A Microsoft assinou um termo de cooperação com o Estado de São Paulo que vai dar acesso gratuito aos pacotes Office para os cerca de 4,3 milhões de alunos matriculados na rede estadual de ensino, informou o secretário da Educação, Herman Voorwald.
O acordo, anunciado na quinta-feira (31) pelo secretário e o presidente da empresa americana no Brasil, Mariano de Beer, tem o objetivo de disponibilizar conteúdos digitais sem custo para capacitar os alunos das escolas estaduais.
Os estudantes terão acesso ao Office 365 ProPlus, que custaria R$ 24 mensais.
“A parceria complementa as ações focadas em disponibilizar ferramentas digitais atreladas ao currículo dos alunos”, disse Voorwald.
Segundo a Secretaria de Educação, a parceria irá articular alguns outros projetos da capital paulista como o Acessa Escola, que é um programa de inclusão digital e de acesso livre à internet nas escolas, e a Evesp (Escola Virtual de São Paulo), que disponibiliza plataformas digitais com cursos de idiomas e preparatórios on-line.
No entanto, segundo o especialista em software livre e professor Edson Silva, o governo do estado “está vendendo o serviço à Microsoft”, porque a parceria é uma forma de forçar o uso do software privado, porque os programas da empresa americana “são mais fáceis de piratear”, explicou à Efe.
Para o professor, o software livre proporciona mais liberdade de acesso, mesmo tendo uma interface de interação mais difícil de usar do que o da Microsoft.
“Não se deve viciar em uma forma de organização de janelas, pasta do desktop, e o Windows faz isso. Isso amarra as pessoas profissionalmente, elas devem ter liberdade para escolher o tipo de tecnologia irão utilizar no dia a dia, já que a lógica da programação é a mesma”, afirmou Silva.
O professor ainda destaca que o software livre é uma opção de investimento que tem custo, mas garante essa “liberdade” de interação com a tecnologia e a diminuição da pirataria comum ao campo da computação.
“Se a empresa libera gratuitamente os programas do pacote Office é uma maneira de tornar os alunos dependentes dessa corporação, e os governos devem ajudar nessa mudança de comportamento cultural, incentivando o não pagamento de altas licenças de programas”, ressaltou o especialista.
Com informações da Folha.
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