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Telecomunicações: “O Tamanho do Buraco”

3 de Setembro de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 44 comentários | No one following this article yet.
Visualizado 292 vezes

Por Mauro Santayana em 04/09/2012

 

 

Segundo O Estado de S. Paulo, as empresas de telefonia que operam no Brasil tiveram uma expansão de sua receita em 8,3% ao ano, desde 2005, e só reinvestiram 3% ao ano, no mesmo período.

 

Mais grave ainda é a revelação de que, desde a privatização do sistema Telebrás, em 1998, as empresas investiram 390 bilhões, contra uma receita calculada em quase dois trilhões de reais. Esse número é obtido pela informação dos dois principais dirigentes da Oi e da Vivo, de que foram investidos mais ou menos 20% da receita total.

 

Se os investimentos foram de 390 bilhões, basta multiplicar por cinco, para obter a receita total destes 14 anos. É bom lembrar que boa parte dos investimentos foram bancados pelo BNDES, a juros de mãe amorosa.

 

O Brasil é o paraíso dos investidores estrangeiros, nesse sistema de colonialismo dissimulado.

 

Há poucos dias, outro jornal, O Globo, divulgava que as montadoras de automóveis lucram 3 vezes mais em nosso país do que nos Estados Unidos. A margem de lucro dessas empresas, no Brasil, é de 10%, enquanto nos Estados Unidos não passa de 3%. E não só nos Estados Unidos os carros são muito mais baratos. Há modelos que custam duas vezes mais no Brasil do que na França, e 30% mais barato ali mesmo, na Argentina.

 

A defesa do interesse nacional recomenda medidas mais fortes de parte do Estado.

 

O governo, no entanto, caminha lentamente. A restauração da Telebrás, iniciada timidamente, timidamente se desenvolve. Há visível desinteresse do Ministro Paulo Bernardo em dar à velha empresa nacional os instrumentos de sua reorganização e funcionamento, para a universalização da Banda Larga no país.

 

A privatização das empresas estatais brasileiras foi decidida, como todos sabemos, em Washington, com a articulação dos economistas neoliberais, no famoso Consenso, que não ouviu os povos, nem examinou criteriosamente os efeitos da globalização exacerbada da economia.

 

Como se recorda, o objetivo, claro e desaforado, da nova ordem que propunham era o de acabar com a democracia política e sua substituição por um governo de gerentes a serviço do sistema financeiro mundial.

 

Nesse sentido, chegou-se a um Acordo Mundial de Investimentos que, simplesmente, colocava o dinheiro sem pátria acima dos estados nacionais. Muitas das cláusulas desse acordo foram cumpridas pelo governo neoliberal de então. E só a reação da França e do Canadá impediu que o tratado espúrio fosse assinado, oficialmente, pelos governos vassalos daquela época, entre eles, o do Brasil.

 

Hoje, os mais lúcidos economistas do mundo demonstram o erro cometido pelos países que privatizaram suas grandes empresas. Entre eles, dois prêmios Nobel – Joseph Stiglitz e Paul Krugman.

 

Se a privatização fosse realmente uma vantagem, os Estados Unidos já teriam privatizado a TVA – fundada por Roosevelt, em 1933 – e a Amtrak.


Tags deste artigo: mauro santayana telecomunicações privatização consenso de washington

44 comentários

  • 81e8d9df607053a5049b2c7a98a1545b?only path=false&size=50&d=404Eugênio(usuário não autenticado)
    4 de Setembro de 2012, 17:58

    Telebrás me faz lembrar Rogério Santanna

    03/06/2011: Fortalecer a Telebrás para viabilizar o PNBL

    Nosso compromisso militante com a universalização da banda larga nos impele a tecer considerações sobre os desafios colocados pela conjuntura no embate entre a afirmação de um projeto estratégico nacional de digitalização, no qual o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) se insere, e a manutenção da lógica das teles que controlam o setor.

    Por Rosane Bertotti, secretária de Comunicação da CUT Nacional, via Carta Maior

    Para nós, combatentes pela democratização da comunicação, a manutenção de tão desastroso monopólio representa o avesso de tudo o quanto buscamos: a universalização dos serviços com o acesso à internet a baixos custos e com qualidade para todos, o que necessariamente deve estar articulado ao processo de digitalização da TV e do rádio em curso no país.

    Em tempos de convergência digital, uma Telebrás amarrada à lógica privatista, incapacitada pelos sucessivos cortes de recursos, e, pelas recentes declarações do ministro Paulo Bernardo de que “Não é tarefa da Telebrás disputar mercado com as teles. Ela vai sair da disputa para ser uma articuladora de ações”, é tudo o que não precisamos. Pois é tudo o que as teles querem, para que nada mude.

    Na nossa compreensão, isso seria mais do que uma capitulação do governo diante dos interesses do capital estrangeiro, representaria um verdadeiro crime contra o desenvolvimento nacional, já que comprometeria o presente e o futuro de gerações, que ficariam à mercê dos interesses dos monopólios privados. É um cartel que atua tão somente nas “áreas atrativas”, inferior à metade do nosso território, onde vivem 58% da população, excluindo, antes de mais nada, 42% dos brasileiros.

    Conforme a Telebrasil, associação das teles, existem no país apenas 10 milhões de usuários da banda larga. Como alertou o ex-presidente da Telebrás, Rogério Santana, “90%, 95% dos acessos de Internet vendidos no país estão na mão de cinco empresas, sendo que 85% na mão de três – a Telefônica, a Oi e a Net/Embratel”.

    Todos sabemos o que representa, na nossa vida prática, no bolso, esse controle das teles: desembolsamos preços exorbitantes por serviços de péssima qualidade, onde se dão ao luxo de poder nos oferecer somente 1/16 do contratado, ao que se soma um rol de abusos, incapacidade permanente de atendimento e péssimos serviços. Não por acaso, elas estão entre os campeãs de reclamação no Procon, com recordes sucessivos.

    ÍNTEGRA no link: www.​cart​amai​or.c​om.b​r/te​mpla​tes/​colu​naMo​stra​r.cf​m?co​luna​_id=​5076


    • Castor ha 5 anos minorcastorphoto
      4 de Setembro de 2012, 18:14

       

      Paulo Bernardo é um ministro fraquíssimo, para dizer o mínimo. Morre de medo das teles ou é conivente ($$$) com elas. Castor
      O setor de telecomunicações no Brasil é VERGONHOSO e o PB jamais fará algo para contrariar o interesse das teles que não são, absolutamente, o interesse dos consumidores brasileiros.


  • 81e8d9df607053a5049b2c7a98a1545b?only path=false&size=50&d=404Eugênio(usuário não autenticado)
    4 de Setembro de 2012, 17:59

    Rogério Santanna, o que está por trás da sua demissão...

    13/05/2010: Telebrás é questão de segurança nacional (Entrevista com Rogério Santanna)

    Novo presidente da Telebrás defende a recriação da estatal como forma de estimular a concorrência na internet de banda larga e proteger informações sigilosas do governo

    O objetivo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) vai muito além de levar concorrência ao setor e baixar o preço dos pacotes de internet rápida. É também garantir a segurança de informações sigilosas do governo, como no monitoramento das reservas do pré-sal. O argumento é de Rogério Santanna, em entrevista exclusiva ao Correio na noite de terça-feira, poucos minutos depois de ter recebido a notícia de que assumiria a Presidência da Telebrás. No reforço da Marinha brasileira em função das riquezas nos campos de pré-sal, os submarinos vão precisar conversar com a Aeronáutica. Como é que eles vão se falar? Por satélites comerciais ou eles vão usar redes que nós controlamos? Não dá para ser ingênuo, ressaltou.

    Defensor voraz da reativação da estatal para coordenar o PNBL, o ex-secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento assumiu o posto de presidente e de diretor de Relações com Investidores da Telebrás exatamente um dia depois de a Abrafix, associação das companhias de telefonia fixa, ter encaminhado carta à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) alertando para conflitos de interesse e uso de informação privilegiada pelos funcionários da Telebrás, que estão cedidos ao órgão. Santanna criticou diretamente as operadoras, que contrataram muitos ex-conselheiros da agência depois do curto período de quatro meses de quarentena. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

    No fundo, a questão é de segurança nacional

    Por que o Plano Nacional de Banda Larga é tão criticado, sobretudo pelo setor privado?
    Os fabricantes de equipamentos no Brasil consideram o plano uma ótima oportunidade de ver essa indústria revitalizada. O Brasil tinha mais de 60 empresas nessa área e hoje há pouco mais que 13, que sobreviveram porque têm boa tecnologia. Quem não gostou foram os que estavam em uma situação de monopólio na maior parte das cidades onde atuam. É estranho que se chame de mercado aquilo que é monopólio. Segundo a própria Net, só há concorrência em 184 cidades. Evidentemente, estão reagindo à entrada onde os pequenos provedores vão poder concorrer. Dizer que as regras mudaram não é correto. As regras que o ex-ministro (das Comunicações) Sérgio Motta estabeleceu na época das privatizações, que eram de estimular a competição, pouco a pouco foram esquecidas e nós voltamos para um ambiente de concentração e de controle por uma única empresa em mais de 2 mil municípios. Em 3 mil, não há nada.

    Então, houve falhas no processo de privatização?

    Eu sempre gosto muito de usar uma frase de um escritor gaúcho que respeito muito, que é o Luiz Fernando Veríssimo. Ele disse: Nada envelhece tão depressa quanto os futuros de antigamente. Os futuros de 10 anos atrás já envelheceram. Aquilo que nós pensávamos que ia ser o futuro das telecomunicações não se realizou. Ninguém sonhou que a internet ia ter essa dimensão que tem, que a telefonia celular ia ocupar esse espaço. São duas inovações que ninguém previu. Isso afeta muito o negócio e as operadoras estão envolvidas nesse processo. Elas têm que repensar. Nós temos que sair da posição de 60, onde nós estamos (no acesso à banda larga), para ter uma posição de 10º, de 5º, que é o nosso lugar na economia. Temos a telefonia mais cara do mundo.

    ÍNTEGRA no link: insi​ght-​labo​rato​riod​eide​ias.​blog​spot​.com​/201​0/05​/tel​ebra​s-e-​ques​tao-​de-s​egur​anca​.htm​l


    • Castor ha 5 anos minorcastorphoto
      4 de Setembro de 2012, 18:16

       

      Colocamos este blog e o blog redecastorphoto.blogspot.com.br a disposição do Rogerio Santanna. Castor


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