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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , par Blogoosfero - | 1 person following this article.

André Abujamra celebra o convívio entre as culturas do mundo

February 16, 2018 9:56, par segundo clichê



O músico André Abujamra mostra, nos dias 23 e 24 de março, às 21 horas, e 25 de março, às 19 horas, no Auditório Ibirapuera (Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera, São Paulo), seu novo trabalho, "Omindá - O Encontro das Almas do Mundo Pelas Águas", que será lançado em vinil, plataformas digitais, CD, show e um documentário - o registro audiovisual tem a participação de artistas de 13 países (Rússia, Japão, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Índia, Mali, França, Portugal, Bulgária, Jordânia, República Checa e Brasil).

O trabalho é resultado de 11 anos de trabalho e de muitas viagens e reúne artistas convidados de diversos lugares do planeta, que acrescentam à música de André sons de seus próprios territórios.

Imagens captadas durante as viagens do músico pelo mundo poderão ser vistas durante o show. Ele produziu um filme para as 15 faixas que compõem sua trilha sonora, em coautoria com os músicos com quem trabalhou em sua viagem - clipes das músicas também estarão disponíveis no canal oficial do músico no YouTube.

O repertório do show traz as 15 faixas do disco, como a que dá nome ao trabalho, “Omindá”, e outras como “O Mar”, “Real Grandeza”, “Barulhinho” e “Povo Bonito” - compostas por André - além de parcerias dele com Xis, Theo Werneck e Oki Dub (“Leviatan”) e Mauricio Pereira, Mintcho Garramone, Anelis Assumpção e Martim Buscaglia (“Xangô”), entre outras.

Além dos artistas internacionais, como a The City of Praga Philharmonic Orchestra (República Checa), o tradicional coro The Mystery of the Bulgarian Voices (Bulgária), Zaza Fournier (França), Ballaké Sissoko (Mali), Maria de Medeiros (Portugal), Sasha Vista (Rússia), Oki Kano (Japão), Perota Chingó - Julia Ortiz e Dolores Aguirre (Argentina), Rishab Prasanna e Sharat Srivastava (Índia), participam do disco artistas brasileiros como o percussionista Marcos Suzano, o violeiro Ricardo Vignini, a Trupe Chá de Boldo, o companheiro de André n’Os Mulheres Negras, Maurício Pereira, Ritchie e Paulinho Moska, entre outros.

Omindá em Yoruba é a junção das palavras Omin (água) e Da (alma). O significado reflete o objetivo do projeto: ser uma grande celebração da diversidade e da comunhão pela arte. O encontro artístico de André Abujamra com artistas de várias partes do mundo, permite o convívio com culturas, tradições e musicalidades, além de traçar conexões com o Brasil e o exterior, parte fundamental da trajetória do artista.

Seguindo uma linguagem original e ousada, Abujamra segue pelo mesmo caminho inovador de seus trabalhos anteriores ("Infinito de Pé", "Retransformafrikando", "Mafaro" e "Homem Bruxa"), onde mistura cinema, música, teatro e tecnologia.



Ah, se tivéssemos mais tinhorões...

February 15, 2018 10:04, par segundo clichê



Carlos Motta

O Brasil é um dos alvos preferidos do soft power americano, esse jeitinho que os irmãos do norte encontraram para dominar o mundo sem a necessidade de gastar bilhões de dólares em armamentos e arriscar a vida de seus cidadãos em guerras sangrentas - se bem que eles não pensem duas vezes em fazer uso dessa alternativa quando não há outro jeito.

O soft power engloba uma série de ações nas quais os americanos se tornaram mestres. Elas vão desde o financiamento de entidades assistenciais à produção - e exportação - de produtos artísticos, filmes e música, principalmente. 

A cultura americana, o famoso "american way of life", é a mais difundida, apreciada e invejada no mundo. Não à toa o sonho de nossa classe média é viver em Miami...

O Brasil hoje é uma colônia americana, pelo menos culturalmente. A língua inglesa invadiu todos os espaços, se incorporou ao vocabulário do dia a dia, há palavras em português que praticamente foram abandonadas: alguém fala "centro de compras" quando pretende ir ao shopping center, ou diz que vai "apagar" um "e-mail"?

São poucos os brasileiros que se propuseram a combater essa invasão. E quando o fizeram, foram tachados de folclóricos ou amalucados, foram vistos como uma excrescência em meio a um ambiente que cultua modismos alienígenas.

O saudoso Ariano Suassuna, por exemplo, apelava para o humor, em suas "aulas espetáculos", para tentar alertar a plateia sobre quão rico é o Brasil real e quão caricato é o Brasil oficial, esse que se entrega docilmente aos poderosos braços dos americanos do norte.

Outro valoroso combatente dessa causa quase perdida, a de preservar a rica cultura que os indígenas, portugueses e negros forjaram para dar forma à identidade nacional, é o pesquisador musical José Ramos Tinhorão, 90 anos recém-completados - nove décadas de vida que deveriam ser louvadas por todos aqueles que dizem ter orgulho de ser brasileiros.

Tinhorão, como Suassuna e alguns outros, vai lutando suas batalhas pouco se importando com o que falem dele - e falam, esses colonizados, cobras e lagartos.

Com mais de 30 livros que dissecam vários aspectos da história da música popular brasileira, Tinhorão ainda é visto, por porta-vozes do establishment cultural, como um exótico, intransigente e démodé "crítico" musical, função que deixou de exercer há décadas. Quando se fala dele é para lembrar suas opiniões cáusticas sobre a Bossa Nova, o Tropicalismo, a influência norte-americana na arte musical brasileira, enfim.

De fato, Tinhorão é radical quando se trata de defender a arte popular brasileira, a arte feita pelo povo, que nasce do povo. 

Tinhorão, vale lembrar, é uma planta de folhagem exuberante, mas altamente tóxica - ou seja, ninguém brinca com ela.

É possível discordar de muitas das posições do pesquisador Tinhorão. 

Mas é possível, também, afirmar que se o Brasil tivesse mais Tinhorões, ele não estaria mergulhado hoje nesta profunda crise, em todas as áreas, que envergonha todos os cidadãos com o mínimo de consciência social.



Martinho da Vila e os bons velhinhos

February 14, 2018 16:09, par segundo clichê


Carlos Motta

Martinho José Ferreira, o Martinho da Vila, é o mais novo artista popular brasileiro a romper, em plena atividade, a barreira dos 80 anos de vida - chegou a essa idade na segunda-feira de carnaval, 12 de fevereiro.

Martinho, cerca de 50 discos gravados e 12 livros publicados, é mais que um sambista, é um autêntico faz-tudo da música popular: compôs imortais sambas-enredos, levou ao grande público os partidos-altos, cantou sambas-canções, jongos, ritmos regionais e até mesmo africanos. É, enfim, um dos mais importantes criadores da MPB de todos os tempos.

Martinho, pela sua trajetória artística, deveria estar sendo motivo de comemorações oficiais e oficiosas pelo Brasil afora.

Mas não é o único grande músico brasileiro a merecer homenagens pela idade provecta e qualidade da obra. 

Há vários outros artistas que já estão na chamada "quarta idade", com mais de 80 anos, e estão por aí, cantando e encantando plateias, forjando um dos mais ricos acervos artísticos do mundo.

A lista é grande - e merece ser divulgada.

Vamos lá, e palmas para eles!


Noca da Portela (Leopoldina, 12 de dezembro de 1932)

Dona Ivone Lara (Rio de Janeiro, 13 de abril de 1921)

Riachão (Salvador, 14 de novembro de 1921)

Nelson Sargento (Rio de Janeiro, 25 de julho de 1924)

Monarco (Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1933)

Elza Soares (Rio de Janeiro, 23 de junho de 1937)

Rolando Boldrin (São Joaquim da Barra, 22 de outubro de 1936)

Nicanor Teixeira (Barra do Mendes, 1º de junho de 1928)

João Gilberto (Juazeiro, 10 de junho de 1931)

Claudete Soares (Rio de Janeiro, 31 de outubro de 1937)

Ellen de Lima (Salvador, 24 de março de 1938)

Dóris Monteiro (Rio de Janeiro, 23 de outubro de 1934)

Adelaide Chiozzo (São Paulo, 8 de maio de 1931)

Angela Maria (Macaé, 13 de maio de 1929)

Alaíde Costa (Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 1935)

Roberto Menescal (Vitória, 25 de outubro de 1937)

Sérgio Ricardo (Marília, 18 de junho de 1932)

Miúcha (Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1937)

João Donato (Rio Branco, 17 de agosto de 1934)

Wilson Moreira (Rio de Janeiro, 12 de dezembro de 1936)

Tito Madi (Pirajuí, 12 de julho de 1929)

Hermeto Pascoal (Lagoa da Canoa ou Olho d'Água Grande, 22 de junho de 1936)

Germano Mathias (São Paulo, 2 de junho de 1934)

Heraldo do Monte (Recife, 1º de maio de 1935) 

Raul de Souza (Rio de Janeiro, 23 de agosto de 1934)

Mauricio Einhorn (Rio de Janeiro, 29 de maio de 1932) 

Joel Nascimento (Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1937)

Izaias do Bandolim (São Paulo, 7 de junho de 1937)

Elomar (Vitória da Conquista, 21 de dezembro de 1937) 

Tom Zé (Irará, 11 de outubro de 1936)

Dona Inah (Araras, 17 de maio de 1935) 

Élton Medeiros (Rio de Janeiro, 22 de julho de 1930) 

Hermínio Bello de Carvalho (Rio de Janeiro, 28 de março de 1935) 



O Carnaval antes da Globo

February 12, 2018 10:49, par segundo clichê


Carlos Motta

O Youtube pode ser um tesouro, muito além do que supõe a nossa rasa imaginação. Os vídeos que podem ser acessados na sequência do texto dão bem uma ideia do que era o Carnaval brasileiro de quatro, cinco, seis décadas atrás, uma festa popular completamente diferente da apresentada hoje.

É interessante notar que é mais fácil achar imagens e sons do passado brasileiro, pelo menos do Carnaval, produzidas por estrangeiros do que pelos nossos patrícios - os americanos, por exemplo, adoravam mostrar o Rio de Janeiro, suas praias, sua geografia, e suas mulheres.

Ah, os italianos também se encantaram com a "Cidade Maravilhosa". E fizeram um filme, dirigido pelo incansável Steno de tantas comédias - o maravilhoso Totó que o diga... -, cujo título, "Copacabana Palace", diz tudo sobre suas intenções. O filme, de 1962, aproveita o boom do nascimento da Bossa Nova para apresentar nada mais, nada menos, que Tom Jobim, João Gilberto e Luiz Bonfá tocando e cantando na praia! E cenas do Carnaval, é claro.

E para completar, há ainda um filme sobre o Carnaval da Bahia, especificamente o de Salvador, antes dos trios elétricos e axés, onde se vê carros alegóricos sendo puxados por cavalos.

Como diz a sabedoria popular, recordar é viver.







Marchinhas, a alma do Carnaval

February 9, 2018 11:19, par segundo clichê


Carlos Motta

As marchinhas, que me perdoem o samba, o samba-enredo, o frevo, o axé e que tais, são a alma do Carnaval brasileiro. 

Os maiores compositores populares do Brasil têm marchinhas em seu currículo. Alguns deles, como Lamartine Babo e Braguinha (o João de Barro), ficaram conhecidos pelas suas marchinhas, embora tenham feito também lindos sambas.

No caso do gênio Noel Rosa aconteceu o contrário: ele ficou conhecido pelos seus sambas, mas também compôs marchinhas imortais.

A relação a seguir aponta 23 marchinhas das mais tocadas até hoje no Carnaval - e três marchas-rancho, a irmã dolente, preguiçosa, da marchinha.

Os mais velhos certamente conhecem todas. Os mais jovens fariam bem em ouvi-las.

https://www.youtube.com/watch?v=QGr3uIRCfMA&t=14s

"Ô Abre-Alas" (Chiquinha Gonzaga, 1899)

"Pra Você Gostar de Mim" (Joubert de Carvalho, 1930)

"O Teu Cabelo Não Nega" (Lamartine Babo e Irmãos Valença", 1932)

"Linda Morena" (Lamartine Babo, 1933)

"Linha Loirinha" (Braguinha, 1933)

"Cidade Maravilhosa" (André Filho, 1934)

"Pierrô Apaixonado" (Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, 1936)

"Mamãe eu Quero" (Jararaca e Vicente Paiva, 1937)

"As Pastorinhas" (Noel Rosa e Braguinha, 1938)

"Touradas em Madri" (Alberto Ribeiro e Braguinha, 1938)

"Jardineira" (Benedito Lacerda e Humberto Porto, 1939)

"Hino do Carnaval Brasileiro" (Lamartine Babo, 1939)

"Aurora" (Roberto Riberti e Mário Lago, 1940)

"Alá-lá Ô" (Haroldo Lobo e Nássara, 1941)

"Chiquita Bacana" (Braguinha e Alberto Ribeiro, 1949)

"Sassaricando" (Luiz Antônio, Oldemar Magalhães e Zé Mário, 1952)

"Saca Rolha" (Zé da Zilda, Zilda do Zé e Valdir Machado, 1953)

"Cachaça" (Mirabeau, Lúcio de Castro e Heber Lobato, 1953)

"A Turma do Funil" (Mirabeau, M. de Oliveira e Urgel de Castro, 1956)

"Me dá um Dinheiro aí" (Homero Ferreira, Ivan Ferreira e Glauco Ferreira, 1960)

"Cabeleira do Zezé" (João Roberto Kelly e Roberto Faissal, 1964)

"Mulata Iê-Iê-Iê" (João Roberto Kelly, 1965)

"Máscara Negra" (Zé Kéti e Hildebrando Pereira Matos, 1967)

"Transplante Corintiano" (Manoel Ferreira, Ruth Amaral e Gentil Junior, 1968)

"Bandeira Branca" (Laércio Alves e Max Nunes, 1970)



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