O WikiLeaks se uniu mais uma vez ao esforço de divulgação de provas de espionagem realizada pela NSA, afirmando agora que a agência intercepta praticamente todas as chamadas telefônicas realizadas no Afeganistão. O trabalho, segundo o site, é realizado sejam os usuários suspeitos de terrorismo ou não e integra o programa de metadados da agência.
Informações sobre esse assunto já haviam sido publicadas no início da semana pelo The Intercept. Na ocasião, o veículo disse que o órgão coletava todas as ligações realizadas nas Bahamas e em um segundo país, que não seria divulgado para evitar riscos às tropas localizadas nele e garantir que não haja uma escalada da violência no território.
O WikiLeaks, porém, refuta tais alegações, afirmando que a NSA já utilizou esse tipo de argumento para tentar evitar a revelação de dados sigilosos anteriormente. De acordo com o site, que revela documentos confidenciais com certa frequência, todas as chamadas locais e internacionais no Afeganistão são coletadas pela agência de segurança nacional mesmo que não exista nenhum tipo de indício contra os usuários grampeados.
O mesmo programa de coleta de dados seria aplicado em nações como o México, Quênia e Filipinas, mas de forma menos ostensiva. Ainda assim, o trabalho constitui flagrantes violações de privacidade dos cidadãos, já que a coleta acontece de maneira indiscriminada e, como se tornou comum, sem ordens judiciais.
Para o WikiLeaks, informações desse tipo já foram vazadas antes e não houve o tal aumento de violência, por isso a organização julga que esse é o mesmo caso de agora. Além disso, cita seus anos de experiência com ameaças e afirmações falsas como estas, normalmente utilizadas para evitar a publicação de material sigiloso.
Além disso, na declaração, o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, categorizou a tentativa de ocultar a informação como um ato de censura. Segundo ele, não é dever da imprensa proteger os Estados Unidos ou o Afeganistão. Para ele, negar aos cidadãos daquele país o direito de saber que estão tendo sua privacidade violada é compactuar com as práticas ilegais que estão sendo utilizadas pelo governo.
As novas informações se assemelham às divulgadas anteriormente e citam um programa capaz de capturar 100% das ligações realizadas, que ficam disponíveis para serem ouvidas por analistas por até um mês após sua realização. Nas Bahamas, a operação buscava traficantes de pessoas e drogas, enquanto no Afeganistão, como já dá para imaginar, a ideia é combater o terrorismo, apesar de não existirem relatórios comprovando que esse seria efetivamente o caso.
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