Uma canção sobre a esperança
31 de Agosto de 2018, 10:07Carlos Motta
Houve um tempo em que a esperança pairava sobre os brasileiros.
Tênue, frágil, mas ainda esperança.
E nesse tempo os poetas se deixavam embalar pelo doce som da palavra - e o que ela significava.
E faziam versos, lapidavam rimas, compunham canções que apanhavam no ar fresco e leve de um país jovem e rico - rico porque tinha esperança.
Agora, nada resta, tudo se foi, levado pelo ódio de homens sem coração, sem alma e sem esperança.
Ficam, porém, na memória do povo alguns versos, algumas rimas, algumas melodias que sobreviveram à catástrofe e ajudam a aplacar as dores da existência.
Como essa maravilhosa "Tom Maior", do sensível poeta Martinho José Ferreira, o da Vila, a Vila Isabel de tantos outros poetas populares.
A música foi composta, explica o autor, para homenagear as mães.
Mas é também uma ode à esperança - esse sentimento tão em falta hoje em dia.
https://www.youtube.com/watch?v=Lq1G3oR-ek0
Está em você
O que o amor gerou
Ele vai nascer, e há de ser sem dor
Ah! Eu hei de ver
Você ninar e ele dormir
Hei de vê-lo andar
Falar, sorrir
Ah! Eu hei de ver
Você ninar e ele dormir
Fazê-lo andar
Falar, cantar, sorrir
E então quando ele crescer
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensina-lo a viver
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade
Só vai cantar em tom maior
Vai ter a felicidade de
Ver um Brasil melhor
Porcelana europeia ganha exposição
30 de Agosto de 2018, 10:30A Casa-Museu Ema Klabin, em São Paulo, promove de 1º de setembro a 16 de dezembro a exposição “Porcelana europeia da Coleção Ema Klabin”. Com curadoria do arquiteto Paulo de Freitas Costa, a mostra apresenta 39 peças raras das manufaturas de Sèvres, Berlim, Viena, Meissen, Limoges, Coalport, entre outras.
Como tantos colecionadores, Ema Klabin deixou-se seduzir pelo fascínio e sofisticação da porcelana, presente na decoração de todos os ambientes de sua casa. Desse conjunto, a porcelana chinesa de exportação possui o maior destaque, já que muitas peças pertenceram aos serviços trazidos por D. João VI em sua chegada ao Brasil em 1808.
Paralelamente, porém, Ema também reuniu uma representativa coleção de porcelana europeia, que abrange desde itens de colecionador, até peças de caráter sentimental – compradas em sua juventude¬ ou herdadas de sua mãe – além dos serviços de uso efetivo nas festas e no dia a dia da casa. As peças de maior valor eram originalmente expostas em dois nichos no fundo da sala de jantar, cobertas por painéis de Mestre Valentim, enquanto as demais eram guardadas em um grande guarda-louças na passagem para a cozinha.
“Esta exposição pretende inverter essa ordem ao ocupar os ambientes sociais da casa com uma seleção de 39 peças das manufaturas de Sèvres, Berlim, Viena, Meissen, Limoges, Coalport, entre outras, buscando narrar a fascinante história da porcelana europeia que, além dos aspectos estéticos e funcionais, muito pode nos revelar sobre o espírito de uma época, seus hábitos e costumes”, explica o curador da mostra e também da Casa-Museu Ema Klabin Paulo Costa.
Origens da porcelana
Acredita-se que a primeira peça de porcelana a chegar a Europa tenha sido um pequeno vaso branco trazido por Marco Polo em 1295, junto com sua carga de sedas, perfumes e especiarias. A ele também se atribui a denominação “porcelana”, derivada do nome de um tipo de concha marinha - porcella -, que possui a mesma brancura, translucidez e brilho das peças que tanto o encantaram em sua viagem à Ásia.
Apesar de algumas peças de porcelana terem chegado à Europa pelos tortuosos caminhos da rota das sedas, o comércio em grande escala para o mercado europeu só teve início em 1557, durante a dinastia Ming (1368-1644), quando os portugueses conseguiram permissão para se estabelecer em Macau, de onde começaram a trazer peças de porcelana azul-e-branca, que passariam a ser conhecidas pelo nome desse porto de exportação.
A leveza do material e a qualidade de sua decoração logo despertaram grande interesse, gerando intenso comércio de porcelana com a Ásia, impulsionado, no início do século XVII, pela criação das Companhias das Índias Orientais. A aristocracia europeia logo foi tomada pela “doença da porcelana”: só pelos portos dos Países Baixos, foram importadas três milhões de peças entre 1604 e 1654.
Serviço
Exposição - Porcelana europeia da Coleção Ema Klabin
Curadoria: Paulo de Freitas Costa
Abertura: 1º de setembro, às 14h
Período: 1º de setembro a 16 de dezembro – De quarta a domingo, das 14 h às 17h
Entrada: Grátis nos fins de semana e feriados. De quarta a sexta o ingresso custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Horário: Das 14h às 17h (com permanência até às 18h), sem agendamento.
Fundação Ema Klabin:
Endereço: Rua Portugal, 43, Jardim Europa - São Paulo. Tel: 55 11 3897-3232
"Kafka português" chega ao palco em SP
30 de Agosto de 2018, 10:18“Um soco no peito.” Assim o diretor André Abujamra define "Matteo Perdeu o Emprego", da Cia dos Tios. “Tem alguma comédia embutida dentro dessa tragédia, sim, mas para mim chega a ser triste”, explica ele. “O homem é uma experiência que não deu certo”, reflete.
Nessa adaptação do texto do escritor português Gonçalo Tavares, três atores têm de dar conta de um total de 26 personagens, que vão se encadeando na narrativa – o que não significa que eles estão conectados, ao contrário. “Quanto mais conexão a gente tem e mais velocidade de internet, menos conexão temos com a vida real”, diz o diretor.
No palco, Armando Liguori Jr., Paulo de Moraes e Ricardo Sequeira interpretam as manias e neuroses de seus personagens, que vão do desempregado do título ao homem que visita um bordel com uma bateria de 40 quilos conectada ao coração. Mas se o texto original já era “maluco”, nas palavras de Abujamra, a montagem acabou mergulhando nesse espírito e, ao narrar a história de um colecionador de baratas, por exemplo, a opção foi contá-la a partir do ponto de vista do inseto.
“O autor já foi considerado por revistas especializadas o Kafka português, então a ideia era pertinente”, explica Liguori Jr., que interpreta a barata. Na peça, optou-se por retratar o inseto como a única sobrevivente após o colecionador, em um ataque de fúria, matar todas as suas baratas. “Ela é racional, retórica e, ao contrário dos outros personagens da peça, focada e sem nenhuma neurose em particular”, diz o ator. “Ela é puro raciocínio e uma narradora de mão cheia. Talvez tenha sido esse o grande desafio”, finaliza.
Serviço
Teatro Cacilda Becker. Rua Tito, 295, Lapa. Zona Oeste. | tel. 3864-4513. +14 anos. 70 min. De 31/8 a 30/9. 6ª e sáb., 21h. Dom., 19h. R$ 30
Produção francesa sobre Edith Piaf estreia no Brasil em setembro
30 de Agosto de 2018, 9:56Um espetáculo grandioso, celebrando a vida e a música da lendária Edith Piaf, que teve mais de 300 apresentações em 50 países, "Piaf! O Show" já foi assistido por 1 milhão de espectadores e chega agora ao Brasil, com apresentações nos dias 14 de setembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo, e 16 de setembro, no Teatro do Bourbon Country, em Porto Alegre.
O espetáculo narra a história da carreira da cantora parisiense por meio de suas canções inesquecíveis, complementadas por uma cenografia original e projeções fotográficas inéditas, além de imagens de famosos locais parisienses da era Edith Piaf. Foi concebido e dirigido por Gil Marsalla e é estrelado por Nathalie Lermitte, referência no cenário musical francês.
A canção é certamente uma verdadeira vocação para Nathalie Lhermite. Seu aniversário de 18 anos coincide com o lançamento do seu primeiro álbum, Tu es tout ce que j’aime, para o selo Carrere, tendo duas de suas faixas com vendas superiores a 400 mil exemplares. Em 1995 compartilhou com Herbert Léonard a primeira parte do espetáculo de Michel Leeb no Olympia. Paralelamente, Nathalie Lhermite gravou várias músicas para programas de TV e desenhos animados. Em 1989 foi contratada para o musical Starmania, no qual desepenhou o papel de Crystal, que assumiria ao longo de três anos no Teatro Marigny em Paris e, na sequência, em turnê nacional, que seria concluída em Moscou e São Petersburgo. Alguns meses depois assumiria o papel de Wendy, na comédia musical Peter Pan, dirigida por Alain Marcel no Casino de Paris.
Depois de uma estada na Inglaterra, encarnour Edith Piaf no espetáculo Piaf je t’aime, no Teatro do Eldorado, cuja temporada seguiria no Gymnase Marie Bell, partindo dali imediatamente para uma turnê internacional. Em 2002 teve a oportunidade de encarnar Oliver Twist, no célebre musical baseado no romance As Aventuras de Oliver Twist, de Dickens, adaptado e dirigido por Ned Grujic. Desempenhou também os papéis de Guenièvere e de Viviane no musical Merlin, com direção e adaptação de Ned Grujic.
Entre 2003 e 2015 assumiu o papel-título em uma biografia musical que ela monta a partir de 2009, e que correria o mundo: Piaf une vie en rose et noir. Por fim, embalada por esse sucesso, criou e escreveu, com Jacques Pessis, Brel, de Bruxelles aux Marquises, que teve três temporadas em Paris. Depois, o apelo da Broadway fez com que aceitasse o papel da Princesa Fiona no musical Shrek, no Casino de Paris em fevereiro e março de 2012. Assumiu, a partir de fevereiro de 2015, no Teatro do Palais Royal, Teatro do Gymnase e em turnê, o papel da rainha na peça La petite fille aux allumettes, indicada ao Prêmio Molière, e encenada por David Rozen. Principalmente a partir de março de 2015, Nathalie encena o “one women show” Piaf ombres et lumière, cujo libreto e realização são de sua autoria. O espetáculo é co-dirigido por ela e Stéphane Vélaard.
Guitarra portuguesa é a estrela do show
30 de Agosto de 2018, 9:41Com a proposta de mostrar a guitarra portuguesa em novas abordagens musicais, o Wallace Oliveira Trio se apresentará no dia 3 de setembro, às 19 horas, no Teatro Anchieta do Sesc Consolação, em São Paulo, com entrada gratuita. É a primeira vez que esse instrumento é apresentado na tradicional série Instrumental Sesc Brasil, do SESC TV, que há mais de 20 anos é um polo difusor de grupos e músicos consagrados e novos talentos da música instrumental e suas diversas vertentes.
O Trio combina guitarradas portuguesas, choro, baião, frevo e world music em uma narrativa musical virtuosística que navega entre o tradicional e o contemporâneo. É formado por Wallace Oliveira na guitarra portuguesa, Sérgio Borges no violão de sete cordas, e Adriano Busko na percussão. O espetáculo conta ainda com a participação do flautista Pratinha Saraiva.
Criado em 2017, o grupo gravou o álbum Nova com pré-lançamento na Casa de Portugal de São Paulo e lançamento em três turnês em Portugal. A viagem musical terá autores como Pixinguinha, Hermeto Paschoal, Luiz Gonzaga, Waldir Azevedo, Marco Pereira, os portugueses Mario Lopes, Fontes Rocha e Manuel Marques, e ainda, o popstar Freddie Mercury.
"A alegria do nosso trabalho é ver o público aplaudir, sorrir, chorar, se emocionar! São senhores, senhoras, jovens, crianças, temos conseguido atingir esse público de uma forma excepcional. Queremos levar nosso trabalho para o mundo, levar nossa cultura e absorver as outras em nosso trabalho. Cada experiência vai trazer algo novo para nossa criação", diz Wallace Oliveira.
O grupo
Wallace Oliveira traz a influência da música brasileira aliada ao rock, já que fez parte de uma banda por dez anos até descobrir-se apaixonado pela guitarra portuguesa em 2014. Participou de diversos projetos, viagens e turnês com grupo folclórico e fadistas como Jorge Fernando, Fábia Rebordão, Mara Pedro, Ciça Marinho e com o cantor Edson Cordeiro nas turnês de 2017 e 2018. Em 2016 foi condecorado pela Casa Luso Brasileira de São Paulo pela sua contribuição junto à comunidade lusa, tornando-se um novo talento em ascensão deste instrumento no Brasil.
Sérgio Borges também é cavaquinhista e produtor musical e ao violão já acompanhou muitos artistas brasileiros e portugueses ao longo da sua carreira, como Dulce Pontes, Sebastião Manuel, Gloria de Lourdes, Jorge Fernando, Fábia Rebordão, Roberta Miranda, Fafá de Belém; no Brasil, fez parte do Trio Manuel Marques e dos Trovadores Urbanos por vários anos. Em 2017 e 2018 acompanhou o cantor Edson Cordeiro em turnê no Brasil.
Adriano Busko tem sido um percussionista e baterista em trilhas de séries de TV, filmes e em concertos de grandes nomes da música brasileira, como Jards Macalé, Dominguinhos, Trovadores Urbanos, Virginia Rosa, Jorge Benjor, Mônica Salmaso, Maria Alcina, Vânia Bastos, Ana Cañas, Marina de La Riva, dentre outros.
Pratinha Saraiva é flautista, bandolinista e compositor. Completa 45 anos de carreira, fez parte do programa Som Brasil (TV Globo) e Sr. Brasil (TV Cultura) por vários anos e tocou com grandes nomes como Jamelão, Ângela Maria, Luizinho 7 Cordas, Altamiro Carrilho.
Serviço
Wallace Oliveira Trio. Instrumental Sesc Brasil.
3 de setembro de 2018, segunda, às 19h. 80min.
Teatro Anchieta, Sesc Consolação.
Rua Dr. Vila Nova, 245. Cep. 01222-020 São Paulo – SP. Tel: (11) 3234-3000
Entrada gratuita. Retirada de ingressos com 1h de antecedência.








