Ciclo de palestras destaca a importância da mulher na arte
febrero 21, 2018 15:51![]() |
Zélia Gattai é tema da palestra do dia 17 de março |
A pesquisadora Ana Beatriz Demarchi Barel e a professora Elaine Dias abrem o ciclo de palestras no dia 3 de março com os temas “Em Textos e Telas: A Representação da Mulher e do Universo Feminino e A Formação Artística das Mulheres no Século XIX”. Tanto concreta como simbolicamente a mulher firma seu lugar no mundo, trazendo contribuições de inegável importância para o enriquecimento da humanidade.
No dia 17 de março, Ana Beatriz Demarchi Barel ministra a palestra “Zélia Gattai: A Luminosa Existência de Uma Paulistana do Bixiga”. Pretende-se apresentar a riqueza de uma mulher solar e generosa que nos inspira à reflexão sobre as potencialidades do feminino.
No dia 24 de março, o doutor pela Universidade de Columbia, Marcos Fabris, ministra a palestra “A construção e a avaliação do feminino na fotografia latino-americana”. O encontro investiga os recursos artístico-fotográficos utilizados para construção de um tipo específico de “feminino” no âmbito da indústria da notícia na América Latina. Na contramão de tais modos encontra-se a produção artístico-fotográfica de Grete Stern, fotógrafa alemã radicalizada na Argentina. O conjunto de sua obra problematizará o local social ocupado pelas mulheres, emancipando assim as artes fotográficas em solo latino-americano.
Em abril, dia 7, a palestra “O romance e o lugar da mulher na consolidação da família nuclear” será ministrado pela professora Valéria De Marco. A revolução industrial e a francesa significaram a transferência do poder político e econômico a uma nova classe social: a burguesia. As profundas transformações da vida social estenderam-se a todos os aspectos da sociedade e, nos que mais concernem ao mundo da cultura. Nesse contexto, o romance tornou-se a forma literária hegemônica que permite compreender o novo lugar da mulher na consolidação de um novo modelo de família, dominante até os dias atuais.
Serviço
3 de março - das 11h às 13 h- Em Textos e Telas: A Representação da Mulher e do Universo Feminino (Ana Beatriz Demarchi Barel) e A Formação Artística das Mulheres no Século XIX (Elaine Dias) - 30 vagas - R$35,00
17 de março - das 11h às 13 h- Zélia Gattai: A Luminosa Existência de Uma Paulistana do Bixiga (Ana Beatriz Demarchi Barel) - 30 vagas - R$40,00
24 de março - das 11h às 13 h- A construção e a avaliação do feminino na fotografia latino-americana (Marcos Fabris) - 30 vagas - Valor: R$40,00
7 de abril - das 11h às 13 h- O romance e o lugar da mulher na consolidação da família nuclear (Valéria De Marco) - 30 vagas - R$40,00
Inscrição: www.emaklabin.org.br
Casa Museu Ema Klabin
Endereço: Rua Portugal, 43, Jardim Europa, São Paulo. Telefone (11) 3897-3232
Palestrantes
Ana Beatriz Demarchi Barel tem pós-doutorado em história pela USP, é docente efetiva da Universidade Estadual de Goiás (UEG). Realizou residência em pesquisa na Biblioteca Brasiliana Mindlin da USP sobre relações França-Brasil no século XIX. Estudou história da arte na Ecole du Musée du Louvre. É doutora em literatura brasileira pela Université Paris III Sorbonne Nouvelle.
Elaine Dias é doutora em História pela Unicamp, docente no Departamento de História da Arte da Unifesp e dedica-se em suas pesquisas às relações entre a França e o Brasil no século XIX.
Valéria De Marco é doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada (USP), professora de Literatura Espanhola no Departamento de Letras Modernas (USP), coordenadora no Brasil do projeto internacional EDI-RED Historia Cultural de la edición Iberoamericana (séculos XIX-XX) e diretora-presidente da Edusp (Editora da Universidade de São Paulo).
Marcos Fabris é doutor pela FFLCH-USP com pós-doutorado na Universidade de Columbia -Nova York, Université Paris Ouest Nanterre - Paris, MAC-USP, FFLCH-USP - São Paulo e Unifesp São Paulo. É autor dos livros Correspondências: pintura, fotografia e o retrato da modernidade e Trabalho da encenação - ensaios sobre fotografia norte-americana. Suas publicações e palestras mais significativas incluem reflexões sobre arte moderna europeia e fotografia europeia, norte-americana e latino-americana.
A emocionante "Construção" segue atual, meio século depois
febrero 21, 2018 14:24
Carlos Motta
Que Chico Buarque é um craque na poesia, poucos discordam. Não fosse um compositor popular, certamente estaria entre os mais celebrados poetas do Brasil. Não é à toa que a sua prosa também é excelente.
Impressiona também, em sua obra, o seu ecletismo. Chico cantou as várias formas do amor, abordou a solidão, foi nostálgico, revelou um lirismo arrebatador que nunca se confundiu com a pieguice. E, quando o país mais precisava, foi um crítico mordaz e implacável dos ditadores de plantão.
Mas algumas de suas canções se superam, por juntarem elementos de todas essas suas facetas de criador genial.
É o caso de "Construção", que dá nome ao LP de 1971, um de seus melhores. Lá estão, além de "Construção, "Deus Lhe Pague" , "Cotidiano", "Desalento", "Cordão", "Olha Maria", "Samba de Orly", "Valsinha", "Minha História" e "Acalanto".
"Construção" é uma espécie de síntese da poética de Chico Buarque. Reúne crítica social, lirismo, rigor técnico, a angústia humana, a inquietação filosófica...
Os versos, ancorados em palavras proparoxítonas, se encaixam perfeitamente numa melodia de poucas células, hipnótica. O arranjo do maestro Rogério Duprat, com os metais estourando, dá o toque final à obra-prima, um caleidoscópio de sensações, um quebra-cabeças cujas peças se encaixam perfeitamente para formar não uma, mas várias figuras.
"Construção", lançada há quase meio século, segue atual, instigante e provocadora. E evoca um personagem que, vergonha das vergonhas, ainda existe aos milhões neste pobre Brasil.
No vídeo, o argentino Fito Páez a interpreta num show no México, desafinando algumas vezes, mas prestando um emocionado tributo a Chico Buarque, um dos maiores compositores populares não só do Brasil, mas de todo o mundo.
https://www.youtube.com/watch?v=lQJfzGJ6L9A
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego
Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público
Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contramão atrapalhando o sábado
Documentário mostra papel de mulheres no futebol de várzea
febrero 21, 2018 9:20O papel das mulheres nos times de futebol amador na periferia de São Paulo é o tema do documentário "Mulheres do Progresso: Muito Além da Várzea". O curta-metragem estreia na noite desta quarta-feira (21) no Cine Olido, no centro da capital paulista. As quatro mulheres que têm suas histórias retratadas no filme estarão presentes para conversar com o público.
“Quando a gente fala de futebol, automaticamente já vem essa imagem masculina, A gente nunca imagina que o diretor do time é uma mulher”, destaca a diretora e roteirista Jamaica Santarém, ao comentar como o documentário mostra a importância das mulheres na organização dos times. O trabalho delas se estende, segundo a cineasta, também para fora do campo. “A gente percebeu que toda a atuação dessas mulheres vai além da várzea. A várzea é como se fosse um elo para que elas tenham uma atuação voltada a essa periferia. Todas têm jornada dupla, tripla, são mães. Todas têm uma atividade que executam dentro da comunidade”, acrescentou.
Um exemplo disso é Sindy Rodrigues, que não só é vice-presidente do Esporte Clube Explosão da Vila Joaniza, na zona sul paulistana, como faz parte do Conselho de Políticas para Mulheres da região. Acompanhando o pai desde o começo do time, Sindy, que hoje tem 27 anos, está envolvida desde criança com a várzea. “Eu sempre participei, desde pequenininha”, afirma Sindy, que é mãe de cinco filhos.
Nos últimos seis anos, quando começou a exercer cargos na gestão do time, ajudou a expandir a atuação do Explosão. “Eu consegui, de certa forma, levar o nome do time para outras regiões. Antes, a gente só jogava aqui na região. Começamos a jogar na zona norte, na zona leste”, conta.
Segundo Jamaica, o esporte é mesmo uma forma de troca e união entre os moradores das zonas periféricas da capital paulista. “Esses jogos, esses festivais, esses campeonatos criam essa possibilidade de unir todas as quebradas. Você vê que todo mundo dos times se conhece, por mais que exista uma rivalidade dentro de campo”, ressalta.
Os times são núcleos, de acordo com Jamaica, de afeto e solidariedade. “Cada time é uma família. Eles se ajudam. Se um está com problema financeiro, eles juntam grana para ajudar o jogador. Se tem um jogador que precisa de atendimento médico e não tem condições, eles se ajudam”, exemplifica.
No Explosão, Sindy busca agora forças para apoiar as categorias de adolescentes. “A gente poder oferecer o lanche antes da partida, uma chuteira decente. Porque tem criança que nem tem chuteira, pega emprestado”, diz, ao comentar o tipo de estrutura que gostaria que o clube pudesse oferecer aos jovens.
Depois da estreia no Cine Olido, com três exibições, o curta-metragem, que tem 14 minutos, será levado a quatro comunidades retratadas no trabalho. A produção é da Rede Doladodecá, com fomento do Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), da prefeitura de São Paulo. (Agência Brasil)
Egberto Gismonti comenta obras em concerto em sua homenagem
febrero 20, 2018 15:46O V Festival de Música Contemporânea Brasileira vai homenagear dois grandes artistas: Egberto Gismonti e Marisa Rezende. A programação do dia 22 de março, no Auditório do Instituto de Artes da Unicamp e no Teatro Municipal de Campinas José de Castro Mendes, concentra as atividades em homenagem a Egberto Gismonti. Com um dia inteiro de programação, o público poderá acompanhar as apresentações dos trabalhos selecionados pelo Comitê Científico e aprofundar na vida e obra do compositor.
A programação no Instituto de Artes, na Unicamp, começa às 10 horas, no auditório, com as Comunicações Orais. Serão quatro trabalhos com duração de 20 minutos cada, todos relacionados ao tema ‘Vida e Obra de Egberto Gismonti’. Retorna no período da tarde, às 13h30, com uma mesa redonda composta pelos pesquisadores Fausto Borém, Hermilson Garcia e Paulo Tiné, na qual será discutida a Estética Musical e Textura Rítmica nas obras do artista homenageado. A segunda parte da exposição dos trabalhos será às 15 horas, com as quatro Apresentações Artísticas selecionadas pelo Comitê, que seguem os mesmos critérios dos trabalhos de Comunicações Orais.
Para finalizar a programação especial, às 20 horas, o palco do Teatro José de Castro Mendes recebe Egberto Gismonti para um concerto em homenagem a sua obra, com a participação de Felipe José, Grazie Wirtii e Rafael Martini, com comentários do compositor homenageado sobre o que o levou a escrever cada obra, sua linguagem composicional e inspirações. O Festival de Música Contemporânea Brasileira é gratuito e aberto ao público. Os ingressos do recital são distribuídos com uma hora de antecedência, no próprio local da programação.
Egberto Amin Gismonti nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e começou seus estudos ao piano no Conservatório de Música da cidade de Nova Friburgo muito cedo. Com o tempo e de maneira autodidata, aprendeu a tocar instrumentos como a flauta, mas principalmente o violão, que o acompanha até hoje em toda a sua carreira. Interessou-se pela pesquisa da música popular e folclórica brasileira, chegando a passar uma temporada vivendo com os índios no Xingu.
Os anos 80 do século passado foram o período de maior produção e ritmo criativo, gravando diversos discos e ampliando suas experiências com a música indiana, erudita e o jazz, além de aprofundar antigas parcerias e realizar novas. Entre 1977 e 1993, gravou 15 discos para o selo norueguês ECM, dez dos quais lançados no Brasil pela BMG em 1995.
É um dos primeiros artistas brasileiros a tornar-se proprietário das matrizes de seus discos. Foi homenageado no Festival Villa-Lobos e Mimo Festival e, em 2010 recebeu o Prêmio Cuba Disco.
Recentemente sua obra passou a ser gravada maciçamente por outros instrumentistas. Algumas peças do disco "Alma", de 1987, tornaram-se hits, como "Palhaço" e "Loro". Além de espetáculos e gravações, fez inúmeras trilhas sonoras para teatro, cinema, balé e especiais de TV.
O V FMCB é realizado pelo Grupo Sintonize e conta com a parceria da Secretaria de Cultura de Campinas, Instituto CPFL, Unicamp, PREAC, Instituto de Artes, OSMC e CRCV&B. O projeto é viabilizado por meio do ProAC ICMS, do Governo do Estado de São Paulo com patrocínio da CPFL Energia, copatrocínio de Ipanema Rolamentos, FKB Válvulas, Microgeo e Ministério da Educação e Governo Federal, através do CNPq e CAPES. Conta com o apoio cultural do Correio Popular, Campinas.com.br e EPTV e hotel oficial Vitoria Hotel Express.
Programação do dia 22 de março de 2018
Homenagem a Egberto Gismonti10h00 às 17h00: Auditório do Instituto de Artes, Unicamp
20h00: Teatro Municipal José de Castro Mendes
Comunicações OraisLocal: Auditório do Instituto de Artes, Unicamp
10h00: A sonoridade de Egberto Gismonti no início de sua trajetória (1969-1977)
Maria Beatriz Cyrino Moreira
10h30: Água e Vinho a velha mestra e o jovem poeta
Renato de Barros Pinto
11h00: Do ensaio ao palco: A “gramática” musical de Mário de Andrade em Egberto Gismonti
Renato de Sousa Porto Gilioli
11h30: Notas sobre a trajetória de Egberto Gismonti na ECM entre 1976 e 1995: interações, transculturalidade e identidade artística
Fabiano Araújo Costa
Mesa-RedondaLocal: Auditório do Instituto de Artes, Unicamp
13h30
Estética musical e textura rítmica nas obras de Egberto Gismonti
Pesquisadores: Fausto Borém, Hemilson Garcia (Budi), Paulo Tiné
Apresentações artísticas
Local: Auditório do Instituto de Artes, Unicamp
15h00: Egberto Gismonti para violão solo
Daniel Murray
15h30: O pensamento musical de Egberto Gismonti na obra 7 Anéis para piano
Marcelo Magalhães Pinto
16h00: O Brasil de Egberto Gismonti: peças para violão solo
Eddy Andrade da Silva
16h30: Egberto encontra Villa
Duo Gisbranco
Recital comentado pelo compositor homenageadoLocal: Teatro Municipal José de Castro Mendes
20h00 - Entrada gratuita
Egberto Gismonti & convidados
Comentários de Egberto Gismonti
ServiçoV Festival de Música Contemporânea Brasileira
Data: de 20 a 24 de março de 2018
Mais informações: www.fmcb.com.br ou contato@fmcb.com.br
Um ano de homenagens ao mestre Jacob
febrero 20, 2018 10:09Toda a programação deste ano do auditório Radamés Gnattali da Casa do Choro, no Rio, será dedicada a Jacob do Bandolim, como homenagem ao seu centenário de nascimento (14 de fevereiro de 1918). A Casa do Choro é uma instituição atuante no terreno da educação musical, preservação e divulgação da música popular carioca, em especial o choro.
A abertura das comemorações será feita, amanhã, quarta-feira, pelo regional da Casa, formado por Luciana Rabello e Jayme Vignoli (cavaquinhos), Rafael Mallmith (violão), Rogerio Caetano (violão de 7 cordas) e Celsinho Silva (pandeiro), que tocará com os bandolinistas Hamilton de Holanda, Luís Barcelos e Pedro Amorim. Serão dois espetáculos, às 19 horas e às 20h30.
Nos dias 5 e 6 de abril, apresenta-se Deo Rian, com seu grupo. Ainda estão sendo marcados para abril um show com o grupo Bandolinata, e em maio um com o Época de Ouro, conjunto criado por Jacob, em sua nova formação. Esse espetáculo do Época vai também prestar uma homenagem ao violonista Dino Sete Cordas, integrante do grupo falecido em 2006, que completaria 100 anos naquele mês. Já Hamilton de Holanda dedica o seu Baile do Almeidinha, nesta quinta-feira, no Circo Voador, todo a Jacob.
Jacob Pick Bittencourt foi, na opinião de músicos e pesquisadores, o "inventor" da escola brasileira de bandolim, e até hoje, quase 50 anos depois de sua morte (13 de agosto de 1969, aos 51 anos), continua influenciando músicos de todo o país.
Foi também um compositor genial, com obras já clássicas no repertório dos grupos de choro, e um pesquisador obcecado da música brasileira, especialmente do gênero ao qual foi fiel em toda a sua carreira.
Seu legado artístico está perpetuado no site do Instituto Jacob do Bandolim e a sua trajetória pode ser apreciada na série de documentários intitulada "Vibrações - o Som de Jacob do Bandolim", produzida pela Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles.
O vídeo acima reproduz importantes depoimentos sobre o músico Jacob do Bandolim. E o parágrafo abaixo, extraído de uma matéria de José Teles, colunista e crítico musical do Jornal do Commercio, do Recife, sintetiza o que o mestre achava do choro:
"Conservador, Jacob do Bandolim não aceitava modificações na estrutura do chorinho, conforme foram determinadas por Pixinguinha, para ele o maior de todos os chorões. Afirmava que “choro era primeiro ritmo, depois melodia, a harmonia pouco importava”. Considerava que o chorinho existiu desde quando Pixinguinha o definiu, na segunda década do século 20, até o começo dos anos 60. Em 1963 já estaria morto. Diferenciava o verdadeiro chorão do que chamava de 'estante'. Este seria o que tocava pela partitura, incapaz de improvisar: 'O autêntico é o que aprende o tema e o desenvolve, é antes de tudo, um improvisador.' Jacob, que morava numa casa na distante Jacarepaguá, onde aconteceram memoráveis rodas de choro, era radical também quanto a um elemento indispensável ao gênero: 'Não se compreende o choro sem um quintal, e os quintais estão rareando dia a dia.'"