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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

[Minha Mosca] Notícias do Dia 31/07/2012

30 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Notícias do Dia 31/07/2012

by minhamosca

For Greece there is an alternative to austerity – as Argentina proved
(O FMI e a Alemanha não querem que a Grécia saiba a verdade - que uma saída do euro poderá conduzir a uma economia mais forte e não à ruína. [...] Não existem razões para esperar que a economia grega reaja melhor ou pior que a Argentina reagiu há uma década. Só o saberemos se assumir o caminho do incumprimento, mas mesmo que demorasse um ano a voltar ao ao caminho do crescimento, ainda assim é muito provável que a Grécia se apresentasse muito bem em relação a Espanha e Itália. Ambos os países podem facilmente ter de enfrentar uma década de recessão ou estagnação seguindo o caminho da troika. enquanto nenhum país assumir o caminho de saída do euro, os políticos poderão continuar a dizer aos seus constituintes que não existe alternativa. [...] Independentemente das vezes que a Grécia venha a falhar as metas na Zona Euro, é muito provável que a troika volte sempre a reajustar os objectivos. Não querem que ninguém na Zona Euro reconheça que existe alternativa à permanente austeridade e irão aceitar fazer todas as conceções necessárias para se assegurarem que nem a Grécia nem ninguém chegua a descobrir a verdade.)
Greek Cabinet fails to agree on austerity reforms
Greece 'on the brink' as cash reserves dry up
Majority of Germans favor eurozone exit Hmmm
Temptations of a Peseta default in Spain
(A competitividade seria rapidamente restaurada; O Banco de Espanha seria novamente capaz de actuar como credor de última instância eliminando assim o risco de mais reestruturações da dívida no futuro.)
EU Jobless Rate Hits High
Italian unemployment rate reaches record high of 10.8%
UK homeless rate rises by 25%

Moody's Says ECB Can't Resolve Euro-Zone Debt Crisis
ECB on course to act strongly or disappoint mightily
ECB Divided over Efforts to Save Euro
Eurozone Crisis: And Now France's Central Bank Is About To Go Bust (Para salvar a Grécia...)
(«O Banco Central de França, o mais exposto de todos, poderá necessitar de recapitalização devido à escala das suas potenciais perdas. Os bancos centrais de Malta e de Chipre estão também na linha de fogo, assim como bancos e governos da Zona Euro.»)
Foreigners reduced their investment in Spanish debt at nearly 80,000 million (Tic,tac,tic,tac...)
Santander to charge 230,000 business customers for their accounts – which were marketed as 'free forever'
UBS profits disappoint amid loss on Facebook IPO
BBVA net profit drops 58% as provisions soar
Deutsche Bank earnings slump 46% Hmmm

THE DESTRUCTION OF THE DOME: 31 Economic Indicators That Are All Breaking Down
GIGANTIC MISS: DALLAS FED REPORT PLUNGES TO -13.2
D.C. food bank to open $37 million facility to combat ‘growing hunger crisis’
(E não é suficiente.)
A Private Look at China’s Economy
Bad Loans In Wenzhou Surge To 10-Year High
House prices fall amid summer slowdown (Inglaterra)
Brazil youth bear brunt of soaring violence
Mitt Romney: Israelis richer than Palestinians because of 'hand of providence' ?!?!

Iran sentences four to death over banking scandal
Madoff: "Whole government is a Ponzi scheme"
Wall Street Already Betting On Who Wins in November
'Dark Money' Hits $172 Million In 2012 Election, Half Of Independent Group Spending (Um exemplo de demo-cracia para o mundo...)
US banks unable to pay back government loans; watchdog reports
Regulators Target Day-Trading Firm 
Miami’s international banking clients move money to protect financial privacy
My Big Fat Belizean, Singaporean Bank Account
UN global arms treaty talks end without agreement (Os lordes das guerras...)
(Os Estados Unidos, seguidos da China e da Rússia, disseram que necessitavam de mais tempo para considerar o assunto.)
WikiFakes: Whistleblowing giant admits trolling NY Times

Corn prices hit record as crops shrivel
As Prices Rise in Brazil, So Do Worries

It's not just Homeland Security: US Army orders riot gear too (EUA)
([...] para o caso dos militeres terem de enfrentar civis em território americano)
NYPD To Launch 'Domain Awareness System' To Track Criminals, Potential Terrorists (1984)
* ATF head clarifies remarks from video criticized as warning to whistle-blowers
32,000 take to Hong Kong streets to protest Chinese patriotism classes
New Russia internet law deemed censorship by critics
Critic of NBC has Twitter account suspended after network complains
Tajikistan blocks YouTube, BBC, Russian websites after violence
Social sickness: How Twitter can tell you (up to eight days in advance) when you are going to get ill

* Modern culture emerged in Africa 20,000 years earlier than thought
Forget 'climate convert' Muller: Here's the real warming blockbuster
(Se as novas técnicas endossadas pela Organização Mundial do Clima forem aplicadas aos números oficiais, mais de metadde do aquecimento global reportado por termómetros nos Estados Unidos entre 1979 e 2008 pura e simplesmente desaparece, [...] O novo estudo revela que a Administração Nacional para o Clima e Oceanos (NOAA) descartou as medidas de temperatura registadas pelas estações meteorológicas mais avançadas em favor de uma tendência de aquecimento registado pelas estações de qualidade inferior.)
Action plan to halt Welsh bee decline
Logging companies gain easy access to PNG's forests, says Greenpeace
* Scientist Predicts Eugenic Society in 5 Years: Gene Tests to Determine Lover's Compatibility (Os deuses do aDeus...)
(Aparentemente estamos a caminhar para uma nova era de eugenia, e no futuro, em vez de escolhermos ficar com o par que amamos, poderemos escolhê-lo com base na compatibilidade dos nossos genes, [...])
Mysterious nodding disease afflicts young Ugandans
Panic in Uganda as outbreak of deadly Ebola virus spreads
Deadly ebola outbreak in Ugandan capital

Taxpayers, electricity users finance TEPCO bailout (Paga Zé Esquecido...)
Ex-Fukushima plant chief Yoshida suffered bleeding to brain: TEPCO
Fukushima cleanup at a standstill in most evacuated areas
Radiation in debris hampers disposal in Fukushima
Construction of tsunami defenses delayed at Hamaoka nuke plant
EDITORIAL: Anti-nuke protests offer an opportunity to move democracy forward

The Chinese Make An Offer For North Sea Oil That Britain Can't Refuse
Insight: Oil pipeline crunch shifts U.S. shale race from drillbits to valves Hmmm
SA businesses put electricity crisis under the spotlight
Lee calls for efforts to prevent blackouts (Coreia do Sul)
Power shortage hurting country more than terrorism: Shahbaz (Paquistão)
Pakistan blackout protests turn violent
600 million in the dark in Delhi and northern India as power outages plague country
Nuclear power hard to justify in cheap gas world: GE
Panasonic to cut solar panel production in Hungary, stop it in Mexico (Puff...)
3 steelmakers log net losses for April-June (Japão)
Europe looks to open up Greenland for natural resources extraction (Nas últimas fronteiras...)
The Coming Food Crisis: Blame Ethanol?
US farmers urge Obama administration to suspend ethanol quota amid drought
* Meat lobby wants corn-to-ethanol relief
Israel Siphons off Africa’s Nile

* Fate of Syrian Chemical Weapons May Trigger War
From the people who brought you the Iraq war...
Robert Fisk: Syrian war of lies and hypocrisy
(Enquanto o Qatar e a Arábia Saudita armam e financiam os rebeldes sírios para derrubar a ditadura Alawita/Shia-Baatista de Bashar al-Assad, Washington não profere uma palavra de crítica em relação às suas acções. O Presidente Barack Obama e a sua Secretária de Estado,Hillary Clinton, afirmam querer uma democracia na Síria. Mas o Qatar é uma autocracia e a Arábia Saudita está entre as ditaduras e califados mais perniciosas no mundo Árabe. [...] Mas será que a Administração americana quererá mesmo que os atrozes arquivos de tortura de Bashar sejam abertos para os nossos olhos? Há apenas alguns anos a Administração Bush enviava muçulmanos para Damasco para que os torturadores de Bashar lhes arrancassem as unhas por informação, presos a pedido do governo dos Estados Unidos no mesmo buraco do inferno em que na semana passada os rebeldes foram mutilados. [...] E enquanto isso, esquecemos a verdade. Que isto é uma tentativa de esmagar a ditadura Síria não por causa do nosso amor pelos sírios ou o ódio pelo nosso antigo amigo Bashar al-Assad, ou por causa do nosso ultraje para com a Rússia, cujo lugar no panteão dos hipócritas fica claro quando assistimos à sua reacção em relação a todas as pequenas Stalingrad que estão a acontecer na Síria. Não, isto é tudo por causa do Irão e do nosso desejo de esmagar a república islâmica e os seus infernais planos nucleares - se é que existem - e não tem nada a ver com os direitos do Homem, ou o direito à vida ou morte dos bebés sírios.)
‘British-born jihadists fighting Assad in Syria’ – captured photographer
Al-Qaida turns tide for rebels in battle for eastern Syria
Detained Saudi Colonel Reveals MKO's Role in Syrian Unrests
Syrian ally Iran has warned Turkey of harsh response to potential strikes: report
Beware of fixed intelligence on Iran: Ex-CIA analyst
([...] os Estados Unidos e Israel procuram encontrar um pretexto para atacar o Irão fabricando inteligência, uma tática similar à adoptada pelos Estados Unidos para justificar a guerra no Iraque há uma década.)

Japan flags China military's policy role as potential risk
More Subs, Bombers, And Missiles Could Be On Their Way To The Pacific
Bid for naval dominance: Russia significantly boosts nuclear fleet

* 9th Consecutive Day Of Police Brutality Protest In Anaheim 
Bahraini anti-regime protesters hold demo in Manama, Sitra
Moroccans protest against corruption, unemployment
Thousands head to Capitol Hill to protest fracking

Europeans protest against INDECT surveillance system 

 

Whistleblocking: Obama pays billions to keep secrets out 

 
minhamosca | 31/07/2012 at 13:33 | Categorias: Mais NotíciasNotíciasOutras Notícias do Dia | URL: http://wp.me/pYOvl-2L5


A Mãe de Toda Corrupção

30 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Coluna Econômica - 31/07/2012

 

Deixo de lado, por um dia, a série sobre modelos de desenvolvimento, para falar de tema central, no combate à corrupção no país: o financiamento privado de campanha.

Nos próximos dias começará o julgamento do “mensalão” – o sistema de financiamento de campanha do PT e partidos aliados, denunciado por Roberto Jefferson. Não há provas de que tenha sido um pagamento mensal por compra de apoio. É mais o apoio financeiro às campanhas políticas de aliados.

Mesmo assim, não deve ser minimizado, desde que se entenda que é algo que ocorre com todos os partidos e todas instâncias de poder.

***

O país avançou enormemente na luta contra a corrupção. Dispõe de um conjunto de organismos funcionando, como o TCU(Tribunal de Contas da União), a AGU (Advocacia Geral da União), o Ministério Público, a Polícia Federal. E, agora, a Lei de Transparência, obrigando todos os entes públicos a disponibilizarem suas informações na Internet.

***

Mas o ponto central de corrupção – o financiamento privado de campanha – continua intocado.

Por que ele tem essa importância?

O primeiro círculo de controle da corrupção é do próprio partido. São políticos vigiando correligionários.

Com o financiamento público de campanha e o Caixa 2, a contabilidade vai para o vinagre. É impossível controlar o que vai para o partido ou para o bolso dos que controlam as finanças partidárias.

***

O mesmo ocorre na administração pública. A sucessão de convênios firmados por Ministérios com ONGs aliadas é efeito direto desse modelo.

Mas não apenas isso. Tome-se o responsável pela aprovação de plantas na Prefeitura de São Paulo. Durante anos e anos prevaricou. Para tanto, desobedecia as posturas municipais. Por que não foi denunciado por subordinados? Justamente por não saber se era iniciativa pessoal sua ou a mando do seu chefe, ou do chefe do chefe. Tudo isso devido ao financiamento privado de campanha.

***

Essa prática nefasta acabou legitimando (embora não legalizando) vários tipos de golpe em todas as instâncias administrativas, em todos os quadros partidários.

Liquidou não apenas com a ética partidária mas com a própria democracia interna dos partidos. Na composição dos candidatos ao legislativo, tem preferência quem tem acesso a financiadores de campanha. E a conta será cobrada depois.

***

Os desdobramentos se dão não apenas no âmbito da política, mas do próprio crime organizado.

A falta de regras faz com que pululem irregularidades em todos os cantos – desde meros problemas administrativos até escândalos graúdos.

Em parceria com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, por exemplo, a revista Veja montou uma verdadeira máquina de arapongagem em Brasilia, que servia não apenas para vender mais revista, criar mais intimidação, como para outros objetivos ainda não completamente esclarecidos.

Em muitos casos, levantavam-se escândalos com o único propósito de afastar quadrilhas adversárias de Cachoeira.

As revelações de ontem – do portal G1, da Globo – de que a namorada de Cachoeira chantageou um juiz (dizendo que tinha encomendado um dossiê para Veja) é demonstração cabal de como a corrupção entrou em todos os poros da vida nacional.

IGP-M encerra julho em alta de 1,34%

O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) atingiu 1,34% em julho, em relação aos 0,66% de junho, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, a variação no ano chega a 4,57%. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) atingiu de 1,81%, bem acima dos 0,74% do mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 0,25%, ante 0,17% em junho. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,85% em julho, perdendo força ante os 1,31% do mês anterior.


Dívida das empresas cai 5,7% no comparativo mensal

A inadimplência das empresas recuou 5,7% na comparação de junho com o mês de maio, segundo levantamento da consultoria Serasa Experian. Contudo, o comparativo do primeiro semestre de 2012 aponta um crescimento de 16,5%, a maior alta para os seis primeiros meses do ano desde 2009, quando houve um crescimento de 35,8% na inadimplência dos negócios. O endividamento das empresas também apresentou elevação na relação entre junho de 2012 e igual mês de 2011, em um total de 11,4%.

 

FOCUS 01: IPCA segue em alta

Os agentes do mercado financeiro voltaram a ampliar os prognósticos para a taxa oficial de inflação ao fim deste ano, segundo o relatório Focus, elaborado pelo Banco Central a partir da consulta a diversas instituições. As estimativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2012 avançaram pela terceira semana consecutiva, de 4,92% para 4,98%. A variação para 2013 foi mantida em 5,50% pela quinta semana consecutiva.

 

FOCUS 02: PIB em 2013 é reduzido para 4,05%

Os analistas consultados pelo Banco Central para a elaboração do relatório Focus reduziram seus prognósticos para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2013 de 4,10% para 4,05%, enquanto a variação para este ano foi mantida em 1,90%. No geral, os números para o ano de 2012 apresentaram poucas alterações, enquanto a variação cambial para o fim deste ano foi ampliada de R$ 1,95 para R$ 1,96. Para a taxa básica de juros, o indicativo para o fim do período segue em 7,50%.

 

Consumidor segue confiante, diz CNI

A confiança do consumidor brasileiro se manteve em julho ante junho, segundo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O indicador aumentou 0,4% e passou de 112,6 em junho para 113 neste mês, chegando ao mesmo patamar de julho do ano passado. Dos seis componentes do índice, três tiveram alta no mês e três, queda. Como os três que aumentaram tiveram variação mais forte do que os que caíram, o INEC teve variação positiva.

 

Petrobras produz 2,58 mi de barris em junho

A produção média de petróleo e gás natural registrada pela Petrobras durante o mês de junho foi de 2.583.415 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no Brasil e no exterior. Nos campos localizados no Brasil, foram produzidos 2.338.812 boed. Tanto a produção no Brasil quanto a total ficaram praticamente nos mesmos níveis do mês anterior. A produção no exterior foi de 244.603 boed, correspondendo a um recuo de 2,5% em relação a maio.

 

 

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O Novo Desenvolvimento e o Papel do Estado - 2

29 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Coluna Econômica - 30/07/2012

 

A análise dos modelos de desenvolvimento nacionais, ao longo dos últimos séculos, permite idntificar pontos centrais que deflagram processos.

Há que se preparar as bases, educação, inovação, ambiente favorável ao empreendedorismo etc. Mas o gatilho que muda o patamar da economia é a abertura de mercados.

É o que permite ampliar a escala da produção, abrir espaço para novos investimentos, para a empresas mudar rapidamente de patamar tecnológico e de produção.

***

Foi assim com a Inglaterra (conquistando o mercado externo), os Estados Unidos (conquistado o interior), a Argentina no final do século 19 (conquistando os pampas e os mercado norte-americano e europeu) e a China no final do século 20.

É esse impulso inicial que muda a dinâmica do desenvolvimento, cria uma mística interna que facilita reformas, mudanças de paradigma, abre espaço fiscal para políticas proativas,

***

São vários os caminhos para tal:

Conquista do mercado interno

Os grandes saltos de desenvolvimento brasileiro – político e econômico – foram precedidos de inclusão de novos atores nos mercados de consumo e político. Foi assim com a migração no final do século 19, com a urbanização de São Paulo nos anos 20, com a criação das indústrias do ABC nos anos 50 e, nos últimos anos, com a massificação de políticas sociais.

Outro ponto relevante é o da interiorização do desenvolvimento. A conquista do Paraná, nos anos 50, e do centro-oeste nos anos 70 foram passos fundamentais para a construção da nova economia. Agora, a ampliação da malha ferroviária, o novo dinamismo do nordeste, a dinâmica do sul da Amazonia ampliam essas perspectivas.

Há um conjunto de ferramentas financeiras facilitando o acesso ao mercado. A principal é o crédito. A mera redução dos juros do creditário significa um enorme ganho no poder aquisitivo do consumidor.

Exemplo: prestação de R$ 100,00 por mês, por 48 meses a uma taxa de juros de 4% ao mês permitirá adquirir um bem no valor de R$ 2.120,00. Se a taxa cair para 0,5% ao mês, com a mesma prestação se conseguirá adquirir bem no valor de R$ 4.2580,00 ou um aumento de 101%.

Conquista do mercado externo

Aí se entra na competição com os produtos internos.

Há um conjunto de características externas à empresa, como o custo país, questões de infraestrutura, financiamento etc. que serão abordados em outro capítulo.

Para o tema de hoje - abertura de mercado e competição externa - há dois tipos de ação.

Uma, de abertura estratégica de mercados. Compõem essa linha acordos comerciais, parcerias entre países, ação diplomática, grandes lances de logística, mecanismos de financiamento etc.

Uma segunda linha é da ação direta sobre preços e concorrência. Entram ai as tarifas de importação, restrições comerciais, barreras sanitárias, hoje em dia penalizadas por legislação internacional no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio).

A segunda linha - sem restrições, por enquanto - é o câmbio, a desvalorização cambial. Esse é o caminho mais imediato para a expansão exponencial dos mercados.

Confiança industrial recua 0,5% em julho

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas recuou 0,5% entre junho e julho ao passar de 103,2 para 102,7 pontos. Com isso, o índice mantém-se abaixo da média dos últimos cinco anos, de 105,8 pontos, desde julho de 2011. Ao longo do período, o Índice da Situação Atual (ISA) foi reduzido em 1,7%, passando de 104,4 para 102,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 0,8%, de 102 para 102,8 pontos.

 

Consumo de energia elétrica cresce 4,2% no semestre

O consumo de energia elétrica cresceu 4,2% no país, no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo nacional de eletricidade chegou a 223,4 mil gigawatts-hora (GWh) nos seis primeiros meses do ano. O maior crescimento foi observado no setor de comércio e serviços, que cresceu 7,4% no primeiro semestre, seguido pelos segmentos residencial (5%) e industrial (1,4%).

 

Brasil não é ilha contra crise, diz Dilma

A presidenta Dilma Rousseff reconheceu que é impossível o Brasil não sofrer os impactos da crise econômica internacional, que afeta principalmente alguns países europeus, os Estados Unidos e o Japão, mas ressaltou que a economia do Brasil, mesmo sob dificuldades, registrou crescimento e segue com a mesma tendência nos próximos meses. Dilma destacou que o Brasil elevou para a classe média o equivalente à população “de uma Argentina”.

 

BCE pode assumir perdas da Grécia

As autoridades da Europa estão trabalhando com o que consideram de cartada final para tentar reduzir a dívida da Grécia e manter o país na zona do euro, com o Banco Central Europeu (BCE) e diversas instituições nacionais considerando aceitar absorver perdas consideráveis em suas carteiras de títulos. O objetivo da medida é reduzir a dívida grega em até 100 bilhões de euros, levando os débitos para um patamar de 100% da produção econômica anual, um valor considerado mais maleável pelos agentes.

 

Economia dos EUA desacelera no trimestre

Embora de forma lenta, a economia dos Estados Unidos apresentou um crescimento de 1,5% durante o segundo trimestre, devido ao impacto gerado pela desaceleração do consumo. Este é o ritmo mais fraco já apurado desde o terceiro trimestre de 2011, segundo o Departamento do Comércio. Com o resultado, aumenta a expectativa de que o Federal Reserve (o Banco Central do país) aumente o volume de capital em circulação na economia.

 

Desemprego atinge novo recorde na Espanha

A taxa de desemprego na Espanha registrou os piores números dos últimos anos. Os dados divulgados pelo governo espanhol indicam que o índice subiu de 24,4%, no período de janeiro a março, para 24,6%, no trimestre de abril a junho. No total, cerca de 5,7 milhões de espanhóis, praticamente um em cada quatro, estão à procura de trabalho. É a mais elevada taxa desde meados dos anos 1970. Paralelamente, o CaixaBank, terceiro maior banco do país, reduziu seus lucros semestrais em 80%.

 

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[Minha Mosca] Notícias do Dia 30/07/2012

29 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

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Notícias do Dia 30/07/2012

by minhamosca

GOLDMAN: The Creators Of The Euro Knew It Was Doomed From Day One (O plano...)
([...] "pensavam que integrações fiscal e política mais profundas eram tanto desejáveis como atingíveis, mas só seriam possíveis sobre a pressão da existência de uma união monetária para funcionar como mecanismo de pressão de forma a tornar isso possível." [...] preparando o palco para a integração fiscal e política que os eurófilos sempre almejaram.)
Brussels to blame for Europe’s economic crisis: Hungary PM
(«Bruxelas perde semanas para definir o tamanho das gaiolas para as galinhas, força os agricultores a colocarem brinquedos nos currais dos porcos, preocupa-se que a paz da alma dos gansos é um assunto importante enquanto centenas de milhares dos seus cidadãos perdem os seus empregos, veem o seu sistema financeiro a colapsar e sentem que cada vez é mais difícil sobreviver,» [...])
EU-IMF rescue program destroying Greece: Greek union (Vítimas do plano...)
Spain’s Jobless Rely on Family, a Frail Crutch (Vítimas do plano...)
The bubble of Spain's recent 'golden age' seems about ready to burst

Draghi Boxes Himself Into a Corner With Bond Signal: Euro Credit
The new world deserts the old (Corrida aos bancos...)
(O mercado de fundos americanos estão a sair da Zona Euro naquilo que só pode ser descrito como "uma fuga do curral".)
Spanish real-estate crisis hits more banks (Tic,tac,tic,tac...)

Destroying the commons (Noam Chomsky)
(Há quase 1000 anos que a Carta Magna detalha os direitos do Homem, no entanto a classe governante tem-na minada desde então. [...] o público tinha de ser "colocado no seu lugar", marginalizado e controlado - para seu próprio interesse, pois claro. Eram demasiado "estúpidos e ignorantes" para que lhes fosse permitido gerirem a sua vida. Essa tarefa ficou a cargo da "minoria inteligente" [...] E aos espectadores não deveria ser permitido que vissem demais. [...] qualquer um que tenha estudado documentos secretos desclassificados terá descoberto que, em grande parte, foram classificados para proteger os políticos do escrutínio público. [...] Mais recentemente, o activismo da década de 60 gerou preocupações na elite sobre a "democracia em excesso", clamando por medidas para impor "mais moderação" à democracia. Uma preocupação em particular era introduzir melhores controlos sobre as instituições "responsáveis pela endocrinação dos jovens": as escolas, as universidades, as igrejas, [...] As políticas de hoje em dia foram reduzidas a uma iniciativa de lucros onde se olha principalmente para os lucros dos investimentos em vez de o que se poderia contribuir para reconstruir meio-ambientes altamente degradados, comunidades e nações.)
Million jobless may face six months' unpaid work or have benefits stopped (Os novos escravos!)
Obama administration projects 2012 budget deficit of $1.2 trillion as economic growth slows
Raimondo Pension Lawsuit Seen Risking Bankruptcies: Muni Credit (Tic,tac,tic,tac...)
Japan factory output shows unexpected fall for June

Real life shooting imitates training exercise at Parker medical school (Sai mais uma daquelas coincidências...)
(A tragédia que aconteceu na sexta-feira no cinema Aurora teve um paralelo irónico numa experiência de aprendizagem de uma escola de medicina em Parker, e no próprio dia.)
Changed by Wall Street, for Wall Street (Libor)
New York Lender Files Libor Lawsuit
Zynga Insiders Who Cashed Out Before The Stock Crashed (Mais uma...)
Real Talk With Sheila Bair: Leave These Folks Penniless Or In Jail
Swaps Outlook Bleakest Since ’09 as Growth Slows: Credit Markets
Romney bans media from Jerusalem fundraiser, violating pre-established protocol Shhh...
Jewish moguls pay $50,000 for breakfast with Romney (O preço dos demo-cratas...)

 inflação

Are Fiat Currencies Headed for a Collapse?
(Com o mundo de investimento ansiosamente à espera de mais estímulos, começou a emergir um debate sobre um tópico impensável há pouco tempo - conseguirão as moedas fiduciárias sobreviver a mais uma rodada de desvalorização? Alguns dos mais fortes apostadores dizem que "não". [...] «Já está a acontecer, começamos a assistir a essa tendência com os bancos centrais a armazenar o máximo de ouro.»)
Asia readies for QE3 roller coaster
(Quantitative easing (QE) nos Estados Unidos tipicamente tem sido uma receita para preços mais elevados na Ásia, [...])

HM Revenue and Customs want school kids to snitch on tax-dodgers. It smacks of Eastern Europe pre-1989 (Inglaterra)
EU plans drone network to nab illegal immigrants
DHS gears up for civil unrest prior to presidential elections (Cada vez mais distantes...)
Predator drones to start operations over North Dakota
India, US looking to learn from Israel’s border security
* Wave of dismissals for political reasons denounced in Paraguay
Google: we failed to delete all Streetview data
Oregon Man Sentenced to 30 Days in Jail -- for Collecting Rainwater on His Property

DARPA's Blue Angel - Pentagon prepares millions of vaccines against future global flu
Ebola Outbreak in Uganda Kills 14
The human body could soon be connected to the web, says 'father of the internet' Vint Cerf
RFID chip implanted into man gets computer virus Hmmm
Company Selling Zombie Preparedness Kit For $24,000 ?!?!
The Door to Hell: Take a look inside a giant hole in the desert which has been on fire for more than 40 YEARS
UFO Over Olympics Opening Ceremony: A Classic Flying Saucer [VIDEO] ?!?!
Enceladus: home of alien lifeforms?
Haitians cautious over gold rush
China Cancels Waste Project After Protests
Nuclear dumps are fast tracked (Longe da vista...)
(O governo planeia acelerar enterrar os desperdício nucleares radiactivos, isto a despeito dos avisos sobre os riscos)

 japao

* Experts warn of another disaster awaiting at Fukushima
Science ministry admits failings in handling of SPEEDI data (Desculpa...)
NISA dismisses fears over failing Genkai reactor strength (Normal...)
Monju alarm on sodium leakage malfunctions (Normal...)
Candidates for nuclear regulatory commission paid by power utilities (Normal...)
NAGASAKI PEACE SYMPOSIUM: Fukushima disaster figures big in discussions
(«A reactivação da central nuclear de Oi resolveu os problemas de falta de electricidade, então porque razão temos de reeniciar reactores atrás de reactores?»)
Large anti-nuclear rally held in Tokyo
(200.000)
Political parties perplexed over anti-nuclear protests (Cada vez mais distantes...)

Ozzie Zehner's 'Green Illusions' Ruffles Feathers
([...] as vacas sagradas do movimento ambientalista: energia solar, energia eólica e veículos eléctricos, entre outras. [...] o dano ambiental agregado de um carro eléctrico - ou seja, levando em consideração todos os custos associados com a sua manufactura, utilização e lixo - é mais elevado do que um carro a gasolina, mesmo que essa gasolina provenha das altamente poluidoras e gerados de gases de estufa, terras betuminosas do Canadá. [...] investir no desenvolvimento de carros eléctricos, o que está apenas a subsidiar o nosso vício à cultura dos carros, poderá não ser o mais inteligente uso dos limitados recursos da nação, particularmente se os benefícios imediatos são marginais. [...] como consumimos, quanto consumimos e não tanto o que consumimos - é o nosso verdadeiro problema.)
Ethanol 'One of the Most Hated Industries': CEO (Há poucos anos era "verde" e a salvação para o planeta...)
Asphalt From Pig Manure?
Will (a lack of) Water Threaten U.S. Energy Production? (Sim...)
* Heat Sends U.S. Nuclear Power Production to 9-Year Low
Drillers in Utah Have a Friend in a U.S. Land Agency
Ill. towns limit water use amid worsening drought

Report: US presents Israel with Iran strike plan
Russia won’t comply with anti-Syrian sanctions, vessel inspections
Erdogan in Britain, Calls for International Steps Against Syria
Fighters Replace Tourists Crossing Over From Syria to an Idyllic Turkish Town
(Parece que a área de Antakya se está a tornar num íman para jihadistas estrangeiros, que estão a inundar a Turquia para combater a guerra santa na Síria.)
Turkey sets up secret anti-Assad rebel base with Saudi Arabia and Qatar - reports
Syrian army kills terrorists entering from Turkey
Syrian rebels burn comrades' bodies in Aleppo to hide nationalities

Obama signs $70 million Israel military aid bill
Best of friends? CIA considers Israel one of its biggest spy threats
Factbox: A brief history of Israeli espionage scandals
US drone kills seven in Pakistan
US terror drone strikes kill 18, injure more than dozen in Somalia
U.S. is the driving force behind the fighting in Somalia
Tajikistan's clan wars
Russia holds Navy Day drills
Morimoto says Japan may send SDF to disputed islands
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minhamosca | 30/07/2012 at 08:37 | Categorias: Mais NotíciasNotíciasOutras Notícias do Dia | URL: http://wp.me/pYOvl-2L1


Washington, Capital da Guerra Perpétua

28 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Há 52 anos, ao deixar a presidência dos EUA, o general Eisenhower alertou seu país sobre o perigo representado pelo poder crescente do que ele chamou de “complexo industrial-militar”. Sua advertência foi inócua e esse poder sinistro jamais cessou de crescer. Hoje, o analista internacional estadunidense c faz uma exposição impressionante do estado atual em sua coluna do Ásia Times (DISPATCHES FROM AMERICA) em: The military “solution”.

 

A “solução” militar

 

13/7/2012, Tom Engelhardt, Ásia Times Online

Tradução de Roberto Teixeira

Enviado por Vanderley Caixe

Extraído do Mirante

 

Tom Engelhardt, co-fundador da Projeto Império Americano e autor de Os Estados Unidos do Medo, bem como de O fim da cultura da vitória, edita TomDispatch.com do Nation Institute. Seu último livro, em co-autoria com Nick Turse, é Planeta Terminator: a primeira história de Drone Warfare, 2001-2050.

 

Os estadunidenses podem se sentir mais distantes da guerra do que em qualquer época desde que começou a II Guerra Mundial. Certamente, uma porcentagem menor de nós – menos de 1% – serve nas forças armadas nesta época de voluntários e, em face disso, as guerras constantes empreendidas por Washington em terras distantes parecem não tocar nas vidas da maioria dos estadunidenses.

 

E mesmo assim a militarização dos Estados Unidos e o fortalecimento do Complexo de Segurança Nacional continuam a acelerar. O Pentágono é, nesse momento, um mundo em si mesmo, com um orçamento impressionante numa hora em que nenhum outro poder ou a combinação dos poderes chega perto de desafiar a força deste país.

 

Na era após os atentados de 11 de setembro de 2001, o complexo industrial-militar foi completamente mobilizado sob a rubrica de “privatização” e agora vai para a guerra com o Pentágono. Com o seus mais de US$ 80 bilhões de orçamento, a burocracia da inteligência simplesmente explodiu. Há muitas agências e equipes concorrentes, rodeadas por um universo de contratados de inteligência privada, tudo embrulhado em uma penumbra de sigilo, e eles têm crescido tão rápido, principalmente sob a égide do Pentágono, que você poderia dizer que a inteligência é agora uma forma dominante de vida em Washington – e, também, está sendo totalmente militarizada.

 

Até mesmo a outrora civil Agência Central de Inteligência [CIA] passou por um processo de paramilitarização e agora dirige suas próprias guerras de drones“secretas” no Paquistão e em outros lugares. Seu diretor, um aposentado amplamente aclamado general de quatro estrelas [David Petraeus], foi anteriormente comandante dos EUA nas guerras no Iraque e no Afeganistão, assim como o diretor de inteligência nacional que supervisiona o labirinto da inteligência inteira é um tenente-general aposentado Força Aérea dos EUA.

 

Em certo sentido, até mesmo o ramo militar tem sido “militarizado”. Nesses últimos anos, um exército secreto de forças de operações especiais, com 60.000 homens ou mais e ainda em expansão, cresceu como um pesadelo dentro das forças armadas regulares. Assim como os drones da CIA se tornaram força do ar privada do presidente, as tropas de operações especiais são o seu exército privado, e estão agora de rédea solta para ir ao negócio da guerra em seu próprio casulo de sigilo em áreas longes do que são normalmente consideradas zonas de guerra estadunidense.

 

A diplomacia, também, tem sido militarizada. Diplomatas trabalham ainda mais estreitamente com os militares, enquanto o Departamento de Estado se transforma em braço não oficial do Pentágono – como o secretário de Estado tem o prazer de admitir –, bem como da indústria de armas.

 

E tenham em mente que nós temos agora dois pentágonos, graças à criação do Departamento de Segurança Interna (DHS), que tem como foco, entre outras coisas, militarizar a fronteira sul.  Entretanto, com a ajuda do DHS, as forças policiais locais em todo o país, ao longo da última década, foram significativamente armadas com equipamento blindado e, em nome da luta contra o terrorismo, ganharam um caráter nitidamente militar. Eles têm acesso cada vez mais à fabricação de armas e artefatos, incluindo bilhões de dólares em equipamento militar excedente de todo tipo, muitas vezes sendo canalizados para outrora pacíficos departamentos de polícia de cidades pequenas.

 

A solução militar no Grande Oriente Médio

 

Militarização nos EUA não é um fenômeno novo. Ele pode ser rastreado desde décadas atrás, mas o processo acelerou em alta velocidade nos anos após o 11 de Setembro, mesmo se o país não tem ainda o aspecto clássico de uma sociedade militarizada.

 

Uma transformação que acompanha a mentalidade de Washington tem sido quase despercebida. É o que poderia ser chamado de militarização de soluções Se as instituições da vida e da governança dos  EUA estão cada vez mais militarizadas, então não deve ser surpreendente que os problemas enfrentados pelo país são sempre e cada vez mais colocados em termos militarizados e que as únicas soluções consideradas são igualmente as militarizadas. Essa escassez de imaginação, esse constrangimento do que poderia ser possível, parece especialmente evidente no Grande Oriente Médio.

 

Na verdade, os informes de Washington lá, raramente ou nunca coletados em um único lugar, devem ser de abrir os olhos. Comecemos com uma dose de ironia: antes da invasão do Iraque em 2003, era um lugar-comum entre os neoconservadores rotular a área que se estende através das regiões centrais de petróleo do planeta, do norte da África à fronteira com a China na Ásia Central, como “o arco de instabilidade “. Depois de uma década em que Washington aplicou seu poderio militar em soluções completamente militarizadas para a região, o mundo agora parece muito “estável”.

 

Vai aqui, em estilo taquigráfico, um resumo regional do que a militarização dos EUA significou na Grande Oriente Médio, de 2001 a 2012:

 

Paquistão:Os EUA têm enfrentado uma série de problemas complexos com esta nação nuclear, perturbados com os movimentos insurgentes, as suas áreas tribais que fornecem abrigo a rebeldes e jihadistas afegãos e paquistaneses, e seu serviço de inteligência envolvido em uma relação complicada com a liderança do Talibã, bem como outros grupos rebeldes que lutam no Afeganistão. A resposta de Washington tem sido – como o secretário de Defesa Leon Panetta recentemente o rotulou – a guerra. Em 2004, a administração George W. Bush lançou uma campanha de assassinato com drones em fronteiras tribais do país onde se concentram líderes da al-Qaeda (combinado com alguns ataques transfronteiriços de forças especiais). Esses raros ataques aéreos robóticos, desde então, expandiram-se em algo como uma guerra secreta de drones em grande escala, que está matando civis, é intensamente impopular em todo o Paquistão, e agora aparece claramente a intenção também de punir os líderes do Paquistão por suas transgressões.

 

Frustrados com o que eles consideram intransigência do Paquistão, elementos do exército e da comunidade de inteligência dos EUA já estariam pressionando para adicionar à mistura incendiária atual um novo conjunto de Operações Especiais conjuntas transfronteiriças de comandos.

 

Ataques aéreos dos EUA do Afeganistão, que mataram 24 soldados paquistaneses em novembro passado, sem desculpas oferecidas durante sete meses, trouxeram fervura a uma crise nas relações entre Washington e Islamabad, com o governo paquistanês fechando o país para a passagem de suprimentos ao Afeganistão para a guerra liderada pelos EUA. (Isso acrescentou um par de bilhões de dólares às despesas lá do Pentágono, antes que a crise fosse encerrada esta semana com um pedido de desculpas relutante).

 

Todo o processo tem claramente contribuído para a desestabilização do Paquistão nuclear.

 

Afeganistão:Depois de uma invasão em novembro de 2001 (luz sobre tropas de invasão estadunidenses), os Estados Unidos optaram por uma ocupação em grande escala e reconstrução do país. No processo, eles conseguiram impulsionar a reconstrução e reconstituição de um movimento talibã já profundamente impopular e derrotado.

 

Uma guerra insurgente seguiu-se. Apesar de um enorme aumento das forças dos EUA, agentes da CIA, tropas de operações especiais e empresas privadas no país, a convocação do poder aéreo de forma decisiva e a expansão de um programa de “ataques  noturnos” por equipes de operações especiais e CIA, não houve sucesso. Até o final de 2014, os EUA estão programados para retirar suas forças de combate principais do que é provável que seja um país completamente desestabilizado.

 

Irã:Em um programa há muito tempo destinado a mudança de regime (mas focado oficialmente sobre o programa nuclear do país), os EUA ficaram presos a sanções sobre petróleo – com frequência vistas como um ato de guerra – sobre o Irã, apoiaram uma campanha de operações especiais de proporções desconhecidas (incluindo ações transfronteiriças), executaram um grande programa CIA de vigilância de drones nos céus do país, e (com os israelenses) soltaram, pelo menos, dois grandes “vermes” (vírus) contra os sistemas de computador e centrífugas de suas instalações nucleares, o que até o Pentágono define como atos de guerra.

 

Eles também apoiaram uma concentração naval maciça e de poder aéreo dos EUA no Golfo Pérsico e de bases militares em países na periferia do Irã, junto com uma “abrangente opção de planejamento multiguerra” para 2013 para um possível ataque a instalações nucleares iranianas. (Embora pouco se saiba sobre isso, uma campanha de assassinato contra cientistas nucleares iranianos geralmente tem sido atribuída à israelenses. Agora, quando a autoria conjunta EUA-Israel de atos de ciberguerra contra o Irã foi confirmada, no entanto, é pelo menos razoável perguntar se os EUA também podem ter tido uma mão nesses assassinatos).

 

Tudo isso levou a região à beira de ainda mais uma guerra, enquanto que de nenhum modo evidente abalando o regime iraniano.

 

Iraque:Os EUA invadiram em março de 2003, ocupando o país. Lutaram (e, em essência, perderam) uma guerra de contrainsurgência de oito anos de duração, retiraram suas últimas tropas no final de 2011, mas deixando atrás em Bagdá a maior embaixada do mundo, a mais militarizada. O país, agora um aliado e parceiro comercial do Irã, permanece extraordinariamente não reconstruído e significativamente desestabilizado, com ocorrências regulares de explosão de bombas em suas cidades.

 

Kuwait:Do outro lado da fronteira do Iraque, os EUA prosseguiram numa acumulação de forças. No futuro, segundo um relatório do Senado dos EUA, poderia haver até 13.000 estadunidenses permanentemente estacionados no país.

 

Iêmen:Washington, há muito tempo um forte apoiador do governante do país, agora apoia o regime sucessor. (No Iêmen, como alhures, Washington tem ficado profundamente desconfortável com movimentos democráticos estilo primavera árabe entre os seus aliados.)

 

Durante anos, Washington manteve uma campanha aérea em andamento na parte sul do país, visando insurgentes ligados à Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP).

 

Mais recentemente, pôs em campo pelo menos um pequeno número de tropas de operações especiais como consultores e instrutores e escalou uma combinação de drones da CIA e campanha aérea tripulada da Força Aérea dos EUA no sul. Houve já este ano pelo menos 23 ataques aéreos, causando evidentemente significativas perdas civis, ao que se informa radicalizando os sulistas, aumentando o apoio a AQAP e ajudando a desestabilizar ainda mais esse país pobre e desesperado.

 

Bahrain:Base da 5 ª Frota dos EUA, a pequena Bahrein vive um levante democrático de sua maioria xiita reprimida, o que levou a Arábia a uma missão militar de repressão. Os EUA ofereceram ajuda militar e apoio à monarquia governante sunita.

 

Síria:Na Síria radicalmente desestabilizada, onde uma revolta democrática se transformou em guerra civil com conotações sectárias que ameaçam desestabilizar ainda mais a região, incluindo o Líbano e Iraque; a CIA já foi enviada para a fronteira turca. Seu trabalho: direcionar armas para os rebeldes de escolha de Washington (supondo-se que a CIA, com seu critério duvidoso, pode separar os democratas dos jihadistas).

 

As próprias armas estão chegando, de acordo com o New York Times, através de uma “rede de intermediários, incluindo a Fraternidade Muçulmana síria, e pagas por Turquia, Arábia Saudita e Qatar”. É um projeto que “isso não pode acabar bem” já todo escrito.

 

Somália:Há muito um Estado falido, a Somália tem sofrido, entre outras coisas, por uma invasão etíope promovida pelos EUA em 2006 (e outra mais recente), por ataques com drones, por operações de forças especiais da CIA, um programa complicado dos EUA de subsidiar uma força de africana de tropas (especialmente de Uganda) na capital e apoio a uma invasão do Quênia no sul – cada passo do processo aparentemente levando a uma maior fragmentação, maior radicalização e maior o extremismo.

 

Egito:Desde a Praça Tahrir, Washington tem sido focada em seus laços estreitos com o comando militar egípcio (figuras-chave que visitam Washington a cada ano) e nos bilhões de dólares em ajuda que continua a dar aos militares, apesar do modo como estes usurparam o regime democrático.

 

Líbia:A administração do presidente Barack Obama pediu na Força Aérea dos EUA (junto com o poder aéreo dos aliados da OTAN) para apoiar um levante incipiente e destruir o regime forte de longa data de Muammar Gaddafi. Nisso eles foram bem sucedidos. Os resultados a longo prazo são ainda desconhecidos. (Ver, por exemplo, a revolta islâmica no vizinho Mali desestabilizado.)

 

Como configurar o planeta em chamas e não aprender nada

 

Esta continua a ser uma lista parcial, faltando, para dar apenas um exemplo, a rede de bases de drones a ser criada a partir de Seychelles e Etiópia para a Península Arábica – claramente destinada a guerras de drones se expandido em toda a região. No entanto, é um notável exemplo da ineficácia geral de aplicação de soluções militares ou militarizadas para os problemas de uma região longe de suas próprias costas.

 

Do Paquistão e Afeganistão para o Iêmen e a Somália, a prova já está em: tais “soluções” resolvem pouco ou nada, e em um número considerável de casos parecem só aumentar a instabilidade de um país e uma região, bem como a miséria de massas de pessoas.

 

E ainda a falta geral de sucesso a partir de 2002 e uma frustração que se aprofunda em Washington apenas levaram a uma forte convicção de que algumas versões recalibradas de solução militar (maiores surtos, menores surtos, não invasões, mas forças especiais e drones, não “tropas em terra”, maior presença naval, etc.) é o único caminho razoável para ir.

 

Na verdade, as soluções militares de todo tipo estão profundamente entranhadas em Washington, num foco que pode ser chamado de obsessivo. Isso tem sido particularmente evidente quando se trata de guerras drones da CIA. De volta aos anos da Guerra do Vietnã, o presidente Lyndon Johnson foi dito ter levado seus generais à loucura por “microgerenciamento” do conflito, especialmente em almoços semanais em que ele insistia em escolher alvos específicos para a campanha aérea contra o Vietnã do Norte.

 

Esses dias de Johnson, porém, hoje quase parecem com um presidente de guerra laissez-faire. Afinal, graças ao New York Times, sabemos que a Casa Branca tem uma “indicação” de processo de compilar uma “lista de morte” para suspeitos de terrorismo, e que o próprio presidente decide quais ataques aéreos de drones devem então ser lançados, e não área por área-alvo, mas indivíduo por indivíduo. Ele está escolhendo determinadas pessoas para matar paquistaneses, iemenitas e somalis em áreas do interior.

 

Deve ser considerado um sinal dos tempos que, independentemente de choque que essa notícia possa ter causado em Washington (principalmente por causa da natureza “secreta” do “programa drone” e de possíveis vazamentos dele na administração), poucos têm sequer mencionado microgerenciamento presidencial, nem, ao que parece, há generais indignados.

 

Alguns podem ter encontrado na “lista” um procedimento chocante, mas raros são aqueles que parecem achar estranho que um presidente dos Estados Unidos deve se envolver na escolha de indivíduos (incluindo cidadãos estadunidenses) para assassinato por drone em terras distantes.

 

A verdade é que tais “soluções”, testadas primeiro no Grande Médio Oriente, agora são aplicadas (mesmo se, ainda, de forma bem mais modestas) na África e na América Central. Na África, eu suspeito que se pode acompanhar a desestabilização crescente de partes do continente desde a criação de um comando dos EUA para a região (Africom) em 2007, e nos anos seguintes a lenta progressão de drones, de operações de forças especiais, empreiteiros privados e outros, numa região que já tem problemas suficientes.

 

Aqui está então uma realidade estadunidense de 2012: como uma grande potência, os EUA têm um kit de ferramentas cada vez mais limitado, e que está mudando muito mais frequentemente para ferramentas cada vez mais semelhantes.

 

A ideia de que o mundo é um tabuleiro de xadrez, que Washington está no controle do jogo, e que cada movimento militarizado que faz terá um resultado razoavelmente previsível não poderia ser mais perigosa.

 

A evidência da última década é bastante clara: pouca coisa é menos previsível ou mais provável de dar errado do que a aplicação da força militar e soluções militarizadas, que são cumulativamente incendiárias de formas inesperadas, e no final ameaçam jogar regiões inteiras no fogo. Nada disso, no entanto, parece penetrar em Washington.

 

Os Estados Unidos são comumente descritos como uma grande potência em declínio, mas a militarização da política dos EUA – e imaginem – em casa e no exterior não está em declínio. Ela tem Washington, agora uma capital da guerra perpétua, em suas garras.

 

Esse processo começou, após o 11 de Setembro, com o romantismo crescente da administração Bush sobre, como dizia o presidente, o poder da força maior (ou seja, os militares dos EUA) “para a libertação humana que jamais existiu” para mudar o mundo. Era uma convicção fundamental de Bush e seus altos funcionários de que a potência militar mais poderosa do planeta poderia pôr de joelhos qualquer Estado no Grande Oriente Médio num “passeio”.

 

Hoje, na esteira de duas guerras fracassadas no continente euro-asiático, uma versão desromantizada dessa convicção tornou-se profundamente enraizada, na monotonia cada vez maior da vida de uma Washington militarizada. Vai continuar assim.

 

Se Barack Obama – o homem que pegou Osama bin Laden – for reeleito, nada de significativo vai provavelmente mudar a esse respeito. Se Mitt Romney vencer a Presidência, o processo tende a acelerar, passando possivelmente por um conflito mundial fracassado, e a obsessão de fantasia levada ao extremo global, com consequências – para o Irã, para a Rússia, para a China. É difícil agora imaginar.