Os produtos da Microsoft continuam enfrentando dificuldades na China. De acordo com a agência de notícias Reuters, o navegador Internet Explorer e o reprodutor multimídia Windows Media Player agora são alvos da investigação antitruste liderada pelo governo chinês. Como consequência, o país pode revisitar a questão do agregamento de softwares no centro de reclamações antitruste que foram registradas anteriormente contra a companhia no Ocidente.
A Administração do Estado para a Indústria e o Comércio (SAIC) suspeita que a Microsoft não está sendo totalmente transparente com informações sobre as vendas do Windows e do pacote Office. À medida que o sistema operacional se tornava a plataforma dominante em PCs, nas décadas de 1990 e 2000, a questão de como a empresa agrupava o IE e o Media Player se tornou o foco de casos antitruste apresentados por autoridades nos Estados Unidos e na Europa.
Agora, a mesma situação se repete na China, onde o Windows domina o mercado de sistemas operacionais com 95% de presença. Contudo, as investigações podem se estender para além do pacote do reprodutor de mídia e do navegador, disse You Youting, sócio da Shanghai Debund Law Offices. “É possível que o governo não tenha sido bem-sucedido em encontrar o que buscava, mas, ao começar com estes dois produtos, isso dá tempo a eles”, comentou.
Sem revelar detalhes, Zhang Mao, diretor da SAIC, afirmou em uma coletiva em Pequim nesta terça-feira (26) que autoridades chinesas suspeitam que a empresa americana é responsável por práticas “problemáticas na distribuição de seu navegador de internet e de seu reprodutor multimídia”, além das já citadas “supostas práticas de monopólio” relacionadas ao Windows e ao Office.
Em julho deste ano, autoridades do governo chinês visitaram os escritórios da empresa em quatro cidades (Pequim, Xangai, Cantão e Chengdu), mas até então não se sabia o que teria motivado as investigações. Na época, fora as suspeitas antitrustes, sites estrangeiros disseram que o governo suspeitava que a Microsoft colaborava com a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) na captação de dados e comunicações de serviços como o Outlook.com, SkyDrive e Skype. Essa foi uma das afirmações feitas no ano passado pelo ex-técnico da agência, Edward Snowden. Assim como o caso do Internet Explorer e do Media Player, a Microsoft preferiu não comentar sobre o caso, negando as acusações.
Outro problema enfrentado pela companhia em território chinês aconteceu em maio deste ano, quando o governo chinês anunciou a proibição do sistema Windows 8 em todos os computadores de instituições oficiais do país. Segundo as autoridades, a decisão aconteceu como parte de uma campanha de contenção de gastos, que também teme falhas de segurança recorrentes na plataforma da Microsoft para computadores.
Inclusive, o Windows 8 é outro produto olhado com desconfiança pelo governo chinês. Semanas depois dessa decisão, a TV estatal CFTV exibiu um programa no qual vários especialistas afirmavam que o software havia sido utilizado para obter informações confidenciais dos usuários chineses. A mesma emissora também indicou problemas de segurança no smartphone da Apple, o iPhone, mas a gigante de Cupertino também negou as acusações.
Com informações de Canaltech.
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