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A Luta Pela Reindustrializaçāo

26 de Agosto de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 27/08/2012

A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) foi fundada em 1937, inicialmente como Sindicato de Máquinas Texteis, quando o capital cafeeiro já havia iniciado a migração para o setor industrial paulista.

Viveu tempos de glória nos anos 80, quando o Brasil tornou-se o quinto maior fabricante de máquinas e equipamentos do mundo. Hoje, o Brasil ocupa um modesto 14o lugar.


Mesmo assim, o setor é expressivo: 4.500 empresas, basicamente pequenas e médias, das quais 1.500 são associadas e contribuem voluntariamente para a associação.


70% da produção são de empresas de pequeno e méido porte. Tem 260 mil empregos diretos com trabalhadores com 9 anos de tempo médio de estudo. O setor emprega mais que o automobilístico: são 260 mil empregos diretos (contra 160 mil do automobilístico).


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De 2008 a 2011, o faturamento do setor caiu quase 4%. No mesmo período, as importações aumentaram cerca de 36% e as exportações apenas 4,6%. Como consequência, o déficit comercial do setor foi de US$ 17 bilhões apenas em 2011.

Pouco antes da crise de 2008, o setor exibia um tempo médio de 19,2 semanas para os pedidos em carteira. Atualmente está em 15,8, um dos mais baixos da história.


Antes da crise, o NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) estava em 86,1% em um turno. Com a crise, em março de 2009 caiu para 80,8%. Atualmente está em 76,1%, um dos mais baixos dos últimos 40 anos.


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Anos atrás, a Abimaq decidiu abrir um escritório na China, pensando identificar novas oportunidades para as empresas brasileiras. Desistiu. A maioria dos empresários que visitam a China, usavam a base de apoio da Abimaq e voltavam com uma representação de empresa chinesa.


Parte desses problemas decorre da guerra comercial instaurada após a crise de 2008. Recentemente a Mitsubishi, japonesa, ofereceu uma máquina no mercado com dez anos de prazo de financiamento, dois anos de carência, 1,75% ao ano de juros e desconto de 23% no preço anterior.


***


A invasão chinesa tem promovido uma arraso no setor. De outubro a maior, o setor dispensou 7.200 técnicos do mais alto nível. Hoje em dia, enfrenta máquinas da China que chegam no país a 8 dólares o quilo. São 800 tipos de produto chegando a um custo inferior ao próprio custo da matéria prima.


A defesa comercial brasileira está nas mãos de 17 pessoas. Recentemente, houve a contratação de mais 100. Na China, são 4 mil pessoas envolvidas na defesa comercial; mais de 2.500 nos Estados Unidos.


***


Recentemente, junto com a Fundação Getúlio Vargas, a Abimaq bancou um estudo visando estimar o chamado custo Brasil. Analisou o custo de um produto na Alemanha, Estados Unidos e no Brasil. Depois, estimou o adicional do produto brasileiro, em cada etapa fora da fábrica.


Deu quase 44% a mais. Desse total, o maior peso foi do custo dos insumos internos (mesmo o Brasil sendo dos maiores produtores mundiais de minério de ferro e aço), respondendo por 24 pontos desse total. Outros 9,41 pontos foram representados pelo impacto dos juros no capital de giro. Com 4 pontos, os encargos sociais e trabalhistas.


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No começo do ano, o país finalmente acordou para a importância da batalha da reindustrialização. Mas há uma corrida contra o tempo. Quanto mais demorar, mais difícil será a inversão de rota.


Confiança do consumidor sofre queda


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 1% entre julho e agosto, passando de 121,6 para 120,4 pontos, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Após a quarta queda consecutiva, o índice atinge o menor nível desde os 119,4 pontos de fevereiro passado. No período, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 1,4%, ao passar de 135,4 para 133,5 pontos, e o Índice de Expectativas chegou a subir 0,3%, de 112,7 para 113 pontos.

 

CMN baixa juros do crédito rural


O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou novos “fatores de ponderação” para cumprimento da exigibilidade de aplicação de 34% dos depósitos à vista de instituições financeiras em crédito rural. A entidade também determina que as taxas de financiamento sejam de, no máximo, 5% ao ano nas operações contratadas no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) na safra 2012/2013.

 

Inflação desacelera em três capitais


O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da terceira semana de agosto registrou queda na variação em três das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas: Rio de Janeiro (de 0,60% para 0,51%), Salvador (de 0,49% para 0,43%) e São Paulo (de 0,42% para 0,24%). Belo Horizonte registrou o menor índice do período, com 0,14% - mas acima dos 0,10% apurados na semana anterior. Os demais valores do índice na semana foram de 0,28% em Brasília e Recife e de 0,42% em Porto Alegre.

 

Federal Reserve tem espaço para mais incentivos


O Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos) possui espaço suficiente para adotar estímulos monetários adicionais para aliviar as condições financeiras, com o objetivo de incentivar o processo de recuperação da economia local. A afirmação foi feita pelo líder da autoridade monetária, Ben Bernanke, em documento encaminhado para a comissão de supervisão do Congresso. O pronunciamento renovou as esperanças de novos afrouxamentos monetários por parte da entidade.

 

Ipea: indústria “patina” e impede maior crescimento do PIB


A indústria é o problema que impede maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, segundo o economista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Roberto Messenberg. Devido ao baixo nível da atividade industrial, o Ipea vai rever a previsão para o PIB de 2012 em setembro próximo, ressaltando que os números da produção industrial e da indústria de transformação são fracos, o que deve afetar o processo de recuperação econômica no semestre.

 

Crise agilizou mudanças na economia, diz Mantega


A crise econômica internacional acabou tendo efeitos positivos para o país, ao forçar mudanças que demorariam muito para acontecer de outra forma. A afirmação foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “A crise tem o lado positivo, porque ela acaba acelerando transformações e medidas que talvez você não tomasse durante um período normal. Você demoraria mais para fazer transformações que são exigidas durante a crise”. Entre as medidas, Mantega destacou a queda dos juros.

 

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