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Motta

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Segundo Clichê

27 de Fevereiro de 2017, 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

Teresina, a capital brasileira do violão

17 de Novembro de 2017, 10:56, por segundo clichê


A capital do Piauí, Teresina, é, neste fim de semana, também a capital brasileira do violão, com a realização do 1º Festival do Violão, promovido pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, reunindo alguns dos mais conceituados instrumentistas do país e do Exterior, além de oferecer palestras e masterclasses.

De acordo com Abiel Bonfim, superintendente da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, a primeira edição do festival será marcada pela troca de experiência entre artistas. “A programação foi pensada para atender todas as idades. Com as aulas, os inscritos vão poder tirar dúvidas, aprender e conhecer o que está sendo feito em outros Estados e países”, diz.

Entre os convidados estão Marco Pereira (foto), Elodie Bouny, Alessandro Penezzi, Daniel Murray, Antonio José Rodrigues (luthier), Alessandro Soares (diretor do Acervo do Violão Brasileiro), Felipe Vilarinho, Damião Bezerra, Wellington Torres e a Orquestra de Violões de Corrente e Teresina.

De acordo com o violonista e um dos coordenadores do festival, Josué Costa, a expectativa com o evento é alta devido a Teresina ser uma capital com grande número de violonistas. “Nossa cidade tem uma riqueza violonista muito forte, temos muitos talentos, projetos, escolas de música e o nascimento desse festival fomenta a nova geração, ele vem para ajudar e manter viva a tradição e o amor pelo violão na capital”, diz.

Confira a programação completa do I Festival de Música de Teresina:

17/11 – Sexta-feira

19 horas: Cerimônia de abertura
19h30: Recital de abertura com a Orquestra de Violões de Teresina
20h15: Recital com Alessandro Penezzi

18/11 – Sábado

8 horas: Palestra com Antonio José Rodrigues (luthier)
14 horas: Palestra com Alessandro Soares (diretor do Acervo do Violão Brasileiro)
17 horas: Recital com Orquestra de Violões de Corrente
17h40: Recital com Felipe Vilarinho
20 horas: Recital com Elodie Bouny
20h45: Recital com Daniel Murray

19/11 – Domingo

8 horas: Masterclass com Elodie Bouny
11 horas: Recital com Fabricio Gallegos Rojas (Projeto Concertos Matinais)
14 horas: Masterclass com Daniel Murray
17 horas: Recital com Damião Bezerra
17h40: Recital com Wellington Torres
19h30: Cerimônia de encerramento;
20h15: Recital com Marco Pereira, participação de Elodie Bouny



A cantora trans de Angola que venceu os preconceitos

17 de Novembro de 2017, 10:12, por segundo clichê


Ela é a rainha do som africano do kuduro e a primeira cantora a assumir a transexualidade em Angola. Titica é querida pelas crianças e se tornou ídolo pop em seu país, mesmo diante do conservadorismo. Hoje, faz grande sucesso também fora da África. No Brasil, esteve no palco Sunset do Rock in Rio, onde junto com o grupo BaianaSystem misturou o som africano do kuduro com o ritmo de Salvador.

A cantora será a entrevistada do programa Conversa com Roseann Kennedy, que vai ao ar segunda-feira (20), às 21h30, na TV Brasil.

Titica, que chegou a sofrer com a discriminação no início da carreira, relembra sua trajetória marcada pela violência. Diz que quando tinha 20 anos era obrigada a esconder o jeito de andar, que é mais feminino. “Quinze anos atrás, apedrejavam, batiam. Eu já fui apedrejada, já me deram com garrafas na cabeça.” Por isso, muitas vezes foi obrigada a esconder quem realmente era.


Sobre o preconceito que teve de enfrentar, a artista desabafa: “As pessoas homofóbicas são cegas. Você consegue se impor, falar com uma pessoa que é homofóbica, que não te conhece... Falar bem, mostrar quem você é... Mostrar que não é um bicho de sete cabeças e mudar a mente dela”. Para Titica, nessas situações nunca convém partir para o enfrentamento. “Eu acho que as ações das pessoas têm que falar mais alto, não precisa bater de frente, e sim agir.”

Nascida na periferia de Luanda, de onde vem também o kuduro, Titica lamenta que a música e a dança ainda sejam marginalizadas e criticadas por algumas pessoas. O ritmo, que significa “bumbum duro”, faz referência aos movimentos corporais da coreografia. “O kuduro ainda é muito marginalizado em Angola, já foi mais. Em princípio, por causa da forma de nos apresentar, de falar, porque não seguimos o padrão da sociedade”. Para ela, a alegria e o ritmo do kuduro é que atraem o público.

Titica, que sempre gostou de arte, apostou em várias profissões, sempre com a mesma determinação. “Nasci para brilhar e de qualquer jeito vou ser famosa”. Ela tentou ser modelo, atriz e foi bailarina durante muitos anos. Hoje, se orgulha da carreira. “Fui considerada a melhor bailarina do kuduro, porque eu dançava e levantava o público como se fosse cantora. Acho que já tem uma estrela em mim”. Só depois, a música entrou em sua vida.

Ela, que gosta da cantora Alcione e do Nego do Boréu, se diz fã da música brasileira. Depois de gravar a música "Capim Guiné" com o grupo BaianaSystem, conhecido pelas letras e músicas politizadas, a artista trans tem o sonho de gravar com Pabllo Vittar e unir o Brasil e a África numa luta contra o preconceito. “Adoro parcerias onde a gente aprende mais, com a troca de música, países a países. É um intercâmbio muito bom.”

Sobre as aspirações, a cantora diz que pretende levar o seu nome aos quatro cantos do mundo e continuar sendo uma mulher de sonhos. Ao Brasil, deixa um agradecimento especial e, em tom de brincadeira, se despede sem dar chance aos olhares invejosos. “Obrigada Brasil por ser receptivo comigo. Eu continuarei sendo a Titica que aguenta tudo e não tem medo de nada. Que bate na madeira e seca todo mau-olhado.” (Agência Brasil)



Versos de luta, músicas de um país que sangra

17 de Novembro de 2017, 9:58, por segundo clichê



Carlos Motta

"Mordaça", um hino de resistência à ditadura militar que sufocava a nação, foi lançada no LP "O Importante é que Nossa Emoção Sobreviva", mesmo título do show que reuniu os dois autores da música - Eduardo Gudin, melodia, e Paulo César Pinheiro, letra, além da cantora Márcia.

Os versos do poeta Paulo César Pinheiro são magistrais:

Tudo o que mais nos uniu separou
Tudo o que tudo exigiu renegou
Da mesma forma que quis recusou
O que torna essa luta impossível e passiva

O mesmo alento que nos conduziu debandou
Tudo o que tudo assumiu desandou
Tudo que se construiu desabou
O que faz invencível a ação negativa

É provável que o tempo faça a ilusão recuar
Pois tudo é instável e irregular
E de repente o furor volta
O interior todo se revolta
E faz nossa força se agigantar

Mas só se a vida fluir sem se opor
Mas só se o tempo seguir sem se impor
Mas só se for seja lá como for
O importante é que a nossa emoção sobreviva

E a felicidade amordace essa dor secular
Pois tudo no fundo é tão singular
É resistir ao inexorável
O coração fica insuperável
E pode em vida imortalizar 

Muitos anos depois, em plena democracia, Paulo César Pinheiro se encontrou com Wilson das Neves, baterista, percussionista, compositor e cantor temporão, um dos músicos populares essenciais do país, morto em agosto deste ano, e juntos fizeram "O Dia Em Que o Morro Descer e Não For Carnaval", uma visão apocalíptica de um país dividido entre miseráveis e pobres - muitos, milhões - e ricos - poucos, mas donos do poder e responsáveis pela manutenção da maior desigualdade social do planeta.

Novamente, Paulo César Pinheiro produziu versos que fazem sangrar os corações mais empedernidos.

E que provam, de maneira inequívoca, que apesar de tudo, a arte popular não só retrata o seu tempo, mas sempre foi - e sempre será -  uma voz de resistência contra as injustiças, o autoritarismo e as trevas.

Fala, poeta!

O dia em que o morro descer e não for carnaval
ninguém vai ficar pra assistir o desfile final
na entrada rajada de fogos pra quem nunca viu
vai ser de escopeta, metralha, granada e fuzil
(é a guerra civil)

No dia em que o morro descer e não for carnaval
não vai nem dar tempo de ter o ensaio geral
e cada uma ala da escola será uma quadrilha
a evolução já vai ser de guerrilha
e a alegoria um tremendo arsenal
o tema do enredo vai ser a cidade partida
no dia em que o couro comer na avenida
se o morro descer e não for carnaval

O povo virá de cortiço, alagado e favela
mostrando a miséria sobre a passarela
sem a fantasia que sai no jornal
vai ser uma única escola, uma só bateria
quem vai ser jurado? Ninguém gostaria
que desfile assim não vai ter nada igual

Não tem órgão oficial, nem governo, nem Liga
nem autoridade que compre essa briga
ninguém sabe a força desse pessoal
melhor é o poder devolver à esse povo a alegria
senão todo mundo vai sambar no dia
em que o morro descer e não for carnaval



Um banquinho, uma voz, um violão, e a nossa suprema vergonha

16 de Novembro de 2017, 11:10, por segundo clichê


Carlos Motta

Escuto muita música. Desde os meus 12, 13 anos, ou seja, há mais de meio século.

Ouço quase tudo com quase nenhum preconceito - está bem, axé é demais, esse tal de sertanejo universitário é de lascar, aquele batidão que dizem que é funk, então é dose, e até fico sem palavras para expressar o que sinto pelo "rock" nacional da década de 80 e por essas cantoras de hoje com voz de menininhas de 7 anos ...

Minha discoteca tem lá uns 1.500 LPs - alguém sabe o que é um "Long Play"? -, a maioria comprada no fim da década de 60 e na seguinte na saudosa Casa Carlos Gomes, em Jundiaí, onde o Paulinho Copelli me dizia, todo mês, "quanto você quer pagar agora", quando eu largava uma pilha de discos em sua mesa, para depois, ao escutar a minha resposta, marcar numa santa caderneta - alguém sabe o que é isso? - o que restava de minha dívida, interminável dívida.

Eram outros tempos, nos quais a palavra inflação ainda era desconhecida por grande parte de nós - não é que ela não existisse, a palavra e o que ela significava, mas convenhamos, o aumento do custo de vida não fazia parte da propaganda do Brasil que ia para a frente moldado pelos militares.

Tenho também algumas centenas de CDs, perto de mil, calculo, espalhados pelo apartamento, numa desordem que nem eu entendo.

Me considero um entendedor nível 4, uma escala de 10, da música em geral, pelo menos daquela que é mais difundida por estas terras: além, é claro, dos nossos ritmos, vamos dizer, mais consolidados, samba e seus subgêneros, choro, baião, xote, forró, frevo, marchinhas e marchas, conheço um pouco dos ritmos alienígenas, principalmente os americanos, como o jazz e suas milhares de variações, o rock e as suas também milhares de variações, idem o blues, ibidem o country, etc etc. Música erudita, a mesma coisa: já escutei e ainda escuto desde Boccherini, Vivaldi, Mozart, os três BBBs, os românticos do século XIX, as grandes árias das grandes óperas, o teatral Wagner, até essa turma mais moderna que acha que melodia não é essencial.

Ah, e o genial Villa-Lobos - sem patriotismo.

É isso, não só sou um ouvinte meio compulsivo, como acho que a música é uma das expressões culturais mais importantes da civilização - qualquer civilização. 

Bem, lá se foram umas 400 palavras e uns 2 mil caracteres e ainda não disse o que queria dizer nesta crônica ordinária. 

Falei de música, falei da minha paixão pela música, e ainda não cheguei ao essencial, que é seguinte:

que lixo de país é este que deixa um dos maiores músicos de sua história virar notícia de jornal porque está, aos 86 anos de idade, em estado de penúria?

Que porcaria de país é este que permite que um artista reconhecido como um gênio em todo o planeta, que é, junto com alguns outros poucos brasileiros, aclamado quase como unanimidade, aqui e lá no badalado "Primeiro Mundo", lá no invejado States, virar notícia porque não tem nem onde morar?

Dá uma tristeza infinita constatar que este país - e quando digo país quero me referir a não só às autoridades, mas ao todo poderoso mercado, aos meios de comunicação, à toda a engrenagem que faz a sociedade funcionar - chegou a este ponto.

Não bastava o vexame de ter como presidente um anão moral e ético, de vermos as instituições serem usadas para perseguir os "inimigos" da classe dominante, de nos assustarmos com a onda fascista que se aproveita da ignorância - e burrice, extrema burrice - da maioria do povo para crescer e intimidar quem ainda tem cérebro...

Não, não bastava perceber que o Brasil retrocede à Idade Média e das trevas, da caça às bruxas - "lincha, lincha que ele é comunista, ele é petista" -, da Inquisição, da pré-civilização...

Agora nos agarra essa vergonha, de chutarmos para o noticiário de escândalos a biografia desse que, fosse este um país não dominado pelo complexo de vira-lata, seria, há muito tempo, louvado como um gigante, um herói, o sujeito que com um violão e uma voz pouco potente, simplesmente definiu os rumos da Bossa Nova, esse gênero que é um dos mais fortes produtos brasileiros de exportação, e foi mestre indiscutível de milhares de artistas de todos os cantos da Terra.

Conheço pessoas que não gostam dele, não suportam seu jeito de cantar, porque talvez não percebam a sutileza com que ele, durante décadas, mostrou ao mundo um país de sonhos, gentil, cujos artistas, de qualquer cor, de qualquer condição social, eram respeitados justamente porque eram artistas, pessoas especiais, de sensibilidade exacerbada, capazes de tocar o coração mais empedernido.

A alma dói ainda mais quando, a poucas palavras de terminar este texto, tenho a certeza de que existem nestes 8 milhões e tantos quilômetros quadrados de solo, muitos músicos, cantores e compositores que se entregam à arte por puro amor, sem concessões a modismos, ao comércio, e ao vil metal.

Exatamente como este baiano João Gilberto. 



Freddy Groovers abre festa da cerveja de Amparo

16 de Novembro de 2017, 11:09, por segundo clichê


A combinação de cerveja artesanal com música poderá ser desfrutada neste fim de semana no Amparo Beer Fest, na cidade de Amparo, no Circuito de Águas Paulista, que terá início neste sábado, 18, com um show da banda Freddy Groovers. Amparo, além de ser a cidade onde a festa será realizada, também é a terra natal do grupo.


“É uma grande satisfação fazer um som em Amparo, nossa cidade. Sempre que temos essa oportunidade, buscamos levar o que temos de melhor aos nossos conterrâneos”, diz o vocalista da Freddy Groovers, Raul.

A Amparo Beer Fest será realizada na Rua XV de Novembro, Centro, onde estão localizados vários bares, restaurantes e pizzarias. O show da banda começa às 15 horas.

Fundada em 2013 a Freddy Groovers tem um estilo fora do convencional misturando samba, funk soul, jazz, baião, maracatu, entre outros ritmos. Já gravou um CD, "Groove na Cabeça", cujas faixas levam mensagens que vão desde a luta cotidiana do brasileiro, até menções honrosas a grandes líderes da história mundial.

Formada por seis músicos - Raul (vocais), Cebola (guitarra), Chinelo (contrabaixo), Manu (bateria), Giovani (trombone) e Ciolfi (saxofone) -, conta também com formação completa incluindo trompete e percussão. 



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