RodapéNews - 1ª Edição, 18/11/2012, Domingo (Infância Ultrajada: MILICANALHAS rotularam bebê como subversivo)
November 17, 2012 22:00 - no comments yet
(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
INFÂNCIA ULTRAJADA
HISTÓRIA DE ERNESTO CARLOS DIAS DO NASCIMENTO É TAMBÉM A DE CENTENAS DE CRIANÇAS DENTRO OU FORA DOS CÁRCERES, BANIDAS E EXILADAS, DURANTE A DITADURA MILICANALHA BRASILEIRA
Nasci em fevereiro de 1968, no bairro da Liberdade, em São Paulo. Minha mãe, Jovelina Tonello, trabalhava na prefeitura de Osasco e foi demitida durante a licença maternidade por causa da militância do meu pai.
Ele, Manoel Dias do Nascimento, era líder sindical. Em 1968, teve a prisão decretada e entrou na clandestinidade.
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Meu pai já era do Partido Comunista Brasileiro, e virou um dos fundadores da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), liderada pelo Carlos Lamarca.
Quando meu pai decide ir para a luta armada, minha avó resolve ir também. Ela fica com o Lamarca no vale do Ribeira, no sul do Estado, com três filhos adotivos para simular uma família normal na casa, que chamavam de "aparelho". Ela também ajudava o movimento costurando roupas para os militantes.
Meu pai fica organizando a guerrilha na capital. No dia 19 de maio de 1970, ele foi preso, quando estava no "ponto" para passar informações aos companheiros. Eu fui preso com minha mãe mais tarde, no mesmo dia, em nossa casa na Vila Formosa.
A gente vai para a Operação Bandeirantes, depois para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) e para a ala feminina do presídio Tiradentes. Eu só tinha dois anos de idade, mas já tinha carteirinha de subversivo.
Eu vi meus pais serem torturados e sei que também apanhei. Fui usado para ameaçarem meu pai. Isso está registrado em depoimentos.
Não tenho lembranças, só traumas. Meus pais não conversam sobre isso. Só soube dos detalhes quando voltei ao Brasil, em 1986.
Minha mãe foi várias vezes na Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo buscar documentos.
Nesse vai e volta, apareceu minha ficha num álbum do Dops de "terroristas e subversivos". Tem uma foto minha, aos dois anos, e está escrito que sou "subversivo".
Minha avó também tinha sido presa. Meus irmãos de criação, que estavam com ela, foram para o juizado de menores. Não sei por que eu não fiquei com eles. É isso que eu quero saber, o que se passou nesses 28 dias de escuridão na minha vida.
Caio Kenji |
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Ernesto Carlos Dias, que viveu 16 anos no exílio, em Cuba |
RESGATE
Saí da prisão com a minha vó. Ela estava na lista dos 40 presos políticos libertados em troca do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, que tinha sido sequestrado.
Nós saímos no mesmo resgate em que foram libertados o Fernando Gabeira, o Carlos Minc e outros companheiros, em 16 de junho de 1970.
Tiramos uma fotografia antes de embarcar para o exílio na Argélia. Eu e meus irmãos somos essas crianças que estão na foto. Não tenho nenhuma lembrança desse dia.
Ficamos um mês na Argélia e no dia 27 de julho de 1970 chegamos em Cuba. O objetivo era chegar no dia anterior, em comemoração ao aniversário da revolução cubana, mas por causa do mal tempo, partimos no dia seguinte.
Meus pais ainda ficaram presos aqui. Eles só foram resgatados no sequestro do embaixador suíço Giovanni Bücher, e foram para o exílio no Chile, junto com o frei Betto e o frei Tito.
Minha primeira lembrança é aos quatro anos de idade, quando eu morava em Cuba. Eu tinha muito medo de policiais, e minha tia Damaris, que morou com a gente no exílio, deu um brinquedo para um policial me entregar. Ele me deu um carrinho de corrida, brincou comigo, me botou em cima de uma motocicleta, e eu adorei. Quando ele foi embora, eu vi que era um policial. Essa é a minha primeira memória.
Só voltei para o Brasil definitivamente em janeiro de 1986. "Yo soy cubano, yo no soy brasileño" [eu sou cubano, eu não sou brasileiro]. A mim foi negada toda minha cultura, meus direitos civis.
Hoje os meus quatro filhos estudam essa história e veem a minha foto nos livros. Só que não fui só eu. Foram centenas de crianças que passaram coisas parecidas, dentro e fora dos cárceres.
Eu quero que levantem todas essas questões. Nós temos muitas crianças --que nem são mais crianças, alguns já estão na idade de se aposentar-- que viveram essa escuridão.
RodapéNews - 1ª Edição, 17/11/2012, Sábado (Caos na Segurança Pública em SP, Israel Genocida)
November 16, 2012 22:00 - no comments yet(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
EFEITO DA CRISE DE SEGURANÇA EM SP PODE SER DEVASTADOR PARA O PSDB, AFIRMA CIENTISTA POLÍTICO
GOVERNO ALCKMIN CONTINUA PARALISADO DIANTE DE AÇÕES GUERRILHEIRAS DAS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS - PCC E MILÍCIA, ENTRE ELAS -
Estadão
Hegemonia tucana em SP está ameaçada, diz analista
No comando do Estado de São Paulo desde a eleição de Mário Covas como governador, em 1994, o PSDB nunca viu a manutenção da administração paulista tão ameaçada como agora.
Essa é a avaliação do cientista político, professor e vice-coordenador do curso de administração pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marco Antônio Teixeira, que aponta dois fatores como justificativa: a estratégia de disputa eleitoral focada em lideranças mais experientes, sem a renovação dos quadros do partido e a crise de segurança pública que o Estado está enfrentando.
"O efeito negativo do prolongamento da crise na área de segurança sobre as eleições estaduais tende a ser devastador em termos eleitorais", avaliou Carvalho Teixeira, dizendo ainda que a crise deixou o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) "paralisado" e em posição "reativa" aos ataques do crime organizado
VIOLÊNCIA SEM FIM EM SP SE ESTENDE PARA O INTERIOR: NOITE DE 6ª E MADRUGADA DE SÁBADO
Suspeito de fazer arrastão no Rodoanel morreu em troca de tiros com a PM
Menino foi baleado na noite de quinta em São Bernardo do Campo.
Ligações em orelhão pediam para que bar fosse fechado na noite de sexta
Funcionários da empresa disseram ao G1 que ninguém se feriu
Cada veículo está avaliado em cerca de R$ 50 mil
Há uma semana, policiais ocupam principais entradas da favela do Simioni
Políciais suspeitam que vândalos teriam colocado fogo no carro
No auge da guerra contra o PCC, Estado corta adicional dos PMs
Em meio ao clima de ‘guerra civil’ provocado pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em todo o Estado, policiais militares do Vale do Paraíba tiveram redução nos vencimentos deste mês em razão de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). A corporação emprega cerca de 4.900 policiais na região.
Eles recebiam, pelo menos desde agosto deste ano, uma incorporação salarial que variava de R$ 100 a R$ 1.000, dependendo da patente e do tempo de serviço, conseguida por meio de liminar do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
Movida por duas associações da PM no Estado --a de Cabos e Soldados e a de Oficiais da Reserva e Reformados--, a ação beneficiava policiais de todos os postos e graduações, ativos, inativos e pensionistas.
A Procuradoria Geral do Estado recorreu da decisão ao STF e conseguiu, no final de outubro, a suspensão da tutela concedida pelo TJ.
Para reverter o pagamento no Supremo, o governo estadual alegou que o benefício causaria um rombo “bilionário” nas finanças públicas, da ordem de R$ 1,49 bilhão
http://www.ovale.com.br/nossa-regi-o/stf-reduz-vencimentos-dos-policiais-militares-1.344694
PRESÍDIOS E CADEIAS PAULISTAS SÃO BARRIS DE PÓLVORA PRESTES A EXPLODIR
DSP
Situação de calamidade pública nas prisões
Superlotação, condições de higiene precárias, violência física e psicológica constante, segregação social absoluta e ausência de amparo da lei.
Essas são as condições em que vive grande parte dos mais de 194 mil presos que estão nas penitenciárias do estado de São Paulo
http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/37899/Situacao+de+calamidade+publica+nas+prisoes
VETO AO INDULTO DE NATAL PODE AGRAVAR SITUAÇÃO NOS PRESÍDIOS
Jornal do SBT
Vídeo: MP de São Paulo quer vetar indulto de Natal aos criminosos do PCC
BAIRROS QUE SÃO ILHAS DE TRANQUILIDADE, POR ENQUANTO, EM SÃO PAULO
DSP
São Paulo tem 'ilhas' de tranquilidade
Bairros como Monções, Liberdade e Ibirapuera ostentam índices de criminalidade típicos de interior
http://www.redebomdia.com.br/noticia/detalhe/37938/Sao+Paulo+tem+%27ilhas%27+de+tranquilidade
O conteúdo da nota, certamente, levou em consideração que criticava, ao meu ver corretamente, a mesma instituição que decidiu brilhantemente sobre as pesquisas com células tronco e sobre a demarcação –que entendeu contínua- da reserva “Raposa Serra do Sol”, decisões que honram a parte da história democrática e humanista daquele Tribunal.
Nova agenda de Obama para o Oriente Médio
redecastorphoto
Na primeira conferência de imprensa em Washington, depois da reeleição, o presidente Barack Obama reiterou, na 4ª-feira, que sua “máxima prioridade” será a recuperação da economia dos EUA – “empregos e crescimento”. As únicas questões de política externa lembradas foram o problema do Irã e a Síria.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/nova-agenda-de-obama-para-o-oriente.html
EUA e China: uma nova dança
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Há quem diga que a disputa do século entre China e EUA já começou desde os Jogos Olímpicos de Londres. Depois do final da 2ª Guerra Mundial, os EUA já enfrentaram dois desafiantes políticos ou econômicos: a União Soviética e o Japão. Será agora a vez da China?
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/eua-e-china-uma-nova-danca.html
Pepe Escobar: “O que há de tão sexy em Benghazi?”
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O Pentágono do Amor – como no affair Petraeus-Broadwell-Kelley-Allen-agente-de-torso-nu-do-FBI – é farsa que continua a dar flor. O problema é que não se trata de sexo, mentiras & e-mails. Trata-se, sempre e só, de Benghazi.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/pepe-escobar-o-que-ha-de-tao-sexy-em.html
Netanyahu bombardeia o discurso de Obama
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Com as tensões aumentando hora a hora, dia a dia, e tropas e tanques israelenses avançando ameaçadoramente contra Gaza, o mundo começa a ver a língua bífida do presidente dos EUA, Barack Obama.
Gaza vai-se convertendo em teste limite do que Obama diz ser como estadista e do que não pode ser, se se considera a realidade política.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/netanyahu-bombardeia-o-discurso-de-obama.html
O fanatismo religioso de Israel
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O exército de Israel mudou o nome do mais recente ataque contra Gaza, aparentemente para esconder a motivação teológica.
O ataque começou com o assassinato (“targeted assassination”, assassinato predefinido) de Ahmed al-Jaabari (...). O assassinato, na vigência de um cessar-fogo, sugere fortemente que a guerra de Israel contra Gaza não será rápida.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/o-fanatismo-religioso-de-israel.html
Pepe Escobar: “Bombardear o Irã? Não. Bombardear Gaza? Já!”
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Tantas guerras a declarar, tão pouco tempo! Se você é líder político da nação mais militarizada do planeta [1] – como é o caso do primeiro-ministro de Israel Benjamin “Bibi” Netanyahu –, você tem de achar jeito de brincar com os brinquedinhos que tem.
Por mais que tenha a comichão, você não pode bombardear o Irã, porque você não tem as bombas-de-furar-montanhas certas nem tem capacidade para reabastecer os jatos de combate na velocidade necessária. E, para piorar, o presidente dos EUA, Barack Obama, reeleito, já disse que, daqui em diante, o caminho é diplomático; nada de bombas.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/pepe-escobar-bombardear-o-ira-nao.html
EUA defendem Israel: “Reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU”
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Vídeo-entrevista traduzida pelo pessoal da Vila Vudu
JESSICA DESVARIEUX (produtora da TRNN): Bem-vindos à The Real News Network. Sou Jessica Desvarieux, em Baltimore.
Semana muito importante para a ONU e os EUA. Temos hoje conosco Vijay Prashad, professor de Estudos Internacionais no Trinity College em Hartford, Connecticut. Dentre seus livros mais recentes estão Uncle Swami: South Asians in America e Arab Spring, Libyan Winter. Vijay é colaborador regular das revistas FrontlineeCounterPunch. Obrigada por nos receber, Vijay.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/eua-defendem-israel-reuniao-de-urgencia.html
Anonymous: #OpIsrael - Operação Israel
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Chegou ao conhecimento dos Anonymous que grupos conservadores e pró-Israel em toda a blogosfera estão tentando tirar vantagem de nossa Operação Israel, procurando firmar a opinião pública contra os Anonymous.
http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2012/11/anonymous-opisrael-operacao-israel.htmlRodapéNews - 1ª Edição, 16/11/2012, Sexta-Feira: Apagão na Segurança Pública em SP
November 16, 2012 22:00 - no comments yet
(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
ALERTA DA OAB EM NOVEMBRO DE 2011 FOI IGNORADO
Mais de 90 policiais militares já foram mortos desde o início do ano
Ataques em dez cidades deixam 14 mortos e oito veículos queimados
Municípios do interior têm ônibus incendiados, chacina e atentados contra prédios públicos.
Dez cidades de São Paulo foram alvo de ataques criminosos entre a noite de anteontem e ontem, com 14 mortos, veículos queimados e atentados contra prédios públicos, inclusive uma creche.
No interior, o caso mais grave ocorreu em Araraquara (a 273 km de São Paulo) com a morte de cinco pessoas em dois ataques. Em um deles, 22 tiros de pistola deixaram três mortos, na primeira chacina do ano na cidade.
Veículos queimados também se espalharam ontem por cidades fora da capital.
Em Leme (a 188 km de São Paulo), bandidos atearam fogo em uma creche, um posto da Guarda Civil, dois ônibus, dois carros e um caminhão.
Os ataques ocorreram após a polícia ter matado um homem que tinha tatuagem com referências à facção PCC.
Em Itatiba, na região de Campinas, a moto de um PM foi incendiada na porta do batalhão. Em Várzea Paulista, região de Jundiaí, dois ônibus foram queimados
A violência, antes concentrada em São Paulo e outras grandes cidades da região metropolitana, como Osasco, Guarulhos e municípios do ABC, avançou pelo interior.
Alckmin nega crise na segurança pública; ontem, cerca de 200 familiares de policiais protestaram na Paulista.
CHACINA EM ARARAQUARA E ATAQUES NA REGIÃO DE CAMPINAS
Folha - 16/11/2012
Tocava o hino nacional quando veio o tiroteio, em Araraquara (SP)
Na TV, era executado o hino nacional, antes do jogo de futebol entre Brasil e Colômbia, quando o som de tiros tomou a rua Prudente de Morais, no bairro Santana, em Araraquara.
Os pelo menos 22 disparos de pistola 9 mm deixaram pelo chão Luiz Rodrigo Dias, 33, Alessandro Régis Cruz, 33, e Guilherme Afonso de Souza Cimas, 23.
Foi a primeira chacina deste ano na cidade e a segunda na região desde 31 de outubro, quando sete foram mortos na vizinha São Carlos, na maior chacina do Estado em 2012.
Testemunhas viram três homens correndo pelas ruas, vestidos com roupas escuras e luvas pretas. Entraram em uma Meriva cinza e em um outro carro preto
"PLENOS PODERES": PM ASSUME PODER DE FISCALIZAÇÃO DA COMPETÊNCIA DE MUNICÍPIO
Folha - 16/11/2012
Moradores reclamam de PM ter fechado bares em favela de Ribeirão Preto
Comerciantes da favela do Simioni, na zona norte de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), reclamam da Polícia Militar, que, segundo eles, determinou o fechamento de oito bares do local na tarde desta quinta-feira (156).
O motivo alegado pela PM para o fechamento, segundo eles, foi por falta de alvará de funcionamento
PM X PCC X MILÍCIA: NESTA GUERRA, INOCENTES CONTINUAM SENDO ASSASSINADOS EM SP
Folha - 16/11/2012
Criança de 1 ano e outras seis pessoas são mortas na Grande SP
Uma criança de um ano e oito meses foi uma das vítimas de mais uma noite violenta na Grande São Paulo, que registrou pelo menos mais seis mortes e um ônibus incendiado nesta quinta-feira. O menino foi atingido por volta das 22h20 de quinta-feira (15) por um dos tiros disparados contra o carro onde estava com a mãe e o padrasto, na Estrada Galvão Bueno, no bairro Batistini, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).
FIDELIDADE À FACÇÃO E COBRANÇA DE DÍVIDAS PELO PCC
Estadão - 16/11/2012
PCC troca dívidas por execução de policiais e dá prazo de 1 dia para pagar
Três crimes desvendados nas últimas 24 horas mostram como a facção criminosa tem organizado atentados contra os agentes públicos
PAREM DE MATAR!
Bom Dia Brasil - 16/11/2012
Vídeo: Parentes e amigos das vítimas da violência pedem mais segurança em São Paulo
LEMBRANDO FATOS, ENTRE OUTROS EXISTENTES, OCORRIDOS HÁ MAIS DE UM ANO, QUE COMPROVAM OMISSÃO DOS GOVERNOS DO PSDB NO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO EM SÃO PAULO
AGOSTO DE 2011
Mensalão: Um Julgamento Político
November 15, 2012 22:00 - no comments yet
Mauro Santayana - Jornal do Brasil – Coisas da Política de16/11/2012
Enviado por Evaristo Almeida (Economia & Política)
O julgamento da Ação 470, que chega ao seu fim com sentenças pesadas contra quase todos os réus, corre o risco de ser considerado como um dos erros judiciários mais pesados da História. Se, contra alguns réus, houve provas suficientes dos delitos, contra outros os juízes que os condenaram agiram por dedução. Guiaram-se pelos silogismos abengalados, para incriminar alguns dos réus.
O relator do processo não atuou como juiz imparcial: fez-se substituto da polícia e passou a engenhosas deduções, para concluir que o grande responsável fora o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Podemos até admitir, para conduzir o raciocínio, que Dirceu fosse o mentor dos atos tidos como delituosos, mas faltaram provas, e sem provas não há como se condenar ninguém.
O julgamento, por mais argumentos possam ser reunidos pelos membros do STF, foi político. Os julgamentos políticos, desde a Revolução Francesa, passaram a ser feitos na instância apropriada, que é o Parlamento. Assim foi conduzido o processo contra Luis XVI. Nele, de pouco adiantaram os brilhantes argumentos de seus notáveis advogados, Guillaume Malesherbes, François Tronchet e Deseze, que se valiam da legislação penal comum.
O julgamento era político, e feito por uma instituição política, a Convenção Nacional, que representava a nação; ali, os ritos processuais cediam lugar à vontade dos delegados da França em processo revolucionário. A tese do poder absoluto dos parlamentares para fazer justiça partira de um dos mais jovens revolucionários, Saint-Just. Ela fora aceita, entre outros, por Danton e por Robespierre, que se encarregou de expô-la de forma dura e clara, e com a sobriedade própria dos julgadores — segundo os cronistas do episódio — aos que pediam clemência e aos que exigiam o respeito ao Código Penal, já revogado juntamente com a monarquia.
“Não há um processo a fazer. Luís não é um acusado. Vocês não são juízes, vocês são homens de Estado. Vocês não têm sentenças a emitir em favor ou contra um homem, mas uma medida de segurança pública a tomar, um ato de providência nacional a exercer. Luís foi rei e a República foi fundada”. E Robespierre, implacável, explica que, em um processo normal, o rei poderia ser considerado inocente, desde que a presunção de sua inocência permanecesse até o julgamento. E arremete:
“Mas, se Luís é absolvido, o que ocorre com a Revolução? Se Luís é inocente, todos os defensores da liberdade passam a ser caluniadores”. Os fatos posteriores são conhecidos.
O STF agiu, sob aparente ira revolucionária de alguns de seus membros, como se fosse a Convenção Nacional. Como uma Convenção Nacional tardia, mais atenta às razões da direita — da Reação Thermidoriana, que executou Robespierre, Saint-Just e Danton, entre outros — do que a dos montagnards de 1789. Foi um tribunal político, mas sob o mandato de quem? Quem os elegeu? E qual deles pôde assumir, com essa grandeza, a responsabilidade do julgamento político, que assumiu o Incorruptível? E qual dos mais exacerbados poderia dizer aos outros que deviam julgar como homens de Estado, e não como juízes?
Como o Tartufo, de Molière, que via a sua razão onde a encontrasse, foram em busca da teoria do domínio do fato, doutrina que, sem essa denominação, serviu para orientar os juízes de Nuremberg, e foi atualizada mais tarde pelo jurista alemão Claus Roxin. Só que o domínio do fato, em nome do qual incriminaram Dirceu, necessita, de acordo com o formulador da teoria, de provas concretas. Provas concretas encontradas contra os condenados de Nuremberg, e provas concretas contra o general Rafael Videla e o tiranete peruano Alberto Fujimori.
E provas concretas que haveria contra Hitler, se ele mesmo não tivesse sido seu próprio juiz, ao matar-se no bunker, depois de assassinar a mulher Eva Braun e sacrificar sua mais fiel amiga, a cadela Blondi. Não havendo prova concreta que, no caso, seria uma ordem explícita do ministro a alguém que lhe fosse subordinado (Delúbio não era, Genoíno, menos ainda), não se caracteriza o domínio do fato. Falta provar, devidamente, que ele cometeu os delitos de que é acusado, se o julgamento é jurídico. Se o julgamento é político, falta aos juízes provar a sua condição de eleitos pelo povo.
Dessa condição dispunham os membros da Convenção Nacional Francesa e os parlamentares brasileiros que decidiram pelo impeachment do presidente Collor. As provas contra Collor não o condenariam (como não condenaram) em um processo normal. Ali se tratou de um julgamento político, que não se pretendeu técnico, nem juridicamente perfeito, ainda que fosse presidido pelo então presidente do STF.
A nação, pelos seus representantes, foi o tribunal. O STF é o cimo do Poder Judiciário. Sua sentença não pode ser constitucionalmente contestada, mesmo porque ele é, também, o tribunal que decide se isso ou aquilo é constitucional, ou não.
A História, mais cedo do que tarde, fará a revisão desse processo, para infirmá-lo, por não atender às exigências do due process of law, nem à legitimidade para realizar um julgamento político.
O julgamento político de Dirceu, justo ou não, já foi feito pela Câmara dos Deputados, que lhe cassou o mandato.
A Difícil Tarefa de Prever Cenários Políticos
November 15, 2012 22:00 - no comments yet
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