Jogos, automação de força de vendas e outros aplicativos chegam a dispositivos de menos de R$ 500, com tecnologia Java.
Nem só de Android e iOS vivem os desenvolvedores de aplicações móveis. Com o objetivo de conquistar novos desenvolvedores em JME (Java microedition) a Nokia realizou uma série de oficinas durante o Just Java 2012, com estudantes de programação, inclusive de cursos técnicos do ensino médio.
Os aplicativos em JME atendem à categoria intermediária de dispositivos móveis, conhecida como feature phones. Com menos recursos, e custo, que os smartphones, esses aparelhos têm capacidade suficiente para rodar uma JVM (máquina virtual Java). Mais do que esse escalonamento para baixo, a JME traz ainda uma universalidade aos aplicativos, diferente do modelo proprietário de sistemas como da Apple ou da Google. Ou seja, um aplicativo JME roda em qualquer dispositivo com uma JVM.
“Há uma grande parcela da população que não tem smartphone, mas pode pagar R$ 1,99 por um aplicativo”, constata Yara Senger, representante da JCP (Java Community Process) no Brasil. Ele menciona que a comunidade Java na Índia, pela configuração daquele mercado, é particularmente avançada em desenvolvimento de aplicativos com JME. Contudo, ela lembra que o potencial de abrangência do Java vai além dos celulares. “O mesmo conceito de desenvolvimento está indo para o mercado de aplicativos para aparelhos de TV, que hoje contam com uma JVM”, exemplifica.
Marlon Luz, evangelista da Nokia, informa que 73% dos aplicativos comprados na loja virtual da Nokia são em JME. Do total de 125 milhões de downloads no Brasil, 55% são para celulares da série S40 (que se enquadram no conceito de feature phones).
Durante as oficinas, os participante do Just Java colocaram a mão na massa e criaram aplicativos como, por exemplo, um jogo de soletrar. O exercício incluía também a publicação na loja e a divulgação em mídias sociais. Também foram abordadas as formas de ganhar dinheiro com esse desenvolvimento. “A forma tradicional de lidar com o canal de vendas não é tão aceita no Brasil. Uma alternativa é usar uma das APIs (interface de programação) que permite o conceito de Freemium (free+premium) – o usuário ganha grátis um conjunto limitado de funções e, se gostar, clica em um botão com a opção de compra”, exemplifica.
Alessandro Barbosa, desenvolvedor do Instituto Nokia de Tecnologia (INdT), conta que a JME tem sido uma alternativa para aplicações corporativas. Ele lembra que já apoiou o desenvolvimento de aplicativos de coleta de dados de medidores, para funcionários em campo de uma companhia de energia, que migrou de Palm para celular. Alessandro destaca que o mesmo https, usado em serviços como Internet banking, pode ser usado para acrescentar segurança às aplicações móveis.
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