Quase metade dos saques do FGTS foi para pagar contas
июня 10, 2017 10:41O lote de saques das contas inativas do FGTS que está liberado a partir de hoje (10/6), deve, novamente, contribuir para que mais brasileiros paguem suas dívidas e voltem a ter o nome "limpo" . Um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que, entre os trabalhadores que já realizaram saques, 38% usaram o dinheiro extra para quitar dívidas em atraso, enquanto 4% usaram esse recurso para pagar ao menos parte das pendências. Os que estão gastando esses valores com despesas do dia a dia representam 29% da amostra. Há ainda 19% de trabalhadores que optaram por poupar o benefício.
Outra estratégia também utilizada pelos entrevistados foi aproveitar o dinheiro extra para antecipar o pagamento de contas não atrasadas, como crediário e prestações da casa ou do carro, citado por 14% dos que já sacaram seus recursos. De acordo com a pesquisa, somente 13% dos trabalhadores que sacaram o benefício até o momento usaram o recurso financeiro para fazer compras extras.
Levando em consideração os consumidores que ainda vão realizar saques, a principal finalidade também será o pagamento de dívidas: 27% vão utilizar o dinheiro para quitar compromissos atrasados e 28% vão utilizá-lo para regularizar ao menos uma parte das pendências. Quase um quarto (24%) cita também o pagamento de despesas do dia a dia e 20% planejam poupar os recursos que vão receber. Apenas 4% vão realizar compras de itens como roupas e calçados. Os que vão usar o dinheiro extra para viajar representam apenas 3% e 2% querem aproveitar os recursos para adquirir um automóvel.
De acordo com a pesquisa, 14% dos brasileiros já sacaram o benefício e 15% ainda pretendem fazê-lo assim que o último lote estiver disponível, a partir de julho. No total, 58% dos consumidores não têm dinheiro a resgatar do FGTS inativo, enquanto 11% desconhecem se têm direito ao saque ou nem mesmo sabiam que o governo havia liberado esses recursos.
O trabalhador que pediu demissão ou foi demitido por justa causa até dezembro de 2015 tem direito ao saque do fundo de garantia. Para descobrir se o consumidor será beneficiado por essa medida, ele deve consultar o site da Caixa Econômica Federal ou procurar qualquer agência física do banco.
Temer tem sobrevida, mas a crise continua
июня 10, 2017 10:31Deputados da base do governo disseram que a absolvição da chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer na eleição presidencial de 2014, por 4 votos a 3, dá mais força ao governo Temer. Para a oposição, no entanto, o clima de crise política permanece.
Na sexta-feira (9), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) absolveu a chapa vitoriosa na eleição presidencial de 2014. O ministro Herman Benjamin, pediu a cassação da chapa em seu voto, por abuso de poder político e econômico, mas foi seguido por apenas dois ministros.
A ação contra a chapa Dilma-Temer foi apresentada pelo PSDB, por iniciativa do senador Aécio Neves (PSDB), candidato derrotado - em gravação telefônica, ele diz que gostaria de entrar com o processo para "encher o saco" do PT, partido de Dilma. A ação teve como justificativa o abuso de poder político e econômico.
Segundo o deputado Mauro Pereira (RS), vice-líder do PMDB, um dos mais atuantes do chamado "baixo clero", e aliado até agora fiel do presidente golpista, a decisão do TSE vai gerar mais tranquilidade para os investidores internacionais. “É isso que nós precisamos, de estabilidade na economia, de segurança jurídica e que todos cumpram suas partes: o Judiciário, o Executivo e o Legislativo”, disse, como se fosse um esquizofrênico que vê outra realidade.
Pereira afirmou que o resultado ajudará a base aliada a se unir e “melhorar ainda mais” para continuar as votações das propostas do governo - ele se esqueceu de dizer que as propostas são rejeitadas pela quase totalidade da população.
O líder do PSDB, deputado Ricardo Tripoli (SP), foi um pouco mais realista e afirmou que o resultado apertado reflete a situação atual do país. Ele disse que o partido deve se reunir nos próximos dias para avaliar se permanece ou não na base do governo. “Vamos monitorar os acontecimentos. Não podemos jogar o país em uma aventura, mas também não podemos ser solidários com algumas atitudes que tem ocorrido no Brasil”, afirmou, expressando o dilema dos tucanos, golpistas de primeira hora, que agora, depois de terem destruído o país, tentam desembarcar do governo.
O líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), reconheceu que a decisão do TSE dá um “fôlego” ao governo Temer. Mas, segundo ele, o Executivo federal continua acuado. “Nós vamos continuar vivendo um clima de crise. O Brasil não saiu da crise por conta dessa decisão.”
Zarattini disse que a votação reflete o discurso do PT de que não houve nenhuma irregularidade da chapa Dilma-Temer na campanha de 2014. “Isso, de forma alguma, isenta o governo de atos realizados pelo presidente Michel Temer durante a gestão”, afirmou.
Para o líder do Psol, deputado Glauber Braga (RJ), o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, não poderia ter conduzido o julgamento por ser amigo pessoal de Temer, o que comprometeria a imparcialidade no caso. “A gente esperava um resultado de um julgamento justo. Mas como ter um julgamento justo com um Gilmar Mendes presidindo e trabalhando como parte e não como magistrado?”, questionou.
Glauber Braga afirmou que pressionará deputados da base aliada a votar a favor de uma eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer. “E agora a gente vai ter que expor aqueles deputados que estão servindo como base de apoio à continuidade ilegítima desse programa”, disse.
O ministro Edson Fachin, responsável no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Operação Lava Jato, autorizou inquérito contra o presidente da República depois de delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS e outras empresas. As suspeitas da PGR são de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução à Justiça. Temer nega as acusações.
No caso de uma denúncia contra o presidente da República e de solicitação para uma investigação, o procedimento é semelhante ao de um pedido de impeachment. Cabe ao presidente da Câmara dar encaminhamento inicial, remetendo a denúncia à Comissão de Constituição e Justiça. A decisão final é do Plenário. (Com informações da Agência Câmara)
Petrobras dos golpistas tem prejuízo 17 vezes maior que "petrolão"
июня 9, 2017 9:31Desemprego, apequenamento e desvalorização. Esses são os pilares com os quais a Petrobrás trabalha na gestão de Pedro Parente, eleito presidente pelo Conselho de Administração da companhia durante a gestão do golpista Michel Temer (PMDB).
Um dos alvos centrais do golpe, a principal empresa do país passa pelo mesmo processo pelo qual passaram outros patrimônios durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, o sucateamento para justificar a privatização.
Para barrar o projeto de ataque ao país, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) junto com CUT e outras organizações dos movimentos sindical e sociais realizaram na quinta-feira (8) uma manifestação em frente à sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro.
O ato teve como objetivo mostrar à população o tamanho do estrago que Temer tem causado ao futuro do país também nessa área, além de cobrar o fim do processo de sucateamento da companhia e exigir a saída de Pedro Parente, conforme destaca o coordenador-geral da federação, José Maria Rangel.
“A Petrobrás está se apequenando e, hoje, com a gestão do Parente, tem a mesma quantidade de reservas que tinha em 2001. Já tivemos 16 milhões de barris e estamos com 9 bilhões, além da desvalorização de seus ativos, algo que nenhuma empresa tem feito em qualquer lugar do mundo”, explica.
O que Rangel chama de apequenamento já rende um prejuízo equivalente a 17 vezes o prejuízo apurado pela Lava Jato em desvios na companhia. “Dizem que Petrolão deu prejuízo de R$ 6 bilhões, mas só com desvalorização de ativos pelas mãos de Pedro Parente e sua diretoria já foram R$ 112 bilhões”, acrescentou.
O processo de derrubada dos ativos se dá por meio da impariment, quando a empresa coloca em seu balanço o "empobrecimento" de bens depois de avaliar as expectativas futuras, estratégias e câmbio. Em alguns casos, como parecer ser o da Petrobrás, isso serve para maquiar e dar ideia de que há um estado de falência.
Enquanto a empresa segue em queda, o desemprego cresce direta e indiretamente em ritmo galopante. Entre os empregados próprios, 13.270 foram desligados por meio de planos de incentivo. Outros 40 mil terceirizados também foram demitidos por conta de contratos encerrados e obras paralisadas.
Estimativas da FUP apontam que em toda a cadeia produtiva, incluindo setores hoteleiro, comércio e metalúrgico, sejam mais 200 mil trabalhadores desempregados num cenário de prejuízo para a economia e risco de vida para quem ficou.
“A preocupação se torna constante porque o risco de acidente nas unidades operacionais aumenta exponencialmente e apontamos isso para os órgãos de fiscalização. Você não pode fazer a redução drástica em uma atividade de alto risco sem minimamente estudar esses riscos. Tratam o efetivo como redução de custo e isso não é”, alerta Rangel.
Um dos braços dessa redução é o ataque à política de conteúdo local, uma regra que determinava a participação da indústria nacional no fornecimento de bens e serviços nas concessões para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural firmados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Com o novo cálculo definido pelo governo Temer no início do ano, a exigência caiu, em média, 50% e o resultado foi imediato. A plataforma que a multinacional State Oil vai construir para operar no Campo de Carcará, na Bacia de Santos, será feita na Holanda, com geração de emprego, desenvolvimento da engenharia estrangeira e, provavelmente, tripulação trazida desse país para operar no Brasil.
Para José Maria Rangel, o fatiamento da companhia é uma nova roupagem da velha privatização. “Esse governo já vendeu a Nova Transportadora Sudeste, que transporta 70% do gás natural do país, vendeu reservas no Campo de Carcará, área do pré-sal, e já vendeu Liquigás. Além das baixas contábeis nas refinarias do Comperj, Abreu Lima e em fábricas de fertilizantes. Nenhuma refinaria foi vendida, mas temos informações de que pacote estava pronto e só não foi divulgado por conta das delações da JBS.”
Também estão previstos quatro leilões em área de pré-sal neste ano. Como o Congresso aprovou a mudança na lei de partilha para tirar da Petrobrás a função de operadora única da riqueza e acabar com a participação mínima de 30% nos campos licitados, a companhia pode optar por mostrar interesse em apenas três dos 11 blocos.
Isso, aliado à possibilidade de abertura de refinarias para fazer parceria, pode fazer do pré-sal a cereja no bolo dos financiadores do golpe como tanto desejavam quando a companhia brasileira ainda era um ator fundamento de indução do desenvolvimento. (Luiz Carvalho/Agência CUT)
Fofocas, calúnias e a idiotização do brasileiro
июня 8, 2017 17:44A internet e os aparelhos chamados de "smartphones" revolucionaram as comunicações de tal maneira que hoje a antiguíssima frase "nenhum homem é uma ilha" deixou de ser uma licença poética.
Os mecanismos de busca do tipo Google possibilitam obter, instantaneamente, praticamente qualquer tipo de informação que se queira.
Centenas de anos de conhecimentos acumulados por todos os povos deste planeta estão à disposição - basta um clique e lá vem uma torrente de tesouros preciosos.
Ou não.
A internet também é o maior depósito de lixo, todo tipo de lixo, que existe.
Ela é o exemplo perfeito da incomensurável capacidade do ser humano de se autodepreciar como espécie.
Tudo de pior da alma humana pode ser encontrado na rede, desde os mais torpes golpes até as mentiras mais maldosas.
No Brasil não é novidade que a internet está sendo usada há vários anos como arma de guerra contra o campo progressista, ou, se quiserem, simplificando, para consolidar a dominação da Casa Grande sobre a Senzala.
O trabalho desse exército é incessante.
Ele se vale de todas as ferramentas que a tecnologia tornou disponível: sites, blogs, redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas, qualquer novidade que surgir.
Como o brasileiro é um dos povos mais ingênuos e crédulos do mundo, não tem sido difícil para essa turma espalhar as mais incríveis e imbecis informações como se fossem as mais sólidas e incontestáveis verdades.
O filho do Lula é dono da Friboi.
O Lula é um dos homens mais ricos do universo.
A Dilma, terrorista sangrenta, roubou bancos.
E por aí vai, com mais ou menos variações, o repertório inesgotável de sandices que envenenam os cérebros já meio desprovidos das famosas "pequenas células cinzentas" tão prezadas pelo imortal detetive Hercule Poirot.
Do jeito como a coisa vai indo, logo mais restarão poucos neste imenso país que acreditarão que a Terra é redonda, ou que o homem e os primatas têm um ancestral comum, ou que quem vê e fala com demônios provavelmente sofre de esquizofrenia.
A disputa política, a luta de classes, a guerra ideológica, esse terremoto que abala a nação, têm efeitos muito mais profundos do que se pode supor à primeira vista.
Não é só o risco de se institucionalizar o boato, a fofoca, a calúnia, a injúria e a difamação como meios de perseguir inimigos ou de se livrar de condenações judiciais, como infelizmente já vem ocorrendo.
O Brasil está perto de se tornar uma nação de idiotas. (Carlos Motta)
Mais de 1/3 dos brasileiros não conseguem nem pagar contas
июня 8, 2017 10:27O Indicador de Propensão ao Consumo, calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que 58% dos consumidores planejam reduzir os gastos em junho - as principais justificativas são a tentativa de economizar (23%), os preços mais elevados (18%), o fato de estarem endividados (15%) e uma redução de renda (10%).
Refletindo sobre sua realidade financeira, a maior parte (42%) diz estar no zero a zero, sem sobra nem falta de dinheiro. Já 37% diz em estar no “vermelho”, sem conseguir pagar todas as contas e somente 15% dizem estar com sobra de dinheiro.
Excluindo itens de supermercado, na lista dos produtos que os consumidores pretendem comprar em junho, roupas, calçados e acessórios foram citados por 23%. Em seguida, aparecem os itens de farmácia (22%), recarga de celular (18%) e perfumes e cosméticos (13%).
O Indicador de Uso do Crédito busca medir, numa escala de zero a 100, a demanda dos consumidores por empréstimos e crédito para compras a prazo pelos consumidores no mês anterior à pesquisa, sendo considerados empréstimos, financiamentos, cartões de crédito, de loja, crediários, e limite do cheque especial. Quanto mais próximo de 100 estiver o indicador, maior o uso do crédito; quanto mais distante, menor o uso. Em abril, foram registrados 27,6 pontos, ligeiramente acima dos 27,1 pontos de março.
Em termos percentuais, 42% dos consumidores disseram ter utilizado algum tipo de crédito em abril, sendo que o cartão de crédito foi a modalidade mais usada (36%), seguido de cartão de loja e crediário (14%) e limite do cheque especial (6%). Houve também utilização de empréstimos (4%) e financiamentos (3%), modalidades com critérios de concessão mais rigorosos.
Entre os consumidores que fizeram uso do cartão de crédito em abril, 36% relataram aumento do valor da fatura, enquanto para 38% o valor permaneceu o mesmo e para 25% houve diminuição. O valor médio reportado por esses entrevistados foi de R$ 917,30, desconsiderando-se 30% que não souberam responder exatamente quanto gastaram no cartão. Os itens de supermercado lideraram a lista de bens comprados, citados por mais da metade desses entrevistados (59%). Em seguida, 58% mencionaram a compra de remédios e itens de farmácias.
Quando questionados sobre a dificuldade de contratar empréstimos e financiamentos, a maior parte (46%) opina que é difícil ou muito difícil, enquanto apenas 16% avaliam como fácil. Mas não é só no banco que há recusa ou dificuldade para tomar crédito: um quinto (21%) dos consumidores informa que teve crédito negado em alguma loja em abril, sendo que 9% foram barrados por estarem negativados, 4% devido à renda insuficiente e 3% por não poder comprovar a renda.