"O que ainda está por ser conquistado é a estabilidade do fluxo orçamentário dos investimentos públicos que não permita interrupções e a busca de alternativas de financiamento dos projetos estratégicos hoje existentes. Isto só será possível com a incorporação de toda a sociedade a estes desafios". com estas palavras, Jô Moraes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, abriu na tarde desta terça-feira, 19/05, o Seminário Segurança e Defesa: suas implicações para o desenvolvimento nacional. Na composição da mesa de debates, estiveram o deputado Carlos Zaratini (PT/SP) e a ex–deputada e atual assessora especial do Ministério da Defesa, Perpétua Almeida.
Jô Moraes coordena o seminário Segurança e Defesa: suas implicações para o desenvolvimento nacional / foto: Cláudia Guerreiro
Em seu discurso, Jô, que coordenou o debate, lembrou que é preciso transformar o tema Defesa Nacional em um assunto de toda a sociedade: "Este debate se insere no esforço de nosso país em formular um pensamento estratégico que tome como base o atual cenário global, o entorno geoestratégico brasileiro, as relações da defesa com a sociedade e os desafios para o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa".
Ela explicou que esta reflexão é feita em um momento de "prolongada crise internacional do sistema capitalista que produz duro impacto sobre as economias nacionais em todo o mundo e crescente instabilidade política e militar". Jô explicitou que a crise atual mostra a falência do modelo capitalista hegemônico que elevou a desigualdade social, contendo o avanço dos países em desenvolvimento e levando os países mais desenvolvidos à recessão e à estagnação. Neste contexto, a deputada reforçou que o grande desafio é relacionar esses problemas com a questão estratégica nacional. "É preciso transformar o tema Defesa Nacional, até então assunto exclusivamente militar, em tema de toda a sociedade, de todos os interessados nos destinos do país", pontuou.
A fala seguinte, feita pelo deputado Carlos Zaratini, destacou os projetos de defesa que são atualmente desenvolvidos pelas forças armadas e defendeu o deslocamento - com garantia de emprego e renda - de uma parte da população para a Amazônia. "Também julgo importante para a soberania nacional que nós tenhamos ativa a defesa do nosso oceano, a chamada Amazônia Azul, que é onde estão as nossas principais riquezas, como o petróleo, o desenvolvimento da pesca".
A assessora especial do Ministério da Defesa, Perpétua Almeida, reafirmou que o Brasil deve consolidar uma base industrial de defesa, capaz de atender as demandas das forças armadas de irradiar conhecimento, emprego e tecnologia em outros setores da economia. Abordando a importância do elo entre o parlamento, o executivo, as forças armadas, a sociedade e a indústria de defesa, ela mostrou que, não à toa, o Brasil recentemente sediou a LAAD, uma das maiores feiras de defesa e segurança da América Latina, cujo principal objetivo é promover produtos de segurança e defesa do Brasil, "para mim, esta é uma reação real de que o Brasil tem dado cada vez mais importância ao tema da defesa, da indústria da defesa e do desenvolvimento do país a partir desta perspectiva industrial".
Por Cláudia Guerreiro