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Privacidade passou a ser um bem de consumo?

March 5, 2014 17:47 , by Unknown - 0no comments yet | No one following this article yet.
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privacy

Antigamente, a privacidade era um “direito adquirido”: toda e qualquer pessoas tinha a a sua vida implicitamente privada a não ser que estivesse num local público. Hoje em dia, não só isso não acontece… como começamos a pensar e aceitar que seja normal que assim não seja – e que se tenha que pagar para recuperar parte dessa privacidade.

Nem vamos falar daquelas pessoas que querem privacidade mas são as primeiras a partilhar com o mundo, no Foursquare, Facebook e demais redes sociais, tudo o que fazem e por onde andam. Vamos olhar para casos menos extremos… o simples acto de carregar um smartphone no bolso faz com que o operador (e eventualmente as autoridades) tenham acesso aos locais por onde andamos e que chamadas fizemos. Em casa, o tradicional porto de abrigo da nossa privacidade, temos os operadores de cabo e internet que sabem tudo aquilo que vemos através das suas “boxes” e por onde navegamos e o que fazemos na internet. E mesmo os próprios serviços gratuitos na internet, dos Facebook aos Gmails… usam e dissecam todos os dados que conseguem obter sobre nós para conseguirem fazer dinheiro à nossa custa… afinal… não se tratam de serviços que funcionam por caridade, e o seu objectivo continua a ser… dar lucro!

Claro que para tudo há soluções, para todos os níveis de preocupação e/ou paranóia. Desde capas de celular que bloqueiam os sinais de rádio para que se fique indetectável quando se deseja, escapando até aos RFID e outros sistemas que poderiam funcionar mesmo sem a bateria colocada; até aos serviços de anonimização da navegação na internet, da rede Tor gratuita aos serviços VPN a pagar. Mas em muitos casos, essa privacidade supostamente acrescida representa apenas uma transferência da entidade em quem confiamos: em vez de ser o nosso ISP a saber por onde navegamos, passará a ser a empresa a quem contratamos a VPN, etc. etc.

Este sentimento de paranóia coletiva crescente (que tem razões de existir – e cada vez mais, a cada novo descobrimento do tipo de abusos que são cometidos por determinas agências/governos/entidades) terá como efeito um crescimento do número de serviços que disponibilizem uma garantia de segurança acrescida. Basta olhar para o interesse em produtos de encriptação e de comunicações “seguras”, e arrisco-me a dizer que no futuro se irá tornar algo cada vez mais comum. A questão será saber quanto é que isso nos irá custar a mais por mês…

Será que alguém ficaria surpreendido se um operador começasse a disponibilizar um serviço de: “por apenas 5€ garantimos que o registo da sua localização não será guardado”; ou um serviço de email que anunciasse “por apenas 5€/mês deixará de ver publicidade e de ter os seus emails analisados para efeitos de marketing”?

Por Carlos Martins.

Com informações de Aberto até de Madrugada


Source: http://www.revista.espiritolivre.org/privacidade-passou-a-ser-um-bem-de-consumo

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