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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

O extraordinário mercado dos games

30 de Outubro de 2013, 6:14, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

 

Coluna Econômica - 30/10/2013


CEO da Ikeway, holding de investimentos do Porto Digital, no Recife, Fernando Teco Sodré apresentou um quadro surpreendente do mercado de games para celular e tablets, durante o 44o Fórum de Debates Brasilianas, sobre Indústrias Criativas.


Hoje em dia, 15 milhões de pessoas, no Brasil, um bilhão  no mundo, jogam games pelo celular ou pelos tablets.


Até 2008, esse mercado não existia. Este ano deverá movimentar mais de US$ 20 bilhões no mundo. Como comparação, o mercado de cinema nos Estados Unidos deverá faturar US$ 24 bilhões.


Essa escalada foi possível devido à explosão dos tablets e ao modelo de negócios implementado. O mercado de tablets nasceu e em menos de dois anos ultrapassou - na produção anual - o de notebooks e de desktops. Junto com ele, veio o mercado de aplicativos - dos quais o de jogos é o mais dinâmico. Em apenas 4 anos, de 2009 a 2013 foram vendidos um bilhão de jogos.


São duas as grandes lojas de venda: a Apple Store, para sistemas iOS; e a Google Play para o sistema Andoroid. O sistema de vendas é simples. O desenvolvedor submete o aplicativo às lojas. Aprovados, são colocados à venda. A Apple fica com 30% da receita; o Google, com 20%.


***


Os três líderes de aplicativos são os Estados Unidos, o Japão e a Finlândia.


Games como  o Candy Crush, Star Wars e Hungry, com menos de cinco anos, faturam, cada qual, US$ 1 milhão/dia. O campeão Candy Crush tem mais de 190 níveis de dificuldade para serem superados. Dona do campeão Hay Day, com 18 funcionários a  finlandesa Supercell fatura US$ 2,4 milhões por dia.


***


O Brasil tem alguns casos de sucesso, como o game da Galinha Pintadinha, para celulares. Seu  desenvolvimento custou R$ 12 mil. Rende anualmente mais de R$ 3 milhões para seus desenvolvedores.


O mercado brasileiro movimenta R$ 500 milhões ano. 45 milhões de brasileiros acessam Internet por celular e 35 milhões tem algum joguinho em seu aparelho.


Hoje em dia existem mais de 2.300 startups (empresas iniciantes) no país, recebendo investimentos ou sendo incubadas. Já existem algumas empresas faturando mais de R$ 100 milhões/ano; várias faturando mais de R$ 10 milhões/ano.


***


Os games tornaram-se extremamente sofisticados. Cada campeão desenvolve quase uma dramaturgia com personagens, roteiros, situações parecidas com a indústria de entretenimento.


O eco-sistema inclui representantes de grandes distribuidores, investimentos angels (de apoio financeiro e técnico), e investidores estratégicos que representam grandes marcas da indústria prospectando pequenos negócios.


***


Em geral, os grupos mais experientes solicitam das duas grandes lojas - Apple Store e Google Play - a exibição em alguns países específicos. É mais fácil o acesso, permite analisar as diferenças culturais e receber os inputs dos consumidores (chama-se de "reviews" a esses comentários) - que irão apontar problemas a serem resolvidos e sugerir aprimoramentos nos personagens e nas situações.

 

Além das próprias lojas, há um investimento em publicidade feito em grandes sites especializados em games. Existem cinco grandes sites especializados em publicidade global de games. Um deles foi recentemente adquirido pelo Google.


Os posts mais lidos do blog Luis Nassif Online nesta terça-feira (29):


 

1. Os dilemas do desenvolvimento

Para os próximos dois anos pode-se esperar a economia andando de lado, com pequeno crescimento; por Luis Nassif

 

2. Escalpelamento: uma tragédia anunciada

3. Para especialistas, leilão foi “fracasso” e concessão geraria mesma quantidade de recursos

4. Do glamour à condenação dos black blocs

5. Simulações e comentários sobre alternativas para Libra e Pré-Sal

6. A direita, os pitbulls, e as eleições de 2014

7. Black blocs e a falência do sistema político

8. Uma contextualização dos Black Blocs; por Boaventura Souza Santos

9. Colaborador da GloboNews critica emissora por criminalização de movimentos sociais

10. As chances de Dilma efetivar mudanças sociais, por Renato Janine


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Os dilemas do desenvolvimento

29 de Outubro de 2013, 13:19, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 29/10/2013


Imediatamente após a Segunda Guerra, economistas das mais diversas linhas passaram a defender a necessidade de uma moeda desvalorizada para permitir o desenvolvimento brasileiro.


A lógica era simples. O desenvolvimento se daria com a consolidação da produção interna, substituindo a monocultura do café por uma base industrial. Na infância, nenhum país conseguiria desenvolver sua indústria sem mecanismos de proteção. E o mais eficaz é a moeda desvalorizada – que torna os produtos internos mais baratos que os externos.


Ora, o principal objetivo da desvalorização cambial é reduzir os custos dos insumos internos. Com pequena base tecnológica, o principal insumo interno das empresas são os salários. Ou seja, a maxidesvalorização visa preponderantemente reduzir o peso dos salários na produção através de uma mudança de preços que se reflete nos índices de inflação.


***


Com competitividade, as empresas conseguem crescer, ganhar caixa e investir em produtividade. Em um segundo tempo, geram empregos melhores e de forma sustentável.


O grande desafio é como trocar promessas futuras por efeitos negativos imediatos.


***


Getúlio Vargas não ousou mexer no câmbio. No máximo, criou várias classes cambiais para driblar o problema. JK legou uma inflação devido à irresponsabilidade fiscal, mas refugou correr os riscos de uma mudança cambial. Pouco tempo depois, a inflação legada derrubou o governo João Goulart.


***


Por receio da inflação, FHC, Lula e Dilma praticaram políticas ortodoxas, com alguns laivos de heterodoxia. A desvalorização cambial permaneceu como peça de defesa dos desenvolvimentistas.


Mas aí surge o fato novo que cinde a escola: a eficácia das políticas sociais de Lula, incluindo milhões de pessoas, reduzindo o desemprego e permitindo uma elevação do salario real acima do crescimento da produtividade da economia.


E agora? Surge um neo-desenvolvimentismo, o chamado “desenvolvimentismo social” que considera inviável qualquer medida de política econômica que afete o mercado e os ganhos sociais.


Mas qual seria o motor de crescimento? Dilma tem apostado em desonerações de folha, financiamento a baixo custo, investimentos em infraestrutura. São medidas sem a capacidade de disseminação de uma mudança cambial. Além disso, ao fortalecer o mercado interno, desequilibra ainda mais as contas externas.


***


Nos últimos meses, o receio com as contas externas e a desindustrialização levaram o governo a acordar para a questão cambial. Agora, o mercado distribui trabalhos anunciando mudanças estruturais nas contas externas, afastando o risco de crise.

Permanece o da desindustrialização, mas, em véspera de eleições presidenciais, evitar qualquer soluço da inflação torna-se prioritário.


E nem Aécio, Marina e Campos desenvolveram um discurso que resolva esse dilema.


***


Nesse quadro, para os próximos dois anos pode-se esperar a economia andando de lado, com pouco crescimento, pouca inflação e, gradativamente, havendo um arrefecimento no mercado de trabalho e na renda.


***

 

Idas e vindas de sucessivos governos pós-democratização ao menos ajudam a decifrar o enigma histórico: porque, com tantas condições favoráveis, embora esteja se tornando uma economia menos injusta, o Brasil jamais conseguiu se tornar uma economia dinâmica.


Os posts mais lidos do blog Luis Nassif Online na segunda-feira (28):


 

1. É hora de prender os black blocs da rua e segurar os da PM

Após o espancamento do seu oficial, o que a Polícia Militar deve fazer, daqui por diante: Identificar os cabeças que comandam o vandalismo nas cidades, prendê-los e leva-los a julgamento por formação de quadrilha; por Luis Nassif

2. A carta aberta em repúdio à declaração de Claudio de Moura Castro

3. CBN e IBOPE ganham o trofeu "a montanha pariu um rato"

4. Escalpelamento: uma tragédia anunciada

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10. O movimento dos sem-noção, por Rui Daher


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Para entender os “Black Blocs”, a autodefesa popular

28 de Outubro de 2013, 12:35, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

A autodefesa popular não pode jamais ser vista como “antipolítica” ou “apolítica”, muito menos “despolitizada”.


27/10/2013, [*] Raphael Tsavkko GarciaAmálgama

Para entender os Black Blocs (título original)

Enviado pelo pessoal da Vila Vudu

 

Ver também:

4/2/2013, Mark Levine, redecastorphoto em: Egito em “bloco-negro”: tática anarquista de revolução de rua.

 

 

 

Cabe aos movimentos organizados, aos partidos e movimentos sociais compreender a tática Black Bloc e, ao invés de subirem em pedestais ideológicos e lamberem as feridas da vanguarda perdida, buscar abrir um canal de diálogo com aqueles mais afeitos a isto, criando táticas conjuntas e buscando aprimorar a autodefesa popular.

 

 

No fim das contas, “assustar” ou mesmo não ser do agrado da “população em geral” não é definidor de moralidade, utilidade ou viabilidade, pois precisamos compreender por qual prisma essa “população em geral” tem acesso à informação.

 

 

Cabe aos partidos que se enxergam como vanguarda descerem de seus pedestais e aceitarem o trabalho de politizar as discussões, de direcionar e canalizar raivas e anseios.

 

 


Os Black Blocs não são um movimento ou um grupo organizado aos moldes tradicionais de coletivos e partidos, são uma ideia, um método. São indivíduos que podem ter algum tipo de organização primitiva (normalmente via redes sociais) e se juntam durante manifestações para servir como escudo para o movimento social. É possível que grupos adotem a tática Black Bloc, mas não há um “grupo” Black Bloc.

 

Como já escrevi antes, são uma arma defensiva útil e necessária em tempos de imensa brutalidade policial. Não à toa, foram elogiados pelos professores do Rio em greve e são visto com os salvadores por muitos que se encontraram diante da violência policial e veem neles um alento, uma proteção. Não faltam histórias na internet sobre quem dizia até mesmo temê-los, mas que, na hora do aperto, do quase sufocamento com o gás da PM ou quando na direção das balas da polícia, foram salvos por eles.

 

A função dos Black Blocs não é a de fazer a revolução, mas a de proteger o movimento social. E usam para este fim as “armas” que podem.

 

Ideologia

 

É um equívoco acreditar que a tática Black Bloc serve para derrubar o Estado. Ela é fruto de raiva e de necessidade. Não é organizada, e nem sempre é ideológica no sentido de ter um direcionamento anarquista ou marxista. É apenas uma forma que uma parcela da população encontrou de deixar fluir sua raiva contra o Estado e defender manifestações legítimas no processo.

 

Black Blocs na linha de frente na proteção aos MANIFESTANTES

Este aparente vazio ideológico, porém, não deve ser compreendido como alienação ou mesmo como algo que serve de massa de manobra. Não serve. Os integrantes podem não ter um direcionamento ideológico claro, mas sabem quem são seus inimigos.

 

E, claro, não podemos falar deste esvaziamento ideológico como um fenômeno uniforme entre os Black Blocs, que reúnem desde anarquistas autênticos, passando por estudantes, professores e mesmo moradores de favela e um ocasional desocupado.

 

Não é um grupo uniforme, até porque não é, enfim, um grupo. Formam-se grupos extremamente diversos durante manifestações (convocados via redes sociais ou espontâneos) com o intuito de autodefesa que adotam a tática de violência revolucionária (tática Black Bloc) e, passado algum tempo, extravasam a raiva nos símbolos mais claros da opressão a que muitos ali são submetidos, notadamente bancos, bens públicos e um ocasional Clube Militar.

 

A autodefesa popular não pode jamais ser vista como “antipolítica” ou “apolítica”, muito menos “despolitizada”, assim como o repúdio por parte de alguns elementos que formam as linhas Black Blocs dos partidos tradicionais não é antipolítica. O repúdio às instituições carcomidas do Estado e críticas localizadas à atuação partidária (em especial do PT, PMDB e PSDB, todos que se declaram falsamente de esquerda) não podem ser encaradas com uma crítica generalizada à política. Nada poderia ser mais incorreto e distante da realidade.

 

É inegável, porém, que grupos podem se apropriar deste discurso e o transformar naquilo que muitos temem, num discurso esvaziado e de tons fascistas, mas estes grupos não estão nas ruas (estiveram em algum momento em junho, mas já voltaram para suas casas, para seus grupelhos de galinhas verdes e similares), não representam a maioria daqueles que saem para a luta.

 

Um grupo não pode ser responsabilizado pela apropriação que outro faz de suas teses, ideias e pensamentos (e ações), assim como o pensamento Black Bloc não pode ser responsabilizado pelo fascismo que uns buscam impor à ideologia.

 

Ponto importante presente em análises honestas sobre os Black Blocs é o problema da perpetuação do caráter difuso destes, e na possibilidade da violência se tornar um fim em si mesma, da revolta e raiva presentes representarem a totalidade da “alternativa” apresentada pelos grupos que utilizam a tática Black Bloc.

 

Por outro lado, não é pertinente a crítica de que os Black Blocs, compreendidos por muitos como um grupo, não levariam propostas aos fóruns legítimos, como os fóruns grevistas da SEPE, sindicato dos professores do Rio. Ora, tal afirmação demonstra um profundo desconhecimento do que é a tática Black Bloc e do que ela representa.

 

Protagonismo

 

Ao meu ver não é papel dos Black Blocs se preocupar em primeiro lugar com marketing pessoal, senão agir em defesa daqueles que vão às ruas (também é válida a discussão sobre ações ofensivas e defensivas). Até porque, repito, não são um grupo.

 

Em Pernambuco (Recife) à frente do Movimento Passe Livre (MPL)

Não há erro algum no emprego da tática. A grande questão, no entanto, é a falta de cobertura dada por partidos de esquerda a quem vai para a linha de frente defendê-los. Como já discuti algumas vezes, me parece ser apenas o ranço de algumas correntes marxistas que necessitam sempre estar à frente, sempre ser vanguarda.

 

Não é produtiva a briga de egos entre grupos que se veem na vanguarda e se sentem acuados frente a perda de protagonismo para os Black Blocs. Um sentimento até mesmo burro, visto que partido/movimento social é diferente de Black Bloc, e não eles não disputam entre si o(s) mesmo(s) espaço(s). Na verdade, caberia aos partidos se aproximar dos Black Blocs, buscando canalizar a raiva dos grupos que adotam esta tática, buscando direcionar e mesmo facilitar a politização de muitos dos adeptos.

 

Em suma, cabe aos movimentos organizados, aos partidos e movimentos sociais compreender a tática Black Bloc e, ao invés de subirem em pedestais ideológicos e lamberem as feridas da vanguarda perdida, buscar abrir um canal de diálogo com aqueles mais afeitos a isto, criando táticas conjuntas e buscando aprimorar a autodefesa popular.

 

Esquerda e falsa vanguarda

 

O que temos hoje são Black Blocs numa ponta, e partidos/movimentos em outra, empedernidos, incapazes do diálogo e da compreensão. Ora, temos uma infinidade de grupos e tendências de esquerda que sequer conseguem sentar numa mesa e dialogar, que o diga quando surge algo mais radicalizado e absolutamente fora de suas órbitas de controle (ou mesmo compreensão).

 

Ou seja, o grande problema aqui sequer é a incapacidade de partidos dialogarem com os adeptos do Black Bloc, mas a incapacidade da esquerda conversar entre si.

 

A SEPE, sindicato dos professores em greve no Rio, foi a única organização capaz de compreender até o momento o que são e como agem os Black Blocs. A SEPE abriu diálogo, homenageou e foi defendida pelos Black Blocs.

 

Setores do PSOL e o PSTU preferem permanecer na posição de falsa vanguarda, enquanto o PT, parte do Estado repressor e aliado de primeira grandeza dos políticos responsáveis pela repressão no Rio, permanece na pura e boçal criminalização (não só dos Black Blocs, mas de todo o movimento social e grevista).

 

Por mais que “queimar lixos” não contribua para nenhuma revolução, é um primeiro passo para a radicalização do movimento social. Mais produtivo buscar dialogar e entender que simplesmente criminalizar – e nisso realizar o trabalho da mídia, do PT, do PMDB e do PSDB. 

 

E a mídia?

 

Se dependermos da Globo (ou da Record, ou de qualquer outro veículo da grande mídia) para nos informar sobre as ações Black Blocs, sem dúvida a imagem será negativa, mas a imagem dos professores em greve ou de qualquer movimento social organizado é igualmente negativa pelo prisma da grande mídia, salvo em ocasiões específicas, quando apoiar um movimento social ou uma pauta possa ser interessante no ataque a inimigos selecionados em momentos bem específicos.

 

O que vemos são professores agradecendo aos Black Blocs por sua proteção.

 

São milhares de pessoas que saem às ruas vendo que os Black Blocs funcionam como uma linha de defesa – ainda que fraca – frente à violência e brutalidade policiais. Como foi dito no Twitter (infelizmente me escapa a autoria), quantas pessoas foram mortas pela polícia e quantas pelos Black Blocs? Ou seja, se estamos falando em “violência”, em “assustar” e mesmo em afastar pessoas de manifestações, creio que a mera presença da PM seja mais “eficaz” que a dos Black Blocs.

 

Quantos conhecem pessoas que foram agredidas pelos Black Blocs? Aliás, as manifestações pelo país, em especial no Rio, onde a ação Black Bloc vem se mostrando mais intensa, não param de crescer e se radicalizar de diferentes maneiras. Logo, nem a violência repressiva da PM e nem a resposta Black Bloc tem tido “sucesso”, se tomarmos o prisma liquidacionista de setores fanatizados do PT e da mídia, que objetiva enfraquecer as mobilizações. Cai por terra mais uma mentira dita aos quatro ventos.

 

Sempre à frente como proteção contra a REPRESSÃO policial

No fim das contas, “assustar” ou mesmo não ser do agrado da “população em geral” não é definidor de moralidade, utilidade ou viabilidade, pois precisamos compreender por qual prisma essa “população em geral” tem acesso à informação.

 

Vejam, por exemplo o discurso da mídia sobre protestos na França, com carros queimados. Vandalismo? Não. Apenas manifestações.

 

Quem está nas ruas lutando sabe do papel dos Black Blocs. E a mídia encontraria qualquer outra desculpa para deslegitimar e esconder as manifestações de professores em greve ou de quaisquer outros grupos sociais em luta nas ruas. Os Black Blocs são apenas a desculpa do momento. Em junho, antes da violência generalizada contra jornalistas obrigar a grande mídia a alterar seu discurso, não eram as reivindicações dos manifestantes a pauta, e sim a violência da PM, que era glorificada.

 

Além disso, é preciso também ter em mente o papel desinformador e mesmo criminoso de quem fica em casa gritando contra o “PIG”, mas fazendo coro a ele durante manifestações, criminalizando professores, Black Blocs e movimentos sociais que se insurgem contra os governos a que estes fanáticos são simpáticos.

 

Violência Black Bloc versus Violência Estatal

 

Uma discussão válida, porém, é o papel defensivo versus o ofensivo dos Black Blocs (já declarei minha posição contrária a ações ofensivas enquanto em manifestações, ainda que não descarte o uso da violência revolucionária em casos e momentos específicos), mas jamais culpar a autodefesa popular pela ação policial. E digo ação e não reação por um simples motivo: na ampla maioria das vezes, a PM começa com provocações e violência, respondida pelos Black Blocs. A mera presença de pessoas nas ruas é uma provocação para a PM e para o Estado.

 

Black Blocs descansam enquanto esperam... a REPRESSÃO

Logo, declarar que os Black Blocs “servem” ao Estado na legitimação da violência é descambar para o debate do ovo e da galinha. Um falso debate. E um debate que serve aos propósitos do opressor, pois pinta um quadro em que, sem os Black Blocs, tudo seriam flores e não haveria violência. Os protestos de junho comprovam que esta declaração é pura mentira: bastava cruzar uma linha imaginária que a violência policial começava; bastava encarar um PM e a violência começava; bastava ficar parado, que um P2 estratégico lançava um molotov contra seus próprios companheiros… e a violência começava.

 

Qualquer um que tenha mínima história junto aos movimentos sociais e não esteja no processo de penhora ideológica por este ou aquele partido sabe perfeitamente que a violência estatal é uma constante, independe de “provocação”.

 

Esta tese quase marilenachauiana de “provocação Black Bloc” não procede. Na verdade é uma falácia tremenda. A PM bate, não importa a presença de resistência organizada.

 

Conclusão

 

A principal linha auxiliar da direita no país, hoje, chama-se Partido dos Trabalhadores, cuja maioria de eleitos vota junto com Paes e Cabral, cujos representantes eleitos são responsáveis por violações (caso da Bahia, do Rio Grande do Sul), oferecem a Força Nacional para a repressão a movimentos populares, cuja direção está ligada carnalmente ao PMDB e outros partidos da mesma espécie e, ainda, cuja militância em peso silencia ou mesmo aplaude ações violentas da PM contra a população.

 

Culpar os Black Blocs por responderem à violência que invariavelmente viria por parte do Estado é culpar a vítima pela agressão sofrida. Temos, sim, é de cobrar uma posição dos partidos estabelecidos, em especial da esquerda, em relação à violência policial. E não apenas uma posição, mas maneiras de se organizar a população para a autodefesa.

 

Qual o projeto de setores do PSOL, do PSTU, do PCO, dentre outros, para a defesa daqueles que saem às ruas para reivindicar seus direitos frente à violência do Estado? Atacar os Black Blocs não é uma resposta válida.

 

Sim, os Black Blocs precisam de direcionamento, precisam de maior organização, mas não podem, jamais, ser culpados pela violência do Estado. Cabe aos partidos que se enxergam como vanguarda descerem de seus pedestais e aceitarem o trabalho de politizar as discussões, de direcionar e canalizar raivas e anseios.

 

O Estado é repressor e chegou a hora de alguém se levantar contra isto. E qualquer um que aplauda a repressão, que defenda o uso da Lei de Segurança Nacional, não passa de um fascista.

_________________

 

 


[*] Raphael Tsavkko Garcia; blogueiro e jornalista, formado em Relações Internacionais pela PUC-SP e atualmente mestrando em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero. Escreve diariamente no Blog do Tsavkko - The Angry Brazilian e é autor e tradutor do Global Voices Online (en e pt), além de colaborador do blog Trezentos.

Socialista Libertário e ferrenho defensor do Nacionalismo Basco, Catalão e Galego, se posiciona ideologicamente próximo à Esquerda Abertzale e, nesta coluna, se propõe a divulgar, analisar e comentar os fatos mais relevantes relacionados à luta pela autodeterminação dos povos e temas ligados à liberdade de expressão.



Os primeiros ensaios das eleições de 2014

28 de Outubro de 2013, 7:33, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 28/10/2013


A última pesquisa IBOPE traz algumas informações que devem ser relativizadas e outras relevantes.


No primeiro grupo, os índices de aprovação dos novos candidatos em comparação com os que participaram de eleições presidenciais. Políticos como José Serra, Dilma Rousseff e Marina Silva são mais conhecidos do que Aécio Neves e Eduardo Campos.


Mesmo assim, chamam a atenção as seguintes conclusões:

1.    Na pesquisa espontânea (na qual os pesquisados indicam seu candidato espontaneamente) Dilma recebeu 21% das indicações, Aécio 5%, acima dos 4% de Serra, dos 2% de Campos e abaixo dos 6% de Marina.

2.    Entre eleitores com ensino superior, Dilma cai para 15%, Marina sobe para 11%, Aécio vai para 7%, acima dos 5% de Serra e dos 3% de Campos.

3.    É curioso avaliar o desempenho de Serra no extrato superior e no extrato inferior de renda. No superior, fica com 4%, atrás dos 17% de Dilma, 10% de Marina e Aécio. No extrato inferior, cai para 2%, contra 33% de Dilma, 3% de Campos, 3% de Marina a 0% de Aécio.


***


No caso da pesquisa dirigida (aquelas em que o entrevistado recebe uma cartela com nomes de candidatos), Dilma Rousseff reina absoluta em qualquer cenário. Tem 41% de preferencia em um cenário com Marina (22%), Aécio (14%) e Campos (10%). E com expressivos 22% de brancos e nulos.


Sem Marina, Dilma mantém os 41% contra 14% de Aécio e 10% de Campos. E os mesmos 22% de brancos e nulos. Entrando Marina no lugar de Campos, Dilma cai levemente para 39%, Marina vai para 21% e Aécio para 13%.


Dilma mantém 40% em um confronto com Serra (18%) e Campos (10%).


***


Mas o ponto central de análise é a taxa de rejeição. É ela que determina o teto de cada candidato.


Três candidatos ficam na faixa de 40% de rejeição – Aécio com 40%, Dilma com 38% e Campos com 39%. Serra salta para expressivos 47% e Marina cai para cômodos 31%.


À medida que os candidatos se tornem mais conhecidos e a batalha mais acirrada, haverá aumento da taxa de rejeição dos demais.


***


Nas eleições, os candidatos não constroem a imagem de forma homogênea. Nas classes de menor renda, sobressaem as impressões sobre cada candidato, sua capacidade de se mostrar mais ou menos solidário com os mais pobres.


Fica evidente nas pesquisas a dificuldade do PSDB em desenvolver um discurso minimamente atraente para essas faixas. Mas é curioso que o discurso ecológico de Marina – visando os leitores de média e alta renda – é mais forte do que sua origem humilde – que poderia provocar alguma identificação nos eleitores de menor renda. Decididamente, até agora eles não parecem se identificar com ela.


***


Há uma faixa de formação de imagem que passa pelo discurso político, pela visão programática. Nesse campo, Dilma se alicerça no discurso social do PT e do lulismo. E Marina herdou o contraponto, do discurso neoliberal – que está migrando rapidamente do PSDB para ela.


Aécio e Campos são candidatos ainda à procura do discurso.

 

Aécio teria algumas boas experiências mineiras para mostrar. Mas parece preso a um invencível sentimento de inferioridade em relação ao núcleo paulista do PSDB – que oscila entre o discurso vazio de FHC e o fundamentalismo de Serra.




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Itaú, Natura e Marina, com a mesma imagem

28 de Outubro de 2013, 7:22, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 25/10/2013


Recentemente, a Natura lançou campanha enaltecendo suas consultoras. No anúncio, realçava a palavra “rede” e a consultora apresentada tinha semelhança física com Marina Silva.


Esta semana, o Itaú mudou o nome da Redecard – sua operadora de cartão de crédito - para apenas Rede. “Rede remete à tecnologia, agilidade e modernidade ao mesmo tempo que cria para a marca uma personalidade jovem e conectada. Uma Rede que conecta pessoas e empresas, mudando a experiência de consumo”, explicou o release do banco.


O site da Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, apregoa: “Rede é participação e acesso, é conexão entre pessoas. Com o registro da #Rede, começam processos inovadores de participação cidadã. Conecte-se”.


***


Não por coincidência, Itaú e Natura estão entre os principais apoiadores da candidatura Marina Silva.


Trata-se de uma das mais ousadas e arriscadas experiências de marketing: o investimento pesado no sentido de rede, provocando um imbricamento entre a imagem das empresas e de uma candidatura política.


***


Historicamente, poucos banqueiros ousaram participar diretamente do jogo político. E nenhum arriscou a misturar imagens de forma tão ostensiva.


Nos anos 50, Roxo Loureiro, um banqueiro ousado que praticamente inaugurou a poupança e o sistema de agências descentralizadas, entrou na política. Gastou mais do que podia. E foi fuzilado por uma declaração impensada de Octávio Gouvêa de Bulhões, que provocou uma corrida contra seu banco. Aliás, seu principal executivo era Otávio Frias Filho, que, anos depois, se tornaria o proprietário da Folha.


***


Ainda nos anos 50, o banqueiro Walther Moreira Salles tinha tudo para ser o governador de Minas Gerais. Conseguira o impossível: o apoio tanto do PSD quanto da UDN. Recusou para não colocar o banco em risco.


Nos anos 70 foi a vez de Olavo Setúbal, do Itaú. Apesar da solidez, o Itaú tornou-se vítima de boatos que chegaram a provocar corridas em algumas praças importantes, como a de Campinas. Setúbal manteve a carreira pública, mas sem arriscar a disputar eleições.


***


Na história do país, apenas o ex-governador de Minas Magalhães Pinto conseguiu fazer carreira política e bancária. Seu banco quebrou anos depois, mas sem ter sido prejudicado pela política.


***


Apostar em políticos é estratégia de marketing tão arriscada quanto apostar em boxeadores: basta um nocaute para liquidar com qualquer campanha; basta uma denúncia, uma derrota acachapante, uma reversão de imagem para respingar no patrocinador. Basta derrotar os adversários para ter contra si todos seus eleitores.


***


Não apenas isso. Especialmente em períodos eleitorais, a radicalização política não poupa gregos, troianos e egípcios, ainda mais nesses tempos de redes sociais. É uma mistura que poderá colocar contra o banco os eleitores do PT, do PMDB e Minas Gerais inteira.


***


As duas empresas têm a seu favor o fato de serem inquestionavelmente sólidas e bem administradas. No caso da Natura, há uma ampla identificação com o ecoliberalismo de Marina Silva. No caso do Itaú, o foco em um público urbano moderno, mesmo alvo do partido de Marina.


Mas, se vivo fosse, Olavo Setúbal certamente não teria permitido essa aventura.


Os posts mais lidos no blog Luis Nassif Online na quinta-feira (24):

1. As dez principais sociedades secretas
Artigo reúne histórias sobre as dez principais sociedades secretas do mundo, criadas com diferentes objetivos, mas envoltas por um ar de mistério

2. Os indicadores de educação no Brasil

3. Forbes coloca quatro brasileiros como candidatos a sucessor de Steve Jobs

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