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Motta

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Segundo Clichê

27 de Fevereiro de 2017, 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

Arrecadação federal desaba. Mas a recessão acabou...

25 de Agosto de 2017, 17:34, por segundo clichê


Da série "a recessão acabou":  a arrecadação federal registrou em julho o menor nível em sete anos. Segundo dados divulgados pela Receita Federal, a receita somou R$ 109,948 bilhões no mês passado, queda de 0,34% em relação a julho do ano passado, descontada a inflação pelo IPCA. Em valores corrigidos pela inflação, esse é o menor nível para o mês desde 2010.

Nos sete primeiros meses do ano, a arrecadação federal acumula R$ 758,533 bilhões, também o menor valor desde 2010. O montante é 0,61% menor que o mesmo período de 2016, descontando a inflação pelo IPCA. O resultado se refere às receitas não administradas (principalmente royalties do petróleo), que subiram 49,9% de janeiro a julho acima da inflação em relação aos mesmos meses de 2016.


Se forem consideradas apenas as receitas administradas pela Receita Federal (como impostos e contribuições), a arrecadação teria tido queda real – descontado o IPCA – de 1,7% em julho e de 0,41% nos sete primeiros meses do ano.

Segundo a Receita Federal, os principais tributos que influenciaram a queda da arrecadação em julho foram o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que caíram 18,6% em relação ao mesmo mês do ano passado descontando a inflação. Essa diminuição, ressaltou o órgão, foi motivada principalmente pela redução das projeções de lucro das instituições financeiras, que fez desabar o pagamento dos dois tributos com base nas estimativas mensais.

A espera pelo Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), que regularizará dívidas de contribuintes com a União e cujo prazo de adesão começou em agosto, também contribuiu para que as empresas adiassem o pagamento dos dois tributos. A queda na arrecadação de Imposto de Renda poderia ter sido ainda maior se o programa de regularização de recursos no exterior, chamado de repatriação, não tivesse arrecadado R$ 1,46 bilhão em julho.

Em segundo lugar entre os tributos que mais contribuíram para a queda da arrecadação federal no mês passado ficaram a Cofins e o PIS. A receita dos dois tributos, que incidem sobre o faturamento, caiu 4,07% em julho na comparação com julho do ano passado descontada a inflação.

O PIS/Cofins reflete o comportamento das vendas. O volume de vendas de bens registrou crescimento de 4,33% em junho (fato gerador da arrecadação de julho) em relação a junho do ano passado, segundo o IBGE. No entanto, as vendas de serviços caíram 3,03% e o desempenho do segmento financeiro também apresentou resultado negativo na mesma comparação, segundo o IBGE e a Receita Federal.



Lula, Gorbachev, Pelé: os jornalistas também tietam

25 de Agosto de 2017, 10:21, por segundo clichê


A recepção calorosa que o ex-presidente Lula vem recebendo em suas andanças no Nordeste, com direito a abraços, beijos, selfies, gritos e choros - um banho de povo, enfim - me fez lembrar da vez em que visitou o Estadão na campanha eleitoral de 2002.

Depois de almoçar com diretores do jornal, ele foi à redação. Era começo da tarde e ela estava cheia. Ciceroneado pelo redator-chefe, Lula cumprimentou todos os jornalistas, um por um. Todos.

E em seguida foi para o Jornal da Tarde, que funcionava do outro lado do corredor, e para a Agência Estado, um andar acima, repetindo o que havia feito no Estadão.

O seu principal adversário naquela eleição, o notório José Serra, também visitou o jornal naquela campanha eleitoral, repetindo o roteiro de Lula. E foi depois disso que a diferença entre os dois se acentuou para o pessoal do Estadão.


Serra exibiu, na sua passagem pela redação, toda a exuberância de seu peculiar estilo de se relacionar com os seres humanos, um estilo que causou profunda impressão em alguns profissionais - e um choque em outros.

Entre esses últimos estava, o editor de economia de então.

- Gosto muito do seu caderno - disse Serra a ele, para em seguida completar:

- Depois da "Gazeta Mercantil" é o que mais leio.

Outra vítima de sua "franqueza" foi uma experiente repórter de política:

- Nossa, como você engordou! - constatou.

O auge daquela didática tarde foi quando viu uma velha conhecida, na ocasião editora de uma coluna de amenidades:

- Puxa, você está menos corcunda! - elogiou.

Foi um dia em que a autoestima da redação chegou a níveis baixíssimos.

As visitas dois dois políticos ao Estadão renderam muitos comentários, muito ti-ti-ti, nas rodas que se formaram no cafezinho, e certamento alguns votos de indecisos.

Mas nem se compararam ao frisson causado por outros três visitantes, personalidades díspares, que, literalmente, pararam, por alguns minutos, o trabalho da redação.

Um deles foi o padre Marcelo Rossi, no auge de sua popularidade, que se viu cercado por dezenas de pessoas - fãs, fieis? - logo que foi avistado no corredor que dividia o Jornal da Tarde do Estadão.

Outro foi o ex-secretário-geral do PC da URSS, último líder da extinta nação, Mikhail Gorbachev, que depois de aposentado percorria o mundo dando palestras.

Quando surgiu na redação, dezenas de curiosos, de contínuos a jornalistas de todos os calibres, o cercaram. Gorbachev parou diante de uma mesa, sorriu o sorriso dos predestinados, sentou-se na cadeira vaga e pegou um dos jornais que ali se achavam amontoados. Ao abri-lo, o espoucar de flashes parecia fogos de artifício.

E não deu nem tempo de avisá-lo que havia escolhido o jornal errado: Gorbachev posava para a imortalidade do Estadão passando os olhos numa Folha!

A balbúrdia daquele momento foi tamanha que ninguém ligou para a gafe. O fato é que Gorbachev se despediu sob uma calorosa salva de palmas e um princípio de confusão, quando uma veterana integrante daquela equipe de bravos jornalistas agarrou a cadeira que o ex-líder havia usado e determinou, entre categórica e histérica:


- É minha, é minha! Ninguém mais vai sentar nela!

Mas foi o terceiro visitante que bateu todos os recordes de tietagem no Estadão, uma cena impressionante de gente correndo de todos os cantos para o centro da redação, onde ficava a editoria de esportes.

- É o Pelé, é o Pelé! - gritavam as pessoas antes de se levantarem das cadeiras e atropelarem tudo o que estava à sua frente.

Atualmente, no Nordeste, bem longe do Estadão, na falta de um Pelé, que não se sabe onde anda, o povo grita, em sua busca pela esperança, "Lula, Lula". (Carlos Motta)



Microempresário foge do crédito e do investimento

24 de Agosto de 2017, 15:17, por segundo clichê

O segundo semestre começou com os micros e pequenos empresários retraídos na busca por crédito. De acordo com dados apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL), a demanda por crédito das micros e pequenas empresas (MPEs) atingiu 11,3 pontos em julho, uma queda depois dos 15,2 pontos registrados em junho. Quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados. 


Expressivos 86% dos MPEs afirmam não ter a intenção de tomar crédito, ante apenas 6% que manifestaram essa intenção. Entre aqueles que não pretendem tomar crédito, 43% dizem conseguir manter o negócio com recursos próprios. Esses empresários mencionam, ainda, a insegurança com as condições econômicas do país (20%) e as altas taxas de juros (17%).

Pouco mais de um terço dos micros e pequenos empresários (34%) consideram difícil o processo de contratação de crédito, diante de 25% que avaliam como fácil. Entre os que consideram difícil, o excesso de burocracia e as exigência dos bancos são o principal entrave, mencionado por 46% desses empresários. Em segundo lugar aparecem as taxas de juros elevadas (36%). A contratação de empréstimo (25%) e financiamento (20%) em instituições financeiras são os tipos de crédito mais difíceis de ser contratado – para 14% é o crédito junto a fornecedores. Por outro lado, uma fatia importante considera fácil (25%), sendo o bom relacionamento com o banco a principal razão (46%).

O micro e pequeno empresariado brasileiro também tem se mostrado pouco interessado em realizar investimentos em seus negócios. O indicador de propensão a investir registrou 27,7 pontos em julho, pouco acima dos 26,6 pontos observado em junho, o que configura estabilidade dentro da margem considerada pelo estudo. O indicador também leva em consideração uma escala que varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, mais o empresário tende a realizar investimentos.

Em termos percentuais, 67% dos micros e pequenos empresários não pretendem investir nos próximos três meses, sendo uma das principais razões a desconfiança diante da crise (30%). Além desses, 40% disseram não ver necessidade de investir, 12% investiram recentemente.



Família vende tudo

24 de Agosto de 2017, 10:51, por segundo clichê

 

Carlos Motta


Conheci um sujeito, não era propriamente meu amigo, mas estudei com ele alguns anos, nos antigos ginásio e colegial.

Um cara normal, brincalhão até em demasia, que não se destacava em nenhuma matéria da escola, mas que chamava a atenção por algo, que nós, seus colegas, meio que admirávamos, meio que gozávamos dele por causa daquilo: tinha a mania, acho que o termo certo é esse mesmo, mania, de vender coisas.

Explico melhor, não só vender, como comprar.

Funcionava assim: ele sabia que um de nós tinha, por exemplo, uma vitrola - para quem não sabe, era assim que a gente chamava, naquele tempo, o toca-discos - quebrada, fazia uma oferta ridícula por ela - às vezes até ganhava algum desses trastes - e não sabíamos como, consertava a bicha e a vendia por um preço que, para a gente, era extraordinário.


Ficávamos sabendo dos seus negócios porque ele não fazia nenhuma questão de escondê-los.

Ao contrário, vivia se gabando deles.

Acabado o colegial, perdi de vista esse meu colega vendedor de coisas.

Encontrei com ele, depois, apenas duas vezes.

A primeira foi num restaurante.

Ele me viu, foi até à minha mesa, nos cumprimentamos, e apontou a sua família, que almoçava perto de uma janela, esposa e dois filhos, pré-adolescentes.

Perguntei o que estava fazendo da vida e vi, então, seus olhos brilharem:

- Continuo comprando e vendendo, só que agora coisas maiores, carros, terrenos, até imóveis. Naquele esquema, você se lembra, de dar uma reformada, uma consertada, e ter um bom lucro.

E continuou, por alguns minutos, a falar das vantagens do seu negócio.

- Na maior parte das vezes não pago imposto, não tenho firma, e assim o lucro é maior ainda.

Encerrada a conversa, se despediu.

Fui reencontrá-lo poucos anos depois.

Voltava para casa e tive de fazer um desvio por umas ruas perto de onde trabalhava por causa de umas obras.

E acabei passando justo em frente onde esse meu colega de escola morava com seus pais no tempo em que estudávamos juntos. 

Curioso, olhei para a casa, e como ainda era dia, estava claro, pude ler uma placa, tamanho daquelas de "vende-se", só que nessa a mensagem era mais ampla - "Família vende tudo", dizia ela.

Não aguentei.

Estacionei o carro, e fui dar uma olhada mais de perto.

Mal cheguei em frente da casa, vi o meu antigo colega sentado numa cadeira, no fundo da garagem.

Fui até ele, apertamos as mãos, e, sem sequer perguntar, ele foi logo contando a história:

- Veja só o que é a vida, meu amigo. Estava bem até outro dia, mas tive um azar daqueles. Comprei um carro de uma senhora, velhinha, que precisava do dinheiro. Estava inteirinho, uma beleza. Fiz uma oferta, paguei bem pouco, ela precisava do dinheiro... Disse "esse eu não vendo, vai ficar para mim". Pois bem, num belo dia, estava viajando com a família toda, e numa curva, o carro saiu de lado, brequei, e nada. Acabei capotando, o carro amassou todo, foi perda total, e nós quatro, eu, minha mulher e meus dois filhos, saímos feridos. Eles tiveram só alguns cortes, algumas contusões, um braço e outro quebrados, mas eu... Me lasquei, tive uma fratura complicada numa perna, fiz duas cirurgias. Conclusão: gastei um bocado com tudo isso, e ainda não estou bom, a perna dói, não consigo andar direito, uso até uma bengala.

- Mas você não tinha plano de saúde? - perguntei.

- Tinha nada, sempre fui daqueles que ganhavam dinheiro e gastavam tudo ou quase tudo. Trabalhava tanto, fazia tantos rolos, que acabava esquecendo dessas coisas. O dinheiro entrava e saía...

Ele contou ainda que seus pais haviam morrido e ele tinha herdado aquela casa. E que, depois de tentar tudo, havia chegado à conclusão de que não havia outro jeito a não ser vendê-la, com tudo o que estava nela, para poder tocar a vida.

Fui embora triste, confesso.

Nunca mais vi esse meu antigo colega de escola.

De vez em quando bate uma vontade de saber como ele está, se ele ainda compra e vende coisas, como ele tem se virado nesta baita crise que o país vive.

Afinal, os seus negócios nem de longe podem concorrer com os dos espertos negociantes que hoje ocupam o Palácio do Planalto. 



Incrível, inacreditável: para Meirelles, juro mais alto é juro mais baixo!

23 de Agosto de 2017, 17:33, por segundo clichê


É difícil de acreditar, mas a informação é da Agência Brasil, porta-voz oficial do governo golpista.

A gente lê e não acredita - como é que pode um ministro de Estado dizer uma bobagem dessas e ninguém da imprensa contestá-lo?

O alegre ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, espanca a lógica com o cinismo característico de quem se julga invulnerável a críticas ou simples objeções.

Para ele, pagar juros maiores significa pagar juros menores!!!

Vai abaixo o trecho da notícia. É ler para crer:


"Segundo Meirelles, a TLP beneficiará toda a economia porque, ao tornar os juros do BNDES mais próximos das taxas de mercado, tornará o crédito mais barato para toda a sociedade. 'A TLP irá diminuir o custo do crédito para todos e não apenas para os devedores do BNDES [que atualmente pagam taxas subsidiadas]', acrescentou.

De acordo com o ministro, a nova taxa aumentará a transparência dos gastos com subsídios e melhorará o poder do Banco Central (BC) de controlar a política monetária (definir a quantidade de dinheiro em circulação na economia). Com isso, ressaltou Meirelles, o Banco Central poderá cortar os juros mais rápido.

'Com a TLP, os subsídios do crédito passam a constar no orçamento, com maior transparência e equidade na definição de políticas públicas. A TLP vai ajudar a reduzir as taxas de juros, aumentando a eficiência da política monetária no controle da inflação', concluiu o ministro.

Aprovada no início da tarde desta quarta-feira (23) na comissão mista que discute o tema, a MP 777 institui uma taxa que substituirá a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Em vez de ser fixada a cada três meses pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a TLP será definida com base na inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais os rendimentos da NTN-B, título do Tesouro corrigido pela inflação.


Atualmente, o Tesouro Nacional cobre a diferença entre a TJLP, que está em 7% ao ano, e a Selic (juros básicos da economia), hoje em 9,25% ao ano. Ao ser mais próxima da taxa Selic, a futura taxa de juros, que entrará em vigor em 2018, reduzirá os gastos do governo com esse subsídio. A medida provisória pode ser votada ainda hoje (23) pelo plenário da Câmara dos Deputados."



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