Ir para o conteúdo

Motta

Tela cheia

Segundo Clichê

27 de Fevereiro de 2017, 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

O que os astros preveem para o Dr. Mesóclise

3 de Março de 2017, 15:25, por segundo clichê


Séculos atrás dirigi a minúscula redação de um semanário de Campinas, o Jornal de Domingo, que tinha uma grande tiragem por ser distribuído gratuitamente.

Era um jornal de amenidades, com uma ou outra matéria mais "séria".

Pouco antes de começar a trabalhar tive uma reunião com o dono para acertarmos os ponteiros.

E, logo de cara, ele foi me dizendo da importância que a seção de horóscopo tinha - vários leitores haviam escrito reclamando de sua falta, já que a pessoa que a escrevia tinha saído do jornal.

Para resolver o problema, me comprometi a produzir eu mesmo os tais horóscopos, aliviado em saber que meu antecessor simplesmente consultava outras publicações para fazer as "previsões" que tanto agradavam os leitores.

Era o que a gente chamava de "gilete press"...

E assim lá ia eu, toda segunda-feira, tão logo chegava à salinha onde funcionava a redação, criar as pérolas da semana.


No início me apoiava nos horóscopos dos outros, mas rapidamente percebi que eles não passavam de um amontoado de frases de autoajuda.

Daí em diante dispensei as revistas e jornais e me transformei no mais otimista "astrólogo" do planeta.

Ninguém, de nenhum signo, reclamava dos meus vaticínios.

Pois bem.

Tanto tempo depois dessa minha fase de astrólogo, sinto que devo, para ajudar o país neste momento tão difícil de sua história, consultar novamente os astros para saber o destino que eles reservam ao mais alto mandatário da pátria, esse nosso preclaro Dr. Mesóclise, em cujos ombros recaem a incomensurável responsabilidade de conduzir-nos rumo a um paraíso de leite e mel.

Descubro que ele nasceu sob o signo de Libra, governado pelo planeta Vênus.

Feito isso, debruço-me nas linhas de seu mapa astral e enfronho-me nos segredos mais profundos do universo na tentativa de desvendar o futuro desse insigne personagem.

E por fim, depois de horas de trabalho e meditação, os astros finalmente me respondem, de maneira categórica, indiscutível, e, surpreendentemente, sintética.

Numa única frase resumem o futuro que aguarda o protagonista desta ópera-bufa, desta tragicomédia, em que se transformou o Brasil:

"Todo o seu esforço será recompensado com um lugar especial na lata de lixo da história."

Os astros não mentem jamais.

(Carlos Motta) 



O perfeito substituto de Serra

2 de Março de 2017, 18:50, por segundo clichê

Uma pessoa como o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira é tudo aquilo que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não precisa para ter como chefe.

Nunes Ferreira, nos últimos anos, tem se destacado pelo seu destempero verbal, truculência no trato com os adversários - que ele deve julgar ser inimigos -, e defesa intransigente da oligarquia nacional.

Fora isso, é um dissimulado, para não dizer mentiroso.

Tanto que esconde, em sua biografia oficial, o fato de que pegou em armas contra a ditadura, tendo participado ativamente da organização comandada por Carlos Marighella.

Faz parte, portanto, daquele grupo asqueroso de pessoas que não só trocam os ideais da juventude pelos prazeres da vida burguesa, como procuram esconder o seu passado, têm vergonha dele.


Mas, pensando bem, depois de o governo golpista ter nomeado José Serra para o cargo de chanceler do Brasil, esse Serra que tem-se notabilizado por um entreguismo voraz, insaciável, nada mais lógico que vê-lo substituído por um Nunes Ferreira, que até na calvície se assemelha ao seu antecessor.

Assim, a política externa brasileira de falar grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos terá plena continuidade.

Em outubro de 2014 publiquei no meu antigo blog uma croniqueta sobre esse triste personagem da política contemporânea.

Para quem estiver interessado, basta clicar aqui(Carlos Motta)



O maravilhoso mundo dos golpistas

2 de Março de 2017, 15:47, por segundo clichê


Release do Lide - Grupo de Líderes Empresariais, empresa do prefeito paulistano João Dória especializada em apresentar políticos a empresários e empresários a políticos em encontros sob o pretexto de analisar a conjuntura econômica e política nacional, informa que o governador Geraldo Alckmin vai falar, dia 6, num "almoço-debate, sobre "O papel do Estado de São Paulo na retomada do crescimento econômico".

"Durante o Almoço-Debate, Alckmin discutirá sobre o cenário econômico paulista e as políticas públicas adotadas para impulsionar o Estado que reúne 43 milhões de habitantes, 645 municípios e responde por 28,7% do PIB brasileiro. No final de 2016, o governador anunciou um conjunto de medidas para estimular o emprego e o investimento", diz trecho do release, que a seguir abre aspas para o governador:


"É necessário ter otimismo para superar a crise, mas não basta. Precisamos superá-la como São Paulo superou a maior crise hídrica da história do Sudeste: com a participação da população e investimento em obras estruturantes, que geram competitividade e empregos."

Para quem não sabe, o "pacote" anunciado por Alckmin, segundo o release, "inclui ações de estímulo à produção empresarial de quatro setores: indústria de bens de capital, automobilística, agronegócio e reciclagem".

E assim, com almoços festivos como esse, o Brasil vai saindo da recessão.

Pelo menos no mundo maravilhoso dos golpistas, esse que permanece imóvel e resplandescente na abóbada celeste dos astrônomos e filósofos da antiguidade.



Vendas de material de construção despencam neste ano

1 de Março de 2017, 17:48, por segundo clichê


A recessão acabou. Mas só na cabeça dos golpistas, a julgar pelos dados econômicos que saem todos os dias. Hoje foi a vez do varejo de material de construção, com números mais que alarmantes: em fevereiro, o setor registrou queda de 3% sobre fevereiro de 2016 em relação a fevereiro de 2017 a retração foi de 7%.

O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claudio Conz, bem que tentou explicar o desastre, mas sua explicação não é muito convincente: “Início do ano é um período tradicionalmente fraco para o nosso setor. O ano realmente só começa depois do carnaval, até porque as pessoas têm outros gastos extras para se preocuparem nos primeiros meses do ano: IPVA, IPTU, matrículas escolares. Por conta disso, as pessoas acabam adiando as obras e reformas, porque elas exigem um planejamento maior no controle  de gastos.”

A desculpa para a queda nas vendas até que teria lógica se não fosse um pequeno detalhe: se todo o início de ano é tradicionalmente fraco, como se explica que este foi muito mais fraco que os anteriores? 


Segundo o presidente da entidade, o setor deve ter um desempenho positivo de 3% no primeiro semestre de 2017. Mas novamente ele tropeça na lógica ao explicar tamanho otimismo: “Diversas medidas foram anunciadas até agora e devem influenciar nosso setor mais cedo mais tarde. O Cartão Reforma é uma delas. Os bancos também estão trabalhando para oferecer juros menores aos clientes interessados em programas de financiamento para reforma e construção e o saque das contas inativas do FGTS também deve ajudar as famílias a transformarem aquela reforma que estava apenas nos planos em realidade.”

Mais uma vez ele se esqueceu de um pequeno detalhe: nenhuma dessas medidas ataca o problema principal da economia brasileira hoje, ou seja, o fato de que a atividade econômica cai a todo mês, desempregando mais pessoas e reduzindo a renda das famílias. Ora, num quadro desses, com o dinheiro contado para pagar produtos e serviços essenciais, quem vai construir ou reformar seu imóvel?

A realidade, segundo a pesquisa da entidade, é que praticamente todas as regiões tiveram retração nas vendas em fevereiro, com exceção do Norte, que registrou aumento de 5% em relação a janeiro. As demais regiões tiveram desempenho de -11% (Nordeste), - 14% (Centro-Oeste), - 8% (Sul) e -5% (Sudeste).



Destino de Lula será conhecido em breve

1 de Março de 2017, 15:33, por segundo clichê


É fato que o ano, no Brasil, começa depois do carnaval.

Por isso, não será surpresa se, em poucos dias, surgirem novidades dos lava-jatos, principalmente a respeito do ex-presidente Lula.

Afinal, o tempo, daqui em diante, será o elemento mais importante da peça jurídica - ou teatral ? - montada para apurar crimes diversos do político mais popular da história brasileira.


Como todos sabem, o golpe que defenestrou a presidenta Dilma do Palácio do Planalto não estará concluído antes da destruição do precário Estado de bem-estar social montado pelos trabalhistas, da entrega das riquezas nacionais para o capital estrangeiro, e do aniquilamento das forças de esquerda, notadamente do seu mais notório representante, o ex-presidente Lula.

As eleições de 2018 se aproximam celeremente.

O favoritismo de Lula se acentua a cada pesquisa de opinião pública divulgada.

A sua condenação pelos lava-jatos, apenas por esses motivos, é urgente, haja ou não as mais precárias provas dos crimes de que é acusado.

Lula vai ser condenado, não há outra hipótese para os golpistas.

O rito processual é tão somente um espetáculo mambembe para mascarar uma farsa criminosa.

A única dúvida é se ele vai cumprir sua pena preso ou em liberdade.

Os lava-jatos devem, neste momento, estar pesando os prós e os contras de cada situação.

Uma prova de que Lula não é José Dirceu foi a repercussão interna e externa de seu sequestro para depor no Aeroporto de Congonhas.

Preso, Lula será rapidamente convertido num mártir.

Solto, ganha com folga a eleição presidencial.

Os golpistas estão com a faca e o queijo na mão.

Mas não sabem o que fazer com eles. (Carlos Motta)



Motta

0 comunidades

Nenhum(a)