Quinta-feira, 16 de agosto, foi um dia marcado por um acontecimento inusitado: mais de 350 jornais dos Estados Unidos publicaram editoriais contra o presidente Donald Trump, indignados com suas recorrentes acusações de que a mídia propaga notícias falsas (fake news) e é inimiga do povo. “Isso é perigoso para a democracia”, sustenta o New York Times. Será?
São muitos os exemplos, mas me parece suficiente recordar o comportamento da mídia estadunidense durante a guerra contra o Iraque em 2003. A notícia de que o governo Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa e protegia terroristas foi manchete dos principais veículos.
O fake news que o presidente Bush inventou para justificar a invasão do país árabe foi divulgado como incontestável verdade quando já se acumulavam os indícios de que era mais uma descarada mentira da Casa Branca, comprovada depois de consumado o crime imperialista da invasão e destruição do país, até hoje em frangalhos.
A guerra imperialista contra o Iraque ceifou cerca de 500 mil vidas e teve um custo global estimado em 3 trilhões de dólares pelo economista Joseph Stiglitz. Uma tragédia humana. O motivo real, de fundo, foi o petróleo, mas a mídia burguesa, cúmplice do imperialismo, sempre tratou de escamotear este fato. Os interesses de classe falam mais alto do que o suposto compromisso com a verdade.
Destino
Obama estava no Brasil quando ordenou o bombardeio da Líbia, que desde então foi entregue a grupos terroristas e traficantes de escravos. A mídia tratou de demonizar o líder líbio e respaldar o crime imperialista, procurando criar uma opinião pública favorável aos bombardeios. Agora se diverte tocando os tambores da guerra contra a Rússia de Putin e a China comandada pelos comunistas.
Donald Trump, que às vezes é retratado pelos jornalões como agente de Moscou, é quem está com a verdade nesta controvérsia. O chamado Quarto Poder, vezeiro e useiro em matéria de fake news, é um perigoso inimigo do povo, da democracia e da paz, apesar das aparências enganosas por ele próprio criadas e difundidas, que infelizmente habitam o senso comum.
Umberto Martins, é jornalista e autor do livro O golpe do capital contra o trabalho.