Segundo Otávio Frias Filho, em artigo intitulado "A mórbida história da obsessão pelos zumbis", publicado em 01/03/2015 pela Folha de São Paulo:
"Quando certa mitologia irrompe e se dissemina assim, não demoram a aparecer interpretações que a associam ao espírito da época. As histórias de zumbi devem expressar, em termos de entretenimento ou arte pop, alguma angústia essencial, e coletiva que atravessa fronteiras."
E digo mais: parece que vivemos uma exaustão civilizatória. Um excesso de tudo. É como Marx e Engels caracterizaram a sociedade industrial: "possui civilização em excesso, meios de subsistência em excesso, indústria em excesso, comércio em excesso". Tudo isso nos leva a sonhos (ou, frequentemente, pesadelos) a respeito do fim do mundo como o conhecemos. Como bem disse o autor do texto, esta "angústia" se traduz nas produções da indústria do entretenimento. Basta observarmos atentamente. Nunca houve tantas séries com temáticas pós-apocalípticas ou que estruturam suas histórias sobre mudanças drásticas no cotidiano social dos personagens, que se veem obrigados a recriar a civilização: Lost, Jericho, The Walking Dead, Dead Set, Revolution, Battlestar Galactica, Falling Skies, Defiance, The Leftovers, The 100...