Brasileiros acham que a economia foi para o brejo
17 de Fevereiro de 2017, 10:00Os dados do novo Indicador de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), registraram 41,9 pontos em janeiro de 2017. O resultado, abaixo do nível neutro de 50 pontos, reflete principalmente a má avaliação que os consumidores fazem do momento atual da economia.
O Indicador de Confiança do Consumidor tem uma escala que varia de zero a 100 pontos. Quando abaixo de 50 pontos, mostra que o pessimismo predomina entre os consumidores; quando acima dos 50, mostra predomínio do otimismo. O indicador é medido em quatro dimensões: tanto para a economia quanto para a própria vida financeira, o consumidor avalia o momento atual e diz o que espera para os próximos seis meses.
O subindicador de Percepção do Cenário Atual mede a percepção do consumidor sobre a economia e a sua vida financeira no momento da pesquisa. Em janeiro, registrou 29,6 pontos - abaixo do nível neutro, o dado mostra que os consumidores avaliam muito mal o momento presente.
“É preciso destacar, porém, que há grande diferença entre avaliação que os consumidores fazem da economia e da própria vida financeira”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Na avaliação do desempenho da economia, o indicador atingiu 18,1 pontos; já na avaliação da vida financeira, atingiu mais do que o dobro (41,0 pontos). “Em suma, o momento atual é ruim para a economia e isso afeta a vida financeira dos consumidores. Porém, a percepção de deterioração da economia é mais acentuada do que na vida pessoal”, avalia.
Em termos percentuais, 83% enxergam que as condições econômicas são ruins, ante apenas 1% que consideram ser boas. Para 15%, o quadro econômico atual é regular. Entre os que fazem uma avaliação negativa do estado da economia brasileira, quase metade (48%) identifica a corrupção como a principal causa da má situação. Há também 41% que apontam os sintomas da crise: 25% dizem que o desemprego está alto e 16% dizem que os preços em geral subiram.
Quanto à própria vida financeira no momento atual, 39% dos entrevistados fazem uma avaliação negativa. Os que a consideram regular constituem maioria, alcançando quase metade da amostra (46%), enquanto 14% a consideram boa. Entre os que avaliam mal a vida financeira, 35% apontam o desemprego como a causa principal. Em seguida, 32% dizem estar com dificuldades para pagar as contas e com o orçamento apertado; 14% apontam a queda da renda familiar, que levou à redução do consumo, e 11% dizem estar atrasando o pagamento de dívidas.
A percepção dos consumidores sobre como serão os próximos seis meses para a economia e para sua vida financeira também foi analisada e ficaram em nível acima das condições atuais. Em janeiro, o subindicador de Expectativas registrou 54,2 pontos, acima do nível neutro e puxado pelas perspectivas que os consumidores têm sobre a própria vida financeira. Nesse quesito, o dado alcançou 63,2 pontos. Já no quesito da economia, os consumidores mostraram-se mais cautelosos e as expectativas marcaram 45,1 pontos. Segundo a economista-chefe, o resultado mostra que, apesar de estarem diante de uma situação claramente ruim, os consumidores demonstram certo otimismo quando se trata do futuro, na comparação com o presente, e de maior otimismo quando se trata da condição pessoal, na comparação com a economia.
Em termos percentuais, a maioria relativa (38%) diz não estar nem pessimista nem otimista com o futuro da economia. Já os pessimistas somam 36% e os otimistas, 22%. Para justificar o pessimismo com os próximos seis meses da economia, mais uma vez a questão da desconfiança com a representação política aparece: 54% desses entrevistados citam a corrupção, a incompetência dos governantes e a falta de punição dos políticos como a principal razão de seu desalento. Para 16%, o aumento do desemprego é o que explica seu pessimismo e para 10%, a percepção de que a inflação continuará subindo.
Já entre os otimistas com a economia, metade (50%) não sabe dizer as razões de seu otimismo: apenas diz acreditar que coisas boas vão acontecer. Em seguida, 20% acreditam que o pior momento da crise passou e 9% concordam com as medidas econômicas que estão sendo adotadas. Há ainda 9% que citam a percepção de que os preços pararam de aumentar.
Já quando se trata das expectativas com a vida financeira, 59% diz estar otimista. Um quarto (25,5%) diz não estar nem otimista nem pessimista e 14% têm expectativas ruins ou muito ruins.
O Indicador de Confiança do Consumidor também investigou os reflexos da conjuntura econômica na vida dos brasileiros. Os dados mostram que o que mais pesa na vida dos brasileiros é o custo de vida, citado por 59%. Comumente ouvida, a expressão “custo de vida” traduz a dificuldade de se manter o padrão de consumo. O desemprego aparece em seguida, com 19% das menções, seguido pelo endividamento, mencionado por 10%.
Se o custo de vida incomoda, é nos supermercados que os consumidores mais percebem o aumento dos preços: 62% têm essa percepção na comparação com dezembro. Há também 55% que sentiram aumento nas contas de energia elétrica. Nas tarifas de telefone, preço de roupas e de itens de bares e restaurante, essa percepção foi menos acentuada.
Congelamento do gasto público amplia conflito distributivo
17 de Fevereiro de 2017, 9:35Antônio Augusto de Queiroz
Com isso, sempre que a despesa ultrapassar o limite global haverá cortes em rubricas específicas, como pessoal, Previdência, Assistência Social, entre outras. A única rubrica imune a cortes será a de pagamento de juros e amortização das dívidas internas e externas, exatamente porque a economia a ser feita com os cortes será integralmente destinada a ela.
Para dar consequência ou efetividade à EC 95, além do gatilho automático de corte de direitos e vantagens dos servidores, o governo propôs uma ampla reforma da Previdência e da Assistência Social, com regras draconianas de acesso a benefícios pagos com recursos da Seguridade Social e do orçamento fiscal.
Ao limitar o crescimento do gasto, frente às crescentes necessidades de serviços públicos e de programas sociais, haverá um forte aumento do conflito distributivo. Como a disputa por recursos do Orçamento sempre favorece os setores mais organizados ou com mais interlocução com o governo, já se sabe quem irá arcar com os prejuízos.
Ora, como a alocação de recursos no Orçamento congelado fica a cargo do governo e dos parlamentares, sem qualquer participação popular, o governo já escolheu o assalariado, o aposentado e o pensionista, cuja fonte de renda tem natureza alimentar, como a variável de ajuste. Ou seja, as perdas e prejuízos recairão sobre a parte mais fraca econômica, social e politicamente na relação com o governo e o mercado: os assalariados e dependentes de programas sociais.
Nos próximos 20 anos, portanto, se não for revogada a EC 95, os assalariados e aqueles que dependem de prestações ou de serviços do Estado serão os principais prejudicados, porque terão direitos cortados ou reduzidos e haverá piora na quantidade e na qualidade dos serviços públicos, como a saúde, a educação, a segurança etc.
As políticas públicas dependem da orientação governamental. O próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo no jornal O Globo de 5/2/16, reconheceu, com conhecimento de causa, que “adotar políticas que favoreçam mais ao capital do que ao trabalho, ou vice-versa, depende da orientação política do governo”. E a orientação do governo Temer é clara em favor do capital.
A opção preferencial do governo pelo rentismo — detentores de títulos públicos — além dos assalariados, também prejudicará o setor produtivo, cujos incentivos fiscais e creditícios poderão sofrer cortes, naturalmente após a redução ou eliminação do que ainda resta de Estado de Bem-Estar Social.
Todos estamos de acordo sobre a necessidade e até urgência de saneamento das contas públicas, inclusive para manter sustentável a função social do Estado, mas os sacrifícios devem ser distribuídos para todos e de modo proporcional à capacidade contributiva de cada um. Fazer do modo como está sendo feito, escolhendo quem vive de salário, de aposentadoria e de pensão ou que depende de políticas públicas e de programas governamentais para arcar com os cortes, é uma atitude, além de injusta, perversa.
A população precisa ser consultada sobre o conteúdo do ajuste. Se for, como tudo indica, atendendo apenas o desejo e a pauta do mercado e do rentismo, os eleitores serão implacáveis em 2018 com os governantes e parlamentares que aprovarem essa agenda de reformas em bases neoliberais.
Os parlamentares que irão votar essas reformas, especialmente a trabalhista e a previdenciária, cujo objetivo central é cortar ou reduzir direitos, precisam ser alertados de que não dispõem mais de financiamento empresarial de campanha para comprar votos, e se votarem contra os interesses dos eleitores não terão qualquer chance de reeleição em 2018. Ou os potenciais prejudicados com essas reformas saem da zona de conforto e pressionam seus representantes, ou o retrocesso, com a transferência do orçamento dos mais pobres para os mais ricos, será inevitável.
(Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap)
Comércio desemprega 107 mil só em São Paulo
16 de Fevereiro de 2017, 19:19Mais números impressionantes sobre a recessão econômica provocada pelos golpistas brasileiros: o comércio varejista eliminou mais de 107 mil empregos com carteira assinada nos últimos dois anos no Estado de São Paulo, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio).
Só em dezembro do ano passado foram fechados 5.133 postos de trabalho, resultado de 66.721 admissões e 71.854 desligamentos. Com isso, o varejo encerrou 2016 com um total de 2.082.883 trabalhadores, queda de 2,2% na comparação com o mesmo período de 2015. No acumulado do ano passado, foram extintos 47.146 postos de trabalho.
Entre nove setores pesquisadas, somente dois tiveram crescimento em dezembro de 2016, em relação a dezembro de 2015: farmácia e perfumaria (2,3%) e supermercado (0,6%). Houve queda nos segmentos de concessionárias de veículos (-6%), lojas de móveis e decoração (-5,1%) e lojas de vestuário, tecidos e calçados (-5%).
Na comparação por tipos de ocupações, as funções com pior saldo em dezembro foram de escriturários de controle de materiais e de apoio à produção (-1.460 vagas) e escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (-889 vagas).
Na capital paulista, foram eliminados 4.147 empregos, resultado de 21.257 admissões e 25.404 desligamentos em dezembro. O número total foi de 649.631 trabalhadores, gerando saldo negativo no acumulado do ano de 12.486 empregos. Foi registrada redução de 1,9% do número total, na comparação com dezembro de 2015.
Para a FecomercioSP, o cenário deve ser muito difícil em 2017, pois o varejo não será capaz de recuperar as perdas dos dois últimos anos. A previsão é de que haverá redução de empregos formais no primeiro semestre, compensada pela geração de vagas nos últimos seis meses, se o cenário econômico mostrar melhora - algo que dificilmente ocorrerá.
Bate o desespero: 68% dos desempregados topam qualquer coisa
16 de Fevereiro de 2017, 15:03A recessão agravada pelo governo golpista começa a assumir feições trágicas para a população. Segundo a pesquisa “O desemprego e a busca por recolocação profissional no Brasil”, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), sete em cada dez desempregados (68%) estão dispostos a ganhar menos do que recebiam no último emprego, principalmente os homens (74%) e os que pertencem às classes C, D e E (70%).
As principais justificativas nesses casos são que o que importa atualmente é arrumar um emprego para pagar as despesas (29%) e o importante é voltar ao mercado de trabalho (25%). Por outro lado, 32% não estão dispostos a receber menos, principalmente as mulheres (36%) e os que pertencem às classes A e B (44%), sendo a razão mais citada o fato de encararem o salário menor como regressão profissional (15%), seguido da possibilidade de ser difícil voltar ao patamar salarial que possuía antes (12%). Classe média é isso mesmo: arrogante até não poder mais...
O levantamento revela que, considerando aqueles que participaram de ao menos uma entrevista desde que estão desempregados, 50% chegaram a recusar alguma proposta, sendo que 20% o fizeram porque a remuneração e/ou benefícios eram insuficientes, enquanto 10% alegam que o local era muito distante de casa.
Em geral o desemprego não é novidade para a maioria dos brasileiros ouvidos na pesquisa: 74% já passaram pela experiência de perder o emprego, sobretudo nas faixas etárias de 35 a 49 anos (84%) e acima de 50 anos (79%). Em contrapartida, 26% garantem nunca ter enfrentado o desemprego, aumentando para 33% entre os mais jovens. Praticamente metade dos entrevistados estão desempregados por um período que se estende por até seis meses (47%), sendo que a média de tempo chega a 12,2.
“Números como esses repercutem gravemente em todo o quadro social, pois menos pessoas trabalhando significa retração no consumo, aumento da inadimplência, impactos negativos no padrão de vida das famílias e, em geral, ampliação da recessão e resultados piores para a economia do país”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
A busca por um novo lugar no mercado de trabalho é praticamente unânime (94%), sendo que 80% estão procurando emprego atualmente e 14% estão recorrendo a outras formas de renda enquanto não conseguem a recolocação. Nove em cada dez entrevistados se sentem preparados para conseguir um novo emprego (93%), e somente 3% sentem não estar preparadas. O otimismo predominante decorre, principalmente, do fato de que 59% garantem possuir boa experiência profissional, além de terem preenchido cadastros em diversos sites de emprego (28%) e porque frequentemente leem jornais e visitam sites de emprego para ver vagas disponíveis (24%).
Um em cada cinco desempregados afirma estar buscando capacitação profissional para conseguir melhores oportunidades (21%), sobretudo os mais jovens (28%). Entre eles, as áreas mais mencionadas são as de idiomas (9%), administração de empresas (6%), técnico de informática (5%), técnico em enfermagem (5%) e estética (5%). Já 75% admitem não estar em busca de capacitação profissional.
De qualquer modo, mesmo entre os que procuram aumentar sua empregabilidade, por meios de cursos e outras formas de capacitação, o cenário não é animador, uma vez que seis em cada dez entrevistados, no geral, afirmam que não estão sendo chamados para entrevistas de emprego (60%).
A maioria das pessoas ouvidas já trabalhou anteriormente (97%) e somente 2% garantem nunca ter trabalhado. Considerando o último emprego, a forma de contratação mais usual foi a CLT, com carteira assinada (59%), seguida pela contratação informal sem registro na carteira (13%), a contratação temporária (9%) e a terceirização com carteira assinada (8%).
Considerando a experiência de trabalho anterior, cinco em cada dez desempregados eram do setor de serviços (48%), seguido pelo comércio (34%), indústria (12%) e setor público (5%). Em 68% dos casos, o desligamento foi feito por demissão, mas outros 16% garantem ter pedido demissão e 14% alegam que foi feito um acordo.
Entre os que foram demitidos, praticamente nove em cada dez (87%) alegam causas externas, principalmente ligadas à crise econômica vigente, como redução de custos por parte da empresa para lidar com os efeitos da crise (43%), diminuição nas atividades da empresa, resultando em mão de obra ociosa (15%) e fechamento da empresa (10%). Somente 7% falam em motivações pessoais, como resultados abaixo do esperado no trabalho (3%) e dificuldade de relacionamento com os colegas e/ou chefe (2%).
Levando em conta apenas os que pediram demissão, a principal razão apontada é a insatisfação com as atividades realizadas na empresa (19%), seguida da insatisfação com o salário (12%) e do desejo de mudar de carreira e/ou área de atuação (9%).
Perguntados sobre o tipo de oportunidade desejada pelos desempregados, 51% preferem os postos com carteira assinada, enquanto 32% mencionam qualquer vaga, independente do formato.
Ainda que o tempo médio na condição de desempregados seja equivalente a mais de um ano, seis em cada dez entrevistados estão otimistas sobre a possibilidade de encontrar emprego os próximos 90 dias (59%). Em média, os respondentes acreditam em resolver essa situação nos próximos 4 meses.
Esse pessoal, certamente, vê a Globo e acredita em Papai Noel.
Levando em conta a expectativa para conseguir emprego nos próximos três meses, 58% se mostram confiantes, pois são bons profissionais e acreditam que tudo dará certo. Em contrapartida, 28% estão desanimados, seja porque não têm visto muitas vagas disponíveis no mercado (21%), seja porque estão fazendo entrevistas, mas não conseguem vaga (7%).
Para Pellizzaro, embora muitos brasileiros se sintam prontos para voltar ao mercado de trabalho, o fato é que não parece haver vagas disponíveis para absorver todo esse contingente. “A questão não passa apenas pela qualificação, e sim pela fragilidade atual da economia brasileira, que não oferece as condições necessárias para que sejam criados novos empregos”, afirma.
Atividade econômica despenca. O Brasil Novo se consolida
16 de Fevereiro de 2017, 9:36A atividade econômica apresentou queda de 4,34% no ano passado, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).
O resultado mostra o nível de malefícios que o governo golpista do Dr.Mesóclise e seu bando de picaretas está promovendo no Brasil.
Sem contar que, antes, essa turma de homens de bem paralisou o governo Dilma, aplicando a fórmula do "quanto pior, melhor" como indutora do processo de impeachment, fachada para o golpe a que a presidenta foi submetida.
O estrago é tão grande que serão necessários muitos anos para corrigi-lo - se isso for possível, tal o grau de desestruturação econômico-social promovido pelos golpistas no Brasil.
Mas não foi para isso, destruir o país, que houve o golpe?
No último trimestre do ano, comparado ao mesmo período de 2015, o IBC-Br registrou retração de 3,13%.
Também houve queda na comparação entre o quarto e o terceiro trimestre de 2016: -0,36%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o Banco Central a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.
O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos. O indicador oficial sobre o desempenho da economia, no entanto, é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que não deverá ser muito diferente do IBC-Br.