Em junho deste ano, o Google apresentou uma prévia da nova versão de seu sistema operacional móvel, conhecida por enquanto como Android L. Além de mudanças no design, a plataforma promete ser ainda mais leve que o Android KitKat, permitindo que um número maior de dispositivos se atualizam com o mesmo software. Enquanto isso não acontece, novos aparelhos equipados com o sistema não param de chegar e, consequentemente, aumentar a fragmentação do robozinho verde.
Esse é o resultado da “Android Fragmentation Visualized”, uma pesquisa recente feita pela OpenSignal, empresa de consultoria que mapeia dados do mundo mobile por meio de um aplicativo próprio que leva o mesmo nome da companhia. Pelo fato de utilizar informações captadas diretamente dos usuários que baixam seu app, e não de operadoras de telefonia móvel, a entidade detectou que existem pelo menos 18.796 dispositivos diferentes rodando Android até agora.
Para se ter uma ideia da fragmentação da plataforma, no ano passado o mesmo relatório contabilizou 11.868 aparelhos com o sistema da gigante das buscas. A diferença é ainda maior se esses mais de 18.000 gadgets Android forem comparados a 2012, quando havia apenas 3.997 aparelhos diferentes no mercado. Essa tabela abaixo com todos esses quadrados coloridos mostra uma quantidade insana de dispositivos com Android.
Como você viu, o Galaxy S III, lançado em 2013, é o smartphone mais popular que roda a plataforma. Já esta outra tabela abaixo exibe as empresas que mais possuem aparelhos Android no mundo. A Samsung aparece na frente, com 43% de participação no mercado (contra 47,5% do mesmo período de 2013), seguida pela Sony, com apenas 4%. Outras corporações, como LG, Motorola e Huawei também figuram no ranking, mas não se comparam à sul-coreana responsável pela linha Galaxy: para cada 13 dispositivos Android, 12 são da Samsung.
De acordo com a OpenSignal, somente 20,9% de todos os aparelhos com Android estão com a versão mais recente do software, a KitKat, mas a maioria ainda utiliza a Ice Cream Sandwich 4.0. O estudo ainda aponta que 14% dos consumidores fazem uso de versões mais antigas do sistema, como a Gingerbread (2.3) ou a Frozen Yogurt (2.2), ambas de 2010.
Obviamente, as comparações do Android com o iOS, seu principal rival, são inevitáveis. O sistema móvel do Google pode dominar o mercado de tablets e smartphones com folga, mas a fragmentação nos dispositivos da Apple é quase ínfima se comparada ao Android. Tim Cook, CEO da Maçã, revelou em junho na WWDC 2014 que 9 em cada 10 gadgets (91%) da empresa possuem a versão mais recente de seu sistema operacional, o iOS 7. Apenas 1% dos usuários da Apple possuem em seus aparelhos versões ultrapassadas da plataforma móvel da companhia.
Outro dado citado pela OpenSignal é que essa fragmentação prejudica o trabalho de desenvolvedores de aplicativos. Pelo fato de estar presente em milhões de tablets e smartphones com diferentes tamanhos e configurações (hardware), o software às vezes não oferece suporte para ferramentas e apps criados por esses profissionais, que constantemente precisam otimizar seus projetos para rodar em diferentes versões do Android.
Por outro lado, a empresa de consultoria diz que a fragmentação também é benéfica para o sucesso da plataforma. “Apesar dos problemas, a fragmentação também traz inúmeros benefícios – para desenvolvedores e usuários. A disponibilidade de aparelhos Android baratos significa que possuem um alcance global superior ao iOS, e assim os desenvolvedores têm a oportunidade de chegar a uma audiência muito maior”, diz o relatório. O Android é hoje o sistema móvel dominante e isso só ocorre devido a sua fragmentação”.
O estudo completo (em inglês) pode ser visualizado neste link.
Fonte: CanalTech
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