A mulher do Pau Brasil
4 de Setembro de 2018, 16:19Adriana Calcanhotto estreia o seu novo espetáculo “A Mulher do Pau Brasil” em Portugal e, na sequência, inicia a tour no Brasil com shows em Porto Alegre (dia 14/9 - Teatro do Bourbon Country), Natal (12/10 - Teatro Riachuelo Natal), Fortaleza (13/10 - Teatro RioMar Fortaleza), Recife (14/10 - Teatro RioMar Recife), Rio de Janeiro (26/10 - Teatro Bradesco Rio) e São Paulo (30/11 - Teatro Bradesco), com realização da Opus Promoções.
Nomeada embaixadora da Língua Portuguesa pela Universidade de Coimbra em 2015, Adriana Calcanhotto tem desenvolvido um trabalho de divulgação e estudo da literatura portuguesa em diversas universidades europeias e brasileiras.
Inspirada pelo movimento modernista brasileiro dos anos 20, no seu “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, e a sua influência sobre o Tropicalismo, e com base na aprendizagem, pesquisa e trabalhos desenvolvidos como professora e embaixadora da Universidade de Coimbra, Adriana Calcanhotto cria um novo espetáculo, no qual reflete sobre todas essas novas experiências.
Entre os sucessos, novidades e releituras estão "Esquadros", "Vambora", "Inverno", além da faixa que dá nome a turnê, "A Mulher do Pau Brasil", e "As Caravanas", de Chico Buarque.
Nesses concertos, Adriana Calcanhotto será acompanhada pelos músicos Bem Gil e Bruno Di Lullo, que se alternam entre guitarra, mpc (misto de bateria eletrônica e gravador), piano e baixo. (Foto: Leo Aversa)
Hollywood sinfônica
4 de Setembro de 2018, 16:09O canal por assinatura Film&Arts exibe no dia 9, domingo, às 17 horas, o concerto sinfônico “Hollywood em Viena”, que celebra obras-primas clássicas e atuais de trilhas sonoras de cinema. A noite de gala acontece na prestigiada sala de concertos de Viena, capital da Áustria.
Nesta edição, a Orquestra Sinfônica da Rádio de Viena, sob a batuta de Keith Lockhart, apresenta sucessos de produções como A Família Addams e Alice no País das Maravilhas.
Além disso, homenageia o premiado compositor James Newton Howard, conhecido por filmes como Batman Begins, Uma Linda Mulher e Jogos Vorazes.
Victor Biglione toca Hendrix
4 de Setembro de 2018, 16:02O Centro da Música Carioca, na Tijuca, receberá neste mês grande parte da programação do CaRIOCA ProgFest, às quintas-feiras às 20 horas. Nesta quinta-feira, dia 6, será a vez do guitarrista Victor Biglione realizar seu aclamado Tributo a Jimi Hendrix, acompanhado por Jorge Pescara (baixo) e Fábio Cezanne (bateria). Biglione apresentará sua releitura peculiar da obra do icônico guitarrista, agora arranjadas com o extremo virtuosismo, complexidade e riqueza rítmica do trio. Além das clássicas "Little Wing", "Foxy Lady" e "Voodoo Child", fazem parte ainda as soturnas "Pali gap", "Jam Back at the House" e "We Gotta live Together".
Arranjador, compositor e virtuose das "seis cordas”, Victor Biglione é um dos músicos com a maior número de participações em gravações e shows, na MPB. O curriculum internacional é invejável, com dois Grammys - Manhattan Transfer, em 1989, e com Milton Nascimento, em 2000. Dois CDs, com o guitarrista do The Police, Andy Summers, além da participação em álbuns de Stanley Jordan, Lee Konitz, John Patittucci, Sergio Mendes, Steve Hackett (Genesis), John Hiseman (Colosseum) entre outros.
O CaRIOca ProgFest vai até o dia 27 de setembro, com uma extensa programação. No Centro da Música Carioca, se apresentam ainda Sleepwalker Sun (13/09), Únitri (20/09) e Arcpelago (27/09). A Casa de Pedra, em Ipanema, recebe o Laranja Boreal no dia 22.
Serviço
6/9 (quinta-feira) – Victor Biglione Trio
Local: Centro da Música Carioca
Horário: 20 horas
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia-entrada)
Rua Conde de Bonfim, 824 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ (21) 3238-3831
A destruição, além do físico
3 de Setembro de 2018, 10:04Raphael Kapa
O incêndio que destruiu o Museu Nacional/UFRJ na noite de domingo, dia 2, levou consigo muito mais do que um prédio histórico que abrigou a família real.
Aliás, desde quando se transformou em Museu Nacional, a instituição fazia questão de se apresentar como um espaço de produção e exposição de ciência.
Quem visitasse esperando um trono real de D. João VI sairia desolado. Poucas referências à presença dos imperiais apareciam em seus corredores. Ainda assim, indiretamente os antigos moradores estavam presentes na exposição.
A cadeira real do antigo imperador do Brasil não estava ali, mas outro trono tinha destaque no acervo. Era do rei Adandozan, do reino de Daomé (atual Benin), na África, e que foi dado em 1811 para Dom João VI como uma prova da boa relação que o reino português – recém-fugido para o Brasil – queria manter com este povo.
Uma peça que contribuiu nas relações diplomáticas que consolidaram na trágica história escravista do país.
Muito perto deste trono também havia um manto real. Novamente, não era da família portuguesa. Era um presente, cheio de plumas, do rei Tamehameha II, das ilhas Sandwich (atual Havaí) ao imperador D. Pedro I.
A possível perda destes itens configura um vazio no entendimento de uma relação entre o Brasil e povos estrangeiros que até hoje não é tão exposta ao grande público. Em um museu com uma entrada de R$ 3, ela se tornava mais difundida.
As tão comentadas exposições de Grécia, Roma e Egito também tiveram seu surgimento atrelado às aquisições da família real. D. Pedro, por exemplo, comprava múmias de mercadores para sua coleção particular.
Seu filho, D. Pedro II, chegou a fazer expedições ao Egito para comprar mais. Dentre as adquiridas, existe uma cujo processo de mumificação é bastante raro: cada parte do corpo é enrolada de forma que se possa identificar dedos, braços e pernas.
Somente outras seis no mundo obedecem a essa lógica. Uma peça cuja preservação é de interesse mundial e que atravessou milhares de anos.
Já a imperatriz Teresa Cristina contribuiu com a exposição de Grécia e Roma ao ter expostos os vasos etruscos que tinha comprado. São peças que detalhavam hábitos cotidianos de povos da península de Itálica de uma época anterior ao nascimento de Jesus Cristo. Ao contrário do que muito foi escutado na cobertura do incêndio, o acervo do Museu Nacional transcende os seus 200 anos.
A exposição era muito mais do que as peças adquiridas pela família real. Aquele prédio também era uma instituição de produção de conhecimento. Estavam ali os fósseis de Luzia, a mais antiga moradora de nossas terras e que mudou a percepção sobre o deslocamento da humanidade da África até a América.
É também o museu que fez importantes descobertas paleontológicas e se transformou em um dos principais centros de estudo na América Latina. São dezenas de pesquisadores que perdem completamente suas pesquisas. O prédio, tombado como patrimônio público, poderá ser reerguido. Não será como antes, infelizmente.
Ainda assim, irrecuperáveis serão as peças e pesquisas que, porventura, forem destruídas. Surgirão lacunas na já tão complicada forma como narramos e lidamos com o nosso passado e um atraso cientifico que impedirá a produção de conhecimentos futuros. (Agência Brasil, foto de Tânia Rego/ABr)
Raphael Kapa é jornalista, historiador, doutorando em história pela UFF e trabalhou como instrutor na exposição do Museu Nacional por seis anos
O mercado fonográfico e a nova tendência de reprodução, distribuição e difusão digital no Brasil
1 de Setembro de 2018, 9:37Daniele M. Garcia
Com a queda progressiva e anual da prensagem de discos e CDs, o mercado fonográfico brasileiro também se reinventou gradativamente, e novas formas de veiculação e distribuição de mídia têem se reafirmado de maneira positiva, com grande retorno e aceitação mercadológica, prometendo ser uma grande tendência para as próximas décadas. As vendas de CDs físicos tiveram declínio na média mundial de 5,4%, enquanto no Brasil, em que o mercado varejista diminuiu ainda mais, a queda verificada foi mais de dez vezes maior, de 56%.
As gravações e o processo de produção musical nunca estiveram tão fortes, pois as obras de uma coletânea agora podem ser adquiridas por download, via aplicativos tradicionais, como Itunes, Google Play, ou via streaming, ligados à telefonia móvel, como Spotfy, Deezer e outros.
O mercado diminuiu a prensagem, mas em contrapartida, aumentou a produção fonográfica.
Segundo dados de “O Estado de S. Paulo” (24/4/2018), “graças ao streaming, o mercado fonográfico brasileiro cresceu 17,9% em 2017 na comparação com 2016.” Os dados foram publicados pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) e pela Pró-Música Brasil – Produtores Fonográficos Associados. Ainda segundo o artigo, “a maior adesão a plataformas como Spotify, Apple Music e Deezer fez com que o avanço do streaming no Brasil fosse de 64% ano passado; no mundo (onde os assinantes já somam 176 milhões de pessoas), foi de 41,1%.”
Dessa forma, o acesso ao consumo dos produtos artísticos também se modificou. Cada faixa (fonograma) também é considerada uma obra individual (assim como na situação de prensagem), mas com o diferencial da possibilidade de ser adquirida individualmente, via download ou streaming, gratuito ou pago.
Em contrapartida a essa nova tendência, o conceito de disco, CD ou coletânea, que compreende o conjunto de faixas de um mesmo trabalho, ainda existe, daí a necessidade de uma identidade visual (encarte) que identifique e exiba informações sobre a obra. O mercado fonográfico tem deixado de prensar CDs e singles, mas não de investir em uma imagem de qualidade, que identifique e possa caracterizar e difundir a obra fonográfica.
O que mudou no custo final para o mercado fonográfico é a ausência de prensagem, mas a ainda necessária produção de encarte digital contendo as informações da obra e adequado para difusão nos meios de download e streaming. Sua imagem reduzida será associada a cada faixa e identificando a que trabalho ela pertence, além do ISRC, código que nacional e internacionalmente continua validando todos os fonogramas produzidos.
Na necessidade de um produto físico, há ainda a alternativa de brindes digitais, como cartões promocionais pendrive, feitos em quantidade diminuta e de acordo com as necessidades de cada empresa. A identidade visual do trabalho pode ser impressa diretamente nesses cartões e as faixas inseridas no produto.
Em resumo, a gravação e produção musical (processo independente da prensagem) segue pelas mesmas etapas de antes, mas da seguinte forma:
♪ Cada faixa ainda recebe um código específico (ISRC) emitido pelo Selo Fonográfico (CDWB) e autorizado pela filial ECAD a que o selo se encontra associado.
♪ O processo de gravação continua o mesmo, até a etapa final de entrega de máster (prova definitiva), que pode ser feita alternativamente por pendrive, cartão de memória, upload em nuvem, HD virtual ou externo, e não necessariamente em CD master.
♪ A aquisição do produto pode se dar de forma fragmentada (faixa por faixa), individualmente, ou o conjunto total da obra ( faixas + encarte informativo) via plataformas de download, streaming, portal, site ou link que o detentor da obra autorizar e publicar.
Dessa forma, espero ter proporcionado um panorama geral das tendências do mercado de gravação, assim como a real viabilidade da produção fonográfica, em constante resignificação e em acordo com as práticas atuais e as novas mídias de reprodução e difusão da música. A gravação vive,
(Daniele M. Garcia é mestre em música Pela UNESP, coordenadora do Espaço Musical Sintonia, artista e produtora do Migrassom)









