Java permite interfaces avançadas e menor dependência da conectividade, sem perder a universalidade das aplicações em nuvem
Combinar os melhores conceitos das aplicações cliente/servidor (como processamento e armazenamento local) às vantagens da computação em nuvem é um dos principais atrativos ao desenvolvimento com JavaFX, uma plataforma baseada em Java script, que permite a criação de aplicações multimídia para desktops, celulares e outros dispositivos com suporte a Java.
“A web, que foi originalmente feita para compartilhamento de conteúdo em hipetexto, se tornou a grande plataforma para entrega e execução software. Com JavaFX e JRE (Java runtime environment), podem-se construir aplicações muito ricas, com excelente performance”, diz Stephen Chin, especialista em RIA (interface rica de aplicações) da Oracle. “E é muito divertido desenvolver com JavaFX”, acrescenta.
Com JavaFX, os programadores podem montar aplicações cheias de funcionalidades e menus customizados, que rodam dentro do browser, em desktops, dispositivos móveis e outros ambientes de execução. Entre as facilidades, a linguagem, desenvolvida pela Oracle, inclui plugins para Photoshop e Illustrator, da Adobe – os leiautes gráficos criados com essas ferramentas são automaticamente convertidos em JavaFX Script, com a preservação total do aspecto visual. Outro grande apelo é a facilidade de reaproveitamento do código na criação de versões do aplicativos otimizadas para os recursos gráficos de cada dispositivo. “É muito fácil derivar funções dos aplicativos com interface de texto”, menciona Stephen.
Bruno Souza, representante da JCP (Java Community Process) no Brasil e diretor da Tools Cloud, reconhece que há um ciclo de centralização e descentralização do modelo de computação, embora cada um desses movimentos seja bem diferente dos anteriores. “Começamos com o modelo totalmente centralizado do mainframe e passamos pelo modelo totalmente distribuído do cliente/servidor. A web retomou a centralização, mas não de forma absoluta. Agora, aumentamos o processamento local, mas isso não quer dizer que vai rodar tudo no desktop”, pondera.
Para citar um exemplo amplamente conhecido, Bruno menciona o GoogleDocs, um ambiente de produtividade em nuvem, baseado em Java script. “Eu moro em Cotia e usava Internet com conexão 3G. Se a cada carácter que eu digitasse os dados tivessem que ir e voltar do servidor (como acontece com o protocolo SNA, do mainframe), a latência (o represamento de pacotes na rede) tornaria o trabalho inviável”, explica.
Mais do que permitir interfaces mais ricas para as aplicações, as soluções desenvolvidas sobre HTML 5 e Java script permitem a criação de um cache local, para que a sessão continue mesmo que a conectividade seja instável.
Como em qualquer área da atividade humana, em TI a história jamais se repete. Todavia, muitas novidades parecem remissivas aos veteranos. Por exemplo, Bruno conta que já viu aplicações em Java script, gigantescas, em que até a camada de banco de dados roda em uma mesma página HTML. É algo que remete ao velho Clipper, para os profissionais que têm idade e memória para lembrar disso.
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