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Qual o impacto real da WebRTC sobre as empresas e suas redes?

19 de Novembro de 2013, 23:54 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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webrtc

A explicação mais simples sobre o que é a WebRTC faz referência à possibilidade de estabelecer comunicação por som e imagem (videoconferência), de browser para browser.

Até agora, as comunicações em tempo real necessitavam a instalação de um plugin ou um aplicativo nativo. Os usuários precisam baixar, instalar, atualizar, configurar ou solucionar vários problemas para conseguir usá-los. Todo mundo já teve a experiência de tentar participar de uma Web conference, apenas para perceber que deveria primeiro ter feito o download de algum plugin, atualizar o Java ou o Flash, ou instalar outro aplicativo.

Hoje, você pode usar várias aplicações de comunicação em tempo real, incluindo Skype, FaceTime, Google Talk, Yahoo Messenger, iChat, GotoMeeting e join.me. E ainda os telefones VOIP ou todos os aplicativos RTC em seus smartphones e tablets, também. Sem dúvida, existem vários outros aplicativos RTC em seus computadores que você tenha baixado e usado apenas uma vez, ou que foram baixados na forma de aplicativos em Flash ou Java quando visitou vários sites de negócios e usou seus recursos de bate-papo ao vivo.

Você também pode usar alguns clientes RTC para se comunicar com outras pessoas usando diferentes programas RTC. Do iChat para o Yahoo Messenger, por exemplo. Na maioria das vezes, no entanto, cada um destes programas é projetado para funcionar melhor, ou apenas com, outros computadores que executam o mesmo software ou plugin.

Em contraste com este cenário, o World Wide Web Consortium (W3C) decidiu criar o  WebRTC. Qualquer pessoa com um navegador Web e um microfone pode fazer chamadas para qualquer pessoa com um navegador Web e um microfone. Se uma ou ambas as partes tiverem algum tipo de câmera de vídeo, a chamada também pode envolver vídeo.

Além disso, as APIs JavaScript envolvidas para permitir esta comunicação peer-to-peer são simples o suficiente para que você possa criar um cliente WebRTC com apenas cinco ou seis linhas de JavaScript e HTML. Os navegadores envolvidos na conversa, basicamente, lidam bem com tudo isso.

O motor WebRTC integrado ao browser utiliza tecnologia HTML5 e Java para desenvolver rotinas bastante simples para captar, controlar e enviar som e imagem entre os browsers. Um conjunto de software WebRTC também está disponível em C++.

Há planos para o desenvolvimento de um canal de dados capaz de suportar conteúdos representativos de tipos de dados mais tradicionais. Empresas como a ThruPoint reivindicam ser possível obter tempos de desenvolvimento de aplicações drasticamente menores do que ferramentas de desenvolvimento anteriores.

Atualmente, é suportado o codec VP8, amplamente utilizado, embora não pelos quatro grandes fabricantes – Microsoft, Adobe, Cisco e Apple. O transporte é normalmente feito com o protocolo SRTP (Secure RTP),  que  aumenta a segurança através da criptografia AES.

Resultado:  WebRTC, hoje, está incorporada no Chrome 21, Opera 12 , Firefox 17 e Internet Explorer (via Chrome Frame). A TenHands, uma startup para tecnologia de videoconferência, integrou capacidades da WebRTC no FaceTime. E a Vidtel também já incorporou o conjunto de código WebRTC.

Mas pode haver problemas de segurança
Trocando em miúdos, a WebRTC deverá permitir aos funcionários fazer mais videoconferências “ad hoc”. Isso representa um potencial de benefícios, mas também alguns riscos.

Como os usuários não precisarão de software cliente licenciado para fazer videoconferência a partir do desktop, os interlocutores podem estar dentro ou fora da empresa. Um deles pode ser empregado de um concorrente. A capacidade de as pessoas de fora sondarem as empresas, usando técnicas de engenharia social para estabelecer chamadas, deverá aumentar.

Além disso, o monitoramento dessas chamadas com ferramentas de intercepção e captação, certamente levantará questões legais sobre a privacidade. Atualmente, o monitoramento de conexões de imagem com som já é equiparado às escutas telefônicas na maioria dos estados norte-americanos.

E aumento dos níveis de tráfego na rede da empresa
Nas suítes de comunicação unificada – como a Aura, da Avaya, ou a Lync, da Microsoft -, somos informados pela plataforma sobre a presença de usuários disponíveis para conferências. Um simples clique estabelece a ligação.

No entanto, se a Avaya ou a Microsoft adotarem WebRTC, a chamada também poderá ser realizada com imagem e som. Isso pode exigirá um aumento de largura de banda. O mesmo será válido para chamadas realizadas de browser para browser.

A diversidade de tipos de terminais de videoconferência também crescerá.  Hoje, com a adoção de plataformas de videoconferência de fabricantes específicos, os departamentos de TI têm algum controle sobre quais os terminais autorizados ou capacitados para suportar videoconferências. Isto porque controlam as licenças do software cliente vendido pelo fabricante. Mas com a WebRTC não há um módulo cliente. Assim, o funcionário tem acesso a recursos de conferência em qualquer plataforma capaz de suportar um browser comum.

Por agora, isso só exclui dispositivos Android, mas por pouco tempo. Assim, um colaborador será capaz de realizar uma conferência a partir do estacionamento, do supermercado, ou do seu escritório em casa. O tráfego assentará na rede à qual o trabalhador está ligado, mas também estará na rede empresarial, se o seu interlocutor for um funcionário e estiver dentro da empresa.

Será que a TI está preparada?
Historicamente, os departamentos de TI têm sido resistentes às novas tecnologias mais adequadas e baseadas na Internet, como VoIP e streaming de áudio e vídeo. Talvez suas preocupações tivessem fundamento. Os técnicos devem trabalhar para tornar as novas tecnologias disponíveis mas, ao mesmo tempo, proteger os interesses das organizações.

Agora, a WebRTC deverá exigir aos profissionais de TI que adicionem às redes suporte ao Secure Realtime Transport Protocol (SRTP) e outros protocolos de sinalização e de segurança, como o STUN e o ICE. Serão necessários novos métodos para solucionar problemas e gerir o tráfego WebRTC.

A tecnologia envolve novas técnicas para a concretização das ligações e utiliza o protocolo SRTP para o transporte. Na identificação do tráfego de WebRTC, os engenheiros de rede vão precisar de criar filtros personalizados em Wireshark ou obter produtos que reconhecem o SRTP. Quando identificado, o tráfego poderá ganhar prioridade na rede ou ser separado de outro tráfego de negócio crítico. E não há nenhum sinal de que os grandes fabricantes estejam dispostos a fornecer ferramentas para a resolução de problemas, em um futuro próximo. Nenhum dos grandes fornecedores de soluções de videoconferência começou a incorporar esses recursos nos seus produtos. Alguns sequer levam WebRTC em  consideração.

As novas tecnologias também podem trazer novas políticas e normas sociais modificadas. Será necessário desenvolver políticas de uso de transição para videoconferência. Será  especialmente importante ter políticas de interrupções, de etiqueta para chamadas e consciencialização sobre a privacidade do indivíduo e o sigilo da empresa. A maioria dos funcionários está ciente dos sons em seu redor quando fazem chamadas?

O mercado já está mudando
Se uma conferência puder ser criada num regime “ad hoc”, porque razão os funcionários deverão continuar agendando uma sala ou um sistema de telepresença?

Vários fornecedores de tecnologia de comunicações unificadas estão procurando incorporar as normas e conceitos WebRTC em suas soluções. Poucos arriscam falar abertamente se a o negócio já está sendo impactado pela WebRTC. Pode ser muito cedo para ter uma ideia.

Muitos acreditam que continuará a existir um mercado para esses equipamentos, mesmo com a emergência da WebRTC como norma. “A WebRTC, conjuntamente com a plataforma IP Multimedia Subsystem (IMS), permite que qualquer dispositivo com acesso à Internet possa utilizar os serviços existentes e fornecidos pelas operadoras de comunicações”, explica Cláudia Manso, da Ericsson, que considera a WebRTC um fator de promoção do interesse em “serviços de voz/vídeo integrados com o os sistemas de mensagens instantâneas”.

Potencial encoberto por desafios

Considerando os aspectos anteriores, pode parecer que a maior parte do impacto será prejudicial. Do ponto de vista do departamento de TI, pode ser esse o caso. No entanto, a partir de uma perspectiva global de negócios, existem alguns benefícios autênticos.

Programadores de aplicações que já trabalharam com WebRTC consideram fácil integrar o botão de inicialização de chamadas, embutido no browser, em aplicações de negócios. Como as API para Internet já foram desenvolvidas, o sistema de controle de receitas a receber pode ter um botão para chamar o proprietário de uma conta vencida. Um anúncio de e-mail pode estabelecer uma chamada de vídeo com o agente de vendas. E não se surpreenda se isso for realizado em ambiente de televisão preparada para a Internet.

Fonte: CIO


Fonte: http://www.revista.espiritolivre.org/qual-o-impacto-real-da-webrtc-sobre-as-empresas-e-suas-redes

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