbárie.

São incapazes de moldar o espirito de uma nação de propósitos definidos e projetos de desenvolvimento que os leve ao Primeiro Mundo, ao século 21. 

É mínima a esperança de que, a partir da implosão desse governo mafioso e seus apoiadores, surja algo novo capaz de colocar o país aos trilhos do desenvolvimento, democracia e valores éticos e morais dignos de uma sociedade avançada.

É mais provável que, das cinzas dos golpistas de 2016, resplandeça, sob os augúrios dos meios de comunicação oligopolizados e a serviço integral dos endinheirados, um salvador da pátria, um Collor redivivo, um "João" maquiado de "trabalhador" - uma fraude que complete a missão de não permitir, sob nenhuma hipótese, que o Brasil deixe de ser, eternamente, o país do futuro. (Carlos Motta)



Só falta agora a Globo criar o novo Collor

May 17, 2017 21:00, by segundo clichê


Esse pessoal não dá ponto sem nó.

A notícia que implica Temer e Aécio nos "negócios" da JBS, dada com destaque pelas Organizações Globo, tem como consequência a implosão do atual sistema político nacional.

Antes dela, os corruptos eram Lula e o PT.

PMDB, PSDB e siglas menores sofriam apenas danos colaterais.

Estavam, como se diz, blindados.

A partir de agora, a percepção, para o publico em geral, é a de que todos os políticos são corruptos - inclusive o presidente da República.

A conclusão mais óbvia que se tira dessa ousadia da Globo de noticiar o grau extremo do cambalacho nas altas esferas do poder é a de que, mais do que nunca, há a necessidade de que, das cinzas, surja o novo.

Pode ser o Partido Novo, financiado pelo Itaú, com a fina flor do neoliberalismo.

Pode ser até mesmo Bolsonaro e sua legião de fascistas.

Mas o mais provável é que esse novo, esse Collor redivivo, esse grande líder que vai tirar o Brasil do buraco seja o João Trabalhador, o prefeito paulistano que adora o cashmere e se distrai falando mal do PT e de Lula - e se fantasiando como os mais improváveis personagens.

O João Trabalhador não é político - pelo menos na visão dos analistas globais -, embora seja filho de político e tenha feito política, por meio de suas empresas e programas de televisão a vida toda.

E por falar em televisão...

Se o João Trabalhador não emplacar, há ainda aquele outro "novo", que reforma e doa casas para os pobres coitados, entre outros atos de benemerência, na telinha da ... Globo. 

Como dizia o Príncipe de Falconeri no imortal O Leopardo, de Tomasi di Lampedusa, "tudo deve mudar para que tudo continue igual". (Carlos Motta)



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