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Segundo Clichê

Febbraio 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

"Ministro" da Saúde aponta a culpada pela obesidade infantil: a mãe trabalhadora

Marzo 17, 2017 15:34, by segundo clichê


Depois do fiasco da fala de Temer no dia 8 de março sobre as mulheres, naturalizando a limitação da mulher ao âmbito doméstico e afirmando que a sua contribuição à economia se restringia a notar desajustes nos preços do supermercado, o ministro da Saúde não ficou atrás: no dia 16 de março, Ricardo Barros afirmou que a obesidade infantil decorre do fato de que as crianças não têm oportunidade "de aprender a descascar alimentos" com suas mães. Disse, ainda, que hoje "as mães não ficam em casa, e as crianças não têm oportunidade, como tinham antigamente, de acompanhar a mãe nas tarefas diárias de preparação dos alimentos". Assim como Temer, Barros interpreta que o cuidado com a casa e com os filhos é responsabilidade exclusivamente materna e culpa as mães que ousam trabalhar fora de casa.


Hoje, além de trabalhar fora de casa com o trabalho remunerado, as mulheres realizam o trabalho doméstico (cuidado com a casa, com os filhos ou parentes dependentes), o que se constitui como “dupla jornada”. O tempo gasto com trabalho doméstico é dividido no âmbito familiar com grande peso para o gênero, sendo que as mulheres brasileiras gastam o dobro de horas por semana que os homens com trabalho doméstico.

Mas é desejo das mulheres ter um trabalho remunerado: recente pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que 70% das mulheres no mundo preferem que as mulheres tenham um trabalho remunerado e 66% dos homens no mundo também preferem que as mulheres tenham um trabalho remunerado. O ministro, no entanto, culpa as mulheres por essa preferência.

Ao apontar que a obesidade infantil é culpa das mães que trabalham fora, o ministro não só mostra uma incompreensão sobre o problema, como contribui para pressionar ainda mais as mulheres que se desdobram em dupla jornada e retira a responsabilidade dos homens/pais no cuidado dos filhos e da casa. (Ana Luíza Matos de Oliveira, economista/Fundação Perseu Abramo)



Golpe acaba com a saúde do brasileiro

Marzo 17, 2017 10:23, by segundo clichê


O golpe que afastou a presidenta Dilma e colocou em seu lugar um bando de picaretas não só mergulhou o país na mais profunda recessão da história como promoveu uma onda de desemprego que prejudica a economia e, principalmente, a saúde de quem foi atingido por ela. A pesquisa “Impactos do Desemprego: saúde, relacionamentos e estado emocional”, conduzida pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), exemplifica isso: de acordo com o estudo, 59% dos entrevistados se sentem deprimidos ou desanimados, 63% estão estressados ou nervosos e 62% dizem ter estado angustiados. Também foram citados sentimentos de privação de consumo que tinha anteriormente (75%), ansiedade (70%) e insegurança de não conseguir um novo emprego (68%).


Em menor proporção foram mencionados sentimentos de medo (57%), baixa autoestima (55%), perda de valor perante as pessoas (39%), vergonha diante de amigos ou parentes (37%) e culpa (26%).

Por outro lado, 54% das pessoas passaram a sentir-se esperançosas com a vida após perder o emprego e três em cada dez (30%) estão mais otimistas do que era antes e confiam que coisas boas irão acontecer.

Os entrevistados também disseram que o desemprego afetou a saúde, à medida que mais da metade (51%) teve alterações no sono, 45% relatam mudanças no apetite, 40% têm dores de cabeça ou enxaquecas frequentes, 29% tiveram alteração na pressão (principalmente aqueles com mais de 50 anos, 54%) e 16% disseram descontar a ansiedade em vícios como álcool, cigarro, comida entre outros.

Com relação aos impactos nos relacionamentos, o estudo mostra que seis em cada dez (59%) daqueles que perderam o emprego têm menos vontade de sair, 27% ficam mais isolados das pessoas, 9% tem feito algum tipo de agressão verbal a pessoas próximas e 4% agrediram fisicamente algum parente ou amigo.



Recuperação da indústria brasileira está distante

Marzo 17, 2017 9:27, by segundo clichê


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em janeiro de 2017 houve queda da produção industrial quando comparada com o mês imediatamente anterior. Na variação mensal, a queda de 0,1% da produção industrial na passagem de dezembro de 2016 para janeiro de 2017 foi registrada em 12 dos 24 ramos pesquisados. 

Cabe destacar o recuo de 10,7% assinalado por veículos automotores, reboques e carrocerias, que cessou dois meses consecutivos de crescimento da produção, período em que acumulou ganho de 18,7%. Foram expressivas também a queda da produção de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,5%), de máquinas e equipamentos (-4,9%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,0%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,8%). No mês anterior, ou seja, dezembro de 2016, essas atividades haviam apresentado taxas positivas de 17,7%, 1,6%, 10,8% e 8,0%, respectivamente.


Em uma análise das grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (-7,3%) e bens de capital (-4,1%) mostraram as taxas negativas mais acentuadas em janeiro de 2017. Tal como destacado pelo IBGE, primeiro perdeu parte do ganho de 12% acumulado nos dois últimos meses do ano passado; e o segundo acentuou o recuo de 3,8% registrado em dezembro de 2016. Por outro lado, os setores de bens de consumo semi e não-duráveis (3,1%) e de bens intermediários (0,7%) apresentaram resultados positivos em janeiro. O primeiro avançou 7,4% em dois meses seguidos de crescimento na produção; e o segundo acumulou expansão de 3,2% nos últimos três meses.

A queda da produção de janeiro traz à tona perspectivas ainda nebulosas sobre a recuperação econômica. No atual cenário, o Banco Central teria que acentuar a redução da Selic e sinalizar um patamar mais adequado ao câmbio e uma menor volatilidade. 

O setor manufatureiro caracterizado como lócus do desenvolvimento econômico precisa ser trazido ao centro do debate para a recuperação da economia. Trajetórias bem sucedidas de crescimento econômico estiveram associadas a um setor industrial bem consolidado, particularmente em setores de média e alta tecnologia. A expansão da renda, a criação de empregos de melhor qualidade e a expansão da produtividade da economia encontram-se diretamente associadas ao desenvolvimento do setor industrial. (Igor Rocha, economista/Fundação Perseu Abramo)



Metade das famílias brasileiras tem pelo menos um desempregado em casa

Marzo 16, 2017 12:26, by segundo clichê


A queda da atividade econômica e o alto índice de desemprego, consequências do golpe que afastou Dilma Rousseff da presidência da República, influenciam diretamente na vida e confiança dos brasileiros, de acordo com o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). 

O cálculo mensal é baseado em avaliações do consumidor acerca da economia e da própria vida financeira, quanto ao momento atual e expectativas para os próximos seis meses. Numa escala de zero a 100 foram registrados 41,4 pontos em fevereiro, índice abaixo do nível neutro de 50 pontos, refletindo a má avaliação da economia. Em janeiro, foram registrados 41,9 pontos.

O subindicador de Percepção do Cenário Atual, que compõe o Indicador de Confiança, registrou 29,7 pontos em fevereiro de 2017, sendo que a avaliação da vida financeira ficou em 39,8 pontos. Já a avaliação da situação econômica atual registrou 19,5 pontos. 

Em termos percentuais, quatro em cada dez consumidores (42%) classificam a própria vida financeira como ruim ou muito ruim. Os que a consideram regular somaram 41%, enquanto 15% a consideram boa ou muito boa. Os principais motivos para a avaliação negativa são orçamento apertado e dificuldades para pagar as contas (33%), desemprego (31%) e atraso no pagamento de dívidas (15%).

Com relação à economia, 82% dos entrevistados acreditam que a situação está ruim ou muito ruim, contra somente 3% que consideram a situação boa ou muito boa. Para 14%, o quadro econômico atual é regular. 


Entre os que fazem uma avaliação negativa, a maioria relativa (49%) atribui este resultado à corrupção e ao mau uso dos recursos públicos. Outros 27% creditam ao alto desemprego e 15% disseram que os preços dos produtos aumentaram.

Apesar de o momento atual estar sendo visto com desconfiança, o subindicador de expectativas registrou 53,1 pontos em fevereiro, pouco menor dos 54,2 pontos registrados em janeiro. O que contribuiu com o dado levemente acima do nível neutro foram as perspectivas sobre a própria vida financeira, que marcaram 61,9 pontos. Quando se trata da economia em geral, o indicador marcou 44,3 pontos, mostrando que os consumidores estão um pouco pessimistas.

A maioria relativa (39%) diz não estar nem otimista nem pessimista com o futuro da economia. Os pessimistas são 37% e os otimistas 21%. Entre os que estão pessimistas, o principal motivo apontado é a corrupção, incompetência dos governantes e impunidade dos políticos (49%), seguido daqueles que acreditam que o desemprego segue aumentando (25%) e os que imaginam que a inflação não será controlada e continuará subindo (8%).

Entre os otimistas, a maior parte (40%) não sabe o porquê confiar que a economia vai melhorar, 21% acreditam que a pior parte já passou e 11% concordam com as medidas econômicas que estão sendo adotadas.

Já entre os pessimistas, os principais motivos apontados são: descrença na melhora da economia (27%), situação financeira atual estar muito ruim (20%), preços em alta (19%) e medo do desemprego (11%).

O indicador também revelou que o mau momento da economia reflete-se de várias maneiras na vida dos brasileiros. O que mais tem pesado, no entanto, é o custo de vida, mencionado por 53% dos entrevistados. O desemprego, que atinge quase 13 milhões de pessoas - segundo dados do IBGE -, foi mencionado por 21% dos entrevistados, o endividamento por 11% e a queda da renda por 10%. Somente 4% disseram que nada pesa no orçamento familiar. Ainda de acordo com o indicador, 47% dos entrevistados afirmam ter pelo menos um desempregado em casa, sendo que 21% moram com pelo menos duas pessoas nessa condição.

Na opinião dos entrevistados, o que contribui para o alto custo de vida é principalmente o aumento nos preços do supermercado (64%), aumento na conta de luz (58%) e na telefonia 38%. 



O jornalismo sem jornalistas

Marzo 16, 2017 11:32, by segundo clichê


Não me lembro de quantas vezes me emocionei com o relato, nas redes sociais, de ex-companheiros de redação que estão sem emprego, vítimas da selvageria de um sistema econômico que desrespeita os mais básicos direitos dos trabalhadores e demonstra uma crueldade doentia.

Demitir uma pessoa é um dos atos de maior violência que um ser humano pode cometer contra outro.

Essa atitude comporta dois tipos de agressão, a psicológica, por rebaixar a pessoa à categoria de cidadão de segunda classe, e a física, pois, em muitos casos, o trabalhador demitido que não consegue um novo emprego fica privado até mesmo de meios para a sua subsistência.

Jornalistas, em geral, são vistos pelo público como privilegiados que exercem uma profissão glamourosa e bem remunerada.

Talvez o estereótipo sirva para uns 5% da categoria.


Na verdade, uma redação, qualquer uma, é tocada pela "peãozada", aqueles profissionais que se matam em jornadas de 12 horas, trabalham aos sábados, domingos e feriados, topam qualquer parada, estão 24 horas à disposição das chefias - e ganham, quando muito, um salário de classe média.

Todos esses ex-colegas que perderam o emprego nestes últimos anos se enquadram nesse perfil, com um detalhe: são excelentes no que fazem, experientes e especializados em temas que demandam muito tempo para serem dominados.

Contra eles pesa ainda o fato de que bons jornalistas não costumam se dar bem em outras profissões, justamente porque investiram todo o seu esforço, físico e intelectual, naquilo que gostam de fazer.

O resultado desse movimento patronal de enxugar ou "renovar" suas redações deu como resultado aquilo que vemos hoje em qualquer um dos jornalões ou portais de notícias da internet: se não o fim do jornalismo, ao menos a sua redução a algo como um panfleto de propaganda mal escrito, primário na forma e no conteúdo, e beirando a idiotice.

Por tudo isso lamento por ver ao que foi reduzida uma profissão à qual dediquei toda a minha vida, e principalmente, pelo sofrimento imposto a tanta gente boa, que não merecia ser tratada dessa forma pelos seus empregadores. 

Força, pessoal, força. (Carlos Motta)



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