Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

castorphoto

Dr. Cláudio Almeida

 Voltar a Blog Castorphoto
Tela cheia

As ​D​iscussões ​R​ecorrentes ​S​obre ​P​olítica ​I​ndustrial​ .​

30 de Agosto de 2013, 12:04 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
Visualizado 119 vezes

 

 

Coluna Econômica - 29/8/2013


Não há discussão mais recorrente no país do que a falsa dicotomia entre câmbio e reformas estruturais para se alcançar a competitividade da produção nacional.


Os mercadistas são contra qualquer forma de defesa da produção interna via câmbio. Argumentam que, em vez da desvalorização cambial, a economia deveria buscar ganhos de produtividade, investindo em reformas, melhoria fiscal, infraesterutura etc..

Já os defensores de políticas industriais sustentam que o câmbio é elemento essencial para se obter a competitividade.


A lógica é simples.


Para ser competitiva, empresas necessitam de produtos com boa relação custo x benefício. Produtos de maior sofisticação custam mais caro; produtos mais simples, mais baratos. Ambos têm espaço no mercado.


***


Há casos em que empresas pequenas conseguem desenvolver tecnologias matadoras ocupando nichos de maior valor. Mas a maior parte das empresas (e países) têm uma linha de aprendizado padrão. Começam pequenos, conquistam mercado via preço. Depois, à medida em que vão crescendo, ampliam os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, produzindo produtos cada vez melhores e mais caros.


Foi assim nos milagres japonês, coreano e chinês. Foi assim com empresas como a LG e a Samsung – até poucos anos atrás fabricantes de computadores pessoais de segunda linha.


***


O custo final de um produto depende de uma série de fatores: custo da tecnologia, mão de obra, logística, impostos, burocracia etc. E câmbio.


Quando existe uma disparidade entre produtos internos e externos, a única saída para conferir competitividade ao produto interno é através da desvalorização cambial.


Confira o exemplo hipotético abaixo.


Situação 1

País A

País B

Matéria prima

30,00

20,00

Salários

40,00

20,00

Tributos

30,00

10,00

Burocracia

10,00

5,00

Custo final

110,00

55,00

Morda/US$

0,50

1,00

Preço em US$

55,00

55,00

     

Situação 2

País A

País B

Matéria prima

25,00

20,00

Salários

39,00

20,00

Tributos

12,00

10,00

Burocracia

8,00

5,00

Custo final

84,00

55,00

Morda/US$

0,65

1,00

Preço em US$

55,00

55,00


 

Na Situação 1, para um mesmo produto o custo de produção do País A é de 110,00 contra 55,00 do país B. Como competir? O único caminho é o País A desvalorizar sua moeda, de maneira a valer a metade da moeda do País B. Assim, na hora de converter em dólar (a moeda que serve de parâmetro para o comércio exterior brasileiro), os preços se igualam.


Na Situação 2, o país conseguiu melhorar o custo da matéria prima, dos salários, tributos, etc. Chegou a um custo final de 84,00, contra os 55,00 do concorrente. Nesse caso, a moeda local poderá se valorizar de 0,50 para 0,65 porque os demais fatores melhoraram.


***


Não há tanto mistério na lógica das políticas industriais, para suscitar tantos e tantos anos de debate.


Há que se trabalhar sobre os custos internos, investir em inovação, utilizar o poder de compra do Estado para estimular setores novos e desvalorizar o câmbio para poder competir com produtos externos, investir em educação e infraestrutura.

 

As discussões centrais, ainda não totalmente definidas, são em relação ao modelo de inserção do país na economia global, abrindo-se cada vez mais para o mercado internacional.


Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br

Portal: www.luisnassif.com

​ 
Todos os direitos reservados, sendo proibida
​ ​
a reprodução total ou parcial por meio impresso"

 


Visite o BLOG e confira outras crô​nicas

 


Tags deste artigo: nassif economia política industrial câmbio

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos realçados são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.