O número de organizações de notícias sem fins lucrativos em plataformas digitais continua a crescer nos EUA, mas muitas delas ainda lutam para encontrar um modelo de sucesso a longo prazo. Um novo estudo do Pew Research Center concluiu que estas organizações estão descobrindo como diversificar suas fontes de financiamento, mas a maioria depende de doações de fundações (75%) e indivíduos (71%) para sobreviver.
Foram examinados o modelo administrativo, foco editorial e saúde financeira de mais de 170 organizações de notícias online no país. Entre estas organizações estavam sites com foco em notícias nacionais e locais, além de páginas dedicadas a temas específicos, como jornalismo investigativo, política e meio ambiente.
O cenário geral encontrado pelo estudo é misto. Há crescimento entre estes sites, mas muitos sofrem com a falta de recursos necessários para ampliar suas operações e garantir algum tipo de segurança financeira. Eles tentam, cada vez mais, encontrar novas maneiras de obter recursos. A maioria indicou que arrecadou 500 mil dólares ou menos em 2011. Mais da metade disse ter pelo menos três fontes de receita.
Frutos da crise
Ainda há dúvidas sobre a viabilidade, a longo prazo, do modelo de financiamento por doações de grandes fundações. No total, três quartos das organizações afirmaram que recebem atualmente verba de fundações. Pelo menos 61% das organizações disseram que o dinheiro de doações foi responsável por um terço de seu financiamento inicial, mas apenas 28% disseram que estes financiadores renovaram a doação.
Além das fundações, muitas organizações adotam uma combinação de publicidade (ou patrocínio de empresas, como é chamado por algumas delas), eventos e parcerias de mídia. Mas quando comparada ao dinheiro gerado pelas doações, a fatia destas outras fontes ainda é pequena.
Muitos dos sites foram fundados durante ou logo após a recessão nos EUA, quando muitos jornalistas perderam seus empregos e acabaram se aventurando em modelos alternativos de jornalismo. O crescimento deles chamou a atenção da Receita Federal americana, que estaria sendo mais rígida no processo de concessão do status 501(c)(3) – que garante isenção de impostos para doações – para este tipo de organização. Mas apenas 11% das organizações pesquisadas disseram ter tido problema com a Receita.
Ainda segundo a análise do Pew, os números sugerem que alguns grupos que conseguiram o status 501(c)(3) estão indo melhor do que os outros: tendem a ter múltiplas fontes de financiamento, além de orçamentos e equipes maiores do que grupos que dependem de outras organizações.
Alguns dados encontrados pelo estudo:
** A maioria das organizações emprega até cinco pessoas.
** Mais de um terço têm como foco notícias do estado, seguido por notícias locais e, depois, pelas notícias nacionais.
** 26% delas cobrem notícias de interesse geral, com o resto dividido entre temas como saúde, meio ambiente e governo.
** Muitos dos sites continuam a ver crescimento de público: 79% dos veículos sem fins lucrativos disseram que seu tráfego aumentou no último ano, e um quarto dos sites reportaram crescimento de mais de 75%.
** Um dos maiores problemas vistos pelos membros das organizações sem fins lucrativos é “encontrar tempo” para administrá-las (62%) – a maioria disse que dedica de 10 a 24% do seu tempo para este fim.
** Há um senso de otimismo: 81% acreditam que terão estabilidade em cinco anos.
Com informações de Observatório da Imprensa.
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