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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

A marcha dos insensatos (I) (II) (III) (IV)

4 de Abril de 2015, 10:40, por Castor Filho

A marcha dos insensatos e a sua primeira vítima (I)

 

[*] Mauro Santayana

Escrito antes da palhaçada de 15/3/2015

 

 

Segundo os chamamentos que estão sendo feitos nesse momento, no WhatsAppe nas redes sociais, pessoas irão sair às ruas, no domingo (15/3/2015), porque acusam o governo de ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país.

 

Se estes brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para fazer tomar suas decisões, como o FMI - Fundo Monetário Internacional - e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que o PIB e a renda per capita caíram, e a  dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso.

 

Segundo o Banco Mundial, o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois (2002).

 

Para subir, extraordinariamente, destes 504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões e 300 bilhões de dólares, em 2013, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder.

 

E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país.

 

Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial - caiu de 3.426 dólares, em 1994, no início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002.

 

E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810 dólares, para 11.208 dólares, depois que o PT chegou ao poder, também segundo o Banco Mundial.

 

O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, hoje, também depois que o PT chegou ao poder.

 

As reservas monetárias internacionais - o dinheiro que o país possui em moeda forte - que eram de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares - nos oito anos do governo FHC.

 

Nessa época, elas eram de fato, negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI.

 

Depois, elas se multiplicaram para 358,816 bilhões de dólares em 2013, e para 369,803 bilhões de dólares, em dados de ontem, transformando o Brasil de devedor em credor, depois do pagamento da dívida com o FMI em 2005, e de emprestarmos dinheiro para a instituição, quando do pacote de ajuda à Grecia em 2008.

 

E, também, no quarto maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano.

 

O IED - Investimento Estrangeiro Direto, que foi de 16,590 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para 80,842 bilhões de dólares, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial: passando de aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares depois que o PT chegou ao poder.

 

A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35% do PIB, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder.

 

E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha - cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” - ou o Canadá.

 

Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois, e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20.

 

Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 - segundo Ipeadata e o Banco Central - nos governos do PT.  

 

Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola - ou da “cachola” - o absurdo paradigma, que vêm defendendo há anos, de que o Governo Fernando Henrique foi um tremendo sucesso econômico, e de que deixou “de presente” para a administração seguinte, um país econômica e financeiramente bem sucedido.

 

Nefasto paradigma, este, que abriu caminho, pela repetição, para outra teoria tão frágil quanto mentirosa, na qual acreditam piamente muitos dos cidadãos que saíram às ruas no domingo 15/3/2015:

 

A de que o PT estaria, agora, jogando pela janela, essa - supostamente maravilhosa - “herança” de Fernando Henrique Cardoso, colocando em risco as conquistas de seu governo.

 

O pior cego é o que não quer ver, o pior surdo, o que não quer ouvir.

 

Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, há poucos dias, acreditem mais nos boatos das redes sociais, do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores.

 

Está certo que não podemos ficar apenas olhando para o passado, que temos de enfrentar os desafios do presente, fruto de uma crise que é internacional, que faz com que estejamos crescendo pouco, embora haja diversos países ditos “desenvolvidos” que estejam muito mais endividados e crescendo menos do que nós.

 

Assim como também é verdade que esse governo não é perfeito, e que se cometeram inúmeros erros na economia, que poderiam ter sido evitados, principalmente nos últimos anos.

 

Mas, pelo amor de Deus, não venham nos impingir nenhuma dessas duas fantasias, que estão empurrando muita gente a sair às ruas para se manifestar: nem Fernando Henrique salvou o Brasil, nem o PT está quebrando o país, que em 2002, era a décima-quarta maior economia do mundo, e que hoje já ocupa o sétimo lugar.

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A marcha dos insensatos e a sua primeira vítima (II)

 

 

Muitos brasileiros também vão sair às ruas, no domingo, por acreditar - assim como fazem com relação à afirmação de que o PT quebrou o país - que o governo Dilma é comunista e que ele quer implantar uma ditadura esquerdista no Brasil.

 

Quais são os pressupostos e características de um país democrático, ao menos do ponto de vista de quem acredita e defende o capitalismo?

 a) A liberdade de expressão - o que não é verdade para a maioria dos países ocidentais, dominados por grandes grupos de mídia pertencentes a meia dúzia de famílias;

 b) A liberdade de empreender, ou de livre iniciativa, por meio da qual um indivíduo qualquer pode abrir ou encerrar uma empresa de qualquer tipo, quando quiser;

 c) A liberdade de investimento, inclusive para capitais estrangeiros;

 d) Um sistema financeiro particular independente e forte;

 e) Apoio do governo à atividade comercial e produtiva;

 f) a independência dos poderes;

 g) um sistema que permita a participação da população no processo político, na expressão da vontade da maioria, por meio de eleições livres e periódicas, para a escolha, a intervalos regulares e definidos, de representantes para o Executivo e o Legislativo, nos municípios, estados e União.

 

Todas essas premissas e direitos estão presentes e vigentes no Brasil.

 

Não é o fato de ter como símbolo uma estrela solitária ou vestir uma roupa vermelha - hábito que deveria ter sido abandonado pelo PT há muito tempo, justamente para não justificar o discurso adversário - que transformam alguém em comunista - e aí estão botafoguenses e colorados que não me deixam mentir, assim como o Papai Noel, que se saísse inadvertidamente às ruas, no domingo,  provavelmente seria espancado brutalmente, depois de ter o conteúdo do seu saco revisado e provavelmente “apreendido” à procura de dinheiro de corrupção.

 

Da mesma forma que usar uma bandeira do Brasil não transforma, automaticamente, ninguém em patriota, como mostra a foto do Rocco Ritchie, o filho da Madonna, noInstagram, e os pavilhões nacionais pendurados na entrada do prédio da Bolsa de Nova Iorque, quando da venda de ações de empresas estratégicas brasileiras, na época da privataria.

 

Prefiro um brasileiro vestido de vermelho, mesmo que seja flamenguista ou sãopaulino, do que um que vai para a rua, vestido de verde e amarelo, para defender a privatização e a entrega, para os EUA, de empresas como a Petrobras.

 

O PT é um partido tão comunista, que o lucro dos bancos, que foi de aproximadamente 40 bilhões de dólares no governo Fernando Henrique Cardoso, aumentou para 280 bilhões de dólares nos oito anos do governo Lula.

 

É claro que isso ocorreu também por causa do crescimento da economia, que foi de mais de 400% nos últimos 12 anos, mas só o fato de não aumentar a taxação sobre os ganhos dos mais ricos e dos bancos - que, aliás, teria pouquíssima chance de passar no Congresso Nacional - já mostra como é exagerado o medo que alguns sentem do “marxismo” do Partido dos Trabalhadores.

 

O PT é um partido tão comunista, que grandes bancos privados deram mais dinheiro para a campanha de Dilma e do PT do que para os seus adversários nas eleições de 2014.

 

Será que os maiores bancos do país teriam feito isso, se dessem ouvidos aos radicais que povoam a internet, que juram, de pés juntos, que Dilma era assaltante de banco na década de 1970, ou se desconfiassem que ela é uma perigosa terrorista, que está em vias de dar um golpe comunista no Brasil?

 

O PT é um partido tão comunista que nenhum governo apoiou, como ele, o capitalismo e a livre iniciativa em nosso país.

 

Foi o governo do PT que criou o Construcard, que já emprestou mais de 20 bilhões de reais em financiamento, para compra de material de construção, beneficiando milhares de famílias e trabalhadores como pedreiros, pintores, construtores; que criou o Cartão BNDES, que atende, com juros subsidiados, milhares de pequenas e médias empresas e quase um milhão de empreendedores; que aumentou, por mais de quatro, a disponibilidade de financiamento para crédito imobiliário - no governo FHC foram financiados 1,5 milhão de unidades, nos do PT mais de 7 milhões - e o crédito para o agronegócio (no último Plano Safra de Fernando Henrique, em 2002, foram aplicados 21 bilhões de reais, em 2014/2015, 180 bilhões de reais, 700% a mais) e a agricultura familiar (só o governo Dilma financiou mais de 50 bilhões de reais contra 12 bilhões dos oito anos de FHC).

 

Aumentando a relação crédito-PIB, que era de 23%, em dezembro de 2002, para 55%, em dezembro de 2014, gerando renda e empregos e fazendo o dinheiro circular.

 

As pessoas reclamam, na internet, porque o governo federal financiou, por meio do BNDES, empresas brasileiras como a Braskem, a Vale e a JBS.

 

Mas, estranhamente, não fazem a mesma coisa para protestar pelo fato do governo do PT, altamente “comunista”, ter emprestado - equivocadamente a nosso ver - bilhões de reais para multinacionais estrangeiras, como a Fiat e a Telefónica (Vivo), ao mesmo tempo em que centenas de milhões de euros, seguem para a Europa, como andorinhas, todos os anos, em remessa de lucro, para nunca mais voltar.

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A marcha dos insensatos e a sua primeira vítima (III)

 

 

Outro mito sobre o suposto comunismo do PT, é que Dilma e Lula, por revanchismo, sejam contra as Forças Armadas, quando suas administrações, à frente do país, começaram e estão tocando o maior programa militar e de defesa da história brasileira.

 

Lula nunca pegou em armas contra a ditadura. No início de sua carreira como líder de sindicato, tinha medo “desse negócio de comunismo” - como já declarou uma vez - surgiu e subiu como uma liderança focada na defesa de empregos, aumentos salariais e melhoria das condições de classe de seus companheiros de trabalho, operários da indústria automobilística de São Paulo, e há quem diga que teria sido indiretamente fortalecido pelo próprio regime militar para impedir o crescimento político dos comunistas em São Paulo.

 

Dilma, sim, foi militante de esquerda na juventude, embora nunca tenha pego em armas, a ponto de não ter sido acusada disso sequer pela Justiça Militar.

 

Mas se, por esta razão, ela é comunista, seria possível acusar desse mesmo “crime” também José Serra, Aloisio Nunes Ferreira, e muitos outros que estão, hoje, contra o PT.

 

Se o PT tivesse alguma coisa contra a Marinha, ele teria financiado, por meio do PROSUB, a construção do estaleiro e da Base de Submarinos de Itaguaí, e investido 7 bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a França, de vários submersíveis convencionais e do primeiro submarino atômico do Brasil?

 

Teria, da mesma forma, comprado novas fragatas na Inglaterra, voltado a fabricar navios patrulha em nossos estaleiros, até para exportação para países africanos, investido na remotorização totalmente nacional de mísseis tipo Exocet, na modernização do navio aeródromo (porta-aviões) São Paulo, na compra de um novo navio científico quebra-gelo na China, na participação e no comando por marinheiros brasileiros das Forças de Paz da ONU no Líbano?

 

Se fosse comunista, o governo do PT estaria, para a Aeronáutica, investido bilhões de dólares no desenvolvimento conjunto com a Suécia, de mais de 30 novos caças-bombardeio Grippen NG-BR, que serão fabricados dentro do país, com a participação de empresas brasileiras e da SAAB, com licença de exportação para outros países, depois de uma novela de mais de duas décadas sem avanço nem solução?

 

Teria encomendado à Aeronáutica e à Embraer, com investimento de um bilhão de reais, do governo federal, o projeto do novo avião cargueiro militar multipropósito KC-390, desenvolvido com a cooperação da Argentina, do Chile, de Portugal e da República Tcheca, capaz de carregar até blindados, que levantou voo pela primeira vez, há poucos dias, como a maior aeronave já fabricada no Brasil?

 

Teria comprado, para os Grupos de Artilharia Aérea de Auto-defesa da FAB, novas baterias de mísseis IGLA-S; ou feito um acordo com a África do Sul, para o desenvolvimento conjunto, com a DENEL Sul-africana, do novo míssil ar-ar A-Darter?

 

Se fosse um governo comunista, o governo do PT teria financiado o desenvolvimento, para o Exército, do novo Sistema Astros 2020, e recuperado financeiramente a AVIBRAS?

 

Se fosse um governo comunista, que odiasse o Exército, o governo do PT teria financiado e encomendado a engenheiros dessa força, o desenvolvimento e a fabricação, com uma empresa privada, de 2.050 blindados da nova família de tanques Guarani, que estão sendo construídos na cidade de Sete Lagoas, em Minas Gerais?

 

Ou o desenvolvimento e a fabricação da nova família de radares SABER, e, pelo IME e a IMBEL, para as três armas, da nova família de Fuzis de Assalto IA-2, com capacidade para disparar 600 tiros por minuto, a primeira totalmente projetada no Brasil?

 

Ou encomendado e investido na compra de helicópteros russos - lembremos que a Rússia é hoje um país capitalista -  e na nacionalização de novos helicópteros de guerra da Helibras?

 

Em 2012, o novo Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, então Comandante Militar da Amazônia, respondeu da seguinte forma a uma pergunta, em entrevista à Folha de São Paulo:

 

Lucas Reis perguntou:

— Em 2005, o então Comandante do Exército, general Albuquerque, disse “o homem tem direito a tomar café, almoçar e jantar, mas isso não está acontecendo (no Exército). A realidade atual mudou?”.

 

General Villas Boas respondeu:

— Mudou muito. O problema é que o passivo do Exército era muito grande, foram décadas de carência. Desde 2005, estamos recebendo muito material, e agora é que estamos chegando a um nível de normalidade e começamos a ter visibilidade. Não discutimos mais se vai faltar comida, combustível, não temos mais essas preocupações.

 

A outra razão que contribui para que o governo do PT seja tachado de comunista, e muita gente saía às ruas, no domingo, é a política externa, e a lenda do “bolivarianismo” que teria adotado em suas relações com o continente sul-americano.

 

Não é possível, em pleno século XXI, que os brasileiros não percebam que, em matéria de política externa e economia, ou o Brasil se alia estrategicamente com os BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul), potências ascendentes como ele; e estende sua influência sobre suas áreas naturais de projeção, a África e a América Latina - incluídos países como Cuba e Venezuela, porque não temos como ficar escolhendo por simpatia ou tipo de regime - ou só nos restará nos inserir, de forma subalterna, no projeto de dominação europeu e anglo-americano? 

 

Ou nos transformarmos, como o México, em uma nação de escravos, que monta peças alheias, para mercados alheios, pelo módico preço de 12 reais por dia o salário mínimo?

 

Jogando, assim, no lixo, nossa condição de quinto maior país do mundo em território e população e sétima maior economia, e nos transformando, definitivamente, em mais uma colônia-capacho dos norte-americanos?

 

Ou alguém acha que os Estados Unidos e a União Europeia vão abrir, graciosamente, seus territórios e áreas sob seu controle, à nossa influência, política e econômica, quando eles já competem, descaradamente, conosco, nos países que estão em nossas fronteiras?

 

Do ponto de vista dessa direita maluca, que acusa o governo Dilma de financiar, para uma empresa brasileira, a compra de máquinas, insumos e serviços no Brasil, para fazer um porto em Cuba - a mesma empresa brasileira está fazendo o novo aeroporto de Miami, mas ninguém toca no assunto - muito mais grave, então, deve ter sido a decisão tomada pelo Regime Militar no Governo do General Ernesto Geisel.

 

Naquele momento, em 1975, no bojo da política de aproximação com a África inaugurada, no Governo Médici, pelo embaixador Mario Gibson Barbosa, o Brasil dos generais foi a primeira nação do mundo a reconhecer a independência de Angola.

 

Isso, quando estava no poder a guerrilha esquerdista do MPLA - Movimento Popular para a Libertação de Angola, comandado por Agostinho Neto, e já havia no país observadores militares cubanos, que, com uma tropa de 25.000 homens, lutariam e expulsariam, mais tarde, no final da década de 1980, o exército racista sul-africano, militarmente apoiado por mercenários norte-americanos, do território angolano.

 

Ao negar-se a meter-se em assuntos de outros países, como Cuba e Venezuela, em áreas como a dos “direitos humanos”, Dilma não faz mais do fez o Regime Militar brasileiro, com uma política externa pautada primeiro, pelo “interesse nacional”, ou do “Brasil Potência”, que estava voltada, como a do governo do PT, prioritariamente para a América do Sul, a África e a aproximação com os países árabes, que foi fundamental para que vencêssemos a crise do petróleo.

 

Também naquela época, o Brasil recusou-se a assinar qualquer tipo de Tratado de Não Proliferação Nuclear, preservando nosso direito a desenvolver armamento atômico, possibilidade essa que nos foi retirada definitivamente, com a assinatura de um acordo desse tipo no governo de Fernando Henrique Cardoso.

 

Se houvesse, hoje, um Golpe Militar no Brasil, a primeira consequência seria um boicote econômico por parte do BRICS e de toda a América Latina, reunida na UNASUL e na CELAC, com a perda da China, nosso maior parceiro comercial, da Rússia, que é um importantíssimo mercado para o agronegócio brasileiro, da Índia, que nos compra até mesmo aviões radares da Embraer, e da África do Sul, com quem estamos também intimamente ligados na área de defesa.  

 

O mesmo ocorreria com relação à Europa e aos EUA, de quem receberíamos apenas apoio extra-oficial, e isso se houvesse um radical do partido republicano na Casa Branca.

 

Os neo-anticomunistas brasileiros reclamam todos os dias de Cuba, um país com quem os EUA acabam de reatar relações diplomáticas, visitado por três milhões de turistas ocidentais todos os anos, em que qualquer visitante entra livremente e no qual opositores como Yoani Sanchez atacam, também, livremente, o governo, ganhando dinheiro com isso, sem ser incomodados.

 

Mas não deixam de comprar, hipocritamente, celulares e gadgets fabricados em Shenzen ou em Xangai, por empresas que contam, entre seus acionistas, com o próprio Partido Comunista Chinês.  

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A marcha dos insensatos e a sua primeira vítima (IV e última parte)

 

 

A atividade política, no Brasil, sempre funcionou na base do “jeitinho” e da “negociação”.

 

Mesmo quando interrompido o processo democrático, com a instalação de ditaduras - o que ocorreu algumas vezes em nossa história - a política sempre foi feita com base na troca de favores entre membros dos Três Poderes, e, principalmente, de membros do Executivo e do Legislativo, já que, sem aprovação - mesmo que aparente - do Congresso, ninguém consegue administrar este país nem mudar a lei a seu favor, como foi feito com a aprovação da reeleição para prefeitos, governadores e Presidentes da República, obtida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.

 

Toda estrutura coletiva, seja ela uma jaula de zoológico, ou o Parlamento da Grã Bretanha, funciona na base da negociação.

 

Fora disso, só existe o recurso à violência, ou à bala, que coloca qualquer machão, por mais alto, feio e forte seja, na mesma posição de vulnerabilidade de qualquer outro ser humano.

 

O “toma-lá-dá-cá” nos acompanha há milhares de anos e qualquer um pode perceber isto, se parar para observar um grupo de primatas.

 

Ai daquele, entre os macacos, que se recusa a catar carrapatos nas costas alheias, a dividir o alimento, ou a participar das tarefas de caça, coleta ou vigilância. 

 

Em seu longo e sábio aprendizado com a natureza, já entenderam eles, uma lição que, parece, há muito, esquecemos: a de que a sobrevivência do grupo depende da colaboração e do comportamento de cada um.

 

O problema ocorre quando nesse jogo, a cooperação e a solidariedade, são substituídas pelo egoísmo e o interesse de um indivíduo ou de um determinado grupo, e a negociação, dentro das regras usuais, é trocada por pura pilantragem ou o mero uso da força.

 

O corrupto é aquele que quer receber mais cafuné do que faz nos outros, o que rouba e esconde comida, quem, ao ver alguma coisa no solo da floresta ou da savana, olha para um lado e para o outro, e ao ter certeza de que não está sendo observado, engole, quase engasgando, o que foi encontrado.

 

O fascista é aquele que faz a mesma coisa, mas que se apropria do que pertence aos outros, pela imposição extremada do medo e da violência mais injusta.

 

Se não há futuro para os egoístas nos grupos de primatas, também não o há para os fascistas. Uns e outros terminam sendo derrotados e expulsos, de bandos de chimpanzés, babuínos e gorilas, quando contra eles se une a maioria.

 

Já que a negociação é inerente à natureza humana, e que ela é sempre melhor do que a força, o que é preciso fazer para diminuir a corrupção, que não acabará nem com golpe nem por decreto?

 

Mudar o que for possível, para que, no processo de negociação, haja maior transparência, menos espaço para corruptos e corruptores, e um pouco mais de interesse pelo bem comum do que pelo de grupos e corporações, como ocorre hoje no Congresso.

 

O caminho para isso não é o impeachment, nem golpe, mas uma Reforma Política, que mude as coisas de fato e o faça permanentemente, e não apenas até as próximas eleições, quando, certamente, partidos e candidatos procurarão empresas para financiar suas campanhas, e espertalhões da índole de um Paulo Roberto Costa, de um Pedro Barusco, de um Alberto Youssef, meterão a mão em fortunas, não para fazer “política” mas em benefício próprio, e as mandarão para bancos como o HSBC e paraísos fiscais.

 

O que é preciso saber, é se essa Reforma Política será efetivamente feita, já que é fundamental e inadiável, ou se a Nação continuará suspensa, com toda a sua atenção atrelada a um processo criminal, que é o julgamento dos bandidos identificados até agora, no Caso Petrobras, que, em sua maioria, sairão dessa impunes, para gastar o dinheiro, que, quase certamente, colocaram fora do alcance da lei, da compra de bens e de contas bancárias.

 

Pessoas falam e agem, e sairão no domingo às ruas também por causa disso, como se o Brasil tivesse sido descoberto ontem e o caso de corrupção da Petrobras, não fosse mais um de uma longa série.

 

Se a intenção é passar o país a limpo e punir de forma exemplar toda essa bandalheira, era preciso obedecer à fila e à ordem de chegada, e ao menos reabrir, mesmo que fosse simultaneamente, casos como o do Banestado - que envolveu cerca de 60 bilhões - do Mensalão Mineiro, do Trensalão de São Paulo, para que estes, que nunca mereceram a mesma atenção da nossa justiça nem da sociedade, fossem investigados e punidos, ao mesmo tempo que o da Petrobras, em nome da verdade e da isonomia, na grande faxina moral que se pretende estar fazendo agora.  

 

Ora, em um país livre e democrático - no qual, estranhamente, o governo está sendo acusado de promover uma ditadura - qualquer um tem o direito de ir às ruas para protestar contra o que quiser, mesmo que o esteja fazendo por falta de informação, por estar sendo descaradamente enganado e manipulado, ou por pensar e agir mais com o ódio e com o fígado do que com a razão e a cabeça.    

 

Esse tipo de circunstância facilita, infelizmente, a possibilidade de ocorrência dos mais variados - e perigosos - incidentes, e o seu aproveitamento por quem gostaria, dentro e fora do país, de ver o circo pegar fogo.

 

No frustrado golpe contra o Presidente Chávez, eleito no ano 2000, dois anos depois, franco-atiradores de grupos contrários a ele, infiltrados nas manifestações, atiraram contra opositores e puseram a culpa em seus seguidores - tentando jogar o país contra o governo.

 

E a mesma coisa ocorreu no ano passado, na queda do governo Yanukovitch, na Ucrânia, quando franco-atiradores neonazistas dispararam suas armas contra a multidão na Praça Maidan, em Kiev, e depois colocaram a culpa em tropas do governo, como afirmou o Ministro das Relações Exteriores da Estônia, Urmas Paet, à Chefe de Assuntos Estrangeiros da União Europeia, Chaterine Ashton.

 

Para os que estão indo às ruas por achar que vivem sob uma ditadura comunista, é sempre bom lembrar que em nome do anticomunismo, se instalaram - de Hitler a Pinochet - alguns dos mais terríveis e brutais regimes da História. E que nos discursos do líder nazista podem ser encontradas as mesmas teses, e as mesmas acusações falsas e esfarrapadas que se encontram hoje, disseminadas, na internet brasileira.

 

Esperemos que os protestos de domingo transcorram pacificamente, se isso for possível - considerando-se a forma como estão sendo convocados e os apelos ao uso da violência que já estão sendo feitos por algumas organizações - e que, mesmo que venham a ser utilizados por inimigos internos e externos para antagonizar e dividir os brasileiros, não tragam como consequência a morte de ninguém, além  da verdade - que já se transformou, há muito tempo, antes mesmo que tenham começado, na primeira e mais emblemática vítima dessas manifestações.

 

Há muitos anos, deixamos de nos filiar a organizações políticas, até por termos consciência de que não há melhor partido que o da Pátria, o da Democracia e o da Liberdade.

 

O rápido fortalecimento da extrema direita no Brasil - apesar dos alertas que tem sido feitos, nos últimos três ou quatro anos anos, por muitos observadores - só beneficia a um grupo: à própria extrema direita, cada vez mais descontrolada, radical e divorciada da realidade.

 

Na longa travessia, pelo tempo e espaço, que nos coube fazer até agora, entre tudo o que aprendemos nas mais variadas circunstâncias políticas e históricas, aqui e fora do país, está uma lição que reverbera, de Weimar a Auschwitz, profunda como um corte:

 

Com a extrema-direita não se brinca, não se tergiversa, não se faz acordo.  

 

Quem não perceber isso - esteja na situação ou na oposição - está sendo ingênuo, ou irresponsável, ou mal intencionado.

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[*] Mauro Santayana (Rio Grande do Sul, 1932) é um jornalista brasileiro. Embora tenha estudado apenas até o segundo ano do antigo primário, o equivalente ao atual terceiro ano do ensino fundamental, ocupou, como jornalista autodidata, cargos destacados nos principais órgãos da imprensa brasileira, especialmente na mídia impressa, como Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil, Correio Brasiliense e Jornal do Brasil, no qual mantém uma coluna sobre Política. Também escreve regularmente para a Carta Maior, é comentarista de televisão e mantêm um blog, onde escreve artigos e crônicas sobre política,economia e relações internacionais, cujo endereço na internet é maurosantayana.com. Além de inúmeros artigos publicou os seguntes livros: A Tragédia Argentina- Poder e violência de Rosas ao Peronismo; Conciliação e transição: as armas de Tancredo; Mar Negro - Nação e Governo Em Nosso TempoDossiê da guerra do Saara.



OS BANCOS: TERRORISTAS ECONÔMICOS [E O STF: TERRORISTAS BARBOSÔNICOS]

29 de Novembro de 2013, 10:41, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

“STF e os Planos econômicos. Os números verdadeiros”

STF adia para 2014 decisão sobre planos econômicos

 

Reportagens recentemente veiculadas, com os Bancos como fonte única, indicam que o julgamento pelo Supremo dos planos econômicos, no próximo dia 27 de novembro, poderá gerar um rombo de 150 bilhões. Haveria risco de crise do próprio sistema financeiro. Os Bancos querem convencer o STF a partir deste terrorismo econômico, reconhecendo que a questão jurídica não lhes favorece (há vinte anos todos os tribunais, STF incluído, vêm reconhecendo o direito dos poupadores). Ocorre que os dados são falsos. E é muito simples mostrar a falsidade dos dados dos Bancos.

01)                Em parecer apresentado no caso que vai a julgamento (ADPF 165), a Procuradoria Geral da Justiça juntou parecer técnico demonstrando que, para chegar ao número de 150 bilhões, os Bancos consideraram que absolutamente todos os poupadores, de todos os planos, seriam ressarcidos (todos teriam interesse, todos teriam os documentos etc.). Isso é falso. A verdade é que apenas uma pequena minoria recorreu ao Poder Judiciário. E todas as ações (referentes a todos os planos) já estão prescritas. E mais, em 2011 o STJ considerou prescritas quase todas as ações coletivas (ações civis públicas) propostas depois de cinco anos. Com isso foram extintas 99% das ações civis públicas (sobraram apenas 15, das 1.030 que tramitavam). Mais recentemente, o mesmo STJ reconheceu que também é de cinco anos a execução individual das poucas ações civis públicas que restaram. Isso reduziu drasticamente o número de poupadores que tem chance de receber as diferenças. E o IDEC já havia demonstrado que havia um número ínfimo de execuções individuais nas ações civis públicas;

02)                Dos 150 bilhões, 87 bilhões referem-se a valor do Plano Collor I – já descartado pelo STJ. Incluir o plano Collor I na conta é um ato de extrema má-fé;

03)                A CONSIF indicou na ADPF 550 mil ações. Isso em vinte anos de discussão. O próprio direito jurídico da Febraban reconheceu o valor médio das ações é de cinco mil reais (como apontou a perícia da Procuradoria Geral da República);

04)                Há um dado ainda mais impressionante. O IDEC auditou os balanços dos seis maiores Bancos (incluindo CEF e BB) e descobriu que há tão só 18 bilhões provisionados para perdas de todas as ações cíveis. Mas este não é o valor correto, pois há ações cíveis que não tratam de planos econômicos. A maioria dos bancos não segrega as ações que tratam de planos econômicos. A CEF, banco que faz a separação, revela que apenas um terço do valor provisionado sob a rubrica “ações cíveis” é para planos econômicos. A considerar esta mesma média, os seis maiores bancos têm apenas seis bilhões de reais provisionados. Não é verossímil supor que os bancos (sociedades anônimas de capital aberto) tenham manipulados seus balanços;

05)                O número correto é este mesmo: algo em torno de oito bilhões (considerando todos os bancos). É pouco mais da metade do lucro Itaú-Unibanco apenas em 2012 (13,5 bilhões).E o valor será pago ao longo de dez anos – tempo médio de tramitação das ações. É, portanto, simplesmente ridículo falar em crise dos Bancos ou, o que é pior, do sistema financeiro.

E não é demais lembrar que os Bancos ganharam centenas de bilhões de reais com a forma ilegal de correção da poupança (como sempre reconheceram os tribunais, inclusive o Supremo), prejudicando os poupadores. Estudo da Procuradoria Geral da República apontou ganhos dos bancos de 450 bilhões de reais.

 

Luiz Fernando Pereira

Mestre e Doutor em Direito pela UFPR, é o advogado que representará os poupadores nos recursos que vão a julgamento no próximo dia 27 de novembro.

 

 


Revista_Piauí_-_Nº_47_-_agosto_de_2010.doc



O OBSCURO FASCISMO CATARINENSE

8 de Novembro de 2013, 8:07, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

[*] Raul Longo

 

O fascismo é obscuro em qualquer lugar, mas em Santa Catarina seus fantasmagóricos contornos se tornam mais ridículos, conforme reporta a matéria do Diário Catarinense sobre a suspensão da palestra do escritor Cesare Battisti na Universidade Federal de Santa Catarina.

 

Um amigo me enviou a publicação da matéria com este comentário: Democracia pressupõe liberdade de expressão, convivência de ideias”,acompanhada de uma suposição sobre quem tenha sido o responsável pelas instâncias que suprimiram a liberdade de expressão dos estudantes da UFSC.

 

Mantive apenas o link indicado para que a matéria possa ser utilizada por quem queira tentar enxergar algum rastro de contemporaneidade em meio às medievais brumas do fascismo catarinense:

 

Para conferir o conteúdo indicado, clique aqui.

 

Suprimi a suposição de quem seja o responsável apesar de confiar na capacidade dedutiva do amigo e sabê-lo realmente informado sobre os meandros dos subterfúgios da instituição acadêmica que, apesar de uma apresentação arquitetônica fisicamente moderna, pelo emaranhado de seus entremeios obstaculizados por escusos e inconfessos interesses emanados do sistema de poder político que rege o estado desde tempos imemoriais, requer as mesmas sutilidades perceptivas do frade William de Baskerville em busca do Nome da Rosa na biblioteca do gótico convento criado por Umberto Eco.

 

Ali, Eco trata exatamente do nominalismo pela dificuldade de identificação, de responsabilização de atos criminosos, atentatórios à estabilidade dos direitos e das liberdades humanas. Demonstra como na sistemática obscuridade tais crimes acabam ficando sem autores, posto que em verdade todos os que se sujeitam a tal regime de relacionamento humano, acabam se tornando responsáveis por todos os crimes cometidos naquele meio.

 

E ao situar seu monastério na Idade Média, indiretamente o também italiano Umberto Eco denuncia na Idade Média o período histórico de maior expansão do fascismo, mesmo quando o termo ainda inexistia. Com a intenção de simbolizar união para se tornar inquebrantável o que separadamente é frágil, a origem da palavra vem de fascio – feixe. Um feixe de políticos ignorados pela monarquia que na segunda década do século passado alcançaram ao poder de Roma através de Benito Mussolini.

 

O ideal do grupo, ou do “feixe” de Mussolini, era o de distinguir-se dos demais cidadãos de seu país não pela contraposição de ideias ou pela discussão de opiniões e diferenças de pontos de vista, mas apenas pela imposição do que se acreditavam prevalecidos através de seus conceitos de nação e raça.

 

Bem... Como todo mundo sabe, da Itália o fascismo foi para a Espanha do Generalíssimo Franco e depois, na Alemanha, adotou o nome de nazismo.

 

Perpetuando-se, se expande pelo mundo, mas se Mussolini o instituiu como sistema político no século 20, na verdade o fascismo é ancestral – ou melhor seria, primal? – e muito anterior ao período medieval. Mas o que evidencia as décadas 1920 à 1940 apenas um breve exemplo do que se constituíram todos os séculos da Idade Média, é o obscurantismo daquela era. O obscurantismo é a característica substancial e inerente a uma sociedade fascista.

 

Como a postura política de Mussolini e Hitler, os principais líderes do fascismo, era de extrema direita, por muito tempo se compreendeu os ideais fascistas como exclusivamente de direita, mas diversos exemplos de governos que se autoproclamavam como comunistas acabaram justificando a indicação de “fascismo de esquerda”.

 

Lendo Karl Marx, que sistematizou os ideais do regime político/econômico comunista, se depreende a total incompatibilidade ao fascismo de uma proposta de estruturação social destituída de privilégios de classe, mas que há indivíduos que se consideram comunistas e corriqueiramente se comportam como fascistas, é sensível dentro de qualquer sociedade mesmo não fascista.

 

Na sociedade fascista, a permanente geração de mais fascismo dentro de si dificulta essa percepção, mas, paradoxalmente, é onde se faz ainda mais evidente.

 

Ainda não consegui me recuperar da péssima impressão causada por aqueles que me tiraram de minha casa para futilmente esculhambar algumas de minhas preferências pessoais, alguns de meus amigos, e repetir anacrônicos preconceitos em opiniões que não solicitei.

 

O que ainda não me é possível assimilar é o fato de que ao declinar da oportunidade de continuar ouvindo as mentiras e besteiras sem nexo às quais não permitiam sequer expressar contradição, sequer terem tido a hombridade de expor ou assumir o conteúdo de suas prepotênciasApenas, sem maiores explicações ou demonstração de motivos, passaram a me tratar como um graveto de fora do feixe.

 

O que ofende é anteriormente terem me incluído a esse feixe, sem nunca me consultar se aceitaria essa condição. Quando estiver falando, por favor, me façam calar a boca, pois não acredito deter o privilégio de ser escutado a repetir manipulações, mentiras e preconceitos comuns à mídia.   

 

Houve um que ao menos escreveu afirmando a impossibilidade de considerar a amizade de alguém não disponível a escutar besteiras e inverdades estimuladas pela desinformação sobre o que se pretende como íntimo conhecedor. Mas para entender o comportamento do outro ao qual era mais efetiva e afetivamente ligado, só com a percepção da influência do meio sobre o indivíduo e aqui fui auxiliado por esta matéria do Diário Catarinense. Ainda que de redação um tanto confusa, a matéria se denota a naturalidade e corriqueirice do comportamento de uma sociedade fascista.

 

Para quem vive em meio a esta sociedade que apesar de nacionalmente reconhecida como reacionária, ao mesmo tempo também é considerada evoluída pela situação econômica e pelo mito da modernidade de uma colonização europeia mais recente do que as primeiras formações sociais do nordeste e do sudoeste do Brasil; as recorrências desses acontecimentos acabam se tornando tenebrosas.

 

O caso de minha recusa a continuar ouvindo sandices ser considerada ofensiva, poderia ser um comportamento isolado, pessoal; mas, em verdade, esse tipo de situação que nos reporta aos absurdos das imagens produzidas por Hieronymus Bosch - o precursor medieval do surrealismo plástico - é tão banal que em meio a essa pretensa modernidade urbanística e arquitetônica, a sensação experimentada é de se ter integrado a uma era já superada em muitos dos mais ermos rincões do país e acredito que um escritor como Battisti saberá distinguir Santa Catarina do restante do país.

 

Apesar de ter convivido tão proximamente ao coronelismo do nordeste, às impunidades das fronteiriças do extremo oeste do país, às incógnitas das favelas cariocas e periferias de São Paulo, nunca antes vivi num lugar onde tantos homicídios se mantêm insolúveis e impunes, onde toda a população comente como fato de domínio popular a origem do tráfico de drogas, embora os comentados indefinidamente exerçam os mesmos poderes, as mesmas representações às quais essa mesma sociedade os reelege.

 

Nem nos tempos da ditadura e dos botecos convivi com tantos a se arrogar revolucionários à esquerda e com tamanha presteza e agilidade se comportar como reacionários à direita.

 

Ainda outro dia um amigo veio me pedir que lhe explicasse o sentido de um grupo de esquerda pedir que o acompanhassem, como líder de um segmento social, a uma visita a um representante de oligárquica tradição de direita. Como explicar o surreal? Como definir intenções coesas e obscurecidas pelas forças do feixe?

 

Como diz uma vizinha, um tipo bem popular: “Aqui, o errado é que está certo”. Dona Valdete, minha mestra!

 

É verdade que por todo o Brasil pontuem hipócritas que comentam o Cesare Battisti como se fosse um Alfredo Stroessner, o criminoso e sanguinário ditador à quem o governo brasileiro ofereceu asilo em 1989 e aqui se manteve até sua morte em 2006.

 

 É verdade que esses mesmos não condenam o governo da Itália por não nos ter extraditado o corrupto dos milionários desfalques financeiros, Salvatore Cacciola.

 

Também é verdade que sequer sejam capazes de reconhecer as diferenças entre um combatente à corrupção mafiosa dgoverno de seu país e um estuprador em série como o médico Abdelmassih.

 

Esses mesmos hipócritas que condenam o que errada ou acertadamente Cesare lutou pelo interesse de sua pátria, jamais protestaram contra o Gilmar Mendes que deu fuga ao estuprador ou contra o FHC que dobrou a fraude do Cacciola com o PROER e tudo isso é verdade, com também é verdade que o feixe não é só catarinense, mas a obscuridade do fascismo que nesse estado se dissemina como névoa, embrenhando inclusive sob as frestas de janelas e portas dos departamentos da aparentemente moderna Universidade Federal de Santa Catarina é desconcertante!

 

De tal forma que preferi suprimir a suposição do amigo que enviou o link para esta notícia da censura ao Cesare e aos estudantes.

 

O nome do autor do crime contra o direito a liberdade de expressão que o amigo cogitou, tampouco é citado aí na matéria do Diário Catarinense. Apesar do poder monopólico da imprensa, em meio ao temor e medo próprio do obscurantismo e medievalismo fascistoide, possível que tenham preferível não se expor.

 

E, de certa forma, acabo concordo ainda que, como já disse, com boas razões para confiar no que o amigo deslinda com a elegância que também o identifica ao clérigo-detetive do Umberto Eco. Acabo concordando porque é exatamente isso o que o fascismo sempre promove: criminalização generalizada e consequente caça as bruxas.

 

Aliás, talvez seja aí onde se justifique os dísticos desta capital de estado: “Ilha da Magia e Terra das Bruxas”.

 

________________________

 

O OBSCURO FASCISMO CATARINENSE – 2

 

(A Confirmação)

 

[*] Raul Longo

 

Ontem distribui um comentário à censura a uma programada palestra de Cesare Battisti na UFSC, denunciado o acelerado processo de fascistização da sociedade catarinense.

 

Citei algumas experiências pessoais e reconheci não ser uma exclusividade do estado, embora aqui o processo me pareça bem mais sensível do que em outras partes do Brasil e, quem sabe, do mundo.

 

Logo correspondentes catarinenses escreveram reclamando e mesmo de outras unidades da federação escreveram me criticando por generalização de um caso específico.

 

Sugiro a análise do embasamento aos argumentos utilizados por um aluno natural de Florianópolis que se recusa a estudar Karl Marx, publicado pelo Diário Catarinense que como principal publicação do monopólio jornalístico do estado também o entre os responsáveis pelo senso crítico da juventude catarinense, exemplificada na matéria que confirma a tese de que obscuridade é tão densa que se pode cortar com faca. E não precisa ser das amoladas.

 

Por outro lado, essa análise também serve de questionamento aos grupos e movimentos de esquerda sobre o que têm cumprido como motivadores e mobilizadores de conscientização social?

 

No período da ditadura militar era fácil distinguir o que reprimia qualquer tentativa de promover conhecimentos e reflexões sobre a realidade histórica do país e das civilizações para uma compreensão mais concreta, lógica e real das condições sociais e humanas. E hoje? Em que se distinguir a responsabilidade pelo que é demonstrado por jovem da matéria, além do próprio diário que a reproduz?

 

“Estudante se recusa a fazer trabalho sobre Marx Se a moda pega...”

Link para este conteúdo: http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/diario-da-redacao/noticia/2013/10/estudante-se-recusa-a-fazer-trabalho-sobre-marx-e-ganha-visibilidade-ao-escrever-carta-manifesto-4292115.html

 

 

Atenciosamente,

Diário Catarinense



O fato e o boato da economia

8 de Novembro de 2013, 7:50, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 08/11/2013

 

 

Na política econômica, muitas vezes a palavra é mais eficiente do que a caneta. Como o mercado se move por expectativas e há defasagens entre as medidas econômicas e seus resultados, é o discurso que mantém as expectativas coesas, antes que as mudanças apareçam.

***

O mercado financeiro desenvolveu mecanismos de operações futuras capazes de radicalizar qualquer movimento de expectativas - para cima ou para baixo. A esse quadro some-se o ativismo da mídia, radicalizando cada movimento negativo. Tudo isso aumenta a importância da interlocução competente com o mercado.

***

No primeiro semestre, grandes investidores brasileiros tiraram dinheiro do país com receio de hipotéticas crises futuras.

1. O medo da chamada "tempestade perfeita": contas externas se deteriorando, a crise da China derrubando as commodities; o FED (Banco Central norte-americano) reduzindo os estímulos monetários e o capital financeiro não mais financiando o déficit externo brasileiro.

2. Os movimentos confusos do Ministro da Fazenda e do Secretário do Tesouro.

3. Alta da inflação.

4. Receio de que o fator Cristina Kirchner contaminasse o Brasil.

5. A supina tolice de confrontar o The Financial Times, bíblia maior dos mercados internacionais.

***

De lá para cá, muita coisa mudou.

A economia chinesa não está despencando; o FED adiou o fim dos estímulos monetários e não mais se acredita que a transição será trágica; a inflação refluiu; caiu a ficha da Fazenda e do Tesouro.

***

Permanecem os seguintes fatores de stress:

1. O receio de que as agências de risco rebaixem as avaliações sobre a economia brasileira, dificultando ainda mais o financiamento das contas correntes. Fato: a Standard & Poors diz: é baixa a probabilidade de rebaixamento nos próximos dois anos. Boato: se muitos investidores embarcarem no efeito manada e tirarem dinheiro do país, não haverá como evitar o rebaixamento.

2. Fato: a melhoria relativa nas expectativas fiscais. O Itaú elevou de 1,3% para 1,5% do PIB a expectativa de superávit primário em 2014 e se acalmou. Boato: os terroristas comparam com as metas de 3,5% e aterrorizam.

3. Fato: a falta de confiança geral nos principais gestores econômicos, especialmente Guido Mantega, da Fazenda, e Arno Agustin, do Tesouro.

4. O fator Argentino, especialmente o voluntarismo de Cristina Kirchner.

Como uniformizar o entendimento e impedir que as expectativas conduzam os fatos? Com um discurso claro e com credibilidade e com metas claras e objetivas.

***

Aí o governo resolve encarar a discussão no campo da racionalidade. E coloca dois neófitos em mercado – a Ministra-Chefe da Casa Civil Gleise Hoffmann e o Secretário do Tesouro Arno Agustin – para tornar o debate público.

Mesmo armados de bons argumentos, falta-lhes o chamado poder da autoridade. Gleise é tão convincente falando sobre questão fiscal quanto Marina Silva defendendo o “tripé econômico”.

O mercado nem vai reparar nos argumentos de ambos. Sua leitura é a de que a discussão é parte da política de confronto.

***

O terrorismo fiscal entrou na batalha e seria bom que o governo Dilma o tratasse com o devido respeito. Daqui para frente, mais do que antes, a velha mídia tratará cada espirro como indício de tuberculose.Na política econômica, muitas vezes a palavra é mais eficiente do que a caneta. Como o mercado se move por expectativas e há defasagens entre as medidas econômicas e seus resultados, é o discurso que mantém as expectativas coesas, antes que as mudanças apareçam.

 

***

O mercado financeiro desenvolveu mecanismos de operações futuras capazes de radicalizar qualquer movimento de expectativas - para cima ou para baixo. A esse quadro some-se o ativismo da mídia, radicalizando cada movimento negativo. Tudo isso aumenta a importância da interlocução competente com o mercado.

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No primeiro semestre, grandes investidores brasileiros tiraram dinheiro do país com receio de hipotéticas crises futuras.

1. O medo da chamada "tempestade perfeita": contas externas se deteriorando, a crise da China derrubando as commodities; o FED (Banco Central norte-americano) reduzindo os estímulos monetários e o capital financeiro não mais financiando o déficit externo brasileiro.

2. Os movimentos confusos do Ministro da Fazenda e do Secretário do Tesouro.

3. Alta da inflação.

4. Receio de que o fator Cristina Kirchner contaminasse o Brasil.

5. A supina tolice de confrontar o The Financial Times, bíblia maior dos mercados internacionais.

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De lá para cá, muita coisa mudou.

A economia chinesa não está despencando; o FED adiou o fim dos estímulos monetários e não mais se acredita que a transição será trágica; a inflação refluiu; caiu a ficha da Fazenda e do Tesouro.

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Permanecem os seguintes fatores de stress:

1. O receio de que as agências de risco rebaixem as avaliações sobre a economia brasileira, dificultando ainda mais o financiamento das contas correntes. Fato: a Standard & Poors diz: é baixa a probabilidade de rebaixamento nos próximos dois anos. Boato: se muitos investidores embarcarem no efeito manada e tirarem dinheiro do país, não haverá como evitar o rebaixamento.

2. Fato: a melhoria relativa nas expectativas fiscais. O Itaú elevou de 1,3% para 1,5% do PIB a expectativa de superávit primário em 2014 e se acalmou. Boato: os terroristas comparam com as metas de 3,5% e aterrorizam.

3. Fato: a falta de confiança geral nos principais gestores econômicos, especialmente Guido Mantega, da Fazenda, e Arno Agustin, do Tesouro.

4. O fator Argentino, especialmente o voluntarismo de Cristina Kirchner.

Como uniformizar o entendimento e impedir que as expectativas conduzam os fatos? Com um discurso claro e com credibilidade e com metas claras e objetivas.

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Aí o governo resolve encarar a discussão no campo da racionalidade. E coloca dois neófitos em mercado – a Ministra-Chefe da Casa Civil Gleise Hoffmann e o Secretário do Tesouro, Arno Agustin – para tornar o debate público.

Mesmo armados de bons argumentos, falta-lhes o chamado poder da autoridade. Gleise é tão convincente falando sobre questão fiscal quanto Marina Silva defendendo o “tripé econômico”.

O mercado nem vai reparar nos argumentos de ambos. Sua leitura é a de que a discussão é parte da política de confronto.

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O terrorismo fiscal entrou na batalha e seria bom que o governo Dilma o tratasse com o devido respeito. Daqui para frente, mais do que antes, a velha mídia tratará cada espirro como indício de tuberculose.



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A volta do terrorismo financeiro na imprensa

8 de Novembro de 2013, 7:35, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Coluna Econômica - 07/11/2013


A manchete principal da Folha de S. Paulo de ontem é importante menos pelas conclusões – incorretas – mais por demonstrar os riscos para a economia dos velhos vícios da cobertura jornalística, de politizar de forma acrítica os temas financeiros.


A manchete principal, bombástica, tratava da elevação do dólar.


Foi uma alta pontual, de 1,95%, refletindo um movimento internacional de valorização do dólar em função da divulgação de indicadores da economia norte-americana. Um fato interno adicionou um pouco de caldo à especulação: artigo do ex-Ministro Delfim Netto alertando para os riscos de um rebaixamento na classificação do Brasil pelas agências de risco.


Foi apenas um alerta endereçado aos senadores sobre a temeridade de aprovar o orçamento impositivo – pelo qual o governo seria obrigado a honras todas as emendas parlamentares.


A manchete da Folha, no entanto, colocava em xeque a credibilidade de toda política econômica: “Desconfiança no governo Dilma faz dólar ter forte alta”. Na matéria interna, falava-se em “disparada” do dólar e dizia-se que era a maior alta desde... 6 de setembro – período de tempo ridículo.


***


No mesmo dia, o jornal “Valor Econômico”, na matéria “Menos é Mais” com gestores de fundos,  informava que nenhum se arrisca a apostar no dólar. Perderam muito nos últimos meses com a reversão da alta do dólar. “O primeiro baque para os multimercados, diz, veio em maio, com a quebra da expectativa de que o governo seria mais leniente com a inflação”.


Principal porta-voz do Mercado, Armínio Fraga recuou na exposição ao dólar: “A Gávea optou por reduzir o tamanho das posições e diversificar bem a alocação nas três principais classes de ativos que compõem a carteira (moedas, juros e bolsa), em função das incertezas no curto prazo”.


***


Ora, a gestão fiscal do governo tem produzido curtos-circuitos, sim. A presidente Dilma Rousseff mantem em postos-chave – na Fazenda e na Secretaria do Tesouro – pessoas tecnicamente fracas. Tem-se, em ambos, um prato cheio para críticas consistentes. São fracos, mas não são temerários.  Quando o calo aperta, recuam, como todo ser racional.


***


Tome-se o informe econômico do Banco Itaú, divulgado ontem, sobre a política fiscal.


Constata que o mero risco de piora da classificação de risco do País já produziu  ajustes de rumo.


Por isso mesmo, o Itaú aumentou sua previsão de superávit fiscal primário em 2014 de 1,1% para 1,3% do PIB; projetou menor crescimento das despesas de custeio para os próximos anos, manteve a projeção de taxa de câmbio de R$ 2,35 para o final de 2013 e de R$ 2,45 para 2014; constatou a gradual recuperação das receitas tributárias, a desaceleração dos estímulos para fiscais e dos aportes de recursos do Tesouro aos bancos oficiais.


Se o maior banco privado brasileiro aposta em recomposição fiscal, que “mercado” é esse ao qual a Folha se refere?


***


A intenção clara de parte da imprensa é apostar tudo ou nada no caos, única circunstância capaz de viabilizar a candidatura moribunda de José Serra – visto por alguns veículos como tábua de salvação.


Trata-se de um caso clássico de marcha da insensatez.


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