E se fosse possível para a humanidade construir um computador que funcionasse igual a um cérebro humano? As possibilidades seriam enormes, certo!? Para citar alguns exemplos da gama de possibilidades com a criação de um cérebro artificial, o feito poderia contribuir com uma ferramenta que ajudasse a humanidade a inventar novas formas de maquinário industrial. Poderíamos até mesmo projetar carros completamente autônomos e pensantes, e até mesmo teríamos a possível existência de novos tipos de appliances residenciais. Talvez uma porta que tenha o prazer de abrir passagem para você em sua casa?
Mas o que parece sonho, deve se tornar realidade em muito pouco tempo. Um novo projeto na Europa espera poder criar um cérebro artificial com todo o poder necessário dentro dos próximos 10 anos. O mais interessante é que essa empreitada já possui fundos suficientes para tentar tornar realidade essa ideia. O Human Brain Project (HBP) começou a funcionar oficialmente no dia 7 de Outubro deste ano de 2013, em uma conferência na Suíça. Assim sendo, nos próximos 10 anos cerca de 80 instituições científicas e ao menos 70 entidades governamentais em toda Europa irão se unir para a criação esse “cérebro artificial”. Para se ter uma ideia de valores, o projeto deverá custar algo em torno de € 10 bilhões (algo como US$ 1,3 bilhões), um montante muito pequeno para um projeto tão audacioso e considerado tão a frente do seu tempo.
Reestruturação Completa
Para um valor tão pequeno como esse – sendo considerado suficiente para um projeto dessa magnitude – apenas mostra que já temos a tecnologia disponível para alcançar esse objetivo. Outro ponto importante a se destacar é que o produto final não poderá ocupar um prédio de 25 andares. Afinal, o HBP quer embarcar os pequenos possantes (e pensantes) em veículos, em appliances residenciais, e assim por dinate. Talvez o primeiro protótipo não deverá passará de um metro cúbico de volume, e seus sucessores comerciais muito menores que isso (talvez algum dia até menores em volume que nossos próprios cérebros).
Outro ponto interessante é que para fazer um cérebro humano (com a capacidade de um cérebro humano) é preciso repensar o atual hardware como um todo – estruturalmente e fundamentalmente falando. Atualmente nossos computadores são construídos apenas para terem “força bruta” e sem um mínimo de “capacidade pensante”. Se formos avaliar a estrutura dos atuais computadores em relação a cérebros de diferentes espécies, talvez eles sejam menos capazes que uma formiga em “capacidade cognitiva”. Mas uma formiga saturada com esteroides. Outro problema é o alto consumo de energia, mesmo com as atuais tecnologias de redução de tamanho de transistores já quase alcançando seu limite de miniaturização. Não é somente reduzindo os componentes que criaremos computadores cada vez melhores. É preciso repensar toda a intercomunicação de seus componentes básicos… e porque não até inventar novos.
Extrapolações a parte…
Acredito que, com a nossa atual tecnologia, se pegássemos toda essa “força bruta” (i. é: a forma como os atuais computadores são construídos) e reorganizássemos tudo com o objetivo de simular um cérebro humano, obteríamos um produto pelo menos dez vezes mais rápido que os mais potentes computadores da atualidade. Porém, a “capacidade cerebral” resultante seria de no máximo 10 por cento do que um cérebro humano é capaz. E olha que ainda dizem que nós, humanos, não utilizamos mais do que 10 por cento de nossa “real” capacidade cerebral. Convertendo isso em valores, esse computador seria um cérebro eletrônico com a capacidade de apenas 1 por cento do total (e ainda gastando muita energia para funcionar).
Mas se formos aplicar as novas tecnologias existentes, como o uso de memristores (você pode processar e armazenar os sinais ao mesmo tempo), e ainda utilizarmos nanotubos na constituição dos chips – tecnologias hoje já consideradas viáveis mas ainda em escala laboratorial – poderíamos em menos de 10 anos criar um hardware com uma estrutura organizacional (ainda) binária que poderá funcionar como um cérebro humano em sua atual capacidade. Mas esse produto final não deve ser tão econômico e otimizado como o nosso cérebro, precisando ainda de uma boa quantidade de eletricidade para funcionar no seu dia-a-dia. Outro problema fundamental é o tamanho (ou volume) do produto final. E para alcançar o patamar da criação de um cérebro tão eficiente (ou mais) que o humano e com um consumo energético similar, talvez precisamos de mais 10 anos acima desse prazo inicial.
Outro problema é pensar em como manter ele funcionando sem parar. Se você estiver simulando um cérebro com a construção de um hardware específico, devem ser pensadas maneiras de manter o conjunto-da-obra funcionando 24/7 (24 horas por dia, 7 dias por semana) non-stop. Afinal, as consequências de se desligar um cérebro a toda hora seriam desastrosas para o projeto com um todo. Analogamente, não se desligam os cérebros das pessoas, muito menos existem etapas de não-processamento. Um cérebro humano nunca fica em modo de espera e nosso ambiente ao redor nos mantém bombardeados com informações a todo momento. Assim sendo,um cérebro humano funciona 24/7, quer você esteja acordado correndo uma maratona, quer você esteja dormindo (ou em coma no hospital). Um cérebro humano nunca para, e se formos criar um computador que simule um cérebro, devemos pensar igual, criando uma mente artificial que nunca desliga.
Computadores Quânticos e Futurologia
E se algum dia realmente conseguirmos criar um computador quântico de verdade, e o reorganizarmos na forma funcional de um cérebro humano, perderemos de vez a corrida intelectual para as máquinas. Mas o buraco ai é mais embaixo, pois um computador quântico de verdade não funciona de forma binária. Para ele vale 0, ou 1, ou ambos, ou quaisquer valores entre esses dois números. Com certeza, criar um sistema operacional para fazer um computador quântico de verdade funcionar será uma obra Hercúlea a parte.
E já que estamos nos perdendo em previsões “além-da-imaginação”, algum de vocês teria uma ideia de como um computador positrônico realmente funciona? E como seria possível construir um? Deixem suas opiniões nos comentários abaixo.
Com informações de Slashdot e Under-Linux
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