Mais um ano termina. Mais um ano começa. Mais um ano de mudanças e renovações.

Toda vez, repetidamente a cada novo ano, renovamos nossos votos. Até mesmo aqueles que se dizem incrédulos ou sem alguma denominação religiosa, de alguma forma espera algo bom do novo tempo que virá, quer seja para ele, quer seja para os seus. Para nós das comunidades de software livre, não seria diferente. Também almejamos melhores tempos.

Se olharmos para trás, vemos que 2012 foi um ano de grandes mudanças. De muitas revelações. Vimos sistemas mobile ultrapassarem outros líderes de audiência. Vimos plataformas que eram consideradas seguras serem violadas. Vimos ambientes novos serem publicados. Sistemas considerados robustos para servidores também se mostraram robustos como plataforma de games. Revelações bombásticas sobre privacidade e sobre o que usuário pode ou não fazer também foram expostas e apresentaram aos mais atentos, planos que nem sempre são esclarecidos em um primeiro momento. Novos smartphones foram lançados com performance de seus irmãos mais velhos e maiores. O telefone mudou. O smartphone mudou. O tablet mudou. Talvez tenham se tornado um só. E este é só o começo…

Mudanças são, de fato, algo que nem sempre o ser humano encara com bons olhos. A resistência a mudança é um dos principais fatores de sucesso (ou fracasso) em migrações de sistemas. A mudança sempre chega, e nem sempre quando a gente quer ou espera. Mas talvez deva ser assim. Ao mudar, saímos de nossa zona de conforto e inércia, para seguirmos adiante ou para trás, tudo depende…

Mas e 2013?! O que ele trará de novo? Sinceramente, não perderia meu tempo esperando a resposta. Ao invés disso, encontraria eu mesmo a resposta, através de meus atos e da minha vontade de seguir. Talvez esteja na hora de um novo sistema operacional aparecer, do novo game revolucionário tomar conta dos jovens (e adultos), do novo app que fará tudo aquilo e muito mais. Talvez seja o seu colega aí do lado que lançará na *store um novo aplicativo desenvolvido por sua startup que mudará a vida das pessoas e a forma como elas se relacionam. Ou não. Talvez 2013 seja um ano banal e insonso, mas isso vai depender de você, tenha certeza disso.

Já imaginou?! Talvez 2013 traga a queda do império. E com esta queda, a ruína de vários outros impérios… Talvez você seja o responsável por essa ruptura e pelo novo império que se ergue.

Mas notaremos as mudanças realmente importantes quando conseguirmos olhar para trás e enxergar o que fizemos de bom (e de ruim). A notícia de um novo ano revela um momento propício para que isso aconteça. É quando olhamos para trás e vemos tudo que mudou, tudo que poderia ter sido melhor e o que poderia ter ocorrido de pior. Não chamo isso de “lamentar o ocorrido” ou “chorar o leite derramado”. Chamo isso de reflexão, algo que a maioria de nós simplesmente esqueceu como se faz. Sempre é tempo de refletir, renovar, sempre é tempo de mudar. E o conceito do código aberto e do software livre pode tornar isso possível. Pense no que você pode mudar, adaptar, corrigir e distribuir… pense nas possibilidades. Uma nova sociedade pode nascer a partir disso.

O nosso mundo não acabou, ou até tenha acabado para alguns poucos, e isso vai depender do seu ponto de vista. Para aqueles que acreditam que ele não acabou, seria importante aproveitar que ele ainda está aqui e torná-lo um lugar melhor para (sobre)vivermos até o amanhã. Mas antes de tentar mudar o mundo ou mudar o que seu vizinho usa (ou deixa de usar), que tal você começar a mudar? Seja você o agente da mudança e se encarregue que ela seja melhor do que a atual realidade. Mude seus hábitos, mude sua vida. Esqueça o jargão “em time que está ganhando não se mexe”. É através das inquietações e mudanças que o mundo chegou aonde chegou. Torne-se inimigo da inércia. Enterre-a junto com todas as suas aflições e amarguras. Aproveite 2013 como se fosse o único e o seu último ano. Afinal, os maias podem ter errado apenas um caractere na contagem. Considere isso: já se foram encontrados inúmeros erros relacionados a datas ao longo da história. A profecia maia pode ser mais uma delas.

Um forte abraço a todos, e sem alarmismo, tornemos-nos agentes da mudança e da renovação.

Por João Fernando Costa Júnior