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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Dona Ivone Lara, a força da mulher na música popular brasileira

March 8, 2018 10:48, by segundo clichê


Carlos Motta

A música popular brasileira deve muito às mulheres. Muitas delas a engrandeceram e a ajudaram a se tornar um dos mais ricos tesouros da humanidade.

Essa volumosa corrente de beleza, todos sabem, começou com a revolucionária, em todos os sentidos, Chiquinha Gonzaga, lá pelo fim do século XIX.

O trabalho da maestrina deu frutos extraordinários - a lista de instrumentistas, cantoras e compositoras populares brasileiras é imensa, em quantidade e qualidade.

Uma, porém, merece todas as homenagens possíveis. Trata-se de Ivone Lara, ou melhor, Dona Ivone Lara, nascida em 13 de abril de 1921, no Rio de Janeiro, prestes, portanto, a completar gloriosos 97 anos de idade.

Dona Ivone Lara, a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de uma escola de samba, a sua querida Império Serrano, é autora de dezenas de composições que se tornaram clássicos da música popular brasileira - "Sorriso Negro", "Acreditar", "Sonho Meu", "Quem Disse Que eu te Esqueço",  "Nasci Pra Sonhar e Cantar", "Tiê", "Sorriso de Criança" e "Força da Imaginação" são apenas algumas de suas canções mais conhecidas.

Seu parceiro mais constante foi Délcio Carvalho, também como ela um intérprete de voz rara.

A vida de Dona Ivone Lara daria um filme, um filme dos bons. Sua vida e obra podem ser conhecidas no site que leva o seu nome (clique aqui).

E enquanto essa excepcional artista aguarda as homenagens do Brasil oficial, o Brasil real não para de prestar tributos a ela. São várias as músicas compostas em louvor da "Grande Dama do Samba". Uma delas, "Canto de Rainha", dos grandes Arlindo Cruz e Sombrinha, se destaca. O vídeo abaixo é uma beleza só - uma beleza que evoca um país gigante, que se faz anão por culpa de alguns homens sem música em suas almas.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=164&v=eaMCkbikUGw

Canto de Rainha

(Tentando)
Tentando esquecer os amargos da vida
Um dia saí
E consegui disfarçar minha solidão
Pois descobri algo mais que a inspiração

Quando ouvi Ivone cantar
E vi toda a poesia pairar no ar

Seu canto entrou na minha vida
E fez o que quis
Hoje até posso afirmar
Samba é minha raiz
Quem nasceu pra sonhar e cantar
E tem sorriso de criança
Pode embalar em cada canto uma esperança
E eu descobri o que é viver
E não é sonho ver
O fruto de tanta maldade desaparecer
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer
(Mas olha)
Olha como a flor se acende
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer
Tiê, tiê
Oia lá, oxá
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer
(Acreditar)
Acreditar eu não
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer
(Liberdade)
Liberdade
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer
Força da imaginação, vai lá
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer
(Sonho meu)
Sonho meu, sonho meu
Se o mundo inteiro ouvir
Ivone cantar ao alvorecer




Mostra reúne pela primeira vez obras de Takesada Matsutani

March 8, 2018 10:47, by segundo clichê


Pela primeira vez no Brasil, o artista contemporâneo japonês Takesada Matsutani ganha uma exposição rápida na Japan House, na Avenida Paulista, em São Paulo. A mostra, que conta com duas de suas obras e uma performance marcada para o domingo, poderá ser visitada até o dia 11.

A exposição é parte da Paulista Cultural, evento que prevê uma programação especial em diversas instituições culturais da Av. Paulista neste domingo, a partir das 10 horas.

Nascido em Osaka em 1937, Matsutani fez parte de um dos movimentos mais inovadores e influentes do Japão do pós-guerra, o Gutai.

Uma das características de Matsutani é usar a cola de vinil, uma espécie de adesivo de contato com aderência rápida e flexibilidade.

Além da exposição na Japan House, as obras do artista também poderão ser visitadas até o dia 20 de abril na galeria Bergamin & Gomide, na Rua Oscar Freire, com entrada gratuita. Na galeria estarão expostas 20 obras com grafite, cola de vinil, colagem e acrílico.



Saramago ganha exposição em São Paulo

March 8, 2018 10:41, by segundo clichê


A vida e a obra do escritor português José Saramago são retratadas em uma exposição no Farol Santander, no centro da capital paulista. A mostra reúne objetos pessoais do autor com videoinstalações, incluindo depoimentos gravados pelo diretor Miguel Gonçalves Mendes para o filme "José e Pilar" (2010).

A mostra "Saramago Os Pontos e a Vista" está dividida em 15 módulos. Nos primeiros passos, o visitante vai conhecer a Azinhaga, onde o escritor nasceu em 1922. A partir das memórias com os avós na aldeia, que atualmente tem cerca de 1,6 mil habitantes, são trazidas também as reflexões de Saramago sobre a velhice.

Durante o passeio, os pensamentos do autor contextualizam algumas de suas obras mais emblemáticas, como "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", em que são apresentadas divagações sobre fé e a existência de Deus. "O Ensaio sobre a Cegueira", outro livro marcante que foi levado ao cinema pelo diretor brasileiro Fernando Meirelles, é abordado indiretamente em uma reflexão sobre a visão e a dificuldade de enxergar.

A relação com a companheira, a escritora espanhola Pilar del Río, também tem destaque na reconstrução da trajetória do escritor, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1998. Naquele ano, Saramago estava casado havia uma década com Pilar, que é jornalista. Não só o amor entre os dois é um dos temas da mostra, mas como a Ilha de Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde viveram juntos até a morte de Saramago em 2010.

Pilar é atualmente responsável pela Fundação Saramago, que preserva o legado do escritor, além de incentivar diversos tipos de trabalhos culturais e várias linguagens. “A história da humanidade é uma história de continuarmos uns aos outros. Assim também é a história da literatura. Nunca existem livros ou palavras demais. Sempre são oportunos para a pessoa que precisa ler. Nós, da fundação, queremos continuar a José Saramago, como continuamos lendo sua obra e investigando o seu legado, mas, sobretudo, abrindo caminho para novos escritores que vão ser os Saramagos do futuro”, disse, em entrevista à TV Brasil.

Ainda para este ano, está sendo preparada a publicação de discursos e palestras proferidas por Saramago, que estão dispersas ou sem formatação final. “Estamos organizando as conferências e os discursos e alguns artigos que estão publicados em outros países e outros não. Infelizmente, não existem romances inéditos, nem poesia. Pensamento, intervenção, reflexão, isso encontramos a cada dia, às vezes de uma forma que nos surpreende e que nos enche de esperança. Espero que antes que termine o ano possamos ver alguns papeis que não conhecíamos”, afirmou Pilar.

A exposição "Saramago Os Pontos e a Vista" fica em cartaz até o dia 3 de junho. Com entrada gratuito, o Farol Santander fica na Rua João Brícola, 24, no centro de São Paulo. O espaço fica aberto de terça-feira a sábado, das 9 às 20 horas, e aos domingos, das 9 às 18 horas. (Agência Brasil)



A cidade onde a pobreza é crime

March 7, 2018 10:14, by segundo clichê


Carlos Motta

Os vereadores da cidade paulista de Jundiaí, mais de 400 mil habitantes, IDH de 8,22 (muito elevado), PIB de mais de R$ 36 bilhões, localizada a apenas 60 quilômetros da capital, acabam de aprovar um projeto de lei do Executivo que torna crimes as atividades de pedintes e artistas de rua em semáforos.

Já os comerciantes do Centro vêm pedindo às autoridades providências para afastar os mendigos e sem-teto que, de uns tempos para cá, resolveram habitar a região, prejudicando os negócios da gente de bem.

Pelos comentários nas redes sociais, muitos moradores de Jundiaí apoiam a decisão dos vereadores que, como o prefeito, acham que a pobreza é crime.

Quanto aos artistas, eles fazem o que podem para se expressar e sobreviver.

Alguns são mestres nos malabares, mesmo nos locais mais improváveis, como as ruas, onde exibem o frágil equilíbrio de suas vidas; outros, por meio de música e poesia, retratam a triste realidade que veem.

Como Chico Buarque e Francis Hime em "Pivete":


No sinal fechado
Ele vende chiclete
Capricha na flanela
E se chama Pelé
Pinta na janela
Batalha algum trocado
Aponta um canivete
E até
Dobra a Carioca, olerê
Desce a Frei Caneca, olará
Se manda pra Tijuca
Sobe o Borel
Meio se maloca
Agita numa boca
Descola uma mutuca
E um papel
Sonha aquela mina, olerê
Prancha, parafina, olará
Dorme gente fina
Acorda pinel
Zanza na sarjeta
Fatura uma besteira
E tem as pernas tortas
E se chama Mané
Arromba uma porta
Faz ligação direta
Engata uma primeira
E até
Dobra a Carioca, olerê
Desce a Frei Caneca, olará
Se manda pra Tijuca
Na contramão
Dança para-lama
Já era para-choque
Agora ele se chama
Emersão
Sobe no passeio, olerê
Pega no Recreio, olará
Não se liga em freio
Nem direção
No sinal fechado
Ele transa chiclete
E se chama pivete
E pinta na janela
Capricha na flanela
Descola uma bereta
Batalha na sarjeta
E tem as pernas tortas

Ou Théo de Barros, com seu "Menino das Laranjas" ( na voz de Elis Regina):


Menino que vai pra feira
Vender sua laranja até se acabar
Filho de mãe solteira
cuja ignorância tem que sustentar
É madrugada vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe já arranja um outro pra laranja
E esse filho vai ter que apanhar
Compre laranja
Menino que vai pra feira
É madrugada vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe arranja outro pra laranja
E esse filho vai ter que apanhar
Compra laranja, laranja, laranja doutô
ainda dou uma de quebra pro senhor
Lá no morro
A gente acorda cedo e é só trabalhar
Comida é pouca e muita roupa
Que a cidade manda pra lavar
De madrugada
Ele menino acorda cedo, tentando encontrar
Um pouco pra poder viver
Até crescer
E a vida melhorar
Compra laranja, doutô
Ainda dou uma de quebra pro senhor
Compra laranja, doutô
Ainda dou uma de quebra pro senhor

Emprego, que é bom, nada. E assim o Brasil se afasta, celeremente, da civilização.



"E foi proclamada a escravidão..."

March 6, 2018 17:27, by segundo clichê


Carlos Motta

Nazismo e comunismo são a mesma coisa, já que o partido de Hitler se chamava Nacional Socialista.

A Terra não pode ser uma esfera, como dizem, pois se fosse, as pessoas que estão no lado de baixo cairiam.


Os governos Lula e Dilma quiseram instaurar o comunismo bolivariano no Brasil.


A carga tributária do Brasil é a maior do mundo e o Estado mínimo vai nos levar ao paraíso.


Todo político é ladrão.


Lula é o maior dos ladrões porque tem um sítio e um apartamento que não estão em seu nome.

Bolsonaro, o Mito, vai pôr ordem neste país liberando o porte de armas para os homens de bem e dando carta branca para a polícia matar quem tiver cara de bandido.


Intervenção militar constitucional já!


Como se vê, de uns tempos para cá, o bestialógico nacional não para de crescer - parece que já se incorporou à cultura brasileira.

Cinquenta e dois anos atrás, em 1966, o jornalista Sérgio Porto, que sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, criou o Febeapá, Festival de Besteiras que Assola o País, deliciosas crônicas que viraram livros, via a sua composição "Samba do Crioulo Doido" fazer sucesso nas vozes afinadíssimas das baianas do Quarteto em Cy.

A música é uma paródia de um samba-enredo e mistura, em situações absurdas, personagens da história do Brasil. Tratava-se de uma crítica de Sérgio Porto à obrigatoriedade de os enredos das escolas de samba abordarem temas históricos, algo que não deu certo inúmeras vezes.

O "Samba do Crioulo Doido" se tornou antológico. E a composição é cada vez mais atual: o que é este Brasil Novo a não ser um imenso hospício?

https://www.youtube.com/watch?v=lnhs2z7jbOM

Foi em Diamantina
Onde nasceu JK
Que a Princesa Leopoldina
Arresolveu se casá
Mas Chica da Silva
Tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa
A se casar com Tiradentes
Lá iá lá iá lá ia
O bode que deu vou te contar
Lá iá lá iá lá iá
O bode que deu vou te contar

Joaquim José
Que também é
Da Silva Xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu Pedro II
Das estradas de Minas
Seguiu pra São Paulo
E falou com Anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a Dom Pedro
E acabou com a falseta
Da união deles dois
Ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
Dona Leopoldina virou trem
E Dom Pedro é uma estação também
O, ô , ô, ô, ô, ô
O trem tá atrasado ou já passou



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